Capítulo 3

Dias depois… Manhã de sábado - Nênaly

A semana passou depressa, até mais depressa do que eu esperava.

Até que eu fui forte, eu consegui ver novamente o Fernando na faculdade e não chorar… claro que, ainda doía, pois eu ainda gosto dele, mas eu consegui me segurar.

Eu tinha que superar isso, ele estava tão bem, parecia que não havia acontecido nada, só eu é que estava mal, só eu é que estou sofrendo, com certeza ele está esperando que eu vá até ele e peça pra conversarmos e resolvermos as coisas, mas eu não farei isso, eu não vou me rebaixar, ele errou comigo e eu não sou a culpada por isso.


Enfim… não quero mais falar sobre ele, eu quero esquecê-lo, eu quero pensar somente em mim e no meu futuro agora, não quero mais sofrer por ninguém.

Por outro lado eu estava feliz, pois eu iria encontrar o Cadu hoje, o meu anjo, é até engraçado falar assim, mas ele foi mesmo um anjo naquele momento na praia, pois estava mesmo precisando.

Não sei, mas ele me fez se sentir bem, e eu gostei da sua companhia, e quero que sejamos amigos, ele é muito gentil, engraçado, espontâneo, e eu gostei muito disso, sinto que podemos ter uma grande amizade.

Me assusto quando meu telefone toca, era Helô, atendo.


– Amiga, tem um luau na praia mais tarde, o que acha de irmos? Pergunta ela.

– Não posso amiga, vou encontrar o Cadu, lembra?

– A é, esqueci, o anjinho loiro sabe… disse ela rindo.

– Boba… eu disse.

– Amiga, já pensou que esse Cadu pode ser o carinha que vai te tirar da depre?

– Que? Não! Eu não quero me envolver com ninguém Helô, ele é só um amigo, estamos começando uma amizade legal e é só isso.

– Não sei não… quem sabe pode rolar um sentimento… disse ela.

– Não vai rolar nada… para com isso Helô.

– Ok, ok dona durona, você quem sabe, mas você não manda no destino.

– Tchau Helô! Eu disse.

– Me liga depois e divirta-se com o anjo loiro… disse ela e eu ri.


Desliguei o telefone e desci para a sala.


Ricardo

Acordei no susto com o meu celular tocando… procurei ele pela cama e atendi ainda sonolento e de olhos fechados.


– Alô… eu disse.

– Ricardo, estou esperando o e-mail… Disse Henrique, que logo cedo já estava bravo.

– Bom dia pra você também… eu disse… não mandei porque ainda estou editando.

– Ainda? Você tinha que ter me mandado esse e-mail ontem!

– Calma Henrique, eu tive outros problemas pra resolver, não tive tempo de editar, mas eu já estou terminando e lhe mando assim que acabar.

– Eu espero que seja ainda hoje, eu deveria ter resolvido isso a muito tempo… e como vai a empresa? Algum problema sério?

– Relaxa, está tudo bem por aqui… não quer saber como vai a nossa mãe? Ou como eu estou? Só interessa a empresa? Perguntei.

– Pelo que vejo você está muito bem, está até sem tempo para fazer o seu trabalho…Disse ele.

– Você não pensa em como a nossa mãe fica quando você não liga pra ela ou quando não dá nenhuma notícia? Não pensa nela não é? Eu disse.

– O que eu tinha pra falar eu já falei… estou esperando o e-mail, até logo… disse ele desligando.


Joguei o telefone de lado e passei as mãos pelos cabelos respirando fundo, eu queria saber em que momento o meu irmão se tornou esse cara frio… eu sei que nunca fomos tão amigos assim, mas ao menos nos falávamos sem toda essa indiferença… ele mais parece o patrão ruim que trata o empregado como se fosse um nada, um incompetente… realmente não consigo entender da onde saiu tanta amargura.


Enfim… é melhor que eu termine logo o que tenho que m****r pra ele, antes que ele fique feito um louco.


Me levanto da cama, tomo um banho e visto apenas um short, vou até a cozinha e minha mãe está tomando café.


