À medida que os dias avançam, o coração de Rebecca permanece despedaçado. Agarrando-se à esperança de uma resolução, ela encontra refúgio nos raros momentos de serenidade com seus filhos no quarto hospitalar, seus momentos de paz em meio à tormenta diária. Após um mês desde o fatídico acontecimento que os submergiu em uma onda de sofrimento, Rebecca é liberada para voltar para casa. Mesmo com Alex ainda na unidade de terapia intensiva, é concedida a ela permissão para permanecer ao seu lado.Ao adentrar o quarto e deparar-se com o homem que sempre irradiou força, agora envolto em fragilidade, ligado a uma complexa rede de aparelhos, as lágrimas fluem e ela se aproxima lentamente da cama. Sentando-se na poltrona ao lado, ela segura com ternura a mão dele, repousa a cabeça em seu peito, capturando as delicadas batidas do coração que, embora debilitado, ainda pulsa com a promessa de vida. Com a mão livre, acariciava suavemente o rosto adormecido do homem que tanto ama.— Meu amor, posso s
Após o confronto, Rebecca tentou reverter a decisão da justiça, mas foi derrotada em todas as instâncias. Seu coração afundou na amargura e a tristeza a envolveu como uma sombra. O ódio tornou-se seu sórdido companheiro, levando-a a restringir severamente o contato dos gêmeos com a família de Alex. Ela sabia que não deveria envolver as crianças nesse assunto, mas queria que Ana e os outros sentissem o sofrimento que ela estava sentindo. Nesse período sombrio, Rebecca dedicou-se integralmente a Alex, valorizando cada minuto ao lado dele. As palavras de Ana ecoavam incessantemente em sua mente, principalmente quando via os filhos apenas durante as visitas orquestradas por Maria.À medida que os dias avançavam, seu coração parecia despedaçar-se um pouco mais a cada momento. Em janeiro, no dia do aniversário de Alex, ela está no quarto com os filhos. Mesmo que Alex não responda, eles entoam um emocionado, “parabéns”, enquanto lágrimas escorrem nos olhos de Rebecca.— Mamãe, o papai não vai
No dia seguinte, Richard decidiu conceder alguns dias para os amigos poderem visitar Alex antes da chegada da data limite. Na manhã nublada, o quarto estava repleto de amigos, cada um carregando seus arrependimentos e a tristeza transparecia nos olhares de todos. Rebecca, imersa em seus pensamentos, contemplava a paisagem lá fora, totalmente alheia às conversas que ecoavam no quarto.— Observando a paisagem lá fora, inevitavelmente, recordo-me de uma característica marcante de Alex. — Sussurra, capturando a atenção de todos. — Ele costumava se posicionar assim, diante da janela, nos momentos de irritação ou quando necessitava refletir. Por vezes, permanecia nessa postura por horas a fio. Eu adorava observar, abraçá-lo por trás e simplesmente me perder naquele instante, absorvendo a tranquilidade do mundo lá fora. Em algumas ocasiões, flagro Olga e Nicolas replicando esse comportamento, são tão semelhantes ao pai. Alex não mentiu ao dizer que teriam a personalidade dele. E é isso que me
Ao regressar ao hospital, Rebecca decidiu conduzir seus filhos diariamente para que aproveitassem ao máximo o tempo na presença de Alex, assegurando que a memória dele jamais se apagasse. Observar os pequenos se divertindo pelo quarto e em alguns momentos, trocando palavras carinhosas com o pai, palavras que, infelizmente, não recebiam resposta, apertavam o coração de Rebecca. Em determinados momentos, um sorriso surgia em seu rosto ao imaginar o quanto Alex a repreenderia por quebrar a rotina das crianças. A cada novo dia, um fragmento é retirado do seu coração. O ambiente está envolvido com uma mistura de alegria e melancolia, enquanto a família se envolve em momentos que parecem eternos, criando memórias preciosas destinadas a resistir ao tempo.Após duas semanas do aniversário de Alex, o calendário assume um caráter sombrio, transformando-se em uma dolorosa contagem regressiva do que está por vir. Imersa em seus pensamentos, Rebecca observa a paisagem lá fora, enquanto os gêmeos es
