JULLIAN TINHA PUXADO a carreira de cocaína e estava começando a sentir os efeitos que aquela substância proporcionava. A viagem (como chamavam) o tirava do olho do furacão que vivia com sua família, em especial, com seu pai famoso.
Evan era tudo o que Jullian gostaria de ser, mas se sentia incapaz de alcançar os lugares altos que o pai alcançava aparentemente sem esforço, para ele, seu pai ficava sentado de madrugada escrevendo umas baboseiras que todos achavam legal...
Ele poderia fazer isso sem problemas.
Toda vez que Jullian usava drogas não conseguia tocar direito, o que gerava comentários de todos.
CERTA VEZ ELE OUVIU:
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CAMILA ESTAVA DEITADA AO LADO de seu cliente, ele adorava quando ela ficava deitada nua, roçando seu corpo macio no dele, era um de seus principais clientes, apesar de não poder pagar tudo quanto gostaria, com ele era mais relacionado com prazer do que puramente negócios. — Então? – Começou ele – já pensou em minha proposta? — Você sabe que não posso. — Porque não pode? — Já disse o porquê. — Não é suficiente, Camila. — Fazemos o que temos de fazer e é assim que seguimos a vid
O CELULAR DE EVAN TOCA e ele atende de uma maneira feliz por saber quem era do outro lado da linha – seu identificador de chamadas anunciou escandalosamente quem era a felizarda daquele privilégio único na vida dele. "Oi, meu amor, adivinha quem está falando?" – Disse uma voz sedutora ao telefone.CAMILA MACPHERSON era a mulher com quem Evan tinha um relacionamento extraconjugal havia três anos e meio. Evan a conheceu em uma festa para grandes empresários, patrocinada por Willian Johnson e Donald Dunhill, onde ele faria uma pequena apresentação sobre criatividade e dinâmica textual. Naquele dia em especial não cobrou nada, pois era um favor que estava devendo para um grande amigo de infância, exatamente apresentar o editor que publicou seu primeiro roman
CHEGANDO NA CASA de Camila poucos minutos depois de ter desligado o telefone. Camila estava na porta o esperando com o roupão que Evan tinha dado a ela de presente em seu último aniversário – junto com um colar de pérolas tão caro quanto o carro que Evan dirigia. Evan sabia que ela estava nua por debaixo dele, esse era um dos acordos que tinha feito ao dá-lo a ela, por pior que fosse um acordo entre eles, todos teciam conotações sexuais, e para ambos a única coisa que importava era estarem ligados sexualmente. Evan nunca havia visitado Camila para conversar, ou para passear no shopping para ter um momento agradável, seu único e exclusivo interesse era em seu corpo e o que ele poderia fazer em seu favor. Camila se jogou nos braços de Evan e o beijou calorosamente — de
TODA VEZ QUE EVAN SAÍA da casa de Camila, ficava um tanto quanto chateado consigo mesmo pela situação – afinal, ele não estava fazendo nada para melhorar seu casamento, muito pelo contrário, se Denise soubesse o que andava fazendo por aí à surdina, tudo estaria realmente acabado. E esse era o seu maior medo na vida... Evan amava demais Denise, só que sentia que algo o desviou de seu caminho, e seu orgulho não o fazia voltar com seus passos para recuperar o tempo perdido com a mulher da sua vida. O que ele sentia não era que seu casamento tivesse acabado... Mas agia como se tivesse realmente acabado... Denise sempre o fizera se sentir um homem de s
PARA EVAN, SEU CASAMENTO estava muito ruim – enquanto seus livros vendiam cada vez mais – mas era como se a felicidade paternal e realização profissional compensassem o fracasso em seu casamento. No fundo, Evan sabia que tudo estava mal por sua culpa. "Exclusivamente sua culpa..." Evan sempre foi uma pessoa sentimentalmente longe demais das pessoas, e a fama piorou ainda mais seu comportamento, ele acabou ficando acostumado a ter as pessoas ao seu redor oferecendo tudo o que quisesse. Evan sabia que tudo aquilo o estava levando a um imenso vazio sem fim, para não dizer, num verdadeiro inferno. Denise já era o contrário do que ele era, ela acreditava nele incondicionalmente, para Denis
EVAN FOI BUSCAR OS FILHOS na escola como se nada de ruim tivesse acontecido – mas ele sabia muito bem o porquê seu coração estava pesado em remorsos. Enquanto esperava as crianças, Evan chorou como nunca havia chorado antes em toda sua vida, sentiu saudades de sua mãe, e de tudo que ambos viveram no passado, chorou por estar fazendo tudo àquilo com sua esposa que amava tanto, mas, de repente, Wendy entra toda feliz no carro. — Oi, papai! – Gritou Wendy, parecendo felicíssima de emoção – Foi tão divertido a escola hoje... – ela para de falar por um momento para prestar atenção ao seu pai – o senhor estava chorando, papai? Evan enxugou as lágrimas do rosto e deu um sorriso cativ
— OI, MEU AMOR – disse Evan para Denise enquanto ela se levantava do sofá – como foi seu dia? — Foi bom, e o seu? – Ela respondeu num tom de decepção. — Foi bom também... – Evan ficou de frente para Denise – Aconteceu alguma coisa? Você está estranha hoje... Evan sentiu um clima tenso no ar. — Aconteceu sim, Senhor Evan Spencer, maior escritor e o maior falso moralista do mundo... – Denise tira umas fotos da gaveta e joga sobre ele. Ela continua o assunto mudando o tom de voz. — Nunca esperei isso
— O QUE É ISSO? – Perguntou ele. Evan pegou as fotos espalhadas pelo chão. — Veja você mesmo... veja... Denise falou enquanto as lágrimas lhe cobriam o rosto, sua voz tinha um tom calmo e desesperador ao mesmo tempo, e virou—se de costas para Evan. — Eu... eu... – Evan tentou em vão achar as palavras certas – olha, meu amor... Evan sentiu um nó na garganta, ele percebeu que pela primeira vez na vida não tinha resposta para um dilema, se sentia um menino com medo do escuro. — Não precisa fingir, Evan – disse ela