— Sara. — A minha mãe me chama, mas a escuridão parece não querer soltar-me — Sara, está na hora.
Sinto a mão dela em minha cabeça, suspiro profundamente, enquanto me espreguiço. Olho para ela, parece triste, apesar do sorriso.
— Não quero ir na escola hoje.
— Pode parar de pensar em faltar. Vamos, levante-se ou vai chegar atrasada. — Ela levanta da cama e sai do quarto.
Droga! Eu não quero ir à escola, vou ter que falar com o Júlio, ainda não sei se quero saber o porquê dos olhos dele mudarem de cor ou a sua voz parecer um trovão quando soquei aquele garoto.
Levanto-me, encaro o meu reflexo no espelho, o meu rosto parece igual ao outro dia. Aquela vitamina é realmente muito boa. Espera… E o corte na testa? Olho o local e… Nossa! Não tem nada. Nem parece que me machuquei.
Já v
Nos dias seguintes, preocupo-me apenas em estudar, fazer os trabalhos escolares que os professores pediram, além de ajudar nos preparativos da festa. A quadra está cada vez mais bonita com os enfeites nas várias tonalidades de marrom e amarelo, transformando o lugar numa floresta no ápice do outono. Em nenhuma outra escola vi tamanha criatividade ou se quer a iniciativa de fazer algo assim.Ainda bem que durante esses dias a Bianca e a Alessandra não tocaram mais no assunto “Júlio”. O problema é que ele se afastou um pouco de mim, conversamos cada vez menos, além de ter ficado mais sério, são poucos os momentos que o vejo sorrir.Acredito que as meninas estavam erradas em dizer que ele está gostando de mim. O problema, agora, é que todas às vezes que o vejo, sinto aquela sensação esquisita na barriga, é como se milhares de borboletas estivessem vo
Ao chegar à praça, vejo que realmente já está aberta ao público novamente. Tem alguns garotos e garotas dando seus roles, mas são poucos, creio que tem uns dez nas três pistas.Após fazer algumas manobras ouvindo a minha seleção musical, sinto-me muito mais tranquila. Aquela hiena nunca mais vai se meter a besta comigo, a não ser que queira que eu quebre o nariz dela de novo, mas ela merecia uma surra bem dada.Um vento, que não sei de onde veio, começa a soprar, algumas nuvens negras começam a se juntar no céu escondendo a lua crescente, além das suas amigas e vizinhas, as belas estrelas.A pista começa a esvaziar quando me sento no terceiro degrau da escadaria, o mais próxima possível de onde a molecada dá os seus roles, tiro os fones do ouvido. Subitamente, uma moça aparentando uns vinte anos para no degrau em que e
A escuridão liberta-me do seu abraço, eis que começo a ouvir pássaros cantarolando ao longe, sinto um cheiro de flores e eucalipto numa brisa fresca que passa diante do meu rosto, mas não creio que esteja ao ar livre, pois a claridade é pouca, além de sentir um colchão não muito macio sob as minhas costas.Abro os olhos e um pequeno candelabro de ferro com várias velas está pendurado num teto de madeira. O quê? Onde está a luz? Viro o meu rosto para todos os lados e o que surge diante dos meus olhos parece ser uma casa dos tempos medievais.Uma mesa de madeira grande e quadrada, circulada com algumas cadeiras do mesmo material, está posicionada bem no centro da cabana. Vários pequenos vidros contendo líquidos das mais variadas cores, com mais dois pequenos candelabros com três velas cada, estão sobre a mesa.Do outro lado, vejo uma lareira
DEDICATÓRIAEm memória de minha adorável Mah que jamais será esquecida.Também dedico essa obra a minha irmã do coração “Laine” que, mesmo longe, está sempre pressente na minha vida.AGRADECIMENTOSUm grande e especial agradecimento vai para meu marido “Flo” por sua paciência, seu apoio e as muitas dicas de como melhorar meu texto.Agradeço imensamente os meus amigos de rede social “Carol”, “Fer”, “Mar”, “Mika”, “Thamy” e “Viny” que me apoiaram e me deram forças para continuar mesmo com tantas adversidades. Amo vocês!"Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia, porque o mundo pertenc
Os dedos das minhas mãos estão começando a endurecer, por causa deste frio congelante. Está ficando cada vez mais difícil segurar a minha espada e isso não é o mais grave. Essa maldita neve, que não para de cair, está transformando o campo de batalha num lamaçal. Esse barro misturado ao lago de sangue que estou pisando está fazendo a minha armadura pesar uma tonelada.Não posso pensar nisso agora, tenho que me concentrar na batalha. Lá vem uma nova legião de soldados querendo matar a mim e os meus bravos compatriotas. Apesar do cansaço, sinto que tenho forças para matar mais mil homens, quanto aos outros, não sei quanto tempo mais resistirão.O primeiro inimigo que vem correndo na minha direção está com a sua espada pronta para me cortar ao meio, porém detenho o seu golpe com o meu escudo no mesmo instante que corto u
Estou no alto de um prédio e está tudo muito escuro, as luzes da cidade abaixo mostram que já é noite. O vento sopra forte balançando tanto o meu cabelo que, em alguns momentos, preciso tirá-lo do rosto. Subitamente, alguns relâmpagos e trovões informam a chegada de uma tempestade, rapidamente as primeiras gotas de chuva caem sobre a minha cabeça, me encharcando.Escuto barulhos estranhos vindos do outro lado do topo do prédio, olho na direção do ruído. Vejo dois vultos lutando com espadas estranhas. Uma delas é prateada tão brilhante quanto o sol do meio-dia. A outra é tão negra como a mais escura das noites.Não consigo ver quem está lutando devido à chuva, porém consigo distinguir um terceiro vulto um pouco mais distante dos outros e… parece que conheço aquela figura. É… a minha mãe! Pare
A escuridão parece que está se dissipando lentamente quando começo a ouvir vozes:— Eu falei que você vai precisar de ajuda. — murmura uma voz desconhecida e melodiosa.— Não preciso de ajuda de ninguém, principalmente dele. — É a voz da minha velha.— Sempre quando eles completam dezesseis anos os seus poderes vêm à tona e você vai precisar de ajuda. — A voz desconhecida parece irritada — E você sabe que com ela será diferente.— Talvez não. — A minha mãe murmura, a sua voz está estranha, parece que está triste.— Cante novamente porque ela está acordando! — A voz estranha exclama, mais irritada.Ouço novamente a melodia e sinto a escuridão me puxando novamente.— Sara. — ouço a voz da minha mãe muito longe — S
Nos dias seguintes, dos cinco amigos, somente o Júlio não conversa comigo, até a Bianca troca algumas palavras na quinta-feira. Tudo bem que foi sobre os trabalhos, mas já é alguma coisa, afinal ela era a única que não conversou comigo. De qualquer maneira, acho esse Júlio um pouco estranho.Durante esses dias, não passei mal, por isso a cor retornou para as minhas bochechas. Creio que deveria ir ao médico para saber o que está acontecendo, mas a minha velha diz que não é nada de importante, que qualquer pessoa pode passar mal algum dia devido à comida.Há momentos que penso que a minha mãe não se preocupa o suficiente comigo, mas é só com relação a minha saúde. Não me lembro dela ter me levado ao médico algum dia, assim como não recordo de ter ficado doente, nem mesmo gripada, não fa&ccedi