Ainda no exército — Sala do Comandante— ZAYA? Mas, você não estava na sua casa? — Daniel fala tapando o celular com a mão impedindo que Fred ouvisse — A minha casa é o último lugar que eu quero estar Daniel. — Zaya responde olhando fixamente para Daniel— O que você faz aqui Zaya? Como você entrou aqui? — Daniel questiona confuso— Justamente o meu mestre me perguntando isso? — Zaya fala com um meio sorriso e continua a falar — Você melhor do que ninguém sabe que não preciso tocar em nada para entrar onde quero Daniel. — O Fred está preocupado com você. — Daniel fala a observando e mostrando o telefone— Não ele não está. A preocupação dele é tentar amenizar a situação e me impedir de fazer o certo. Só que ele não vai mudar meus pensamentos. Ele é ninguém vai parar. — Zaya fala observando milimetricamente todos os cantos da sala, como se tentasse arquivar cada pedacinho do lugar em que passou tantos anos da sua vida e que lhe trouxe tanta alegria.— O que você quer dizer com isso?
Longe dali...Avenida AtlânticaFlor10:00H a.mAbro os olhos e me assusto quando vejo que realmente tudo foi verdade. Eu estou na casa do Diego depois de fugir do morro e por pouco não ser estuprada. Olho em volta e consigo observar melhor o quarto em que eu estava. Realmente era maravilhoso. Um quarto perfeito, grande, arejado, muito bem decorado com móveis coloniais em tons claros, as paredes pintadas em cores pastéis e tinham alguns quadros lindos de paisagem decorando todo o ambiente. Me espreguiço colocando a mão no bolso da minha calça moletom procurando pelo meu celular e só aí me lembro que deixei tudo pra trás na hora da fuga. Só estava com a roupa do corpo e nem mesmo meus documentos eu tinha. "Só eu mesma para fugir desse jeito"Penso me levantando da cama e arrumando tudo. Ainda descalça vou até o banheiro e abro as gavetas procurando por uma escova de dentes ou algo que pudesse usar. Para minha surpresa tinham duas escovas novas, ainda na embalagem, e um creme dental
FlorMe aproximo da cama calçando as sandálias que o Di me deu e pego minhas havaianas colocando junto com a minha roupa. Saio do quarto fechando a porta e caminho até o fim do corredor à direita vendo a escada. Desço os degraus apoiada no corrimão e quando chego no fim ouço uma voz doce, suave e que me faz sorrir gostoso:— Bom Dia bela adormecida! Viro meu corpo com um sorriso no rosto e "Di" estava debruçado na bancada da cozinha americana sorrindo caminhando em minha direção. "Meu Deus! Como ele tá lindo dentro dessa roupa. E olha que está usando um shorts simples na cor verde piscina e uma regata branca."Penso enquanto ele se aproxima cada vez mais.— Bom Dia meu príncipe! — respondo sorrindo saindo do transe e caminhando em sua direção — Durmiu bem? Gostou da surpresa? — ele pergunta se aproximando e colocando uma das mãos na minha cintura e outra atrás do meu pescoço. Em fração de segundos sinto seu perfume amadeirado que me deixa arrepiada dos pés a cabeça e logo em segui
FlorAvenida AtlânticaTermino o beijo com Diego e ao olhar pro lado me assusto com um homem alto, forte, com os braços músculosos cruzados e encostado na coluna que havia próxima ao balcão da cozinha aparentemente nos observando. Ele era um homem bonito, em torno de uma trinta e cinco anos no máximo. Cabelos escuros bem cortados estilo aviador, olhos cor de mel, muito bem vestido, e com um olhar intimidador. Eu não sabia quem ele era, mas seu olhar era de total reprovação a cena que ele presenciava. Ele não esboçava nenhuma reação, continuava sério olhando tanto para Diego quanto pra mim. Cheguei até a sentir arrepios e um certo medo por estar sendo observada por um sujeito como ele. E o pior de tudo foi pensar que ele entrou aqui e nem sequer percebemos. Como ele havia feito isso se esse condomínio é cheio de seguranças espalhados por todos os lados? Até então eu não tinha essa resposta, mas tudo mudou quando Diego o olhou dizendo: — Diogo? O que tá fazendo aqui irmão? — Di fala
