Enquanto o jantar não ficava pronto, fui até a varanda. Falar em Jonathan me deixou triste novamente. Deitei-me na confortável rede clara e olhei para a imensidão da noite estrelada. Se tinha um coisa que poderíamos ter em comum era o céu. Estaria Jonathan olhando para o céu naquele momento e também pensando em mim? Algum dia eu seria capaz de tirar aquele sentimento de dentro de mim? Eu sofria por ele e sabia que ele também sentia minha falta. Eu acreditava no amor dele. E ainda assim fui embora, como uma covarde, deixando tudo para trás. Eu esperava que um dia ele pudesse me perdoar por não ter lutado por nosso amor. Naquele momento eu não sentia falta do Dreamworld, nem da minha vida antiga. Mas eu sabia que com o tempo eu não teria como não pensar em Samantha, Helena, Daniel, Gisa, Carlos e todos meus amigos. Sentiria falta dos churrascos de domingo, do bagunça na piscina, das festas do sábado à noite regadas à boas bebidas e risadas. Eu pensei em Jordany. Acho que ele também se a
Troquei de roupa e coloquei meu pijama. Fiquei um pouco constrangida, pois eu estava quase de pijama durante o jantar. Havia esquecido completamente da visita de Luciano naquela noite. Ri de mim mesma e minha falta de atenção. Fui até a janela e vi que ele estava voltando para casa caminhando. Ele parecia bem tranquilo com relação ao que havia acontecido com ele, o que era difícil. Jovens como ele dificilmente eram assim. Geralmente culpavam meio mundo por tudo. Mas como ele mesmo dissera, a raiva havia passado e ele havia se curado e aceitado. Luciano era um cara legal e talvez fosse uma boa companhia no tempo que eu ficasse na fazenda. Fui deitar e logo comecei a pensar em Jonathan. Eu também queria muito falar com Helena e saber como estava indo tudo, mas o telefone realmente não pegava naquele lugar. E meus pais não tinham telefone em casa. Quando precisavam iam até a cidade. Parecia que eu estava ali há tanto tempo, no entanto só havia passado dois dias. Talvez o passeio no lago
Eu voltei para a margem e antes de sair da água, perguntei:- Tem certeza de que não vai entrar? A água está maravilhosa.- Tenho. – ele disse sorrindo.Percebi que ele havia organizado uma mesa com algumas guloseimas. Fiquei impressionada. Estava tudo sobre uma mesa dobrável, inclusive com uma toalha xadrez vermelha estilo piquenique e duas cadeiras.Saí e fiquei um pouco no sol para secar meu corpo e minha roupa molhada. Minha camiseta branca estava grudada no corpo, deixando meu sutiã completamente a mostra. Senti-me quase nua na frente daquele estranho que eu mal conhecia. Mas ele nem sequer olhava para meu corpo. De alguma forma parecia que eu não o atraía. Luciano parecia mais interessado na cadela do que em ver uma mulher seminua na frente. Ele poderia não gostar de mulheres. Ou talvez eu não fosse o tipo dele. Eu não me achava uma mulher linda, mas não também não era feia. Costumava chamar a atenção quando me arrumava e da forma como estava naquele momento chamaria ainda mais.
