Capítulo 119 - "O Caminho do Destino"
(Narrado por Elira)A luz do amanhecer filtrava-se através das árvores altas, lançando raios dourados sobre o campo de treino. Eu estava ali, sentada sobre uma rocha coberta de musgo, observando o vapor quente que saía da minha respiração em contraste com o ar frio. A floresta parecia estranhamente quieta, como se aguardasse algo inevitável.Minhas mãos seguravam o Prisma Lunar com firmeza, sentindo sua superfície fria contra minha pele. Sua energia vibrava levemente, mas de alguma forma parecia insuficiente. Desde o ritual na noite anterior, eu sabia que precisava mudar. Não poderia continuar sendo apenas um elo frágil nessa corrente que nos unia. A batalha que se aproximava exigiria mais de mim, e, para estar à altura, eu precisava encontrar a verdadeira extensão do meu poder.“Você não está sozinha.”A voz de Draegon ecoava em minha mente, repetindo as palavras que ele me dissera na noite anterioCapítulo 120 - "O Eclipse da Lua"(Narrado por Elira) A lua já estava alta quando Kaleb partiu, sua silhueta sumindo rapidamente entre as árvores escuras da floresta. O vento carregava um aroma estranho, uma mistura de terra úmida e algo mais profundo, algo que eu não conseguia identificar. Havia tensão no ar, e meu coração parecia sintonizado com ela, pulsando em um ritmo inquieto. Draegon e Thalrik estavam ao meu lado, silenciosos. Draegon mantinha os braços cruzados, seu rosto sério e contemplativo. Thalrik, por outro lado, estava inquieto, seus olhos constantemente vasculhando os arredores, como se esperasse que a floresta revelasse algum segredo. — O eclipse está próximo. — A voz grave de Draegon quebrou o silêncio. Ele não olhou para mim, mas suas palavras foram dirigidas tanto a mim quanto a Thalrik. — A profecia sempre foi clara, quando a lua sangrar, o véu entre os mundos estará mais frágil. Senti um calafrio subir pela espinh
Capítulo 121 - "A Dança das Sombras" (Narrado por Draegon) A escuridão era absoluta. Mesmo com minha visão lupina, era como se o mundo tivesse sido engolido por uma sombra sem fim. O eclipse havia mergulhado a floresta em um silêncio opressivo, quebrado apenas pelo som de galhos se partindo ao longe. Um aviso do que estava por vir. A clareira, que momentos antes vibrava com cânticos e magia, agora parecia um espaço vulnerável, exposto. Cada fibra do meu ser estava alerta, os pelos em minha nuca eriçados. Olhei para Elira e Thalrik. Ela segurava o Prisma Lunar com ambas as mãos, o brilho dourado agora quase inexistente. Thalrik estava ao meu lado, uma expressão feroz em seu rosto enquanto segurava sua lança ritualística. — Eles estão vindo — murmurei, meu tom baixo mas cheio de convicção. Thalrik assentiu, girando a lança em suas mãos como se o movimento pudesse conter sua ansiedade. Elira manteve-se firme, mas havia uma tensão em seu
Capítulo 122 - "O Conselho das Espécies" (Narrado por Thalrik) A clareira estava repleta de vozes discordantes. Cada palavra parecia afiada, carregada de ressentimento antigo e desconfiança mútua. Não era a primeira vez que tentávamos unir forças entre as espécies, mas, dadas as circunstâncias, essa parecia ser a última chance. Me posicionei ao centro, tentando assumir uma postura de autoridade, embora o caos ao meu redor dificultasse manter qualquer semblante de controle. De um lado, os vampiros se destacavam, com suas vestes negras impecáveis e movimentos calculados. A líder, Lady Serath, exalava uma aura de superioridade e mistério, seus olhos vermelhos brilhando na penumbra. Ao seu lado, um pequeno grupo de guerreiros com armaduras leves observava tudo com desdém. Do outro lado, os feiticeiros pareciam inquietos, suas vestes cerimoniais reluzindo à luz da fogueira central. O ancião Velyan, chefe de seu clã, se apoiava em um cajad
Capítulo 123 - "Os Olhos da Fera"(Narrado por Elira) A noite estava estranhamente quieta, como se a própria floresta prendesse a respiração. Os ecos do conselho ainda ressoavam na minha mente, misturados às palavras ameaçadoras da Fera Primordial. Mas agora, sozinha em meu abrigo, eu sentia que a ameaça era ainda mais palpável, como se pudesse tocar o ar carregado ao meu redor. Meus olhos pesavam de cansaço, mas o sono não era um refúgio. Desde o eclipse, meus sonhos tinham sido invadidos por algo sombrio, algo que eu sabia que não era meu. Deitei-me no pequeno leito de palha coberto por mantas de pele macia, os dedos traçando distraidamente as marcas esculpidas no colar que Draegon havia me dado. Ele dizia que era um talismã de proteção, mas, ultimamente, nada parecia suficiente para me proteger do que se aproximava. Fechei os olhos e, quase imediatamente, fui puxada para aquele lugar novamente. Era como cair em um abismo
