Capítulo 4

Acordei muito mais tarde do que deveria e eu definitivamente não gostava disso. O que acontece é que todas as vezes que eu perco a hora acabou descontrolando completamente a minha rotina e isso vira uma verdadeira bola de neve. Prefiro me acordar antes e fazer as coisas com calma, de certa forma sinto que o meu dia se torna ainda mais produtivo.

Não tive uma boa noite de sono, o grande problema foi que eu tive vários sonhos com o canalha do meu patrão que além de trazer problemas pra a minha vida ainda estava atrapalhando o meu sono. Falando nele, soube que o senhor Fernandes não está tão insuportável hoje, quem me contou foi o jardineiro que inclusive foi cumprimentado com um "bom dia" do patrão e isso obviamente chocou a todos na mesa do café da manhã.

Pela manhã limpei a parte externa da casa e assim que tive um tempinho corri para o jardim, pois eu estava aprendendo a cultivar algumas plantas e isso se tornou um dos meus melhores afazeres. Josy nos informou que o senhor Fernandes não virá almoçar, ficará o dia inteiro na empresa. Agradeci mentalmente a deus porque dessa forma eu poderei fazer as coisas mais rápido e ir para o meu quarto estudar alguns conteúdos.

O lamentável é que não tivemos tanta sorte quanto ao jantar, já que Dona Graça, a cozinheira, comentou comigo que o avô de Erik virá jantar aqui, sendo assim, haverá um jantar especial.

Em dias em que haviam visitas nós usávamos um outro uniforme, todos ficavam aflitos pois temiam que qualquer coisa errada acontecesse e isso despertasse a ira do nosso patrão. Era possível sentir a tensão no ar, principalmente agora em que estávamos todos de pé na mesma posição de costume. A diferença de hoje era que o meu patrão estava irreconhecível, ele conversava com seu avó de maneira descontraída, nada parecido com o chefe autoritário e imbecil que ele demonstrava ser na maioria das vezes.

Notei então que o seu avó era responsável por despertar um lado bom do meu chefe, trazendo a tona o verdadeiro Erick que se blinda constantemente como um péssimo homem. O seu avô, um homem idoso que vestia um terno extremamente caro e demonstrava bastante educação se portou completamente diferente do seu neto, pois nos cumprimentou e fez vários elogios a cozinheira que ficou radiante ao perceber que havia agradado a visita do nosso chefe.

O jantar ocorreu sem mais problemas e isso aliviou a todos nós. Após a sobremesa o Avô de Erick começou a se despedir e nós apenas observamos.

Erick: - Vovô foi um prazer receber você, espero que não me abandone por tanto tempo novamente. – Falou tranquilo.

- Erik você está solitário porque quer, você tem que começar a confiar nas pessoas ou você nunca será feliz. - o avô de Erik falou de forma séria.

Erick: - Não quero falar sobre isso. - respondeu ríspido voltando a se transformar no chefe frio e vazio.

Eles se despediram e logo o meu chefe nos dispensou. Enquanto eu me organizava para dormir notei que havia esquecido o meu colar na casa principal, o medo me tomou. Eu nunca tirava o meu colar, ele havia sido um presente que ganhei da minha avó antes que ela falecesse.

Acabei tirando para vestir no uniforme e provavelmente eu havia esquecido no banheiro. Não pensei duas vezes, apenas peguei um robe e comecei a caminhar pelos corredores da mansão. Enquanto me movia tentando fazer o mínimo de barulho os meus pensamentos me levaram de volta para a hora do jantar e lembrei as palavras do avô do meu chefe. Aquela forma de falar apenas confirmou as minhas suspeitas de que alguma coisa havia transformado o meu chefe naquele homem desprezível.

Assim que virei completamente notei que eu não estava sozinha na cozinha, de costas para mim estava Erick. Ele estava distraído e não percebeu a minha presença, mas eu acabei percebendo até demais, já que ele estava sem camisa e em seu corpo havia somente uma calça moletom. A curiosidade me venceu e fiquei mais alguns minutos o observando. Ele tinha ombros largos e muitos mais músculos do que imaginei. Continuar a vê-lo foi involuntário, mas não posso negar que em a cada momento em que eu o observava o meu corpo também vacilava.

Despertei do meu transe imaginando que se ele percebesse a minha presença provavelmente me demitiria imediatamente, então tentei passar despercebida eu estava quase chegando ao banheiro quando senti um braço passar pelo o meu corpo e uma mão tapar o grito que tentou escapar pelos meus lábios.

