Capítulo 5

Fui para a faculdade, mas o meu pensamento estava na mansão. A todo o momento eu me perguntava como o a vida pode ser tão cruel com algumas pessoas.

Há alguns dias, durante uma das refeições, um dos empregados mais antigos contou Erick e sua mulher moravam em outro país, mas assim que a mulher dele faleceu ele veio morar no Brasil porque o seu avô já morava aqui e é a sua única família.

Segundo José que é o jardineiro, por diversas vezes ele viu quando o motorista trazia mulheres lindas para ficarem com Erik, mas, nenhuma dormia na casa.

Os meus Pensamentos foram interrompidos assim que entrei na sala. Por mais que eu quisesse continuar a pensar, recusei a minha própria mente e tentei ao máximo me concentrar nas aulas.

O restante da noite passou rápido e entre tantas anotações e trabalhos eu apenas me deixei levar, enquanto a minha mente trabalhava de modo incansável.

Cheguei na mansão e como sempre cumprimentei os seguranças.

Um suspiro de alívio escapou da minha boca, a unida coisa que eu queria era a minha cama macia. Mas assim que abri a porta notei que eu não era a única naquela ambiente.

Tentei passar despercebida, mas eu sabia muito bem que ele havia notado a minha presença.

Ele estava com alguns botões da camisa abertos e um copo de whisky na mão. Com passos rápidos ele se aproximou de mim e eu apenas masseguei a minha têmpora com os dedos.

- Antes que você comece a me criticar e me ofender, me deixe ao menos tomar um analgésico. - falei cansada.

Ele apenas me enrou com aquele olhar penetrante. Eu retribui o seu olhar, mas logo me convenci a perder essa guerra e abaixei a cabeça.

Ele se aproximou ainda mais de mim e com seus dedos tocou meu rosto, levantando o meu queixo para que eu pudesse encará-lo.

A sua boca levente molhada me atraiu e senti quando o meu olhar se direceicou a ele. O seu rosto com traços marcantes e a sua postura faziam as minhas pernas fraquejarem.

O que quer de mim? - perguntei tão baixo que mais parecia um suspiro.

Erick: Eu quero você. - falou sério me olhando.

Os seus olhos pareciam fogo, de repente o seu toque queimava a minha pele e por mais que a minha mente tentasse dizer não, o meu corpo traidor apenas queria mais dele.

Os seus olhos me encaravam e ele precisava de apenas uma confirmação de que poderia enfim me ter a sua mercê. Mas permaneci firme.

Eu queria negá-lo, queria gritar e retribuir todo o gestante que ele me causou, mas eu não conseguia. A minha mente perdeu a batalha para o meu corpo e assim que ele repetiu as mesmas palavra no meu ouvido eu deixei que os meus braços me tocassem.

Nenhuma palavras foi dita, apenas os nossos olhos conversavam em silêncio e quando os seus lábios tocaram os meus percebi que eu enfim tinha decidi me entregar ao fogo.

Ele me beijava de forma urgente, o seu toque firme o suficiente para não me machucar me causava arrepios. Em segundos eu estava encostada na parede enquanto as suas mãos acariciavam cada parte do meu corpo.

Eu me sentia em chamas, os seus toques, a sua boca junto da minha e o seu corpo junto ao meu me deixava ainda mais nervosa. Era tudo muito rápido, não pude sequer pensar em consequências, senti sua boca tocando cada parte de mim enquanto a minha cabeça só conseguia focar na sensação de tê-lo junto a mim. 

- Você é minha, seu corpo é meu. Não quero ninguém tocando você!- falou de forma possessiva.

Nosso olhar se encontrou e pude perceber que havia um misto de confusão e desejo em seus olhos.

...

Acordei sentindo algumas dores no meu corpo, um sorriso se formou nos meus lábios quando as lembranças da noite vieram. Mas essa sensação foi rápida demais. Depois que a minha mente me trouxe de volta a realidade percebi que apesar do prazer que tive, esse sem dúvidas foi um erro gigante.

Mil e uma possibilidades começaram a passar pela minha cabeça sobre como seria dali em diante.

Não que eu imaginasse que ele chegasse com um buquê de flores e me pedisse em casamento. Pelo contrário, a única coisa que eu esperava era que ele pelo menos não me maltratasse mais do que já fazia constantemente.

Somos dois adultos que transaram e só. Não quero tratamento inferior, mas sei que eu não deveria ter caído nos seus braços. Agora a única coisa que espero é que ele  haja como um adulto racional pelo menos uma vez na vida dele.

Após cobrir as marcas que ele deixou no meu corpo, fui trabalhar. Apesar da inútil tentativa de tentar apagar com base o erro de uma noite, não consegui paz em nenhum segundo do dia e agradeci a Deus por não o encontrar durante o restante do dia.

Mais um dia havia se passado sem que eu o visse. Novamente ele passou o dia todo na empresa, eu estava eufórica para encontrá-lo, mas me decepcionei quando cheguei e ele não estava lá.

Passei os últimos dias pensando no que aconteceu para que ele sumisse e não demorei muito ao perceber que o motivo teria sido a noite que passamos juntos, que diga-se de passagem não saia da minha cabeça.

A rotina de Erik havia mudado, ele passava o dia todo na empresa, chegava super tarde e saía cedo. A minha ansiedade me atingiu como um impacto e me fez perceber que ele deveria estar com vergonha por haver dormido com uma serviçal.

Apesar de me questionar várias e várias vezes sobre o que ele pensava notei que isso estava me deixando ainda mais aflita.

- Quem horas será que ele chega ? - perguntou Melissa enquanto falávamos do seu cantor preferido que viria ao Brasil para uma turnê.

Nós havíamos combinado de sair para um barzinho com algumas pessoas da faculdade. Por um momento me imaginei chegando em casa e encontrando o homem que tem roubado os meus pensamentos.

Eu me sentia uma tola. A verdade é que eu nunca havia sido uma pessoa boa em relacionamentos justamente por me envolver demais.

Por mim momento desejei ser do tipo de pessoa que não se apega, que não cria expectativas e que se dá bem em sair com alguém e nunca mais ver aquela pessoa.

Já haviamos tomado alguns drinks e então chegou Rodrigo, falei com ele normalmente mas isso não o impediu de fazer várias cantadas para mim.

- Alô?- atendi meu celular, após uma chamada de um número desconhecido.

- Onde você está? - Erik perguntou de forma fria.

- Eu estou em um barzinho com uns amigos. - respondi nervosa.

- Eu quero você imediatamente aqui. Quando você assinou um contrato sabia muito bem que não pode entrar na mansão na hora que desejar. Temos regras, cumpra ou durma na rua. - falou gélido como a neve.

- Erik, não se preocupe, garanto pra você que tenho pessoas que adorariam me receber em suas casas. Rodrigo, por acaso posso dormir em sua casa? - falei fingindo que perguntava a alguém mas na verdade eu estava sozinha em uma parte mais afastada da mesa.

O barulho incessante no celular me fez perceber que ele havia desligado. Ainda duvidei, mas após olhar duas vezes constatei que ele realmente havia tomado tal atitude.

Todos perceberam que depois da ligação eu fiquei pra baixo. Claro, depois de toda a humilhação que ele me causou eu me senti péssima e o pior é que ele realmente tinha razão.

Algum tempo depois decidi ir embora, eu não tinha mais clima nenhum para continuar ali e ainda precisava me preparar mentalmente para mais um confronto com o meu chefe que nunca aceitava ser contrariado.

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