Capítulo 124 - "Entre a Luz e a Sombra" (Narrado por Thalrik) O ar estava denso, quase sufocante, enquanto a noite avançava como um véu de escuridão impenetrável. A revelação sobre o sacrifício necessário para selar a Fera ainda reverberava em minha mente, mas não podíamos nos deter na incerteza. Precisávamos de algo mais. Algo que pudesse mudar as regras desse jogo mortal. Foi Draegon quem trouxe à tona a lenda do “Coração Lunar”, um artefato de poder inigualável, supostamente escondido nas profundezas de uma caverna esquecida, protegida por forças ancestrais. Muitos duvidavam de sua existência, mas não tínhamos o luxo de descartar nenhuma possibilidade. — É arriscado, Thalrik — disse Draegon, a voz grave enquanto ajustava a alça de sua espada nas costas. — Os guardiões não são inimigos comuns. Olhei para ele, mantendo minha expressão firme. — Já enfrentamos riscos maiores. Além disso, se o Coração Lunar for real, ele pode
Capítulo 125 - "O Coração Lunar"(Narrado por Elira) O Coração Lunar pulsava em minhas mãos, irradiando uma luz prateada que oscilava, ora forte, ora fraca, como se estivesse vivo e respirando. Sua energia me percorria, aquecendo e gelando ao mesmo tempo, uma mistura confusa de poder bruto e incerteza. Nunca havia sentido algo tão intenso e desestabilizador. Eu queria acreditar que essa esfera de luz líquida seria a resposta para tudo, mas, no fundo, uma voz sussurrava que ela trazia tantos perigos quanto promessas. Estávamos de volta ao refúgio da matilha, onde as tochas ardiam, lançando sombras oscilantes contra as paredes de pedra do salão principal. Era um lugar que sempre emanava segurança, mas agora parecia opressivo, como se o próprio ambiente estivesse atento à tensão crescente entre nós. Coloquei o Coração Lunar sobre uma mesa de madeira, afastando-me com cuidado, como se o contato prolongado pudesse queimar mais do que meus d
Capítulo 126 - "A Cidade dos Vampiros" (Narrado por Draegon) A jornada até a Cidade dos Vampiros era um teste em si. A noite parecia mais densa, a escuridão quase palpável, como se o mundo ao nosso redor estivesse conspirando para nos engolir. As árvores da floresta sussurravam ao vento, suas sombras alongadas parecendo mãos estendidas para agarrar qualquer um que ousasse se aproximar demais. Eu liderava o grupo, com Elira logo atrás de mim e Thalrik fechando a formação. Apesar do cansaço evidente em nossos corpos após as últimas batalhas, havia uma determinação feroz em cada passo que dávamos. A Fera estava despertando, e sabíamos que precisaríamos de toda ajuda possível. Isso incluía os vampiros do território mais afastado e assustador, Nocturnia era o nome da cidade, uma aliança incerta que carregava tanto potencial quanto risco. Nocturnia, a Cidade dos Vampiros era uma lenda até mesmo entre os metamorfos, um lugar tão isolado que poucos viv
Capítulo 127 - "A Prova de Sangue"(Narrado por Thalrik) O frio ainda impregnava meus ossos quando emergimos da cripta. O peso do silêncio lá dentro tinha se transferido para mim, como se cada sombra daquele lugar tivesse deixado uma marca invisível na minha alma. Apesar de estarmos ao ar livre novamente, não sentia alívio. Algo havia mudado dentro de mim. Dentro de nós. A lua pairava alta no céu, iluminando nossos rostos cansados e o objeto que Elira segurava com cuidado. A adaga negra parecia pulsar com vida própria, sua luz espectral refletida nos olhos dela. Draegon permanecia em silêncio, o maxilar tenso, enquanto observava os arredores como se esperasse que as sombras nos perseguissem para fora da cripta. O primeiro a quebrar o silêncio foi Lorde Alaric, que nos aguardava do lado de fora com sua expressão de calma fria. Ele estava envolto em seu longo manto negro, seus olhos brilhando com interesse ao ver a adaga. — Vocês consegu