- Claro que isso não tem nada a ver, idiota!
- Se algo der errado eu te mato!
As vozes iam ficando cada vez mais altas e eu não sabia onde estava, tudo ainda permanecia embaçado, entretanto eu conseguia ver algumas coisas. Um homem bem alto parou na minha frente e começou a me olhar. Eu não sabia o que fazer nem o que dizer. Ainda não conseguia ver direito, então não o reconheci.
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—Elizabeth, acorda!Uma voz parecia estar me chamando de um lugar bem distante, quando fui abrindo meus olhos consegui perceber que não era só um sonho. Era a voz de uma mulher, que tão logo reconheci ser daquela moça que havia falado comigo. Sua expressão não estava tão assustada, mas as suas mãos batiam fortemente na beira da minha cama. Tirei o lençol que estava em cima das minhas pernas e sentei na cama. Fiquei me perguntando quem me colocara confortavelmente naquela cama, com o lençol a cima de mim. Uma dor de cabeça me impedia de olhar diretamente para ela. Meu corpo inteiro doía igualmente.
BYRON 15/01/1999 - (14 anos depois)Quando Byron saiu da prisão, foi como se uma luz houvesse sido acessa. Pensar em passar o resto da vida preso num quarto com outros desconhecidos, com tempo para passeio com minutos contados era demais para ele. Sua imaginação, a arte que havia nele não havia morrido nesse tempo. Aliás, continuava vivíssima de certa forma, atrapalhando-o. Atrapalhando pois não podia pintar, então seus sentimentos se transformavam em uma angústia crescente, sem que ele pudesse fazer mais nada. Por mais que saiam dos quartos, não era a mesma coisa do que estar totalmente livre. Era uma prisão, literalmente. Vendo as mesmas coisas, as mesmas pessoas. Observando mais criminosos entrando e saindo. Ele já
Byron acordou sentindo-se renovado. Fazia muito tempo que ele não dormia em uma cama tão macia quanto a dele. Esse sentimento o lembrou de um positivismo que já fazia tempo que ele sentira. Eram oito horas da manhã e o telefone de Byron já estava tocando. Ele demorou para atender, pois ficou pensando se deveria fazer ou não. A vontade que ele tinha era de quebrar o telefone, mas não fez qualquer ato violento contra o aparelho. Apenas o atendeu.— Bom dia, Charles — Falou tentando mostrar para ele acabara de acordar. E não foi tão difícil, pois sentia dor de cabeça e sua voz denunciava isso. Estava muito irritado. Qual a necessidade de ligar essa hora? Pensou, esperava ser algo muito importante.— Desculpe-me por lhe acordar assim, mas... tem m
No próximo dia, novamente acordou com dor de cabeça tendo que ir tomar remédio de novo. Mas dessa vez não havia sido um pesadelo com a mulher e sim com alguns acontecimentos que havia tido que passar na cadeia. Não sabia até quando todo esse medo nem essa paranoia iria durar. Ele queria acreditar que isso pouco importava.Depois que levantou, foi tomar um banho rápido e bem quente, isso servia para relaxar e esquecer um pouco das coisas. Quando saiu se dirigiu imediatamente até a cozinha e pegou outro Whisky da geladeira, pegando também um copo logo em seguida. Quando abriu a garrafa lembrou que ainda não tinha comido nada e que isso faria muito mal. Então tomou café bem quente novamente, comendo bem pouco porque não estava com vontade. Olhou para o lado e aquele copo maravilhoso o esperava. Levant
Ele demorou para chegar em casa, ou pareceu demorar. Ficou o caminho todo pensando nela. Ele sentia que era estranho ter tanta consideração, porém acreditava que qualquer um depois de tudo isso sentiria interesse. Ele gostaria de saber se tudo era verdade, de conhecer o pai da garota. E de conhecê-la também, pra começar o nome pelo menos. Toda essa história parecia não ter cabimento nenhum porque ela pedira para não denunciar o pai. Porque se tudo fosse verdade ela estaria trabalhando nesse mundo da prostituição por causa do pai. Então por que não denunciá-lo? Ele temia que essa ceticismo dele fosse perigoso para ela. Byron estava muito confuso.Alguma coisa em sua mente dizia que tudo isso era uma brincadeira de criança, ou melhor, adolescente. E ele estava desperdiçando seu te
- Apenas fique quieto - sua voz era masculina e por meio disso Byron soube que era um homem- O que você quer? Por que fez isso? - Byron diz tentando parecer forte mas a voz falhada denunciava que era apenas um disfarce.- Não vou te fazer nada se você não fizer nada também - Disse ele com a mesma voz, mas dessa vez parecia estar querendo segurar uma possível risada. Sarcasmo se resumia a sua situação.- Tudo bem! - Ele deixa a faca no chão esperando a mesma reação dele, porém a arma continuava apontada para Mason.- Isso, é assim que eu gosto - O homem misterioso diz, dando um passo para a frente.
— Elizabeth? O que está fazendo aqui? — Perguntou olhando-a confuso. Nada mais fazia sentido agora.Ver ela novamente era esquisito. Depois de tudo, depois de tanto tempo. Olhar para ela fazia ele lembrar de coisas ruins. De todas as coisas ruins que ela fez. Ele sabia que não era normal pensar nisso agora, mas era difícil olhar para ela. Ele estava prestes a salvá-la, mesmo depois de tudo. Além do mais ela estava irreconhecível. Até a sua voz parecia ter mudado.— O que você está fazendo aqui, Byron? — Ela pergunta olhando-o da mesma maneira. Sua voz foi um choque para ele. Ele não havia reconhecido a sua voz ao início. — Não faz sentido — Quando ela diz isso ele percebe que estava na mesma que ele. Não sa
- Me desculpe Byron. - Falou ela mais uma vez.- Que palhaçada é essa? - Byron ouve alguém entrar e bater a porta com força. Ele se depara com um homem forte apontando a arma ele. Tudo isso já estava parecendo uma piada, uma loucura. Nada mais fazia sentido e ele estava sentindo-se confuso. Primeiro era Joe beijando-o, depois Elizabeth tentando defendê-lo e agora um homem apontava uma arma para ele.- Você vem comigo! - Pegando no braço de Byron, o homem aponta a arma para Elizabeth. - Não vai defender ela, Mason? - Ele faz essa pergunta sem olhar para Byron. Ele não diz mais nada, pois mesmo se pudesse ajudá-la não o faria em hipótese alguma.Como ela foi capaz? Pensou, depois de tudo o que