Dias depois… Manhã de sábado - Nênaly
Até que eu fui forte, eu consegui ver novamente o Fernando na faculdade e não chorar… claro que, ainda doía, pois eu ainda gosto dele, mas eu consegui me segurar.
Eu tinha que superar isso, ele estava tão bem, parecia que não havia acontecido nada, só eu é que estava mal, só eu é que estou sofrendo, com certeza ele está esperando que eu vá até ele e peça pra conversarmos e resolvermos as coisas, mas eu não farei isso, eu não vou me rebaixar, ele errou comigo e eu não sou a culpada por isso.
Enfim… não quero mais falar sobre ele, eu quero esquecê-lo, eu quero pensar somente em mim e no meu futuro agora, não quero mais sofrer por ninguém.
Por outro lado eu estava feliz, pois eu iria encontrar o Cadu hoje, o meu anjo, é até engraçado falar assim, mas ele foi mesmo um anjo naquele momento na praia, pois estava mesmo precisando.
Não sei, mas ele me fez se sentir bem, e eu gostei da sua companhia, e quero que sejamos amigos, ele é muito gentil, engraçado, espontâneo, e eu gostei muito disso, sinto que podemos ter uma grande amizade.
Me assusto quando meu telefone toca, era Helô, atendo.
– Amiga, tem um luau na praia mais tarde, o que acha de irmos? Pergunta ela.
– Não posso amiga, vou encontrar o Cadu, lembra?
– A é, esqueci, o anjinho loiro sabe… disse ela rindo.
– Boba… eu disse.
– Amiga, já pensou que esse Cadu pode ser o carinha que vai te tirar da depre?
– Que? Não! Eu não quero me envolver com ninguém Helô, ele é só um amigo, estamos começando uma amizade legal e é só isso.
– Não sei não… quem sabe pode rolar um sentimento… disse ela.
– Não vai rolar nada… para com isso Helô.
– Ok, ok dona durona, você quem sabe, mas você não manda no destino.
– Tchau Helô! Eu disse.
– Me liga depois e divirta-se com o anjo loiro… disse ela e eu ri.
Desliguei o telefone e desci para a sala.
Ricardo
– Alô… eu disse.
– Ricardo, estou esperando o e-mail… Disse Henrique, que logo cedo já estava bravo.
– Bom dia pra você também… eu disse… não mandei porque ainda estou editando.
– Ainda? Você tinha que ter me mandado esse e-mail ontem!
– Calma Henrique, eu tive outros problemas pra resolver, não tive tempo de editar, mas eu já estou terminando e lhe mando assim que acabar.
– Eu espero que seja ainda hoje, eu deveria ter resolvido isso a muito tempo… e como vai a empresa? Algum problema sério?
– Relaxa, está tudo bem por aqui… não quer saber como vai a nossa mãe? Ou como eu estou? Só interessa a empresa? Perguntei.
– Pelo que vejo você está muito bem, está até sem tempo para fazer o seu trabalho…Disse ele.
– Você não pensa em como a nossa mãe fica quando você não liga pra ela ou quando não dá nenhuma notícia? Não pensa nela não é? Eu disse.
– O que eu tinha pra falar eu já falei… estou esperando o e-mail, até logo… disse ele desligando.
Joguei o telefone de lado e passei as mãos pelos cabelos respirando fundo, eu queria saber em que momento o meu irmão se tornou esse cara frio… eu sei que nunca fomos tão amigos assim, mas ao menos nos falávamos sem toda essa indiferença… ele mais parece o patrão ruim que trata o empregado como se fosse um nada, um incompetente… realmente não consigo entender da onde saiu tanta amargura.
Enfim… é melhor que eu termine logo o que tenho que m****r pra ele, antes que ele fique feito um louco.
Me levanto da cama, tomo um banho e visto apenas um short, vou até a cozinha e minha mãe está tomando café.
– Oi filho… pensei que fosse dormir um pouco mais… disse ela.
– Também pensei, mas… Henrique me ligou, e como sempre reclamando que não fiz algo.
– E como ele está? Está tudo bem? Não quis falar comigo?
– Sinto muito mãe, mas não… Ele estava como sempre, frio e seco, falou o necessário e depois desligou na minha cara como sempre.
– Eu não sei porque ele faz isso conosco...disse ela triste.
– Não liga não mãe, isso vai passar, ele vai perceber que o bem maior que temos é a família e os que nos querem bem, ele só precisa de tempo… eu disse.
– Espero que você tenha razão querido… bom… eu vou sair, com umas amigas, volto a tarde está bem?
– Tudo bem… eu vou terminar o que tenho pendente e a tarde eu devo sair então não deve me encontrar quando chegar… eu disse.
– Vai sair com alguém filho? Ela perguntou.
– Bom… sim… eu disse sorrindo.
– Huuum… que mistério, tudo bem então… até mais tarde… disse ela me dando um beijo e indo.
Comi alguma coisa e depois fui trabalhar no computador.
