— E como ela... — eu a interrompi antes que ele dissesse algo.
— Fale logo o que veio fazer aqui. — eu disse me segurando para não voar em cima dele.— Calma, cara. Vim devolver seu celular, Angel. Você esqueceu no meu carro aquela noite. — ele piscou pra ela e o ódio subiu em minha cabeça.— Oh! Eu pensei que tinha perdido no bar. — ela disse feliz pegando o aparelho na sua mão.— Que bom que guardei pra você, meu anjo. — "meu anjo", idiota. Ela é meu anjo.— Que bom. Agora pode ir embora. — eu disse segurando a cintura de Angel junto a mim.Ele olhou minha mão no seu corpo e balançou a cabeça.— Gabriel, Gabriel. Não vá ferrar a vida da menina. Ela é uma perfeição. Sabe que não vai achar outra assim. — eu não gostava dele falandoANGELPassar a noite inteira acordada por causa deGabriel já estava ficando frequente e a noite passada não foi diferente. Eu tinha ido embora sem falar nada com ele. A dor que estava no meu peito quando percebi que ele nunca seria meu, foi forte demais pra ficar ali ao lado dele.Gabriel estava tão possessivo quando Dustin chegou, que eu fiquei um pouco assustada. Por que ele estava fazendo isso? Ele não me queria. Eu não era um de seus objetos.A voz que eu conhecia estava inundando minha mente e chegava cada vez mais perto. Por que diabos eu estava escutando a voz de Dustin me chamando?— Meu anjo? — eu o vi entrar no meu quarto e fiquei assustada. — Desculpa entrar assim, eu chamei por muito tempo e a porta estava aberta. — eu respirei aliviada em saber que meu pai não estava aqui. Ele havia ido para algum tipo de seminário e ficaria fora por alguns dias.&mda
— Me deixa entrar, eu não dou a mínima se o pastor vai me tirar daqui a tiros. Falando nisso, cadê seu pai? — ele se aproximou da sacada e gritou ainda mais alto. — Pastorde Oliveira, eu estou louco pela sua filha.Minhas pernas começaram a se mexer, eu mal percebi que estava abrindo a porta da frente de casa. Ele estava lá, com um olhar acabado. Seus braços estavam encostados em seu tronco e seus pés estavam inquietos. Ele estava bêbado.—Angel, você veio. Me desculpe pela porta, é que você me deixou muito puto. — ele caminhou se aproximando de mim e eu pude sentir o cheiro forte de bebida.Eu não disse nada.Gabriel deu mais dois passos e se atirou no chão. Ele estava tão bêbado que não conseguia ficar sob seus pés.— Droga de escadas, droga de pés. — ele disse quase inaudível.
Nossas bocas foram separadas e eu resmunguei por tê-la tão longe.Angel olhava para baixo parecendo envergonhada. Ela não gostou do beijo?— O que foi,Angel? — perguntei.— Nada. Você quer comer alguma coisa?Ela ficou tão estranha. O que estaria acontecendo? Eu daria qualquer coisa para saber o que ela estava pensando. Balancei minha cabeça concordando com a sua pergunta. Estava faminto e tudo queAngel cozinha me dá água na boca.— Vamos lá pra baixo. —Angel segurou minha mão e um choque percorreu todo o meu corpo.Sua pequena mãozinha me arrastou até a cozinha. Eu me sentei enquanto a observava fazer panquecas, o cheiro estava delicioso.— Seu pai não chega hoje? — diz que não, por favor!— Não. — YES! — Acho que daqui a dois dias. Ele me ligou ontem e disse que e
ANGELO bar não era o mesmo daquela vez, mas era muito parecido. É claro que ele não me levaria naquele lugar novamente, depois de todo o acontecido.Gabriel irradiava felicidade. Eu olhava para o seu rosto e seus olhos brilhavam como eu nunca tinha visto antes. Sua mão direita agarrou a minha mão e ele começou a me puxar para o lado de algumas mesas. Não estava tão cheio, mas as pessoas ao nosso redor pareciam amigáveis. A música que tocava era um rock antigo e não tinha um palco com pessoas tocando e cantando, era apenas a música. Tinha algumas três ou quatro pessoas dançando timidamente no meio do bar onde não haviam mesas.Gabriel continuou me puxando para o fundo do lugar, eu não disse nada. Estava curiosa com o que ele tinha pra mim esta noite, mas fiquei calada.— Você não vai perguntar nada? — ele disse,
