JacarezinhoAnimalNão sei porque as imagem daquele garoto e o olhar daquela mulher não sai da minha mente. O jeito como ela me olhava com desespero e logo depois com ódio parece que grudou na minha cabeça. Tive até a impressão que conhecia ela de algum lugar. Mas, de onde que era o problema. A adrenalina tava muito foda naquele momento, principalmente porque tinha recebido um recado pouco tempo antes do meu parceiro Ferrugem que tá preso no sistema a maior cota de tempo, depois que foi pego numa blitz com a mala do carro até a tampa de armamento. Até tentei impedir dele fazer uma merda dessas de resgatar mercadoria e andar com munição a torta e a direita, mas não quis ouvir e agora tá encarcerado há quase dois anos na jaula implorando pra sair e dizendo que não suportava mais ficar naquela gaiola. Nós tinha bolado um plano bom pra cacete pra resgatar ele de lá, mas pra isso nós precisava de mais um carro com placa fria e foi nessa que entrei pelo cano e deu a merda que deu. Nunca f
Animal— E aí Animal, o que nós vai fazer sobre a Flor?— Se depende de mim nada. — falo tranquilo— Quê? Tá noiado ainda porra? — Tô firmão e consciente das minhas palavras parceiro. Aqui ela tinha tudo e mesmo assim quis fugir? Problema é dela irmão. Bora ver quanto tempo dura essa birrinha de garota independente. Assim aquela ingrata aprende a dar valor a tudo que já fiz por ela. — falo segurando o copo e bebendo o líquido de uma só vez— Cara a garota pode tá correndo perigo parceiro. Como tu pode ser desse jeito com teu próprio sangue porra? Se RK tivesse entre nós tu nunca trataria a Flor desse jeito. — Senegal fala cheio de ódio trincando o maxilar— Que mané perigo porra nenhuma Senegal. Tu acha mesmo que Flor vai longe? Ela tá lisa parceiro. Sem um vintém no bolso e nem o celular ela levou. Olha aí cara! Logo ela tá de volta. — falo apontando com a cabeça na direção do sofá onde Flor deixou o celular e o notebook— Animal é melhor tu se informar direito cara. Sabe o que acab
"Por trás de cada guerreiro no seu corre, existe alguém que desde cedo aprendeu que nada cai do céu."▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎AnimalSubi ligeiro na garupa do Senegal e nós só ouvia som de tiro comendo solto pela comunidade. Era uma gritaria do caralho que tava me deixando louco. Tinha vários morador correndo tentando se esconder nos becos, outros conseguiram ouvir o aviso na rádio favela e trancaram as portas dos barraco. Mas, aqueles que tava voltando ou descendo do asfalto em direção ao morro foi tudo pego de surpresa assim como nós. Advinha por quê? Porque os filho de uma puta dos verme vieram esculachar geral aqui bem na hora que morador tava indo pro trampo, levando as cria pro colégio e tentando ganhar o dia. Esses desgraçado pouco se importa com morador, pra eles geral aqui é traficante, ligado no movimento, no corre e o que eles querem é fuzilar todos sem piedade. Alguns morador não tiveram esse tempo de se proteger e foram pegos de surpresa assim como nós do movimen
Animal[Radinho frequência aberta]— Fala ae Duarte... Qual é a boa mermão? Ainda não arregou? Tá no aguarde que nós derrube todos teus soldado pra tu vazar p@u no c.u?— falo firmão e outro filho da puta responde — Tem Duarte nenhum aqui não vagabundo. Se entrega marginal... se entrega antes que todos morram aqui e você seja outra vez o culpado pela morte de mais um civil inocente...— Essa possibilidade de me entregar não existe e nunca existiu chefia... Nunca matei civil inocente nenhum, todos que derrubei nessa vida tiveram seus motivos. Aqui é o sistema do poder paralelo e a lei é simples: andou pelo certo é reconhecido, agora caminhou pelo errado é vala. Qual a tua graça mesmo chefia? — pergunto segurando minha Magnum — Daniel Pimenta, sou Coronel do Exército e você sabe muito bem porque estamos aqui Badaue ou melhor Fernando López. — ele fala firme meu nome e fico só o ódio, porque eu odiava que me chamassem assim. Só uma pessoa que eu permitia que me chamasse de Fernando o t
AnimalContinuamos por mais de uma hora nessa troca de tiros. Depois de uma cota de tempo hélice se aproxima de nós... era um helicóptero que começou a rondar na nossa cabeça e sem perder tempo acertamos a lataria fazendo escorrer combustível pelo ar e os filho da put@ tiveram que bater em retirada antes que morressem como um lixos. Tinha soldado nossos por todos os lugares do morro, todas às vielas, becos, lajes, escadaria e nós só ouvia os gritos seguido de tiros. Depois de quase duas horas o silêncio reinou. Peguei o radinho olhando pra meus fiel que tava tudo de pé usando seus colete me encarando e só falei:— PASSA A VISÃO JACARÉ!— OS VERME ARREGOUUUUUUUUUUU PATRÃO... SAÍRAM COM O RABINHO ENTRE AS PERNAS E O JACAREZINHO É NOSSOOOOOOOOOOOOO NESSE CARALHOOOOOOOOOOOOOOOOO..."HEEEEEEEEEEEEEEEE... AEEEEEEEEEEEEEE... É TUDO NOSSOOOOOOOOOOOOOOOOOO... TÁ TUDO DOMINADOOOOOOOOOOOOOO [Ouço gritos dos nossos crias, várias rajadas de tiros seguido de rojões e fogos]— TAMO JUNTO MEUS FIEL.
