Algumas semanas se passaram e Skyler sentia-se cada vez mais em casa. Tudo ia bem no trabalho, em casa e principalmente, com Alex. O sexo entre os dois se tornou constante e ela dormia na casa dele algumas vezes. Mas isso só ocorria, porque ela nunca mais viu Stephen ou o carro dele. Desde o dia em que ele ameaçou a vida de Alex, ele não deu mais as caras. E quem também estava diferente com Skyler, era Ully. A mulher que era tão companheira e amiga dela, se afastou e mal olhava na cara da outra. Skyler se queixou com Hunter. — Eu nunca a vi assim. — ele responde, olhando para Ully de lado. — Ela está mais ranzinza que antes e só sorri para aquele celular dela. Deve estar namorando. — E isso seria motivo para ela nos tratar mal? Ele dá de ombros e se afasta quando percebe que Ully passa por eles. Ela disfere um olhar fulminante para Skyler, que continua tão confusa quanto antes. — Garota maluca. — ela murmura. — Quem é maluca? Alex pergunta, chegando ao restaurante. Ele
As sirenes das ambulâncias soavam cada vez mais alto, conforme se aproximavam. Skyler sentia todo o seu corpo doer e apesar de estar consciente, algo a impedia de abrir os olhos. — Ela está de capacete, deixe que eu olho. Acho melhor você e o outro pessoal olhar o homem. Aquilo não parece bom. Ouvir aquelas pessoas estranhas falando sobre Alex, deixou Skyler inquieta. A paramédica se ajoelha perto dela e checa seus batimentos, antes de retirar o capacete que estava em sua cabeça. — Ei? – a paramédica chama, colocando nela um colar cervical. – Senhora? Consegue me ouvir? — Hmmm... Eu... Com dificuldade, Skyler consegue abrir seus olhos. Ela estava deitada na calçada de uma hamburgueria e tudo o que estava em seu campo de visão, era o toldo imundo daquele lugar. Sem conseguir virar o pescoço, por causa do colar cervical, ela não fazia ideia de onde estava Alex. — Dói em algum lugar? — Não... Eu não... — ela umedece os lábios, sentindo o gosto de ferro em sua saliva. — Al
Logo que o detetive fez aquela pergunta, Skyler sentiu suas pernas vacilarem e desmaiou. Haley entrou em pânico e gritou por ajuda. Os enfermeiros e médicos da emergência correram para ajudar, rapidamente colocando Skyler em uma maca e começando a avaliá-la. — Foi o ex-marido dela! — Haley fala para o detetive, assim que percebe o motivo do desmaio de Skyler. — Aquele lunático agressor. Foi ele! — Como pode ter certeza? — Skyler tomou coragem para deixá-lo depois de dez anos sofrendo nas mãos daquele imbecil e fugiu para cá. Óbvio que ele veio atrás dela e continuou fazendo ameaças. Stephen não aceitou o divórcio. Você não disse que acha ter sido premeditado? — ele assente. — Então com certeza foi ele. Stephen é a única pessoa que faria mal a minha irmã ou ao Alex. — Você tem um endereço? O sobrenome é Bennett? — Não. É Hardy. Stephen Hardy. E eu só tenho o endereço da casa em que eles moravam no Missouri. O detetive balança a cabeça em afirmativa, enquanto faz algumas ano
Quando o remédio que haviam dado para Skyler, passa o efeito, a mulher acorda com seu corpo inteiro doendo. Ela tenta se mexer na cama e acaba soltando um gemido de dor. Haley que estava adormecida na poltrona ao lado, deu um salto ao ouvir um barulho vindo de sua irmã. — Sky! — ela exclama, se colocando no campo de visão da sua irmã mais velha. — Você acordou. Como está? Quer que eu chame alguém? Skyler faz mais uma careta ao tentar se sentar e Haley a ajuda. A mulher cujo cabelos estão ligeiramente maiores do que quando chegou a Califórnia, suspira profundamente. — Água. Quero água. — Claro... — Haley se vira para a mesinha que havia ao lado da poltrona que lhe serviu de cama e pega a garrafa que Aisha tinha deixado com ela. — Aqui. Haley tenta ajudar Skyler com a garrafa, mas sua irmã empurra-lhe a mão e bebe a água sozinha. Após ingerir todo aquele líquido sem nenhuma pausa, Sky respira pesado e se vira para a irmã. — E o Alex? — Oh... ele... — Sem enrolação, Haley