Uma semana se passou em Ataúba e eu nem percebi. Tive tempo de conhecer toda a fazenda de meu pai e uma parte de da Luciano, que era imensa. Havia conhecido lugares diferentes, interessantes, que nunca imaginei conhecer, mas nenhum se comparava ao lindo lago na propriedade dele. Chegamos a voltar lá uma tarde quente, mas foi por pouco tempo. Comece a ficar bastante tempo com Luciano e desta forma percebi o quanto ele era ocupado com tudo que precisava administrar ao redor dele, sem contar as demais fazendas que ele tinha pelo país. Eu nem sei se ele tinha noção do quanto ele tinha de dinheiro. Eu estava começando a me habituar àquele local peculiar, do qual tanto eu fugi por longos anos. Luciano estava se tornando um bom amigo. E com isso o Dreamworld ia ficando cada vez mais distante. Durante à noite, sozinha em meu quarto, olhando o céu estrelado, eu podia pensar em Jonathan e em tudo que vivemos. E às vezes eu não conseguia evitar as lágrimas. Conseguia senti-lo tão perto de mim qu
- Eu tenho todo o tempo do mundo para ouvir você. – ele disse levantando a taça de drinque em minha direção. – Hoje é sexta-feira e meu único compromisso é você.- Eu vim embora por amor. – confessei. Eu não tinha outra forma de contar a ele.- Eu já imaginava. Por que o deixou?- Porque minha melhor amiga é apaixonada por ele.- E... Você ainda o ama?- Sim... – eu disse um pouco apreensiva. – Eu não sei se vou conseguir esquecê-lo algum dia.- E seu amor é correspondido?- Sim.- Então... Por que não ficaram juntos?- Por causa de Samantha. Eles namoraram alguns meses... Depois ela terminou com ele porque descobriu que foi traída. Então ela se apaixonou por ele. Sim... Ela se apaixonou depois que terminaram. – eu confirmei. – Samantha é meio maluca... Não sei se você conseguiria entender ela. Mas ainda assim é uma ótima amiga, daquelas que você contar qualquer hora. Mas ele nunca gostou dela... Ele sempre gostou de mim... Mas eu fui saber disto tarde demais. E eu abri mão dele para
Eu demorei para dormir naquela noite. Pensei muito em Luciano e na forma como ele falou comigo. Eu entendia que ele havia bebido demais. Na verdade nunca vi ele bebendo como naquela tarde. No entanto nada justificava o fato de ele ter falado comigo daquela maneira. Muito mais que o emprego que me foi oferecido, eu estava ali para ajudá-lo e lhe fazer companhia. Receber por aquilo era só um bônus. Eu realmente gostava de estar com ele e havia aprendido muito nos últimos dias. Mas também não queria ficar muito apegada. Apesar de sermos amigos, eu achava ele muito bonito e atraente e ver o outro lado dele, mesmo bêbado, não foi agradável. Para mim Luciano era perfeito, um anjo que estava ali para me fazer esquecer tudo que havia acontecido.Quando acordei no dia seguinte, parecia que eu que havia bebido. Estava com a cabeça dolorida. Tomei um banho e enquanto isso tomei a decisão de ir até a casa de Luciano e me demitir. Não daria certo eu trabalhar com ele. Eu nem tinha mais certeza se
No domingo, depois do almoço na minha casa, fui com Luciano para a casa dele, para tomarmos um sol na piscina. Eu adorava nadar, mas como ele não fazia isso de jeito algum por causa da perna, eu não me sentia bem de entrar sozinha. Acabava acompanhando-o somente observando a água, exceto na vez que fomos ao lago. Lá era impossível só observar.Bebemos drinques sem álcool, pois acho que ele teve medo de repetir a situação da sexta-feira. Conversávamos sobre coisas sem importância quando Luciano ofereceu a mão para mim. Olhei para ele sem entender.- Venha comigo. – ele disse.Eu peguei a mão dele e segui para dentro da casa. Senti uma sensação estranha em andar com ele por dentro da casa, atravessando vários cômodos. Ele me segurava firmemente e eu o seguia, lentamente. Quando chegamos ao escritório, ele disse:- Hora de usar o telefone.Olhei para ele confusa, não tendo certeza se realmente queria usar naquele momento. Ao mesmo tempo em que queria ouvir Helena e saber tudo que estava
- E então? – Luciano perguntou quando saí pela porta.Ele estava sentado na minha mesa de trabalho, ansioso pela resposta.- Tudo certo. – eu disse.- Tudo certo? Não vai me dizer como foi?- Bem, foi bom ter ouvido Helena. Eu gosto dela como eu gostaria de uma irmã, caso tivesse.- E... Como estão todos?- Não perguntei por todos, mas no geral estão bem eu acho. Samantha e Carlos estão saindo... Eu imaginava que eles dariam certo. Carlos é um homem excelente e tinha muito carinho por ela. Espero que minha amiga seja feliz... Ela merece.- Então Samantha... Não fala mais em Jonathan?Eu suspirei, também confusa quando respondi:- Ela ainda gosta de Jonathan.- Eu... Não entendo...- Você entenderia se conhecesse Samantha, acredite. – eu sorri. – Ela é tão intensa, indecisa, age por ímpeto... Mas é uma pessoa maravilhosa. Você iria se divertir muito com ela... Mas adoraria Helena ainda mais.- Quem sabe um dia eu as conheça, não é mesmo?- Acho pouco provável... Mas não impossível. – e