NarradorQuartel do Exército Horas depois da invasão— Caralho! Isso não poderia ter acontecido. Eu precisava ter pego esse sujeito... Eu precisava prender o culpado pela morte do Henry... Devo isso a Zaya... Ela não merecia passar por essa dor. NÃO MERECIA! — Daniel entra com tudo na sala batendo a porta com força, jogando o capacete contra a parede da sua sala e arrancando o colete que protegia seu peitoral jogando de uma só vez no chão. Ele conhecia Zaya melhor do que ninguém, talvez até mesmo mil vezes mais do que o próprio marido dela, Frederico. Daniel sempre foi um homem justo e leal as suas amizades. Ele conheceu Zaya assim que ela entrou para o quartel. Viu de perto todas as lutas e sacrifícios que ela teve que passar para se tornar a mulher forte e respeitada que é até hoje por todos. Construíram uma grande amizade, porém Daniel esconde de Zaya um segredo a sete chaves. Ele é apaixonado por ela desde o primeiro instante que a viu entrar para o exército, mas nunca revelou s
Ainda no exército — Sala do Comandante— ZAYA? Mas, você não estava na sua casa? — Daniel fala tapando o celular com a mão impedindo que Fred ouvisse — A minha casa é o último lugar que eu quero estar Daniel. — Zaya responde olhando fixamente para Daniel— O que você faz aqui Zaya? Como você entrou aqui? — Daniel questiona confuso— Justamente o meu mestre me perguntando isso? — Zaya fala com um meio sorriso e continua a falar — Você melhor do que ninguém sabe que não preciso tocar em nada para entrar onde quero Daniel. — O Fred está preocupado com você. — Daniel fala a observando e mostrando o telefone— Não ele não está. A preocupação dele é tentar amenizar a situação e me impedir de fazer o certo. Só que ele não vai mudar meus pensamentos. Ele é ninguém vai parar. — Zaya fala observando milimetricamente todos os cantos da sala, como se tentasse arquivar cada pedacinho do lugar em que passou tantos anos da sua vida e que lhe trouxe tanta alegria.— O que você quer dizer com isso?
Longe dali...Avenida AtlânticaFlor10:00H a.mAbro os olhos e me assusto quando vejo que realmente tudo foi verdade. Eu estou na casa do Diego depois de fugir do morro e por pouco não ser estuprada. Olho em volta e consigo observar melhor o quarto em que eu estava. Realmente era maravilhoso. Um quarto perfeito, grande, arejado, muito bem decorado com móveis coloniais em tons claros, as paredes pintadas em cores pastéis e tinham alguns quadros lindos de paisagem decorando todo o ambiente. Me espreguiço colocando a mão no bolso da minha calça moletom procurando pelo meu celular e só aí me lembro que deixei tudo pra trás na hora da fuga. Só estava com a roupa do corpo e nem mesmo meus documentos eu tinha. "Só eu mesma para fugir desse jeito"Penso me levantando da cama e arrumando tudo. Ainda descalça vou até o banheiro e abro as gavetas procurando por uma escova de dentes ou algo que pudesse usar. Para minha surpresa tinham duas escovas novas, ainda na embalagem, e um creme dental