NarradorEnquanto Flor permanecia paralisada olhando através da janela e buscando pensar numa estratégia para sair daquela situação, os irmãos Arantes continuavam no escritório conversando. Ou melhor, Diogo continuava tentando mostrar a realidade e gravidade da situação em vão para Diego. Pois, o mesmo já tinha fixo em sua mente qual seria seu objetivo final: ficar com a Flor até o fim e passar por cima de quem fosse para conseguir isso... Até mesmo da sua família!>>Ainda no escritório — Tá vendo aquele cara ali do lado se fora do portão do condomínio parado ao lado da moto vermelha? — Diogo fala levantando as persianas que tinha na janela com vidros a prova de balas, com as pontas dos dedos— Tô. O que tem demais um cara fumando parado numa moto? Você perdeu o juízo de vez Diogo. Esse lance de lidar com bandidos todos os dias te deixou neurótico e paranóico. — Diego fala irônico tentando se afastar, mas Diogo o segura pelo braço e continua falando— Não teria nada demais se ele não
[Flor Narrando]Rodopiamos tanto pela cozinha que até fiquei um pouco tonta. Depois nos sentamos na mesa e eu mostrei tudo o que preparei para o nosso café. Diego não acredita que fiz esse milagre em tão pouco tempo, mas o importante era ele estar feliz... ele é um ser humano único e merece toda a felicidade desse mundo. E se dependesse de mim assim seria.Logo começamos a comer e conversar um pouco sobre tudo o que aconteceu ontem à noite. Imaginei que ele pudesse comentar algo sobre o Kikito estar lá fora, mas não. Parecia que a conversa com o tal irmão mal humorado não havia existido, porque Di continuou sorridente e brincalhão como sempre. Bom... talvez seja melhor as coisas estarem assim e quem sabe ele não tenha acreditado em nada do que o irmão deva ter falado pra ele. Mas, uma coisa era certa. Eu preciso dizer quem realmente eu sou e principalmente de onde eu vim antes que o Di descubra por outra pessoa e perca a confiança em mim. Se isso acontecer será muito triste, pois com
"Não desista hoje, amanhã pode ser o dia pelo qual você tanto espera."××××××××××××××××××××××××××FlorCemitério do Caju/RJMe aproximo do Nando imaginando que ele pudesse demonstrar algum gesto de carinho, tivesse sentido a minha falta ou até mesmo que existisse dentro dele algum resquício de humanidade ou sentimento por mim. Mas, infelizmente não foi isso o que aconteceu e mesmo que me doa afirmar, mas definitivamente meu tio é um monstro e ser chamado de Animal ainda é um elogio diante de tudo o que meus olhos estão presenciando. Antes eu sentia medo dele, mas hoje só consigo sentir dó por perceber o quanto ele está sozinho, perdido e cada vez mais amargurado. Enfim... definitivamente o Nando é um caso perdido e somente um milagre para fazê-lo mudar. Porque pelo visto nem mesmo a morte de tantas pessoas, incluindo do próprio irmão, conseguiu fazer com que ele enxergasse o verdadeiro significado da vida.Continuo parada o observando pensando comigo mesma: "Será que desisto ou insi
"Seja a pessoa que ninguém acreditou que você seria."×××××××××××××××××2 meses depoisZaya "Ninja"O tempo passou feito foguete e continuo na mesma... parada, desmotivada, sem força pra nada e pior do que nunca. Depois daquele dia que estive no quartel, nunca mais tive contato com o Daniel. Ele já havia deixado bastante claro e evidente que não me ajudaria em absolutamente nada. Então, porque eu procuraria por alguém que encolheu as mãos quando eu mais precisei? Continuei tentando descobrir o paradeiro daqueles malditos assassinos, mas estava muito difícil descobrir alguma coisa. Eu precisava de um hacker para invadir o banco de dados da Polícia Federal e assim conseguir algum tipo de pista que me levassem a esses malditos. Mas, nem para isso eu tinha forças. Não sei o que estava acontecendo comigo, eu sabia o que precisava fazer, mas não tinha forças para lutar. Algo estava me prendendo e até então eu não sabia o motivo. [...]Fred até que tem tentado me animar um pouco e mostrar q