O senhor Ramon se preocupou pelo meu estado. Certamente fiquei com os meus lábios pálidos, pois sentia-os dormentes e minhas mãos suavam frio.Graças a Deus a porta feita de aço cromado se abriu e saímos caminhando sobre pisos em granito preto, tudo lindo e requintado, exalando riqueza. O local fazia jus ao nome da empresa e não poderia ser diferente se tratando de Maurice. Algumas pessoas circulavam e outras trabalhavam sentadas em suas mesas mexendo em computadores, fazendo-me perceber que o ritmo de trabalho por ali era muito intenso. Ergo meu olhar à nossa frente e fito dois homens caminhando em nossa direção.— Tio Dalton!Sophia correu para abraçar um deles e este parecia uma cópia perfeita do meu patrão, Maurice Ferri. Se não fosse seu corpo magro, poderia confundi-los facilmente.— Você é Melinda? Prazer me chamo Caíque.O outro homem aparentemente bonito estendeu o braço para me cumprimentar.— Sim, sou Melinda, a babá da Sophia.Sorrio e dou um leve aperto de mão. O mesmo a
Saio da sala da médica me sentindo confiante, pois a doutora Elaine Cristina, além de ser uma mulher muito bonita, era uma profissional incrível! Conversamos bastante sobre as mudanças do meu corpo depois das relações sexuais, como devia me proteger e me cuidar para seguir sendo uma mulher saudável.Ela era tão transparente e divertida que me deixou ainda mais encorajada, tirando toda a tensão e o nervosismo que eu sentia. A Drª. Elaine me receitou um anticoncepcional para eu começar a tomar de imediato e por enquanto precisava me prevenir até que meu corpo se adaptasse ao contraceptivo, marcamos também um exame preventivo e eu estava satisfeita com minha médica.Liguei para o Ramon avisando que estava de saída e em poucos minutos ele parou em frente ao consultório.— Olá de novo Ramon, parece que hoje nos veremos mais uma vez, certo?Sorrio para ele.— Sim, Melinda, o patrão me avisou.Chegamos em frente à minha casa, desço do carro me despedindo do meu motorista.“Ainda bem que tenh
— Vamos nos sentar aqui, você está com fome?Ele se sentou na ponta do colchão e abriu uma tigela retangular contendo frutas fatiadas artesanalmente desenhadas. Na mesma mesinha tinha um balde de gelo, com uma garrafa de frisante rosê.— Digamos que eu comeria...Me sentei ao seu lado.— Não sabia que o CEO tão imponente e sério fosse tão romântico.Brinco, arrancando-lhe um sorriso.— Você ainda não viu nada.Disse mordendo um morango.— O que eu faço com você, Linda?Sorriu descarado, trazendo o morango até minha boca. Mordi um pedaço e o vejo ofegante com meus lábios tocando a ponta dos seus dedos. Maurice ergue um pouco mais a mão e acaricia meu rosto, fazendo-me fechar os olhos ao desejar seu toque.Meu delicioso Ferri me puxa para mais perto e quando percebo, sou sugada em um beijo avassalador, tão necessitado como se minha alma fosse sair por meus lábios. Deixo as uvas caírem da minha mão e mergulho meus dedos em seus cabelos macios e perfumados.O beijo vai nos levando à uma l
— Amor, é? — Sim, e é só meu, nunca se esqueça. — Gostei disso! Sabe Melinda, nos últimos cinco anos, você é a segunda melhor coisa que aconteceu em minha vida, perdendo apenas para a Sophia. Suas palavras preencheram meu coração. — Obrigada Maurice. — Pelo quê? — Por me falar que sou importante, pois é recíproco. Estou completamente apaixonada por você e morrendo de medo de te perder, de acordar desse sonho! — Isso não vai acontecer, Linda. Você é minha e eu sou seu, nunca se esqueça disso. Melinda? Ele me encara com um pequeno sorriso tímido. — Diga. Senti meu rosto enrubescer. — Você quer namorar comigo? Se aceitar, você precisa vir morar aqui no flat, não quero minha namorada desconfortável por aí, longe de mim e correndo riscos. Sua voz era uma súplica.Fiquei boquiaberta, sem conseguir processar o que acabo de ouvir e levo alguns segundos pensando. Me esqueci completamente como se respira, meu coração não poderia pedir mais nada. Senti a felicidade golpear meu peito
