A noite e madrugada no churrasco na casa de Kamis, foi maravilhoso. Pedimos desculpas para tia Itassira por tê-la exaurido, ávidos por histórias. Ela sorriu e disse que foi tão bom para ela contar, como para nós em ouvirmos, disse ainda, que tínhamos que marcar outra rodada daquelas, pois ela não havia contado nem a metade do que já ouvira. Passamos dias relembrando e esmiuçando cada conto que ela havia nos contado.
Voltamos para nossa rotina no elevador. Nos encontrávamos no almoço muitas vezes durante a semana, e os papos nunca tinham fim.
Quem contou mais uma história no elevador, foi Kamis, pois na sucessão que contávamos no elevador, era a vez dela:
O CONTO DE KAMIS
pancadaria.”" Ela contava que quando ela e a irmã, tinham, por volta de quatro anos em uma noite que seu pai chegou cambaleando de bêbado. Já anoitecia, mas ela não sabia calcular horas, e sua mãe sempre lhes dizia que quando seu pai chegasse em estado diferente, que era alcoolizado, que ambas fossem para seu quarto e fingissem estarem dormindo, para que ele não as espancasse também. Muitas vezes isso ocorria e elas ficavam deitadas juntas chorando e pensando em intervir, porém o medo do pai era maior, e a obediência à mãe falava mais alto, pois pensava elas, que se nem a mãe que era grande conseguia controlá-lo, quem seriam elas duas, tão pequenas?”" Nessa noite em específico, a mãe delas as chamou para saírem, darem uma volta at&e
"A mulher que segurara as meninas, as soltou e elas correram a abraçar as pernas de sua mãe. Sua mãe fez, o que parecia um ritual de falar as palavras que o pastor lhe indicava, dizendo que se entregava de corpo e alma a Jesus e também entregava sua família, ela, inclusive se inscreveu para o próximo batismo, que seria no próximo mês, em um rio em uma cidade próxima, onde mais pessoas também se batizariam e se tornariam um membro ativo da igreja."" Ao saírem dali, sua mãe estava animada. Ela tranquilizou as filhas dizendo que o mal fora afastado e que agora suas vidas seriam mais felizes e em paz. Sua mãe não teve pressa em voltar para casa, sentou-se em uma praça com as meninas, comprou pipocas de um carrinho que estava parado na praça, e parecia estar em êxtase, o que contaminou as menina
Conhecemos Sávio, um rapaz muito alegre e animado, que quase sempre pegava o mesmo elevador que a gente. Ele gostava de ouvir nossas histórias, isso quando Kamis permitia que ele subisse conosco. Achava nosso grupo animado e sempre sorria ao nos ver. Há tempos ele nos pedia para contar um caso que acontecera à ele mesmo, e um dia o chamamos para que ele nos contasse sua experiência.Sávio iniciou a narrativa, porém não deu tempo sequer dele começar a contar e logo tivemos que descer e ir trabalhar. Ele combinou com a gente de tomarmos um sorvete na sorveteria próximo ao prédio que trabalhávamos, na hora do nosso almoço, ou ao final do expediente, já que estaríamos todos tranquilos. Conseguimos conciliar de estarmos todos em uma praça, há dois quarteirões do prédi
- Não tive tempo para dizer nada ou agradecer pela suposta preocupação, e confesso que o preconceito arraigado, que por vezes negamos, me fez nem tentar formular palavra. Ele também não queria que eu dissesse nada, pelo jeito só me avisava de algo. Ele não possuía relógio, imaginei que era daquelas pessoas que estão acostumadas a saberem a hora mais ou menos. Quando me falou para ir embora dali, daquele banco, me informando que ainda não eram três horas da manhã, não pensei no momento como ele poderia saber que horas eram. Ele parecia com pressa e até assustado de ser visto por alguém ali, mas ainda assim, se desviou de seu caminho para me alertar. Apenas dei um meio sorriso a ele e chacoalhei a cabeça concordando, pensei em esquizofrenia, tivemos uma vizinha que sofria com essa doença e às vezes se tornava paranói
“ Mas o meu ceticismo sempre me atrapalhou. A falta de crença no sobrenatural, as perguntas que sempre me fiz, por não acreditar em nada que não pudesse ser provado, me deixaram sem entender e sem poder questionar qualquer coisa. Por falta de saber como proceder, fechei meus olhos com força, procurei respirar pausadamente e dizer a mim mesmo que eu era um cara adulto, que nunca havia acreditado em coisas sobrenaturais, em fantasias, em assombrações. Meu subconsciente estava me pregando peças, só podia ser isso. Ouvindo minha respiração que se tornava mais clara e pausada, pude também perceber duas coisas:”“ A primeira era que eu tinha novamente o controle de minhas pernas, já a segunda coisa, era que não era só minha respiração que eu ouvia agora. Mas volto a repetir, parei de
“ Ele estava colado em mim, olhando tudo o que me acontecia em minha frente, apenas um piscar de olhos e ele não estava mais à minha frente. Senti o toque de uma mão gelada em meu ombro direito, um apertar leve. Como ele fez aquilo? Me perguntei com o coração aos pulos. Virei-me rapidamente para olhar em seus olhos, mas ele se materializou em minha frente novamente, sempre com aquele sorriso enviesado nos lábios ressequidos. O desespero era grande, me sentia mal, gosto de vômito na boca, minhas pernas a tremerem feito loucas, sentia que o suor encharcava minhas costas e ainda sentia o gelo de sua mão em meu ombro, que se destacava com o gelo que subia do banco e gelava minhas pernas, meus pés e minha cintura, por ter sido o seu toque ainda mais gelado. Nada estava bem comigo e ele apenas sorria. Só queria ir para minha casa, esquecer aquilo tudo.”
“ Ele agora dava passos vagarosos ao redor do banco para se achegar a mim. Pude notar, apesar do desconforto de meu corpo alquebrado, que ele dera a volta pelo banco, de forma que não passasse debaixo da luz que estava novamente acesa. No momento percebi, mas estava ocupado em respirar e me arrastar, conferindo onde mais doía. Quando ele estava próximo a mim, se ajoelhou e pensei que o fim finalmente chegara. Ele não tinha força alguma para me enviar para o outro lado. Mal havia se esforçado para me atacar, imaginei que nada pudesse fazer, mesmo porque, não sabia se conseguiria tocá-lo. Já sabia que ele não era humano, o ceticismo havia ido embora bem antes do ataque físico.”“ Se havia qualquer dúvida, havia morrido com aquele ataque físico, que nem um professor de qualquer tipo de modalidade de lu
O CONTO DE KAYLA, SIAH E KIETHCAPÍTULO FINALAs histórias de meu amigos, foram discutidas, escrutinadas e debatidas por nós naquele exímio espaço por muito tempo, porém agora era minha vez de contar, colaborar com uma também:Minha história, minha contribuição de uma, além de ser uma história real, o personagem dela, Siah, ainda vive e mora próximo de minha casa. Kayla, como curiosa e ansiosa que sempre foi, ficou em polvorosa querendo saber logo qual era a história, e para piorar, ela queria o conhecer; Ela sempre ia à minh