Parte 1... Eles se revezaram na sala de espera. O médico só voltou a liberar visitas de novo depois que ela dormiu mais um pouco. Tinha ficado agitada com tudo o que Anita havia lhe contado e não era bom para o estado em que se encontrava. O medicamento a derrubou e ela dormiu. A enfermeira avisou aos irmãos que ela estava acordando. Anita e Norberto haviam levado Marlene para casa. Ficaria com eles até que pudessem retornar para a casa. Também não queria ficar sozinha. Anete agradeceu á enfermeira que ajeitou seu travesseiro. Gemeu ao se mexer sentindo dor. Todo o corpo estava dolorido. Piscou rápido para focar e viu os dois em pé ao lado da cama. — Está sentindo dor querida? Ela ouviu a voz suave de Felipe e tudo voltou à sua mente. Não quis responder e tossiu, doendo a garganta. — Onde está Marlene? – a voz estava rouca. — Ela está bem – pegou sua mão — Está com Anita e Norberto. — Daqui a pouco eles chegam – Pedro tocou seu rosto. Ela tentou se sentar e gritou com a dor f
Parte 2... — Ela me disse isso. — Ele me ligou querendo dinheiro e me ameaçou dizendo que eu devia isso a ele, mas não lhe devo nada – contou sobre a dificuldade para fazer com que saísse do apartamento — Ficou com raiva quando soube que eu estava abrindo uma filial em outro lugar. — E desde quando ele está na cidade? — Há uma semana. — Sério? – Anita a olhou bem feio — Uma semana e você não disse nada pra gente? – bateu a mão na cama — Sabe que Norberto estava de prontidão se precisasse. Tinha que ter nos dito isso. Você concordou. — Eu não queria te deixar preocupada. — Ah, bom trabalho – balançou a cabeça chateada. Anete quis se sentar de novo e acabou mexendo o braço quebrado e deu um grito de dor. Marco levantou para ajudar e a fez deitar, puxando o lençol branco por cima dela. Os três que estavam lá fora entraram. — Ouvimos você gritar – Felipe viu Marco ajeitando o lençol e não gostou. Sentiu ciúme. — Esse maluco já estava incomodando essa tonta há uma semana e ela n
Parte 3... — Obrigado pessoal – Norberto gostou do apoio das pessoas. Era importante manter a união em momentos como esse. — Se não fosse por vocês a gente teria tido dificuldade de botar o restaurante pra funcionar de novo – Daniel, um dos maridos de Valéria entregou guardanapos a ele. — Verdade – Jonas, seu segundo marido disse — Nos sentimos mal com o que aconteceu aqui. Espero que esse vagabundo fique preso. O terceiro marido, Luís, trouxe uma jarra de água gelada. — E esse infeliz ainda tem o mesmo nome que eu - torceu a boca em desaprovação — Vocês ajudam a todo mundo aqui, não são esnobes como alguns babacas que se acham melhor porque têm mais grana. — Deveríamos colocar uma tornozeleira em nossas mulheres e assim a gente fica sabendo cada passo delas – Jonas disse e logo recebeu uma resposta da esposa que o deixou vermelho. Isso aliviou o clima e começaram a rir. — Acho que hoje você vai dormir no sofá – Felipe riu. — Ah, não tem problema – olhou por cima do ombro — E
Parte 4... — Eu sei amiga, mas você precisa mesmo descansar - torceu o pescoço de lado — E eles vão te ajudar, vão cuidar de você. Depois volta - deu um pequeno sorriso — Aqui você vai ser bem cuidada, vai tomar seus remédios na hora certa, vai se alimentar direito. Sabe que eu tenho a cabeça avoada quando começo a mexer com os produtos. Não quero que fique sentindo dor se eu me esquecer do horário do remédio. E aqui eu fico tranquila que está bem. — Não gosto de você dormindo lá sozinha. — Não quero dar trabalho à sua irmã. Eu ficarei bem. Vou ligar pra ela e explicar. — Eu posso tomar conta dela na loja - Paulo disse dando um passo à frente. — Sem querer ofender, mas não preciso que você tome conta de mim. Ele estreitou os olhos e um leve sorriso surgiu. — Você aceita que Paulo cuide de você ou vai ficar com Anita - Felipe disse — Escolha. Pode ficar aqui também se quiser, é bem-vinda, mas sozinha o tempo todo não vai ficar. Anete é nossa mulher, vocês são amigas, portanto ta
