CAPÍTULO DEZ
- Pois bem, essa história é de duas amigas crianças. Ambas tinham nove anos e eram inseparáveis. Engatinharam juntas, aprenderam a andar de bicicleta juntas e tudo o que crianças costumavam fazer, as duas faziam unidas. Moravam em uma rua com bastante crianças, eram vizinhas e estavam sempre juntas. Uma delas, era a líder, sabe. Aquela que se impõe mesmo sem se esforçar. Todos a seguiam, mesmo ela sendo tão nova quanto eles. Era implícito que ela comandava as brincadeiras e todos aderiam e ninguém questionava.
“ Lara, a líder e Mila, sua melhor amiga, estavam sempre juntas, e Lara, tinha o poder de deixar quase qualquer brincadeira mais divertida, por esse motivo, Mila estava sempre com ela, não desgrudava da amiga. Porém, Lara nem sempre queria brincar,
- Essa é de uma família muito pobre. Moravam em uma casa pequena e simples, que mal comportava bem a família, porém era o que dava. A mãe, o pai e dois filhos. Viviam em uma pobreza que só. Os pais trabalhavam, mas o dinheiro nunca dava, sempre faltava algo. O salário dos pais, ainda que não fosse tão miserável, nunca era o bastante. Outras pessoas ganhavam até menos, tinham mais filhos e viviam mais sossegados que essa família.“ O pai tinha um grave defeito de xingar palavrão. Sua esposa, no início do casamento e quando os filhos nasceram, lhe pedia que não xingasse tanto e por qualquer motivo. Mas de nada adiantou, por fim, até ela mesmo passou a xingar, pois a vida era dura, a luta constante e até mesmo o básico lhes faltava.” - Nossa, a senhora tem cada história. - Todos aplaudiam e esperavam ansiosos por mais. A noite já ia alta, a madrugada os saudou, ninguém tinha pressa de dormir, estavam ávidos por mais.- Agora uma que Kamis já deve ter contado à vocês e, se caso já tenha contado, vocês me avisem - Continuou a senhora - é a de um jovem que ao ir à uma festa, encontrou lá uma linda moça. Ela usava um colar de pérolas que circundava todo o pescoço delicado. Dançaram e conversaram a noite toda. Ele nunca havia conhecido uma mulher tão interessante; nem viu a noite passar enquanto conversava com ela. Beberam, conversaram, e ao fim da noite, ele tentou beijá-la. Ela demonstrou que era o que queria, porém virou o rosto e o beijo foi depositado em seu rosto. Isso aguçou ainda mais o desejo de CAPÍTULO DOZE
Fomos unânimes em dizer que não, até Kamis. Disse que talvez se lembrasse, conforme a tia fosse contando:- Em mil novecentos e vinte e pouco, na época em que os casamentos eram arranjados pelos pais. Havia uma família bem humilde; um casal e seus seis filhos. Eram fazendeiros, trabalhavam na lavoura, e os filhos os ajudavam desde muito pequenos. Cada um tinha sua responsabilidade, antes ou após a escola.“ Com idade entre dois anos a quatorze, os mais velhos, ajudavam os pais, seja no cuidado dos menores ou a trabalharem na lavoura. Era uma vida difícil e de luta. Lavínia era a filha mais velha. Acabara de completar quatorze anos. Ajudava a mãe nos afazeres domésticos e cuidar dos irmão mais novos. Dois irmãos iam com ela para a escola bem cedo. Acordava, bem antes do sol
“ Lavínia se deprimiu e chorava dia e noite. Ansiava por dividir isso com seu amado e mal podia esperar para revê-lo.”“O casamento se daria na data em que ele disse que viria e o grande dia chegou. Alguns amigos e parentes estavam já na capela da igreja esperando pela noiva. O noivo parecia um jovem e que seria seu primeiro casamento. Lavínia não dormia há semanas, e no dia de seu casamento chorou a noite toda. Em soluços, deixava sua mãe a lhe trançar os cabelos e lhe vestir o vestido branco. Era começo da noite quando o padre estava já no púlpito, preparado para a cerimônia, todos alheios ao desespero da garota ou ao seu coração que sangrava. Na ante sala da igreja, ela esperava pela marcha nupcial, com o véu a lhe cobrir o rosto, ela quase não viu quando Benício
- A madrinha de Rick, o garotinho, estou dando nome por conta própria à maioria dos personagens, porque não sei os nomes. Pois bem, a madrinha e mãe dele um certo dia, conversavam baixinho sobre ele, a madrinha perguntava se ele estava melhor?- Como ele está?- Muito melhor. Há meses não menciona o nome de Bárbara.“ Elas falavam da melhor amiga de Rick que havia desaparecido há quase um ano atrás. Havia cartazes dela por todos os lados, pregados em postes, em caixas de leite, ela nunca foi encontrada. Isso abalara demais o garoto, que ficou por meses sem dormir e quando dormia, era assolado por pesadelos terríveis. Sua mãe tinha muita paciência com o filho e dizia que as crianças são mais for
“ Correu como nunca antes em sua vida. Passou por lugares mais claros, as sombras o assustavam, passou por lugares escuros e soluçava de medo, mas não olhava para trás, apesar de ouvir o tropel atrás de si.”“ Parecia que estava no final daquele circo macabro. Viu ao longe,luzes de postes, pareceu-lhe uma rua, correu para lá. Antes de atravessar a rua, olhou para trás por um segundo. Viu que as crianças atrapalhavam o palhaço a persegui-lo. Elas faziam como que uma barreira o atrasando e isso fez com que ele corresse ainda mais rápido.”“ E, uma esquina, ele parou para recuperar o ar. Seu coração batia muito rápido. Não ouvia mais os passos de ninguém. Ele se agachou escondido e fechou os olhos. Com medo de abri-los, mas se não
- Ah, tia, me deixe contar uma rapidinho? Quando você contava essa história, me lembrei de uma que ouvi na escola, uma vez - Pediu Kamis.- Claro, é bom que descanso um pouco a garganta - Respondeu a tia, tomando um gole de seu vinho.- Então, essa é a de um garoto, também, vou fazer como a tia e dar o nome do garoto de Patrick; Ele morava em um bairro com bastante crianças - Começou Kamis. “ - “ Viviam brincando por ali, juntavam-se e era só algazarra, típico daquelas ruas,onde muitos amiguinhos se juntam para brincarem”“ Havia uma casa abandonada no meio de uma grande propriedade de terras, que passava de geração em geração, nunca nenhum morador morarara ali. a casa es
A noite e madrugada no churrasco na casa de Kamis, foi maravilhoso. Pedimos desculpas para tia Itassira por tê-la exaurido, ávidos por histórias. Ela sorriu e disse que foi tão bom para ela contar, como para nós em ouvirmos, disse ainda, que tínhamos que marcar outra rodada daquelas, pois ela não havia contado nem a metade do que já ouvira. Passamos dias relembrando e esmiuçando cada conto que ela havia nos contado.Voltamos para nossa rotina no elevador. Nos encontrávamos no almoço muitas vezes durante a semana, e os papos nunca tinham fim.Quem contou mais uma história no elevador, foi Kamis, pois na sucessão que contávamos no elevador, era a vez dela:O CONTO DE KAMISÚltimo capítulo