À medida que os dias avançam, Alex continua submetido a uma série de exames e a todo momento, Rebecca permanece ao seu lado. Sua vida se reduz à alternância entre momentos com os filhos e a constante presença ao lado de Alex no hospital. Os sinais dessa rotina desafiadora são visíveis em seu corpo, olheiras profundas e uma silhueta mais esbelta. No entanto, o cansaço físico não se compara à imensa felicidade que ela carrega.— Srta. Jenkins, bom dia. — Cumprimenta o médico ao entrar no quarto, acompanhado de Richard.— Dr. Carter, bom dia. — Responde com um sorriso.— Rebecca, você está péssima, precisa diminuir o ritmo. — Observa Richard, ao notar as profundas olheiras em seu rosto.— Bom dia para você também, Richard. Estou bem, não se preocupe. Quais são as novidades?— Srta. Jenkins, como mencionamos anteriormente, o Sr. Baker enfrentou um edema pulmonar, que tratamos nos últimos dois meses. Devido à melhora nos exames, decidimos realizar a extubação hoje.— Finalmente! Eu sabia qu
Após aquela tarde, Alex persiste nos avanços das sessões de fisioterapia, conseguindo dar alguns passos independentes, embora ainda recorra à cadeira de rodas. Nos dias que antecedem o quarto aniversário dos gêmeos, Richard, em conjunto com a equipe médica, decide conceder alta a Alex. Ele é conduzido de volta ao seu apartamento, localizado próximo ao edifício Wealth, para onde Rebecca e os filhos se mudaram após os eventos que marcaram suas vidas.— Bem-vindo à sua casa, meu amor. — Sussurra Rebecca ao parar na porta. — Quer tentar entrar caminhando? — Pergunta, posicionando-se diante da cadeira de rodas e Alex concorda com a cabeça.Rebecca estende a mão e auxilia-o a se levantar, caminhando lentamente de mãos dadas. Mesmo que ele conheça cada detalhe daquele lugar, ela guia-o por todos os cômodos, especialmente até o quarto dos gêmeos, o único ambiente que difere naquela casa. Um sorriso surge no rosto de Alex ao avistar o quarto dos filhos.— Em breve, eles chegarão da escolinha. A
Após contemplar Rebecca por longos minutos, com seu coração pulsando em ritmo acelerado pela alegria de estar finalmente com a mulher que ama e a sua família completa, sem ameaças à vista, Alex se enche de felicidade. Com sorrisos radiantes, ele se encaminha para o banheiro para realizar sua higiene pessoal. Ao retornar, fica surpreso ao deparar-se com Rebecca, sentada sensualmente na cama, vestindo apenas uma lingerie branca. Ela o observa maliciosamente e sorri, enquanto seus olhos percorrem o abdômen dele.— Acredito que deveríamos retomar a academia para recuperarmos nossa boa forma, meu amor. — Provoca, arrancando um sorriso dele. — Mas que tal fazermos alguns exercícios agora? — Sugere com um sorriso sugestivo.Alex se aproxima da cama e senta-se diante dela, contemplando o olhar de desejo que ela carrega. Ele desliza suas mãos pelo contorno do corpo dela, detendo-se nos braços e observando atentamente algumas cicatrizes da noite aterrorizante compartilhada. Absorto em pensamento
Na segunda semana de fevereiro, ao retornar do hospital, Alex se depara com um lar silencioso. A ausência de vozes familiares o leva diretamente para um longo banho. Após esse momento de renovação, Alex se veste e se encaminha para a sala do apartamento.À medida que se aproxima da cozinha, vozes familiares capturam sua atenção. Ao adentrar o cômodo, encontra Rebecca envolvida em uma conversa séria com os filhos. Ele se recosta no batente da porta, observando a cena com uma mistura de curiosidade e carinho.— Nicolas, é claro que você não pode puxar o cabelinho da sua irmã. — Declara Rebecca, seu olhar transmitindo seriedade enquanto se dirige ao filho na cadeira. — Peça desculpas para ela agora. — Ordena, exercendo sua autoridade materna.— Eu não vou pedir, mamãe. Ela ficou me incomodando, ela mereceu. — Retruca Nicolas, desafiando a mãe. Alex permanece em silêncio, absorvendo a dinâmica familiar que se desenrola diante dele.— Nicolas, eu não vou falar com você novamente, não me pro