Marina, A festa acaba, e todos vamos embora para a casa do Ethan. No meio do caminho, ele me fala que a mãe dele já levou as minhas coisas e as coisas do Dante para a casa dele. Apenas concordo com a cabeça, já que não tenho outra opção a não ser morar com ele. Todos entram na casa, e eu pondero do lado de fora, com o Dante em meus braços. Fico imaginando como será a minha vida daqui para frente. Sei que não vou mais me preocupar com as dívidas, ou o que vamos comer, ou como vou comprar as coisas do meu filho, mas ainda sim, me sinto presa. — Vamos entrar? — Ethan pergunta atrás de mim, e eu apenas solto um suspiro longo e seguimos para dentro da casa. — Pode ficar à vontade, a casa agora é sua também. Sem dizer nada, subo as escadas, e ele me aponta onde fica o quarto do Dante. Ele abre a porta, e eu me deparo com um quarto dos sonhos de qualquer mãe de menino. Tudo em azul e branco, com pelúcias de enfeite na parede com nichos. Me aproximo do bercinho e coloco ele deitado. Puxo o
Marina,Começo contando para ela quando a Luma começou a sentir as dores até a hora que saímos do hospital e ela ficou sem ar.— Negligência médica. Você tem o nome da médica tudo certinho?— Eu tenho tudo. O advogado me entregou todos os papéis. Peraí, só tenho que ver onde colocaram eles, porque trouxeram as coisas da minha casa para cá. — Me levanto para ir ao quarto perguntar para o Ethan, mas ele não está aqui. Procuro pela minha caixa, onde está a pasta com o documento, mas eu não encontro.Saio do quarto, e dou de cara com ele. Pergunto sobre os meus documentos, e ele diz que a mãe dele colocou no escritório. Vou até lá, pego a caixa e pego o documento. Volto para a sala e entrego para a tia dele.— Certo. Você ganhou a primeira instância, e agora o processo está parado. Mas sabe o motivo?— Não tenho certeza, mas acho que o processo está parado por falta de pagamento do hospital. Foi a última coisa que o meu advogado me disse.— Vou resolver isso para você. Pode ficar tranquil
Marina,Espero todos irem para a piscina, e digo que vou me trocar para ir também. Esses papéis só podem estar ou no escritório dele ou no quarto. Começo pelo escritório. Vou primeiro nas gavetas, abro uma por uma, mas nada de encontrar. Olho nas prateleiras, e procuro alguma pasta em meio a tantos livros que tem aqui. Pego a cadeira dele, e subo para olhar as prateleiras de cima, mas levo um susto com a voz do Ethan.— Tá procurando o que aí? — Me desequilíbrio e acabo quase caindo no chão. Se não fosse ele me segurar no ar. — O que você está fazendo?— Obrigada por me segurar. — Me levanto do colo dele e me ajeito.— Me responde, Marina.— Eu estava procurando os papéis que o seu tio te entregou sobre mim. Preciso ver se tem uma coisa ali.— Eles não existem mais. Mas o que você quer procurar? — Conto para ele sobre o que o Edson me falou, e ele nega com a cabeça. — Não tinha seus pais no dossiê, só tinha do orfanato para frente.— Será que os meus pais são de algum lugar ruim? Band
Ethan,As palavras dela me doeram. A única coisa que eu não quero é mostrar para meu pai que ele está certo, que o casamento seria o melhor para mim. Mas ao olhar para Marina hoje, só de biquíni, ela seria minha escolha mil vezes. Ela sai da piscina, e eu fico olhando para ela. Ela vai direto até minha mãe, se senta ao seu lado, pega uma toalha, se seca e pega o Dante no colo.— Vai acabar perdendo-a se não parar de maltratá-la só para atingir seu pai — tia Suellen fala ao meu ouvido. — Se quer fingir que não gostou da obrigação de seu pai, arrume outro jeito de mostrar, mas pare de maltratá-la.— Eu não queria esse casamento, tia.— Eu sei. Sei que você queria continuar só na curtição, mas olha a mulher que está ao seu lado, Ethan? Bonita, boa mãe, dedicada, ela é a mulher perfeita, e você sabe disso.— Perfeita? Devo lembrá-la de que ela mentiu sobre meu filho?— Ela te explicou a razão dela? — Meio que concordo com a cabeça. — Eu não quero defendê-la, mas pense: ela era pobre, danç