Parte 1... Anete não reclamou quando eles a banharam e deixou que secassem seu corpo com cuidado e carinho. Era bom. Eles estavam super atenciosos com ela. Apesar de seus ferimentos ela não estava sentindo dor naquele momento porque tomou os medicamentos certos. Eles não queriam descuidar dela de novo e fizeram uma mini farmácia no quarto em cima da cômoda com tudo bem marcado para não esquecer. A cara deles quando a despiram foi clara. Ficaram com raiva ao verem os machucados. Tinham lugares roxos pelo corpo e o gesso em seu braço mostrava mais do que o que tinha em volta do corpo para manter suas costelas no lugar. Ela não se mexia muito e isso era um pouco irritante, mas o remédio a deixava mole, então não queria brigar com eles e era bom aproveitar todo esse cuidado. Não usou suas roupas, estava com uma das camisas largas de Felipe. Eles arrumaram vários travesseiros na cama para que ficasse bem apoiada e trouxeram chá e suco para ela. A comida seria pastosa nos primeiros dias
Parte 2... Ela fez um som de irritação. — Pelo amor de Deus – arregalou os olhos — Semana passada você trocou meu absorvente. Isso é ridículo! — O que tem de mais? — Não sou incapaz de fazer isso. — Não achamos que seja – a pegou no colo — Vamos ao médico agora e se ele disser que não precisa que a carregue, deixaremos que ande por aí sozinha. Se um homem grande e teimoso já era difícil de lidar, com dois era bem mais. Deixou que a carregasse até a pick-up. No consultório os dois ficaram ao lado dela o tempo todo e encheram o pobre médico de perguntas. Algumas até a deixaram com vergonha, mas não podia fazer nada. O bom foi que ele disse que ela precisava se mexer mais, caminhar e não ficar mais tanto tempo deitada. Por um lado se sentia bem com esse carinho e atenção, mas por outro não queria se tratada como uma inválida e nem queria acreditar nesse amor que eles diziam sentir. Qual a garantia de que eles não iriam repetir o erro e ela ficaria de novo sozinha? Na saída
Parte 3... — Está sendo infantil, Anete - disse com raiva — Nós amamos você sim - disse firme — Pensamos que estava nos enganando e sofremos com isso. Só dissemos pra você ir embora porque achamos que era isso o que você queria e que logo iria nos contar e dar um pé na nossa bunda. Não queríamos sofrer depois, então cortamos logo, apesar de ter sido de modo cruel, eu admito, mas foi por orgulho besta de macho. Ela ficou calada um instante, apenas os olhando. Claro que queria voltar com eles, mas e a garantia de que tempos depois tudo não voltaria a acontecer? E Marlene iria ficar sozinha na loja? Tinha que tomar a decisão certa pra não repetir o erro depois. Felipe se aproximou e fez um carinho de leve em seu rosto, arrepiando sua pele e seu coração disparou. Queria demais os dois. — Isso é teimosia de sua cabeça dura. Você não quer admitir que também ama a gente, só que tem medo. — Ah, você agora sabe de meus sentimentos também? — Não, eu não sei - Felipe suspirou — Só e
Parte 1... As semanas seguintes passaram rápido. Marlene e Anita trabalharam juntas fazendo os produtos naturais com a ajuda de duas garotas que ela contratou. Como não podia se abaixar muito e ter cuidado com os movimentos, Anete ia para a loja de manhã e ficava sentada em uma cadeira alta e confortável que Felipe havia comprado. Pelo menos podia ajudar na parte burocrática fazendo a organização e ensinando ás duas ajudantes o trabalho. Tanto pelo ocorrido quanto pela inauguração a notícia da nova loja de produtos naturais se espalhou e muitas pessoas apareceram, a maioria mulheres que queriam conhecer seus produtos. Como já sabiam como era agitado o período inicial após uma inauguração, elas já tinham amostras prontas para dar às pessoas que apareciam e também mandaram que as garotas da filial lhes enviassem as novidades que haviam chegado na capital. Acabou fazendo contatos com outros fornecedores e até pessoas da cidade vizinha passaram para conhecer os produtos. Foi uma vitó