Alguns Dias Depois ♥♥♥♥♥♥
Acordo sentindo os meus olhos pesados. Não consegui dormir direito na noite passada, graças a ansiedade pela inauguração da minha loja, que já é hoje. Estou tão nervosa. Já fiz todas as entrevistas e contratei o pessoal; e deu tudo certo na reforma e decoração — mesmo com as ocasionais alfinetadas entre Caio e Alex. Hoje é o grande dia! Nem consigo acreditar. Tudo passou tão rápido.
— Bom dia, minha princesa linda. — Escuto a voz de Caio em meu ouvido.— Bom dia — falo, puxando-o para os meus braços. — Estou com fome — digo, e Caio ri.— Eu imaginei. Ultimamente você está comendo muito bem. Pedi pra trazerem o café aqui no quarto. — Ele me dá um selinho e acaricia a minha bochecha.— Você é demais.Me sento na cama e Caio se levanta, encaminhando-se para o carrinho que está no canto do quarto. Pega uma bandeja e coloca sobre a cama.— Pedi de tudo um pouco, amor. Bolo, pão, iogurte, fruta — conta, apontando para cada coisa.— Obrigada. — Eu sorrio.— Qualquer coisa por você. — Ele segura a minha mão e lhe dá um beijo delicado.Após o café da manhã, tomamos banho juntos e começamos a nos arrumar. Visto uma calça jeans, uma camisa branca de seda e calço um scarpin branco. Faço uma boa maquiagem e cachos em meus cabelos. Quando já estou pronta, me viro para Caio.— Como estou? — pergunto.Ele me olha dos pés à cabeça.— Maravilhosa. — E se aproxima para beijar a minha testa.***
Chegando no endereço, os funcionários, amigos e familiares já estão nos esperando. Fiz questão de chamar todos para compartilhar desse momento tão importante em minha vida. Resolvi inaugurar a loja em um sábado, no início da tarde, pois seria mais fácil para o pessoal conseguir vir. Todos estão conversando e se divertindo; os comes e bebes começam a ser servidos e penso que não tem como esse momento ficar melhor.
Depois de meu breve discurso, a minha mãe me abraça.— Filha, a confeitaria ficou incrível!— Obrigada — digo, sorrindo enquanto desvio o olhar para os dois homens que me fazem companhia. — Tudo isso é mérito de Alex e de Caio. — Aponto para eles, que não escondem o quão orgulhosos estão. — Esses dois trabalham muito bem juntos.Meu pai também vem me parabenizar, e em seguida Vivi e seu namorado. Até os meninos vem com suas namoradas. Ricardo e Camila estão em um grude só.— Posso roubar ela só um pouquinho? — Camila pergunta, segurando a minha mão e me puxando, e Caio concorda.— Amiga, por que parece que você aprontou? — questiono assim que paramos em um canto mais vazio.— Tenho que contar uma coisa que fiz e não sei se você vai gostar.— O que você fez, Camila?Ela começa a rir. Parece estar se lembrando de algo.— Amiga, eu dei uma surra naquela vadia! — Ela fala, toda orgulhosa, e meu queixo cai.— Você não fez isso! — exclamo, incrédula, mas ela balança a cabeça confirmando.— Eu não resisti, Manu. Depois que Caio passou lá em casa e contou tudo o que aquela escrota fez, meu sangue ferveu. Quando ele foi embora, liguei para Larissa e perguntei se ela tinha o endereço dela. Ela me passou e fui lá na mesma hora. Foi tão bom deixar algumas marcas naquela pele branquela.— Você é doida, Camila — rio, e ela me abraça forte.— Eu falei que se ela mexesse com você, iria pagar, e sou uma mulher de palavra — afirma, com a voz séria.— Sei que é errado, mas é tão satisfatório imaginar você batendo nela. — Nós duas começamos a rir. — Eu amo você.— Eu também. Estou sentindo muito sua falta. — Faz uma carinha triste. — Você vai voltar pra casa hoje mesmo?— Vou sim. Assim que fechar a loja, já pego minhas coisas pra ir.— Desculpa — Caio aparece ao lado de Ricardo —, já ficamos com saudades. — E então me abraça.BÔNUS: flashback, Camila
Meu sangue está fervendo. Não acredito que aquela vadia da Dulce fez isso com a minha amiga. Eu fiquei aqui julgando Caio, mas na verdade foi tudo um plano dela — pude ver em seus olhos que ele estava falando a verdade. Decido pegar meu celular e ligar para Larissa e pedir o endereço dela. No início ela fica meio desconfiada, mas acaba me passando e eu o anoto em um pedaço de papel. Chamo um Uber e vou direto para a sua casa. Ao chegar no andar do seu prédio, consigo ver um homem de terno saindo do seu apartamento. E algo me diz que esses dois estão aprontando.
