- Antes de começar, quero dizer que estão todos convidados para um churrasco em minha casa amanhã, e não aceito um não como resposta! Minha tia avó Itassira estará lá e ela é a pessoa que mais tem histórias para contar que conheço. Vocês vão adorar conhecê-la. Não precisam levar nada, só você, Tryndade, que é fresco com bebidas, leve o que quiser tomar, pois minha tia adora um vinho e comprarei cervejas e refrigerantes.
Simples assim, iríamos todos para a casa de Kamis, estaria só a tia e ela. Ela adiou suas histórias para depois que ouvíssemos as de sua tia.
Kayla e eu, chegamos mais cedo; levamos um fardo de cerveja, um de refrigerantes, pão de alho e mais algumas coisinhas para contribuirmos com o churr
- Esse é o presente de aniversário que lhe ofereço.“ Mesmo sua respiração falhando, ele viu. Eram fotos dele com uma moça muito bonita. Sua esposa ia colocando em sua frente, mais e mais fotos, onde ele estava em diversos lugares com a moça. Uma delas, saindo de um motel, em uma outra, os dois se beijando em um café.”- Achou que eu não fosse descobrir, seu crápula?!“ Gerald sentia sua garganta se fechar, seu coração doía a cada batida, e parecia que ia estourar dentro do peito. Tentou segurar a mão da esposa, os olhos arregalados, a lhe implorar ajuda.”- Não me toque, seu desgraçado de merda. Gostou da carne, apreciou? Coma mais, sab
- Ah, tem uma boa também. Essa ouvi de uma amiga minha que nem sei de quando, é a história de uma moça que desde a infância, tinha uns sonhos estranhos. Ela sonhava com uma senhora, de uma época que não era a que vivia, sabem, aquelas mulheres vestidas com roupas antigas, colares, chapéus, uma outra época mesmo; em seus sonhos, a mulher gritava com ela e dizia que ela era a prometida de seu irmão. E o estranho, era que toda vez que ela tinha esse sonho, acordava no meio da noite, suada, com o coração disparado e ouvia passos andando pela casa; esses passos, eram pausados, sempre paravam na porta de seu quarto. Teve vezes que ela jurava que via a maçaneta de sua porta ser girada lentamente, achava realmente que havia alguém ali, ou que havia acordado com o som dos passos.“
Há muitas décadas, uma fazenda próximo a sua cidade havia pegado fogo, o único sobrevivente, era uma garota de quinze anos, irmã de Luciano. Sentindo um arrepio a lhe subir pela espinha, Maria anotou os nomes e as pesquisas.”“ Ela não conseguia tirar o rosto do jovem que dançara com ela por horas, e em um impulso, resolveu ir ao cemitério de sua cidade. Lá havia realmente a lápide de um Luciano com o sobrenome que o rapaz havia lhe dado. Ali dizia, que ele morrera aos dezoito anos em um incêndio em sua fazenda. Que era noivo e iria se casar na semana em que o acidente aconteceu. Maria foi então à biblioteca da cidade; após muitas pesquisas, ela viu a foto. Era ele. O rapaz que dançara com ela na noite anterior. Ela pensou que estava enlouquecendo, só podia ser. Não
CAPÍTULO DEZ- Pois bem, essa história é de duas amigas crianças. Ambas tinham nove anos e eram inseparáveis. Engatinharam juntas, aprenderam a andar de bicicleta juntas e tudo o que crianças costumavam fazer, as duas faziam unidas. Moravam em uma rua com bastante crianças, eram vizinhas e estavam sempre juntas. Uma delas, era a líder, sabe. Aquela que se impõe mesmo sem se esforçar. Todos a seguiam, mesmo ela sendo tão nova quanto eles. Era implícito que ela comandava as brincadeiras e todos aderiam e ninguém questionava.“ Lara, a líder e Mila, sua melhor amiga, estavam sempre juntas, e Lara, tinha o poder de deixar quase qualquer brincadeira mais divertida, por esse motivo, Mila estava sempre com ela, não desgrudava da amiga. Porém, Lara nem sempre queria brincar,
- Essa é de uma família muito pobre. Moravam em uma casa pequena e simples, que mal comportava bem a família, porém era o que dava. A mãe, o pai e dois filhos. Viviam em uma pobreza que só. Os pais trabalhavam, mas o dinheiro nunca dava, sempre faltava algo. O salário dos pais, ainda que não fosse tão miserável, nunca era o bastante. Outras pessoas ganhavam até menos, tinham mais filhos e viviam mais sossegados que essa família.“ O pai tinha um grave defeito de xingar palavrão. Sua esposa, no início do casamento e quando os filhos nasceram, lhe pedia que não xingasse tanto e por qualquer motivo. Mas de nada adiantou, por fim, até ela mesmo passou a xingar, pois a vida era dura, a luta constante e até mesmo o básico lhes faltava.” - Nossa, a senhora tem cada história. - Todos aplaudiam e esperavam ansiosos por mais. A noite já ia alta, a madrugada os saudou, ninguém tinha pressa de dormir, estavam ávidos por mais.- Agora uma que Kamis já deve ter contado à vocês e, se caso já tenha contado, vocês me avisem - Continuou a senhora - é a de um jovem que ao ir à uma festa, encontrou lá uma linda moça. Ela usava um colar de pérolas que circundava todo o pescoço delicado. Dançaram e conversaram a noite toda. Ele nunca havia conhecido uma mulher tão interessante; nem viu a noite passar enquanto conversava com ela. Beberam, conversaram, e ao fim da noite, ele tentou beijá-la. Ela demonstrou que era o que queria, porém virou o rosto e o beijo foi depositado em seu rosto. Isso aguçou ainda mais o desejo de CAPÍTULO DOZE
Fomos unânimes em dizer que não, até Kamis. Disse que talvez se lembrasse, conforme a tia fosse contando:- Em mil novecentos e vinte e pouco, na época em que os casamentos eram arranjados pelos pais. Havia uma família bem humilde; um casal e seus seis filhos. Eram fazendeiros, trabalhavam na lavoura, e os filhos os ajudavam desde muito pequenos. Cada um tinha sua responsabilidade, antes ou após a escola.“ Com idade entre dois anos a quatorze, os mais velhos, ajudavam os pais, seja no cuidado dos menores ou a trabalharem na lavoura. Era uma vida difícil e de luta. Lavínia era a filha mais velha. Acabara de completar quatorze anos. Ajudava a mãe nos afazeres domésticos e cuidar dos irmão mais novos. Dois irmãos iam com ela para a escola bem cedo. Acordava, bem antes do sol
“ Lavínia se deprimiu e chorava dia e noite. Ansiava por dividir isso com seu amado e mal podia esperar para revê-lo.”“O casamento se daria na data em que ele disse que viria e o grande dia chegou. Alguns amigos e parentes estavam já na capela da igreja esperando pela noiva. O noivo parecia um jovem e que seria seu primeiro casamento. Lavínia não dormia há semanas, e no dia de seu casamento chorou a noite toda. Em soluços, deixava sua mãe a lhe trançar os cabelos e lhe vestir o vestido branco. Era começo da noite quando o padre estava já no púlpito, preparado para a cerimônia, todos alheios ao desespero da garota ou ao seu coração que sangrava. Na ante sala da igreja, ela esperava pela marcha nupcial, com o véu a lhe cobrir o rosto, ela quase não viu quando Benício