Ethan,O dia passa voando, e mais uma vez Marina tem que dormir no meu quarto. Se ela inventar de colocar barreira novamente entre a gente, vou fazer igual à noite passada. Ela se agarrou em mim, pensando que era o cobertor. Acordei primeiro que ela, mas fingi dormir para ver sua reação.Ainda soltei uma piada, mas ela não se entregou que foi ela quem dormiu em cima de mim. Vamos ver se agora, que não podemos contar mentiras um para o outro, se ela vai revelar. Ela toma o banho primeiro, e eu vou depois dela. E quando eu saio, vejo o edredom e mais um monte de travesseiro dividindo a cama.— Acho que não precisa disso. Não estamos começando do zero?— Sim, por isso mesmo. Ainda somos conhecidos, nada oficial. Bom, você entendeu.— Não precisa disso. É sério, vou te respeitar. Uma coisa que devemos ter um no outro é a confiança. — Ela ergue uma sobrancelha, mas acaba aceitando as minhas palavras e começa a tirar tudo do meio. Me alegro muito com isso.— Mas não quebre a minha confiança
Marina,E mais uma vez, acordo abraçada com ele. Não entendo isso. Fora que eu mal dormia com o Dante. Toda hora pensava que ele estava chorando e acordava, mesmo vendo ele dormindo. Com o Ethan, eu durmo como uma pedra.— Ele está se aproveitando de mim. Eu tenho certeza. — Falo baixinho, para ele não ouvir. — Vou colocar pó de mico no meu cabelo, assim ele vai se ferrar legal.Me assusto com o seu "bom dia". Só espero que ele não tenha ouvido o que eu falei. Seria demais para quem está começando do zero ouvir a outra pessoa te xingando. Saio do quarto quase correndo, e encontro a mulherada tudo me esperando na porta.— Vamos tomar café na rua. Já falou com o seu ex-chefe, Marina? — Amélia pergunta, ajeitando o Dante em seu colo. Estendo os braços, e ele vem sorrindo para mim.— Não, mas ligo para ele no meio do caminho. Ele vai aceitar. Aquele, por dinheiro, faz de tudo.— Então liga, e já faço o depósito para ele. Mas lembre-o de não ficar ninguém na boate. Será só nós. — Entramos
Ethan,Sento na minha cadeira e trabalho como nunca trabalhei antes: cheio de raiva. Vim para Sidney para ter a minha liberdade do meu pai, e parece que quanto mais eu fujo, mais ele me persegue. Sinto como se o mundo todo estivesse girando em torno dele, como se ele fosse o manda-chuva, como se eu nunca pudesse me esconder do senhor James.Respiro fundo, fecho os meus olhos, tento relaxar para não ter um ataque cardíaco ou um derrame pelo estresse. Abro os olhos e começo a trabalhar. Preciso ocupar a minha mente. Quase no final do dia, alguém bate na porta, e eu mando entrar. Não olho quem é na hora, mas ao ouvir a sua voz, levanto a minha cabeça.— Boa tarde, chefe! — Marina está com o carrinho de limpeza e com um sobretudo que vai até os pés.— O que está fazendo? — A questiono, e viro a cadeira para olhar melhor para ela.— Trabalhando! Quero ganhar o meu próprio dinheiro.— Você é milionária, Marina. Não precisa mais trabalhar na faxina da empresa.— Acha que faxineira é um cargo
Marina,Suas palavras deixam o meu corpo estranho, eu sei como seduzir um homem, Luma era especialista nisso e sempre me ensinou muitas coisas. Mas parece que ele que me seduz e não ao contrário. Suas palavras bem perto de mim assim me deixam até desnorteada. Mas, tento manter o foco que a Suellen mandou.— Vamos, Marina?— Vamos! — Ele vai até a mesa dele eu fecho os botões do sobretudo. — Vou no banheiro rapidinho, me esperta aqui. — Ele entra no banheiro e como a tia dele falou, eu dou no pé. Abro a porta devagar para que ele não ouça o barulho da porta, e vou embora. Não sei se isso vai dar certo, Ethan é diferente de todo mundo que eu já conheci. Acho que em vez de deixar ele mais doido por mim, vou acabar fazendo ele ficar com raiva.Entro no táxi e dou o endereço da casa dele, ao chegar em casa, vejo que a família dele ainda está aqui. Suelle e Amélia olham para mim, e eu subo as escadas para o meu quarto. Preciso trocar de roupa. Olho pro meu celular, e não tem nenhuma chamad