Duas Faces (Mafia)
Duas Faces (Mafia)
Por: Belaane
Capítulo 01

Ao amanhecer eu já estava em exaustão, pois pensei, e repensei sobre a vaga de motorista. Mandei um e-mail para o nome de “Lia” provavelmente deve ser a secretária dele, ou sei lá. E a mesma respondeu quase de imediato, e para minha infelicidade realmente tinha que ser um homem.

Me coloco de pé indo até a minha janela, abrindo a mesma, e respirando o ar puro que vinha de fora, a brisa fresca bateu em minha face me fazendo estremecer. Estava ao ponto de enlouquecer, e só tinha uma solução.

— Que merda ! — Resmungo já me descabelando. Pois não iria ter outra oportunidade dessa, então pensei na última alternativa, irei me disfarçar, aliás me transformar em um homem. É isso ! 

Graças a Deus eu sabia usar maquiagem, e tinha alguns trajes masculinos aqui em casa. Então sem pensar mais vezes, pois já tinha pensado demais. Decidi por fim ir me arrumar, liguei no número que Lia tinha me passado, sem ela saber que eu era a mulher do e-mail, engrossei a minha doce voz e fui aprovada para entrevista, aliás… “Aprovado”! 

Para uma parda de cabelo preto liso, e longo, irei lutar um pouco para por essa peruca masculina que usava na época de teatro do colégio. Com a maquiagem deixei os traços levemente masculinos, a peruca não ficou tão ruim. Agora o terno que era do meu pai…vou ter de fazer uns ajustes. Ainda bem que aprendi algo com a minha avó antes dela falecer. 

E assim foi a minha manhã, correria e agitação. Tudo isso para se tornar um homem, e conseguir um emprego. Espero não servir de chacota, pois minha estrutura não é das melhores. Não sou tão alta, então serei um homem baixo, só falta isso me ferrar de vez.

Por fim, estava pronto, e modéstia a parte, estava lindão. Um pouco delicado para um homem, mais que seja, é isso ou nada. Um moreno muito de boa aparência eu me tornei.

Peguei minha cnh, documentos, meu carrinho e fui. Eu dirigia um fusca, não dos antigos, desses mais novos, parece uma bolinha com olhos preto. Chamo ele de fúria da noite “irônico eu sei”.

Enfim, irei tentar me dobrar com a Lia sobre a documentação. Pois eu era Ayla na documentação, e tinha que ter outro nome, mais qual ? Um parecido, porém forte, e de homem.

— Acho que já sei qual nome usar.

No entardecer eu cheguei no local da entrevista, achei que seria um escritório, ou uma casa. Mas não, é uma mansão ! Um lugar completamente afastado, que eu jamais imaginaria ter aqui nessa cidadezinha pacata.

Lugar chique, mas me fez ter calafrios, parece um tanto abandonado. E escuro, trás um ar sombrio, que me deu medo.

Assim que cheguei na frente dos grandes portões de grade preta, todo chique, e cheio de detalhes, quando desci para falar com o segurança. Os portões se abriram, mas também, passei a descrição toda para Srta Lia, ela já deve ter me visto, e permitiu a minha entrada. Aqui deve ter câmeras por todo lado, devo me cuidar para não ser descoberta.

Assim que estacionei o carro de frente a mansão, vejo uma bela mulher, deve ter a minha idade, se veste bem. Com um terninho na cor cinza, saia justa, e salto preto. Tão branquinha, cabelos loiros, e um tanto ondulados, olhos azuis, realmente ela é muito linda.

— Boa tarde, eu sei que te pedi para vir com urgência. Que nem ao menos perguntei o seu nome, como se chama ? — A bela mulher me perguntou, deve ser a Lia. 

— Me chamo Alex senhorita, Alex Belmonte ! Vejo que cheguei no horário, achei que teria mais pessoas para entrevista. Acho que sou ingênuo demais, dá pra ver que aqui é outro nível. As entrevistas devem ser todas separadas, e em horários diferentes não ? — Perguntei curioso, quase me esquecendo de engrossar a voz. Ela me olhou meio surpresa, agora não sei se é pelo óbvio, ou se perdi algo. 

— Na verdade é somente você Alex, mas ninguém teve tal ousadia. Só uma mulher, mas deixei claro que deveria ser homem. Enfim, nem vai precisar de documentação por hora, ele vai te pagar no dia. Vai que você desiste rápido, ou acontece algo ruim. 

Opa… a mulher era eu também, mas porque ninguém teve “ousadia” ? Sinto que me meti em alguma furada. Algo ruim… isso me deu calafrios.

— Não entendi, primeiramente o “ousadia” perdão mas fiquei confuso — Confesso aguardando uma resposta de Lia.

— Ah, você não leu o nosso sobrenome, não é mesmo ? Sou Lia, Lia Azepeta.

Meu Deus, ouvi boatos sobre a chegada deles, por isso ninguém quer a vaga. Mesmo sendo muito boa, corre risco de vida. Já que dizem que quando ele não gosta de alguém, é morte na certa.

— Azepeta… os mafiosos ? — Pergunto já me arrependendo de todos os esforços para me transformar em homem, e vir até aqui.

— Sim, por isso disse que é ousado. A vaga é sua ! E cuidado com a língua, sou irmã do Mafioso Otton Azepeta.

A vaga é minha, ferrou…

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