— Boa noite, morena gostosa — ele fala assim que me encontra parada no corredor. — Está perdida? Precisa de ajuda? — Seu tom de voz me deixa enjoada.— Muito obrigada, mas dispenso qualquer coisa que venha de você — respondo, sem me importar se estou sendo rude.— Adoro uma mulher bravinha. — Ele dá um passo em minha direção, e me afasto antes que possa tocar meu rosto.— Se você encostar em mim, vou chutar suas bolas e você vai ver estrelas. — Ele recua com as mãos levantadas. — Boa escolha.Ele passa reto e segue para o elevador. Quando tenho certeza que já foi embora, bato à porta de Dulce e logo ela a abre. E assim que me vê, faz uma careta.— O que está fazendo aqui?— Vim te dar uma coisa.Ela me olha confusa.A empurro para dentro do apartamento e fecho a porta.— Você está louca?! Saia da minha casa agora! — ela grita.— Cala a sua boca! Eu vou dar o que você está merecendo. — Dou um tapa em seu rosto.— Sua favelada! — fala, colocando a mão no rosto.— Você vai ver a favelada agora!Jogo-a em cima no sofá e ela se debate, mas não consegue se soltar. A estapeio sem parar e tufos de seus cabelos tingidos de vermelho param em minhas mãos.— Para com isso, sua louca — grita enquanto chora e tenta proteger o rosto.— Você não é a gostosona que gosta de aprontar com os outros?! Só está levando o que merece.Estou sentindo um prazer tão grande em fazer isso. Quando meus braços já não aguentam mais, me levanto e arrumo as minhas roupas. Olho para ela, que já não está mais branca e sim vermelha, com os cabelos bagunçados e os olhos inchados.— Acho já terminei o meu trabalho por aqui — falo, esfregando uma mão na outra para tirar os fios avermelhados que estão entre meus dedos.— Eu vou te denunciar. Você vai ser presa por agressão — diz, limpando o sangue que escorre no canto da boca.— Experimenta me denunciar. Tenho certeza que você deve mais do que eu. E se vasculharmos bem a sua vida, sei que encontraremos muito lixo escondido debaixo do tapete. — Seus olhos se arregalam. — Agora já vou indo. Foi muito bom te ver, querida.Dou uma ajeitada em meus cabelos e saio do apartamento com um grande sorriso no rosto.Após fechar a loja, converso um pouco com os novos funcionários — principalmente com Luan, o gerente; peço que ele me mande uma mensagem ou me ligue caso algo aconteça, mesmo supondo que não haverá nenhum problema. Ele é um homem com uma vasta experiência em sua área, e logo de cara nos demos muito bem.Por fim, me despeço de Alex e agradeço por tudo o que fez por mim, e ele avisa que ficará mais alguns dias em São Paulo e que sentirá a minha falta, mas que logo retornará para Botucatu.Minha família e amigos pegam a estrada assim que fecho a confeitaria. E Caio vai comigo até o hotel para arrumarmos nossas coisas — ele faz questão de pagar a minha estadia. A volta para casa ocorre tranquilamente; eu no meu carro e Caio no dele, bem atrás de mim. Quando adentramos a cidade, vamos direto para o seu apartamento, e assim que e
Estamos parecendo duas crianças correndo pelo apartamento; risada ecoa por cada cômodo que passamos. Essa sensação é tão boa — uma sensação de liberdade, de saber que posso ser eu mesma e Caio ainda vai me amar do mesmo jeito.— Manuela, sua menina malvada. Vem aqui agora! — fala, em meio às risadas.Assim que consegue me pegar na cozinha, me joga em cima de seu ombro e dá um tapa em minha bunda.— Caio... — meu murmúrio é uma mistura de dor e excitação.— Agora você vai fazer sexo comigo até não aguentar mais. Essa vai ser a sua punição — diz, me levando para o quarto e me colocando com cuidado na cama.— Você sabe que não vai ser exatamente uma punição, não é? — Mordo meus lábios e Caio s
Eu nunca senti tanta raiva de uma pessoa como sinto de Dulce. Ela consegue despertar o pior em mim.— O que vocês querem? — Caio pergunta, firme, segurando a minha cintura.— Nós precisamos conversar com você — Miguel insiste. — Podemos entrar?— Entra. Eu quero ouvir o que vocês tem a dizer. — Abro mais a porta e Caio me olha confuso.— Que seja breve — diz, por fim.Sentamos nós quatro no sofá — nós a uma boa distância deles.— Então, Caio — Miguel começa, segurando a mão de Dulce. — Dulce me procurou porque já somos amigos há anos e ela confia muito em mim. — Ele sorri, como se quisesse encorajar a garota. — Ela me contou que vocês passaram a noite juntos e depois você a expulsou daqui como se ela fosse uma qualquer.
