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Capítulo doze - Sacrifício

Mariana

         Eu sempre fui uma pessoa sonhadora e imaginativa em um nível bem fora do real. Costumava construir cenas inteiras dentro da minha cabeça, tanto com relação ao passado quanto ao futuro. Ao passado no sentido de reviver situações de outras maneiras, geralmente colocando-me para falar coisas que não falei, fazer coisas que não fiz e, desta forma, recriar mentalmente toda a sequência de fatos que na vida real não tiveram um final muito feliz. Nessas horas, sempre batia uma ponta de tristeza por saber o quanto aquilo era inútil. O passado não poderia ser alterado, não importava o que fizéssemos.

         Só que o mesmo acontecia com relação ao futuro e, nessas horas, eu não sentia ter motivos para me reprimir. Amava ensaiar ment

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