— Melinda, são só cinco dias.Tentou me persuadir segurando meu braço, mas me afastei dele, pois não queria seu toque naquele momento. — Melinda me ouça, venha aqui para eu explicar melhor.O segui mesmo não querendo e me sentei na espreguiçadeira. Maurice se vestiu com sua cueca boxer preta e sentou-se ao meu lado.— Tem um minuto para me convencer, Maurice.Falei decidida.— Sabe aquela cena que você viu em meu escritório?Meneei a cabeça em sinal positivo.— O fato ocorrido foi porque Bárbara me roubou grandes quantias de dinheiro das três contas que temos, inclusive da reserva da nossa empresa. Eu descobri em tempo, conseguindo estornar os milhões que ela roubou para as contas da empresa.— Milhões?Pisquei ao perguntar.— Sim, milhões. Ela surtou e descontou tudo em mim, usando o fato de eu ter dormido fora para camuflar sua raiva por eu ter descoberto o roubo.Suspirou suprimindo sua indignação. — E sabe quem a ajudou? Meu irmão, Dalton Ferri, amante da minha esposa Revelou c
O sentimento frívolo causado pela saudade prevaleceu nos meus péssimos dias e noites de insônia, pois a distância me maltratava. Queria ouvir sua voz rouca sussurrando qualquer coisa retórica no meu ouvido só para ter a certeza de que tudo não passou de um sonho.Três dias sem Maurice e Sophia pareciam uma eternidade, a saudade apertava tanto que machucava. Meu namorado fez três chamadas de vídeo, porém não foram suficientes. Vê-lo através da tela do celular não substituía sua presença, pois tudo que eu pensava era em nós dois naquelas loucuras e desejos quando estávamos juntos.Maurice me pediu para continuar dormindo no flat enquanto viajava. Ele achava que onde eu morava não era seguro, que a qualquer momento alguém podia entrar e me fazer algo ruim, porém sua ausência naquele ambiente me fazia sentir solidão. Quando ele chegasse não nos veríamos, eu estaria em São Carlos, prometi que visitaria meus pais, afinal eu também estava morrendo de saudades da minha família: Breno, meu irm
— Nada demais, só que às vezes duvido que Maurice esteja realmente querendo algo sério comigo.Escondo o que aconteceu só para ela não me encher de perguntas.— Tem certeza que é só isso?Perguntou estreitando os olhos com as mãos na cintura.— Sim. – Forço um sorriso. – Vamos logo que não posso voltar tarde, amanhã terei um longo dia.Saímos do apartamento muito bem vestidas para curtir a noite, mas eu não parava de pensar no evento de algumas horas antes, tentava a todo custo digerir o que vi, no entanto, foi em vão. O trajeto era curto e em poucos minutos paramos em frente ao prédio onde morava Rafael.Rapidamente passamos pelo porteiro, o mesmo não nos barrou, pois o primo da Carla havia avisado que hoje receberia alguns amigos.Entramos no elevador com destino ao décimo e último andar e quando a porta se abriu já ouvíamos um barulho de música abafado vindo de dentro. Os inquilinos e vizinhos não ligavam para as festinhas do primo da minha amiga, pois todos deviam estar presentes
Bom, pelo menos minha amiga teria uma noite maravilhosa. Me despedi dela e saí do prédio frustrada. Enquanto esperava o táxi chegar, eu verifiquei meu celular e encontrei três chamadas perdidas de Maurice. Eu fiquei tão assustada e com a cabeça a mil que acabei desligando sem dar uma explicação para ele. Retornei à chamada e dessa vez era eu quem devia uma explicação.— Oi Maurice.Ele atendeu e notei sua expressão amena. Não era uma cara ruim, mas também não era boa, ele estava simplesmente olhando para a tela do celular.— Me desculpa pelo primo da Carla, ele é assim atrevido, mas já dei um basta nas brincadeiras sem graça e de péssimo gosto que ele costuma fazer.Maurice continuou apenas me analisando, sem demonstrar um pingo de compaixão. Ele estava sentado na cama com o celular encostado em algo, seus cotovelos estavam apoiados nas coxas e as mãos cruzadas coladas em seus lábios, cobrindo a visão que mais amo: sua linda, gostosa e sedutora boca carnuda, uma tentação por sinal,