Caio saiu para trabalhar há alguns minutos e ainda estou na cama, pensando no que aconteceu. Ainda não caiu a ficha que Dulce está grávida. E se estiver sendo sincera, meu filho terá um irmão ou uma irmã... Estava tudo bom demais para ser verdade. Eu sabia que ela não iria desistir dele assim tão fácil. Mas não vou abrir mão do nosso relacionamento de novo. Caio é a minha alma gêmea e não consigo ficar sem ele. E meu filho também merece tê-lo ao seu lado.Decido tomar coragem e me levantar. Tenho muito o que fazer hoje. Separo uma roupa, deixo em cima da cama e vou para o banheiro. Tomo um bom banho, lavo meus cabelos, faço minha higiene pessoal, e quando estou saindo do banheiro, escuto o meu celular tocar. Olho na tela e vejo que é Vivi.— Bom dia, minha grávida favorita! — ela me saúda, animada.
Acordo e vejo que estou no quarto de um hospital. Há um homem de capuz preto próximo a porta, mas a luz está apagada e não consigo ver o seu rosto. Um bebê está em seus braços. Meu bebê. Ele está enrolado em uma mantinha azul.— Para onde você vai levá-lo? — pergunto, aflita.Meu coração acelera porque sei que não há boas intenções em seus atos.— Vou arrumar uma nova família pra ele — responde o homem.Eu me esforço, mas não consigo reconhecer a sua voz.— Mas ele já tem uma família. Ele tem a mim e ao pai dele. Me devolve o meu filho! — Me sento já aos prantos com os braços estendidos em sua direção.—Não, você nunca
Nem acredito que enfim o grande dia chegou. Durante a última semana, Caio saía de casa todas as noites no mesmo horário e passava uma hora fora, o que achei bem estranho, mas quando questionei, ele disse apenas que estava tentando perder uns quilos até o casamento. Não sei onde ele vê gordura, com o corpo que tem. A hipótese mais provável é a de que está aprontando alguma coisa e usando o seu peso como desculpa. Mas não importa. Eu confio nele.Sinto como se tivesse cem borboletas no meu estômago. Estou tão ansiosa e ao mesmo tempo com medo de algo dar errado. Esse é um dos dias mais importantes de nossas vidas. Mal posso esperar a hora de ver como Caio vai estar naquele altar me esperando. Me olho no espelho e me surpreendo com o que vejo. Será que ele vai gostar ou achar exagerado? Se bem que gastamos muito nesse casamento — ele me fez comprar tudo do bom e do
Assim que adentramos o salão, fico encantada. Está tão lindo quanto o local da cerimônia. Olho para Caio, que está com um sorriso de orelha a orelha.— Está tudo do jeito que você sonhou, meu amor? — pergunta, fazendo carinho em meu rosto.— Está além — respondo, toda empolgada.Os convidados começam a se acomodar, e quando todos já estão presentes, vamos para o centro da pista de dança.— Esposa, espero não pisar no seu pé nessa valsa. — Caio fala, sem jeito.— Se pisar a gente disfarça. — Dou uma piscada.Mas ele me enganou. Caio dança perfeitamente bem. Fico surpresa. Certeza que ele estava tendo aulas particulares.— Você me enganou direitinho — falo próximo ao seu ouvido.— Nã
Assim que entramos na limousine, me vejo encantada com tanta beleza e passo a mão por seu estofado de couro. Ela é tão linda e luxuosa.— Pelo jeito você gostou, né?Faço que sim com a cabeça e a mão de Caio segura a minha.— É lindo — digo. — Nunca imaginei que um dia andaria de limousine na vida. — Me deito, e o banco é tão grande que ainda sobra espaço.— Fico muito feliz que tenha gostado. Nós vamos a um aeroporto particular, não muito longe daqui. Iremos pegar um helicóptero até o destino da nossa lua de mel. Pedi para o motorista ir bem devagar pra termos um tempo. — Ele me olha com aquele olhar faminto e sua mão vai para baixo do meu vestido. — Tá impossível chegar à sua calcinha com esse vestido — resmunga, frustrado, e acabo rindo.