Estamos parecendo duas crianças correndo pelo apartamento; risada ecoa por cada cômodo que passamos. Essa sensação é tão boa — uma sensação de liberdade, de saber que posso ser eu mesma e Caio ainda vai me amar do mesmo jeito.
— Manuela, sua menina malvada. Vem aqui agora! — fala, em meio às risadas.Assim que consegue me pegar na cozinha, me joga em cima de seu ombro e dá um tapa em minha bunda.— Caio... — meu murmúrio é uma mistura de dor e excitação.— Agora você vai fazer sexo comigo até não aguentar mais. Essa vai ser a sua punição — diz, me levando para o quarto e me colocando com cuidado na cama.— Você sabe que não vai ser exatamente uma punição, não é? — Mordo meus lábios e Caio sEu nunca senti tanta raiva de uma pessoa como sinto de Dulce. Ela consegue despertar o pior em mim.— O que vocês querem? — Caio pergunta, firme, segurando a minha cintura.— Nós precisamos conversar com você — Miguel insiste. — Podemos entrar?— Entra. Eu quero ouvir o que vocês tem a dizer. — Abro mais a porta e Caio me olha confuso.— Que seja breve — diz, por fim.Sentamos nós quatro no sofá — nós a uma boa distância deles.— Então, Caio — Miguel começa, segurando a mão de Dulce. — Dulce me procurou porque já somos amigos há anos e ela confia muito em mim. — Ele sorri, como se quisesse encorajar a garota. — Ela me contou que vocês passaram a noite juntos e depois você a expulsou daqui como se ela fosse uma qualquer.
Caio saiu para trabalhar há alguns minutos e ainda estou na cama, pensando no que aconteceu. Ainda não caiu a ficha que Dulce está grávida. E se estiver sendo sincera, meu filho terá um irmão ou uma irmã... Estava tudo bom demais para ser verdade. Eu sabia que ela não iria desistir dele assim tão fácil. Mas não vou abrir mão do nosso relacionamento de novo. Caio é a minha alma gêmea e não consigo ficar sem ele. E meu filho também merece tê-lo ao seu lado.Decido tomar coragem e me levantar. Tenho muito o que fazer hoje. Separo uma roupa, deixo em cima da cama e vou para o banheiro. Tomo um bom banho, lavo meus cabelos, faço minha higiene pessoal, e quando estou saindo do banheiro, escuto o meu celular tocar. Olho na tela e vejo que é Vivi.— Bom dia, minha grávida favorita! — ela me saúda, animada.
Acordo e vejo que estou no quarto de um hospital. Há um homem de capuz preto próximo a porta, mas a luz está apagada e não consigo ver o seu rosto. Um bebê está em seus braços. Meu bebê. Ele está enrolado em uma mantinha azul.— Para onde você vai levá-lo? — pergunto, aflita.Meu coração acelera porque sei que não há boas intenções em seus atos.— Vou arrumar uma nova família pra ele — responde o homem.Eu me esforço, mas não consigo reconhecer a sua voz.— Mas ele já tem uma família. Ele tem a mim e ao pai dele. Me devolve o meu filho! — Me sento já aos prantos com os braços estendidos em sua direção.—Não, você nunca
Nem acredito que enfim o grande dia chegou. Durante a última semana, Caio saía de casa todas as noites no mesmo horário e passava uma hora fora, o que achei bem estranho, mas quando questionei, ele disse apenas que estava tentando perder uns quilos até o casamento. Não sei onde ele vê gordura, com o corpo que tem. A hipótese mais provável é a de que está aprontando alguma coisa e usando o seu peso como desculpa. Mas não importa. Eu confio nele.Sinto como se tivesse cem borboletas no meu estômago. Estou tão ansiosa e ao mesmo tempo com medo de algo dar errado. Esse é um dos dias mais importantes de nossas vidas. Mal posso esperar a hora de ver como Caio vai estar naquele altar me esperando. Me olho no espelho e me surpreendo com o que vejo. Será que ele vai gostar ou achar exagerado? Se bem que gastamos muito nesse casamento — ele me fez comprar tudo do bom e do
Assim que adentramos o salão, fico encantada. Está tão lindo quanto o local da cerimônia. Olho para Caio, que está com um sorriso de orelha a orelha.— Está tudo do jeito que você sonhou, meu amor? — pergunta, fazendo carinho em meu rosto.— Está além — respondo, toda empolgada.Os convidados começam a se acomodar, e quando todos já estão presentes, vamos para o centro da pista de dança.— Esposa, espero não pisar no seu pé nessa valsa. — Caio fala, sem jeito.— Se pisar a gente disfarça. — Dou uma piscada.Mas ele me enganou. Caio dança perfeitamente bem. Fico surpresa. Certeza que ele estava tendo aulas particulares.— Você me enganou direitinho — falo próximo ao seu ouvido.— Nã
Assim que entramos na limousine, me vejo encantada com tanta beleza e passo a mão por seu estofado de couro. Ela é tão linda e luxuosa.— Pelo jeito você gostou, né?Faço que sim com a cabeça e a mão de Caio segura a minha.— É lindo — digo. — Nunca imaginei que um dia andaria de limousine na vida. — Me deito, e o banco é tão grande que ainda sobra espaço.— Fico muito feliz que tenha gostado. Nós vamos a um aeroporto particular, não muito longe daqui. Iremos pegar um helicóptero até o destino da nossa lua de mel. Pedi para o motorista ir bem devagar pra termos um tempo. — Ele me olha com aquele olhar faminto e sua mão vai para baixo do meu vestido. — Tá impossível chegar à sua calcinha com esse vestido — resmunga, frustrado, e acabo rindo.
O corpo suado de Caio está colado ao meu; sua respiração irregular no meu ouvido e minhas unhas em suas costas. Nossos corpos parecem um só. Já estamos no meio da madrugada e parece que um não se cansa do outro. Eu sei que nunca vou me cansar dele; do seu jeito de fazer sexo, do seu corpo, do seu beijo e do seu toque.Em um movimento rápido, Caio me coloca de quatro na cama e volta a me penetrar fundo. Sua mão se enrosca em meu cabelo, me dando leves puxões, e sua mão direita, que está livre, massageia a minha bunda. Escuto um estralo e sinto a dor de um tapa bem dado ali. Um gemido alto escapa da minha boca, em uma mistura de dor e prazer.— Você gostou? Quer outro? — Sua voz é carregada de desejo e excitação.— Eu quero mais. Me dá mais, Caio. — Eu mesma não estou me reconhecendo. Escuto outro tapa e me contrai
Quando nos levantamos, já é hora do almoço. Culpa do horário tardio em que fomos dormir. Caio estava impossível. Depois de almoçarmos no restaurante do resort, vamos dar uma caminhada na praia. Esse lugar parece tão mágico. Por isso queria ficar no Brasil. Sei que nosso país tem lugares incríveis como esse. Paramos em uma espreguiçadeira que há em frente a praia e nos deitamos.— Manu, estava pensando aqui... Não sei se estou sendo paranoico, mas se Dulce teve coragem de colocar algo na minha bebida pra passarmos a noite juntos, será que ela colocaria algo naquele presente que nos deu?— Não parei pra pensar nisso, Caio, mas agora que você falou me deixou com um pé atrás. Será que ela seria tão má assim de colocar algo no doce pra me prejudicar? Eu estou grávida assim como ela. — Meu peito