Horas depois…
Fiquei esperando quase meia hora, e finalmente ela chegou… pude vê-la atravessando as ruas e quando ela estava chegando perto eu sorri, ela estava linda, meus olhos não saíam dela nem um segundo sequer.
– Oi… disse ela ao chegar perto de mim.Aquele sorriso encantador em seus lábios, como ela estava diferente de quando nos conhecemos na praia, ela estava feliz.
– Oi… eu disse lhe cumprimentando com um beijo no rosto… está linda!
– Obrigada… ela respondeu.
– Pronta pra se divertir? Perguntei.
– Sim… onde vamos?
– Surpresa… eu disse… vem comigo… peguei em sua mão e atravessamos as ruas indo em direção a minha moto que estava estacionada em frente.
– É sua? Ela perguntou assustada.
– Sim… porque? Tem medo de andar?
– Não… é que… eu nunca andei… disse ela.
– Sério? Bom… não precisa ficar com medo, não é tão ruim assim.
– Se você está dizendo… disse ela.
– Deixa eu colocar isso em você… eu disse pegando um capacete e colocando nela.
Coloquei o meu e subi na moto, depois a ajudei.
– Não fique com medo, confie em mim… eu disse.
– Ok… Disse ela.
– Pode segurar em mim… eu disse pegando em suas mãos e coloquei em minha cintura.
– Está bem… disse ela.
E então eu saí, devagar a princípio, mas depois aumentei a velocidade e percebi que seus braços se envolveram em volta de mim e suas mãos se apoiaram sobre meu abdômen, suas mãos estavam um pouco trêmulas, ela estava com medo, mas eu não iria fazer nada que a deixasse nervosa, eu estava indo o mais devagar que eu podia, mas com essa moto eu não posso andar devagar, preciso manter uma velocidade razoável.
Não demorou para chegarmos pois de moto era bem rápido, estacionei e descemos, e ao tirar o capacete pude ver a felicidade nos seus olhos e no seu sorriso.
– Não acredito! Disse ela surpresa.
– Imaginei que iria gostar… eu disse.
– Nossa, faz tempo que não venho num parque de diversões.
– Eu também… eu disse.
– O que estamos esperando, vamos entrar! Disse ela entusiasmada.
– Claro, vamos… eu disse e peguei em sua mão pra entrarmos.
...
NênalyFoi uma noite perfeita!Eu não havia me divertido tanto assim faz tempo… Nós fomos em todos os brinquedos possíveis do parque, jogamos em alguns e até ganhamos um ursinho, Cadu era bom nesses jogos e conseguimos ganhar um ursinho, que ele me deu, como lembrança do dia legal que tivemos.Foi tão legal, depois de nos divertimos muito fomos comer algo, e comemos como se não houvesse amanhã, comemos muito! Nossa, o Cadu era tão legal, tão divertido, eu me senti tão bem com ele, ele me fez rir o tempo todo, definitivamente eu amei essa noite… mas já estava tarde e estava na hora de voltar pra casa.Voltamos ao estacionamento e pegamos sua moto para irmos embora… passei o meu endereço pra ele e fomos.Chegando ao meu condomínio ele estacionou e descemos da moto tirando os capacetes.– Foi incrível Cadu… obrigada! Eu disse.– Que nada… eu
RicardoTomei um banho bem rápido e me arrumei, depois sai feito um furacão, não via a hora de ver a minha Nena, pelo jeito eu estava mesmo me apaixonando por ela, porque nunca senti nada igual, nunca senti toda essa aflição, essa vontade de estar perto, de saber tudo sobre a pessoa, nem com a Babi foi assim, é totalmente diferente do que eu já senti por uma garota… Mas, por enquanto, eu sei que isso tem que ficar guardado só pra mim.Peguei minha moto e fui em direção a sua casa… chegando no condomínio eu pedi que me anunciasse e o porteiro liberou minha entrada, perguntei a ele o número da casa e ele me disse e logo eu estava lá, estacionei a moto em frente e desci indo até a campainha… toquei e fiquei esperando.– Oi… disse uma senhora, que deveria ser a mãe da Nena, ela estava sorrindo e me olhou de cima a baixo, eu fiquei até sem graça.– Oi… eu disse sem jeito… eu sou Cadu, vim ver a Nen
Não demorou muito e eu cheguei a festa… entrei e o pessoal da faculdade estava lá… logo que cheguei Júnior que estava no bar de sua casa veio até mim.– Enfim mano… disse ele me cumprimentando.– Lembrando que só vim por chantagem… eu já ia dormir, estava casado… eu disse.– Me fala dessa garota, quem é ela? Onde a conheceu? Por ter prendido a sua atenção deve ser uma gata e tanto.– Ah, depois eu te falo sobre isso… eu disse… tenho uma bomba pra te falar antes.– Vamos beber alguma coisa, mas vai falando… disse ele e fomos até o bar.– Henrique, ele está voltando, chega amanhã… eu disse pegando uma bebida.– Que? Sério mesmo? O que deu nele?– Não faço idéia… com certeza ele está vindo por algo da empresa, não porque está com saudades.– Odeio concorda, mas é verdade… disse ele.– Já vi que essas férias não serão n
Noite de Segunda-Feira - Ricardo.Depois do dia longo de trabalho e faculdade eu cheguei em casa morto, mas também ansioso, porque será que Henrique voltou, o que ele pretendia com essa volta? Saudades ele não estava sentindo, tenho certeza, mas eu iria dizer isso perto da minha mãe, ela está tão feliz, mas eu sei que não é por isso.Minha mãe estava na cozinha fazendo o jantar, então fui pro meu quarto e tomei um banho, me vesti e deitei um pouco pra descansar antes que o Henrique chegasse.Peguei meu celular e fiquei olhando as mensagens e ligações… senti a enorme vontade de ligar pra Nena, pra contar sobre a volta do meu irmão e claro, saber como ela estava, se estava melhor, como foi o seu dia… mas será que devo ligar? Bom… porque não né? Disquei seu número e esperei.– Oi Cadu… disse ela atendendo.– Oi Nena… eu disse… como está? Melhor?