Seus olhos não paravam de fazer o caminho sobre o meu corpo e o sorriso bobo no rosto do meu homem me fez sorrir também, ele parecia estar tão feliz.— Ainda não consigo acreditar que você está aqui comigo, eu sonhei tanto com isso. —Gabriel dizia olhando para a minha boca. — E essa sua boca é tão perfeita, parece ser desenhada.Eu não conseguia dizer nada, a única certeza que eu tinha era de que eu estava totalmente certa com a minha decisão. Eu queria sentirGabriel. Preciso. Preciso estar com ele, muito mais do que antes. Estávamos totalmente sem roupas e eu gostava do que estava vendo, era muito melhor do que eu podia ter imaginado.Gabriel com cuidado se ajeitou por cima de mim e segurou o meu rosto com suas mãos. Acho que o medo estava transparecendo em meu rosto, porque ele parecia tentar me acalmar.— Eu prometo que não vou m
— Está me ouvindo? Você é um criminoso! Se aparecer novamente eu ligo para a delegacia da capital e eles te buscam na mesma hora! Você irá terminar tudo comAngel, tudo! Deixe um bilhete falando que não quer mais vê-la e que está indo embora para o lugar que você pertence. Entregue hoje a José e ele me entregará. Vá embora antes que eu mude de ideia e ligue para o delegado.O homem mal terminou de falar e se virou fechando a porta. O barulho da porta se batendo e logo depois o silêncio fez minha cabeça desmoronar. Subi na moto sem ao menos pensar o que estava fazendo e pilotei sem saber para onde estava indo. Cada palavra daquele carrasco ecoava em minha mente, martelando coisas cruéis. Eu nunca senti o que estava sentindo agora. Meu peito queimava e ardia. Era como se eu estivesse sendo apunhalado. Eu preciso dela, preciso deAngel!
— Ora, minha filha. — ele dava risadas envergonhadas — Eu sei bem disso, mas quis dizer que quero apresentá-los. E pelo que Joane estava me dizendo,César irá começar a faculdade semana que vem. Você pode ajudá-lo!Dei um sorriso sem graça e me virei indo me sentar no banco novamente. Eu sabia muito bem o que meu pai estava fazendo e eu não queria participar disso. Passei direto pelo banco e decidi não me sentar, eu iria esperá-lo lá fora bem longe disso tudo. Pouco depois o garoto apareceu.— Me desculpe por tudo aquilo. Meus pais te acham uma menina maravilhosa. Todos os dias depois do culto eu só escuto falar de você lá em casa. —César tinha uma voz tranquila, mas parecia um bobão.— Não acho que vão falar bem de mim depois de agora.— Também acho que não. — ele riu,
— O que você está fazendo? — eu disse, tentando ajustar meus olhos a claridade.— Hoje é nosso último dia de férias! Vamos nadar no lago. Estou com o carro do meu pai, trouxe comida pra gente fazer piquenique lá. Anda,Angel! O dia está lindo.Não sei como ele estava tão animado assim logo cedo, mas por algum motivo eu estava um pouco empolgada em sair de casa. Ele me esperou lá embaixo e eu me arrumei depressa. O caminho até chegarmos a fazenda não foi nem um pouco falante. Não falamos nada. Era apenas nossas respirações e a música chata que tocava no carro. O dia estava realmente lindo e muito quente. Lembrei da última vez que nadei no lago comGabriel. Nos divertimos tanto. Segurei a vontade de chorar o máximo que consegui. Quando vi Judi ela correu para me abraçar e me encheu de perguntas. Disse que eu estava ma