Três dias se passaram desde o acidente que quase acabou com a vida de Alex. Skyler não saiu do hospital por um segundo sequer, recusando-se a deixar o lado de Alex. Ela fez questão de se manter informada sobre o estado de saúde dele, conversando regularmente com os médicos e enfermeiros, ansiosa por qualquer sinal positivo. Quando Haley conseguia sair do trabalho, ela passava no hospital e ficava horas conversando com a irmã. Skyler não compartilhou seus planos de se afastar de Alex, pois sabia que sua irmã iria lhe condenar por aquilo. Skyler não conseguiu comer muito, sua preocupação com Alex a deixava sem apetite, mas ela se forçava a se alimentar para se manter forte. Ela também dormiu muito pouco, acordando várias vezes durante a noite para verificar o estado de Alex e garantir que ele estivesse bem. No terceiro dia, enquanto estava ao lado da cama de Alex, segurando sua mão e olhando para seu rosto negro e ferido, algo extraordinário aconteceu. Alex começou a mexer os dedo
— Mas que inferno, Irina! — Alex reclama, tentando se levantar. — Por que você sempre tem que se meter na minha vida? Porque sempre... Ao erguer seu corpo e estar sentado, Alex sente uma dor incontrolável vir de seu abdômen. Antes de tombar seu corpo novamente, ele toca o local de onde vinha a dor e solta um grunhido alto. Imediatamente a máquina de monitoramento cardíaco começa a soar descontroladamente, chamando atenção de um médico que passava. — O que aconteceu? — o médico pergunta para Irina, já que Alex continuava gemendo de dor e pressionando o abdômen. — É aqui que dói? Tire a mão. — Ele tentou se levantar e aí começou a reclamar de dor. — Claro... — ele murmura, erguendo a roupa hospitalar de Alex e deixando o ferimento que sangrava exposto. — Senhor Donovan, o senhor passou por uma cirurgia no seu fígado. Acabou de acordar de uma sedação depois de três dias. Não pode simplesmente se levantar e sair andando. — Mas eu preciso... — Precisa ficar quieto e se recuperar. — o
— Não acredito que você vai sair nessa chuva. — Vou dar uma passada no restaurante. — Skyler diz, olhando em seu celular a distância em que o carro de aplicativo estava. — Hunter me disse que havia um erro no sistema e que a menina nova não estava conseguindo descobrir. Vou lá ajudar. — Você é a única pessoa que se demite do emprego, para não ver mais o chefe por quem é apaixonada e mesmo assim vai para lá todos os dias. Skyler suspira. Ela se senta ao lado de Haley no sofá, visto que o carro ainda estava um pouco longe. — Sabe que só vou lá porque Alex está em casa. O repouso dele é severo. E eu não estou apaixonada por ele. Haley olha com deboche para a irmã e solta uma risada. — É... sou eu que fico olhando as fotos dele no instagram e murmurando de madrugada que... — EI! — Skyler salta do sofá, sentindo-se envergonhada de imediato. — Você fica me ouvindo...? — Gemer? É... eu escuto. — Ah meu Deus! — Skyler esconde o rosto com as mãos. — Vou esperar o carro lá fora. Você
Skyler ficou paralisada ao dar de cara com Alex do lado de fora do banheiro. Apesar do restaurante ser dele e sua presença não deveria ser contestada, ela não conseguia acreditar no que estava vendo. O coração de Skyler começou a bater mais rápido e ela se sentiu emocionalmente sobrecarregada com a presença dele. Alex estava parado ali, olhando para ela com uma expressão de surpresa em seu rosto. Ele passou dia após dia de sua recuperação, se odiando por estar ruim o suficiente para não ir atrás dela e fazê-la mudar de ideia. Na verdade, ele quis ir logo que saiu do hospital, mas Haley o fez enxergar que era melhor deixar Skyler no tempo dela. E agora ela estava ali. Os dois se encararam por um momento que pareceu uma eternidade. As emoções transbordavam entre eles, palavras não ditas pairando no ar. Era como se o tempo tivesse parado, e eles estivessem presos naquele momento de reencontro. Finalmente, Alex deu um passo em direção a ela, ainda com aquela expressão de surpresa.