Marina,Quando o Ethan me troca de carro, a única coisa que eu tento fazer é acalmar o meu filho, tento não parecer amedrontada com o que acabou de acontecer, para passar tranquilidade para ele. Porém, uma batida na porta do lado chama a minha atenção. — Tem duas opções, Maninha, ou entra no carro comigo, ou eu atiro no teu filho e os caras que estão em cima do prédio, mata o seu marido. O que vai escolher? — O vidro está aberto, então eu não tenho escolhas a não ser responder.— Se eu for, deixará eles em paz? — Seja rápida. — Dou um beijo na cabeça do Dante, e coloco ele no banco. Me arrasto e abro a porta bem devagar e saio. Entro no banco do passageiro do carro da Ketlyn, e só escuto o barulho dos pneus e o cheiro de borracha queimada, que faz meu estômago revirar. Ela acelera cada vez mais, olhando para o retrovisor. Eu poderia abrir a porta e me jogar, mas na velocidade que o carro está, poderia morrer eu e o meu bebê. Ela faz algumas curvas, e por fim, entra em uma garagem q
Marina,Ela se encosta na cadeira, me olha bem nos olhos e começa a falar.— Eu sempre fui apaixonada pelo James. Quando eu o conheci, ele era um mulherengo, bebia, fumava e saia com várias mulheres, às vezes três numa só noite.Isso me faz lembrar o Ethan. Tal pai, tal filho. Ela continua falando:— Quando ele me viu, meu mundo mudou totalmente. Pude ter uma noite com ele, e eu queria mais. Porém, como ele fazia com as outras, ele me usou e depois me descartou. Foi aí que eu comecei a ficar mais perto dele, não deixando que ele escolhesse mais ninguém a não ser eu. Mas ele nunca tomou uma iniciativa, nunca me pediu em namoro, mesmo que a gente saísse quase todos os dias juntos.Agora eu que me encosto na parede. Essa parte já não tem nada a ver com o Ethan, pois já vi mulheres dando em cima dele, mas não conheci nenhuma ex perturbada para me perturbar.— Sem ter saída, eu fui até a casa dele e falei com os seus pais, mas para minha surpresa, os dois eram a favor da vida que ele estav
Marina,Sua expressão que estava mais triste ao me contar a sua história, agora está rígida, mostrando a sua raiva. Ela volta a se encostar na cadeia, esperando que eu lhe responda algo.— Bom, eu fui criada dentro de um orfanato, com freiras e uma disciplina bem rígida. Mas uma coisa que nunca sai da minha cabeça quando eu me lembro daquele lugar, é que a matar é o pior pecado que existe. Você matar ou se matar, está condenando a sua alma ao inferno, ao sofrimento infinito, pois você está interrompendo a missão de alguém aqui na terra. Está deixando um pai sem filho, um filho sem pai, uma família sem seu parente. Então, não, eu não vou compactuar dessa vingança estúpida. Você está presa, e não pode me obrigar.— Eu não. — Ela se aproxima de mim, colocando seu corpo sobre a mesa. — Mas a Ketlyn sim. Ela é uma versão piorada de mim. Ela conhece muitas pessoas, e é uma filha obediente. Já que você não vai colaborar, ficará presa na casa dela até que esse bebê nasça, depois, ele será cri
Marina,Eles saem do abraço e ele continua a olhar sério para mim.— Quem é essa mulher, Kety?— Essa é a Marina, pai, a minha irmãzinha. — Ela fala sorrindo, mas seu sorriso falso chega me dá ânsia.— E o que ela está fazendo aqui? Eu deixei você bem longe para não chegar perto da minha família. — Ele fala quase gritando, cuspindo as palavras contra mim. Fico paralisada, até agora eu não disse nada e o cara já veio com ignorância?— Não pai, ela não veio nos fazer mal. Pelo contrário, ela está aqui para vingar a mamãe contra os Forth's. Vou pegar um café para você, acabei de passar. — Ela sai e ele continua olhando para mim.Reviro os meus olhos, e olho para o outro lado, já tô vendo que ele vai dar uma de James pra cima de mim. Ketlyn volta, e entrega o café para ele e se sentem a mesa. Ficam fuxicando, e eu quero poder entender o que eles estão conversando. Até que ele se levanta com raiva, batendo na mesa.— Você não aprende não é? Tira essa mulher da sua casa. Foi assim que a sua