Ficamos caminhando pela praia e conversando, e na maioria do tempo eu fiquei pensando no que Helô havia me falado… se eu parasse um pouquinho e olhasse diferente pro Cadu, eu veria o quanto ele era lindo, o quanto ele chamava a atenção de qualquer garota por onde ele passava, e eu percebi isso hoje, ele era sim um cara perfeito, que qualquer menina gostaria de ter… será que depois do que ela me falou, eu consigo não pensar dessa forma? Não sei… me despertou o interesse, mas mesmo assim eu tenho medo de me magoar de novo.– O que foi Nena? Você parece distante… disse ele.– Hã? Eu? Não, eu tava pensando uma bobagem aqui, nada de mais… eu disse envergonhada.– Sabe Nena… eu acho que você ainda não me disse porque estava mal naquele dia na praia… disse ele e eu fiquei em silêncio… – Por acaso foi um relacionamento que não deu certo? Perguntou ele e eu arregalei os olhos pensando, como ele sabia?– É… foi isso… eu
Manhã de sábado - RicardoA noite ontem não podia ter sido melhor… o que eu mais queria aconteceu, Nena e eu ficamos, eu finalmente disse a ela tudo que eu tava sentindo, a princípio ela ficou medo, mas no fim acabou cedendo e me beijou, claro que não neguei, era o que eu queria, agora eu não sei o que vai acontecer, porque não falamos nada ontem a noite, apenas ficamos aproveitando o momento… sei que ela está insegura e com medo, pelo que aconteceu, e falando nisso, eu não podia acreditar que o Fernando havia feito aquilo com ela, logo ele que me parecia um cara bacana, realmente não conhecemos as pessoas, as aparências enganam… vai ser difícil ela confiar em alguém assim rapidamente, mas com o tempo isso vai passar, e em mim ela pode confiar eu jamais faria algo assim, ainda mais com ela que é uma menina maravilhosa.– Filho! Diz minha mãe batendo a porta.
As lágrimas já brotavam em meu olhos, eu não conseguia parar de olhar aquilo… Helô percebeu e também viu o que eu estava vendo…– Não posso acreditar… disse ela.Mas eu não consegui dizer nada, apenas me levantei e saí dali correndo, eu não queria ver aquilo, era demais pra mim, eu me senti a pessoa mais idiota do mundo, a mais boba, a mais tonta, como eu pude acreditar no que ele me disse? Aquele papinho de anjo e tudo mais… eu sou um ingênua isso sim, muito ingênua, muito idiota, eu estava com uma raiva imensa de mim mesma… a tristeza novamente tomou conta do meu coração, eu novamente fui passada pra trás… como eu deixei isso acontecer de novo?Helô me chamava, mas eu não dava ouvidos, eu saí dali e corri pela praia na direção oposta onde eles estavam… eu só queria sumir dali, não lembrar que vi aquilo.Eu estava chorando e de cabeça baixa, nem percebi que bati de frente com alguém que estava saindo do mar.<
RicardoDepois que saímos da lanchonete, levei Nena em casa e depois voltei para a minha.Chegando minha mãe estava preparando o almoço, então fui tomar um banho pra tirar o sal e a areia do corpo e depois voltei pra cozinha onde estava minha mãe.– Mãe, quer alguma ajuda? Perguntei.– Não querido… disse ela… mas, me conta, quando vou conhecer a menina que ganhou seu coração?– Em breve mãe… ainda é cedo sabe, mas eu vejo que essa relação vai se firmar, eu sinto, senti isso hoje na praia, com uma situação que aconteceu, só me deu mais certeza de que ela também está começando a sentir o que eu já sinto por ela... eu disse.– Hum, que lindo filho… mas, o que foi que aconteceu?– Ela viu o Henrique com uma garota, não sei quem era pois não vi, e pensou que fosse eu… imagina, ela ficou mal, eu pude ver nos seus olhos