– Oi filho… pensei que fosse dormir um pouco mais… disse ela.

– Também pensei, mas… Henrique me ligou, e como sempre reclamando que não fiz algo.

– E como ele está? Está tudo bem? Não quis falar comigo?

– Sinto muito mãe, mas não… Ele estava como sempre, frio e seco, falou o necessário e depois desligou na minha cara como sempre.

– Eu não sei porque ele faz isso conosco...disse ela triste.

– Não liga não mãe, isso vai passar, ele vai perceber que o bem maior que temos é a família e os que nos querem bem, ele só precisa de tempo… eu disse.

– Espero que você tenha razão querido… bom… eu vou sair, com umas amigas, volto a tarde está bem?

– Tudo bem… eu vou terminar o que tenho pendente e a tarde eu devo sair então não deve me encontrar quando chegar… eu disse.

– Vai sair com alguém filho? Ela perguntou.

– Bom… sim… eu disse sorrindo.

– Huuum… que mistério, tudo bem então… até mais tarde… disse ela me dando um beijo e indo.


Comi alguma coisa e depois fui trabalhar no computador.


Horas depois…


Quando terminei tudo já era quase 16h da tarde, nossa, eu estava atrasado, mandei o e-mail para o Henrique e corri pra me arrumar, mas antes mandei uma mensagem para Nena e disse que estaria lá às 16:30, e ela respondeu que tudo bem, o que me tranquilizou… então corri pra ficar pronto.

Assim que terminei eu desci correndo para o calçadão da praia, essa é a vantagem de morar em frente, em menos de 2 minutos eu já estava lá, mas ela ainda não havia chegado, o que era bom, é sempre bom chegar primeiro e passar a impressão de que você estava ansioso pelo encontro… Peguei minha moto na garagem e a deixei lá fora, pra irmos até onde eu queria levá-la.


Fiquei esperando quase meia hora, e finalmente ela chegou… pude vê-la atravessando as ruas e quando ela estava chegando perto eu sorri, ela estava linda, meus olhos não saíam dela nem um segundo sequer.

– Oi… disse ela ao chegar perto de mim.

Aquele sorriso encantador em seus lábios, como ela estava diferente de quando nos conhecemos na praia, ela estava feliz.

– Oi… eu disse lhe cumprimentando com um beijo no rosto… está linda!

– Obrigada… ela respondeu.

– Pronta pra se divertir? Perguntei.

– Sim… onde vamos?

– Surpresa… eu disse… vem comigo… peguei em sua mão e atravessamos as ruas indo em direção a minha moto que estava estacionada em frente.

– É sua? Ela perguntou assustada.

– Sim… porque? Tem medo de andar?

– Não… é que… eu nunca andei… disse ela.

– Sério? Bom… não precisa ficar com medo, não é tão ruim assim.

– Se você está dizendo… disse ela.

– Deixa eu colocar isso em você… eu disse pegando um capacete e colocando nela.


Coloquei o meu e subi na moto, depois a ajudei.


– Não fique com medo, confie em mim… eu disse.

– Ok… Disse ela.

– Pode segurar em mim… eu disse pegando em suas mãos e coloquei em minha cintura.

– Está bem… disse ela.


E então eu saí, devagar a princípio, mas depois aumentei a velocidade e percebi que seus braços se envolveram em volta de mim e suas mãos se apoiaram sobre meu abdômen, suas mãos estavam um pouco trêmulas, ela estava com medo, mas eu não iria fazer nada que a deixasse nervosa, eu estava indo o mais devagar que eu podia, mas com essa moto eu não posso andar devagar, preciso manter uma velocidade razoável.


Não demorou para chegarmos pois de moto era bem rápido, estacionei e descemos, e ao tirar o capacete pude ver a felicidade nos seus olhos e no seu sorriso.


– Não acredito! Disse ela surpresa.

– Imaginei que iria gostar… eu disse.

– Nossa, faz tempo que não venho num parque de diversões.

– Eu também… eu disse.

– O que estamos esperando, vamos entrar! Disse ela entusiasmada.

– Claro, vamos… eu disse e peguei em sua mão pra entrarmos.

...


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