Os dias foram passando, após a primeira semana do ano chuvosa, apareceu o sol límpido e brilhante no céu, tornando os pássaros cantantes.
Acordei mais cedo naquela manhã, já estava acostumando com a rotina da casa, sentei-me com eles um pouco, pra tomar um "mate", desses bem topetudo.Estávamos assistindo as notícias da manhã que nos impressionavam, uma delas, um tanto inocente..."Gata infectada pelo corona vírus no estado, em Caxias do Sul." Disse o repórter. A situação estava exigindo muitos cuidados, e pedia de nós atenção até com o bichos, para que não se propague.Tomei meu café, com a tal de morcilha branca, ovo, farinha e açúcar, parecia bom e realmente estava. Parecia um dia maravilhoso, decidi tomar um banho e dar uma volta.
-Vou te dar o número do Zé do taxi, nosso amigo! Falou-me a donaOs dias passaram-se, já era fevereiro.Eu já estava trabalhando. Consegui o emprego da entrevista.Eu trabalhava das 9 ás 15h. Seis horas por dia. Era bom, eu estava gostando. Possuía tempo livre. Folgava finais de semana.A nossa casa estava saindo.E eu tinha tempo com Zaion. As vezes eu desafiava-o andar um pouco com ele após o trabalho. Final de semana, eu aproveitei. Levantei cedo, peguei a encilha, pedi a Josué que me ensinasse. Este foi bem cuidadoso a me ensinar a colocar o bridão, a sela, a barrigueira, estribos, a cilha e todo o resto.O Zaion já estava mais a vontade, parecia entre amigos.Ele estava balançando o rabo. Zaion parecia confortável comigo. Dei umas voltas nele, que andava calmamente. Ousei acelerá-lo um pouco... Beleza, estávamos correndo. O jeito livre de montaria. Eu estava sem medo.Ganhar a confiança dele, era o que eu mais queria.
O tempo foi passando, e eu e o Roberto estávamos mais próximos. Passávamos os dias "juntos". Conversávamos, mandávamos fotos um para o outro.Durante esses dias ele tirou folga no emprego e estava vindo para o sul.O nosso casamento! O nosso casamento foi assim, tudo muito simples, primeiro o Roberto tomou uma decisão, vir embora.- Vamos alugar uma casa, ficar juntos.- Você está falando sério? Falei.- Sim! Vamos nos ver todos os dias. Falou.Eu não estava acreditando naquilo. O que estava acontecendo? Eu sabia que um dia acabaríamos juntos. Mas eu não imaginava assim. Os homens são tão demorados para tomar uma decisão como essa. A maioria!- Eu preciso estar contigo de alguma forma. Disse ele de um tanto triste.- Eu também preciso.O tempo foi passando, fomos vendo casa, e pronto! Lá estava as chaves da nossa c
Acordar e ver a Flávia comigo, no hospital e não lembrar de nada!- O que aconteceu?- Você estava desmaiada! Um vizinho me ligou disse que você possuía números de emergência na porta da geladeira. Eu vim assim que pude.- E como ele ficou sabendo que eu estava desmaiada?- Você estava na rua, caída no chão!- E onde está o Roberto?- Depois conversamos.Eu caí em um sono profundo novamente. Eu não fazia ideia naquela ocasião o que estava acontecendo. A sensação era de que eu estava em um sonho. Desses que você espera acordar logo.Chegar em casa, e sentir ele está em algum lugar, mas não posso vê-lo! Mas sinto-o vivo. Era assim que eu sentia.Aos poucos eu ia lembrando-me que ele não estava mais entre nós. Que a vida dele tinha se rompido e a culpa era minha, pois o mandei voar e ser livre.- Não, não pensa assim. Você não tem culpa. Disse a Flávia. Eu estava basicamente sozinha e sem força. alguma.Já parou para pensar como é ter uma vida sozinha,
Eu ficava olhando e porque não está acontecendo? O que está faltando?As coisas começaram a dar certo. Eu fui aproveitando as oportunidades, um pouco daqui e dali, as coisas foram se apegando.Fazer o que gosta é diferente, você se encaixa, até se preenche. Todo resto vira indiferença, chega a ser um pouco corriqueiro. Eu tinha uma facilidade pra escrever, mas aí eu me perguntava "o que eu vou fazer com isso?" Qual é o roteiro? Eu perdi o papel da minha vida, a pouco tempo estava com ele na mão, mas olhei era outro nome, tive que devolver. As vezes acho que a vida tem uma senha, a minha já foi chamada, porque eu estava distraída, não tem muito o que fazer. Sabe aquelas filas??? Você quase entra em pane por ter que esperar demais, e ainda não resolve o problema, volta pra casa é a mesma coisa, "volte a semana que vem, de novo!" De repente até resolva, mas aqui é assim, muita burocracia, com a vida não é diferente.Aos poucos eu fui entendendo, que aqui se faz arte e aos pouc
Na manhã seguinte, fui ver a dra. Vânia, a psicóloga e terapeuta. Contei tudo pra ela. Do silêncio da casa, das últimas com o Beto. Sobre exatamente, tudo.Ela ficou me olhando, o tempo inteiro. E esperou eu terminar. Concordava com tudo. Balanceava a cabeça. Quando finalmente terminei com: e eu não sei qual é a dele!- Entenda, que o que disser, não faz sentido, eu não trato ele. Não posso adivinhar o que se passa com ele. Eu tento me esforçar com você. Afinal, você quem é minha paciente. Eu prezo teu bem extar.Conversamos. Ela me fez entender tais coisas. Em mim, com o ponto de vista dela. Ela me ajuda muito. Ela não resolve meus problemas, mas me dá uma orientada. Ela é aquela voz que diz sempre siga em frente. De um jeito mais profissional e diferente.Eu fico mais confortável com ela. Ela fala que sou eloquente. Mas eu sou s&oacut