Ethan,Alguns dias antes...Assim que deixamos o Dante em casa, seguimos para o mesmo ponto de partida para encontrar a Marina. Passo pelo carro todo furado, quer agora está cercado de policia e curiosos. Sigo reto, olhando alguns ruas que talvez a Ketlyn poderia ter entrado, mas o talvez me faz recuar e seguir sempre reto. A chegar no aeroporto, passo olhando todos os carros, tentando encontrar algum preto todo escuro, eles podem ter embarcado para outra cidade. Meu pai e eu descemos, e procuro na recepção pelo nome da Marina e da Ketlyn, mas elas não estiverem aqui. Voltando para o carro, e eu começo a entrar nas ruas que eu tinha visto antes, mas nada, nada além de trombar com o carro do meu tio vindo na mão contrária. Paramos o carro um do lado do outro, e eu sinto o meu corpo sendo esmagado só ver que no banco de trás do carro dele está vazio.— Perdi elas, mas vou para casa, vou puxar pelas câmeras da cidade.— Vou continuar procurando, tio, me liga quando descobrir a localiza
Ethan,Tomei o rebite e esperei. No começo, parecia que nada ia acontecer, só aquele gosto amargo escorrendo pela garganta. Mas aí... veio...Veio com tudo.O cansaço? Sumiu. Como se alguém tivesse apertado um botão dentro de mim e desligado qualquer vontade de dormir. Meu olho abriu no talo, igual farol alto no escuro. O coração bateu mais rápido, a cabeça ficou acesa, elétrica, como se eu tivesse plugado numa tomada de alta tensão.Tudo ficou mais nítido, como se o mundo tivesse dado um zoom. O som dos passarinhos, o vento batendo, até o tic do relógio que está no meu braço...tudo tava ali, martelando na minha cabeça — Agora vamos, temos muitos lugares para ir. — Ele joga a chave do carro para que eu vá dirigindo, e assim que eu ligo o carro, o motor parece que está na minha cabeça, do barulho alto que fez. — É normal essa sensação estranha no começo, fazia muito isso quando precisava trabalhar 24hs para o seu pai.— Eu estou... diferente. — minha perna começa a balançar sozinha, mi
Ethan,Ela fica me olhando sem falar nada, da um passo para frente e eu dou um passo para trás. Ela franze a sobrancelha, como se não tivesse entendendo nada.— Vai, some de novo como da outra vez, evapora logo que eu não vou cair nessa mentir mais.— Do que está falando? — Sua voz parece real, então, começo a bater na minha cabeça, para voltar a realidade. — Ethan, para, sou eu. — Ela segura nos meus braços, e eu posso sentir o seu toque, da outra vez quando eu fui toca-la, ela sumiu.— É você mesmo? — Sem acreditar puxo ele para um abraço bem apertado, e posso sentir ela. Fecho os meus olhos, e coloco o meu rosto em seu pescoço, para sentir o seu perfume. A aperto mais forte e ela resmunga que não está conseguindo respirar.Ouço o barulho da porta batendo, e abro os meus olhos, vendo o pai da Ketlyn descendo do banco do motorista.— Vamos sair daqui, não é seguro ficar na rua. — Ele fala se aproximando mais de nós.— Você só entrou aqui porque está com a Marina, ela tem permissão pa
Ethan,Ela fecha os olhos e dorme como um anjo. Já eu, que tomei o remédio antes de sair de casa, fico ligando sem conseguir dormir. Por um lado é bom, pois é assim, posso matar toda minha saudade dela enquanto ela dorme. E ela não vai sair da cama antes que eu acorde.Passo a mão pelos seus cabelos, pelo seus braços, sentindo que ela realmente está aqui. Ainda não estou acreditando que o inferno acabou, mas acabou, e eu vou poder viver novamente em paz. Bom, ainda tenho uma cobra para enjaular, mas isso, pode esperar até amanhã.(...)Ela abre os olhos bem devagar, e se vira para olhar para mim. Seu Sorrio torna o meu dia melhor, como um arco íris depois de dias chuvosos.— Bom dia, meu marido.— Bom dia minha mulher, dormiu bem? — Ela concorda com a cabeça, e me abraça. Dante acorda no choro e ela sorri, me dá um selinho, e se levanta com ele. Cada um faz a sua higiene, mas cuidamos do Dante juntos. Descemos para tomar o café da manhã, e o pai da Ketlyn ainda está aqui.— O que aco