Erick: - Vou ter que restringir o horário de visitar a cozinha senhorita? Por que não basta te encontrar todos os dias, ainda terei que suportar a noite? - falou com raiva.

Ele estava com o corpo pressionando o meu. Conseguia sentir cada um dos seus músculos próximos a mim. Meu corpo estava junto com o dele de uma forma não única sentida e o arrepio da minha pele demonstrava o quanto eu estava afetada com essa proximidade.

Aos poucos ele foi retirando a mão que tapava a minha boca, mas não me soltou ou virou de frente para ele, apenas permitiu que eu falasse e não pensei duas vezes ao lhe responder:

Malu: - Eu não vim visitar a cozinha ou muito menos busquei a sua presença, senhor Fernandes, eu apenas vim buscar algo que esqueci no banheiro. - Falei de forma irônica.

Erick: Sabe Maria Luiza, você tem que se afastar de mim o quanto antes. Posso não ser um bom homem e geralmente não sou muito paciente com quem tenta invadir o meu espaço. – falou próximo demais da minha orelha.

Estar com o meu corpo colado ao dele sem sequer olhar seu rosto e ainda ter a sua voz rouca tão próxima ao meu ouvido abalou todas as minhas estruturas.

Malu: - você pode me soltar, por favor? – perguntei baixo.

Erick: - Dessa vez irei te soltar, na próxima pode ser que você não tenha a mesma sorte – sussurrou no meu ouvido e em seguida beijou o meu pescoço.

Senti meu corpo vacilar, o arrepio tomou meu corpo e automaticamente senti o meu corpo responder ao seu toque. Como eu poderia estar a mercê de um homem que mal me tocou.

Assim como a rapidez que ele me alcançou foi também a rapidez que ele me deixou indo embora mais uma vez. Peguei o colar em minhas mãos aliviada e ainda podia sentir o seu toque queimando a minha pele.

Amanheci com dor de cabeça, acho que e culpa do cansaço físico e mental. Eu estava cobrando muito a mim mesma. As idas a faculdade assim como todo o esforço físico e as noites mal dormidas denunciaram o quando eu precisava de uma folga e graças aos céus no dia seguinte seria o meu dia de folga.

Peguei o meu material de limpeza e organizei todo o carrinho que facilitava muito a minha vida. Já era quase nove horas da manhã e o meu chefe provavelmente estava no escritório, porem, optei por bater na porta de seu quarto antes de abri-la. Como ninguém respondeu, confirmei as minhas suspeitas de que estava vazio e abri a porta.

Caminhei alguns passos na parte de dentro do quarto colocando o carrinho próximo a parede. Tomei um susto quando a porta do banheiro foi aberta revelando meu chefe com uma toalha branca na cintura.

Senti o meu rosto esquentar e a vergonha se apossar de mim, mas já era tarde demais e ele notou o quanto eu estava constrangida.

-Senhor eu,eu,eu me...desculpe- falei gaguejando

Me senti uma idiota, me perguntei como pude não haver batido com mais força na porta, mas já era tarde. Os meus olhos passearam pelo o seu corpo, foi inevitável não me sentir atraída fisicamente por ele.

Erick: - Feche a boca senhorita, onde está a sua educação? Aprenda a bater na porta, eu já tenho problemas demais pra ter que lidar com uma empregada tarada. – falou debochando de mim.

A vergonha e excitação foram substituídas pela raiva. Um pedido de desculpas começou a sair pela minha boca, mas antes mesmo que eu pudesse pronunciar todas as palavras ele foi mais rápido e me calou com uma só palavra.

Erick: - Chega! - gritou meu chefe. - Eu não aguento mais essa sua mania de tentar encontrar desculpas. O que você quer? – me questionou raivoso.

- Eu não... - fui cortada novamente.

- Saiba que só ocupam minha cama mulheres de alta classe e não uma empregadinha como você. A única coisa que você conseguirá é tentar, mas não irá conseguir. – Falou cortante.

Eu sentia as lágrimas prestes a serem derramadas, eu sentia tanta humilhação que mal pude me mexer. Era como se eu estivesse em um transe e não conseguisse acreditar nas suas palavras.

- Você não ouviu? Saí agora! - gritou com os olhos em chama e só então consegui me mover correndo dali o mais rápido possível.

Foicomo um soco rápido e certeiro simplesmente. Saí e somente quando cheguei emmeu quarto me permite chorar. Erik Fernandes, esse era o nome do homem maisfrio e arrogante que eu pude conhecer. Ele não pensava duas vezes antes de mediminuir e me afetar. Em um dia tinha os seus braços e suas mãos em mim, nooutro me tratava feito lixo.

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