Durante o café da manhã, conseguimos resolver todos os detalhes sobre a nova loja. Foi um pouco difícil controlar os ânimos dos dois, com um querendo provar ser melhor que o outro, mas no fim deu tudo certo. Quando trabalham juntos e deixam as desavenças de lado, até que formam uma boa dupla. Há pouco, quando terminamos a reunião, Alex se despediu, alegando precisar supervisionar a reforma, e Caio saiu em seguida, sem me dizer para onde ia. Eu sei que não devo desconfiar tanto dele, mas é difícil depois de tudo o que aconteceu.
Assim que volto para o quarto, me deito e tento relaxar — ultimamente, por conta da gravidez, ando me sentindo mais cansada que o normal —, mas é difícil, com tantos pensamentos tumultuando em minha mente; tantos problemas. Preciso voltar logo para casa para dar início ao meu pré-natal. E também há a Dulce. Ela não vai desistir tão rápido do Caio.Acaricio a minha barriga enquanto penso nele; no quanto o amo. Queria tanto que as coisas fossem mais fáceis, que eu pudesse ter uma gestação tranquila... E, em meio a tantas divagações, acabo adormecendo.Um tempo depois, acordo ouvindo batidas na porta. Quando me volto para o relógio, vejo que já são duas da tarde e eu ainda não almocei. Ainda tonta pelos últimos resquícios de sono, me levanto e giro a maçaneta, admirada ao encontrar Caio todo arrumado, de banho tomado e vestido de preto dos pés à cabeça. E cheiroso. Deus, como ele está cheiroso! Parece que mergulhou em uma banheira de perfume. Minha vontade é de pular em seu colo. E, lutando para resistir, mordo o lábio inferior e o encaro, sentindo o calor descendo pelo meu corpo.Ele coloca a mão no batente da porta e se inclina em minha direção. Seu sorriso malicioso está estampado no rosto, e meus olhos pousam em seus lábios.— O que você está pensando, princesa? — pergunta, tão perto que nossas bocas quase se tocam.— Você sabe muito bem — respondo, olhando-o um pouco mais, sem disfarçar o efeito que ele tem sobre mim.— Posso entrar?— Fique à vontade — digo, e me afasto para lhe dar passagem.Ele se senta na cama e eu faço o mesmo, e então vejo a sacola que ele carrega na mão.— Comprei uma coisa — diz, notando o meu olhar. — Abra, por favor.Quando o obedeço, curiosa, me deparo com um lindo ursinho feito de crochê.— Caio, é tão lindo! — Eu aperto o urso contra o peito.— Queria ser a primeira pessoa a dar um presente ao nosso filho — ele explica, sorrindo. — Eu fui o primeiro, né? — indaga, agora aparentando certa confusão.Eu acabo rindo enquanto as lágrimas descem.— Sim, você foi o primeiro.Ele solta um suspiro aliviado e sorri. Coloco o ursinho de volta em seu lugar, me levanto para pôr a sacola sobre a cômoda e, ao me virar, vejo Caio se aproximando. Ele me abraça e beija o topo da minha cabeça.— Eu sei que fui chato hoje no café da manhã. Me desculpa. É difícil pra mim controlar o ciúme. — Ele então desliza um de seus dedos sobre os meus lábios. — Só de imaginar aquele cara te beijando — sussurra —, meu sangue ferve.Caio me encara com tanta intensidade que sinto minhas pernas fraquejarem e o meu coração acelerar. Eu o quero de volta. Quero que nos tornemos um só novamente. Sem pensar duas vezes, seguro os seus ombros e o puxo para mim. Ele demonstra surpresa por um instante, mas logo aprofunda mais o nosso beijo.— Eu senti tanto a sua falta, meu amor — Caio diz, quando por fim nos afastamos.Tiro a sua jaqueta e sua camisa e passo a mão pelo seu peito. Como estava com saudade desse corpo...— Manuela, você me olhando desse jeito me deixa louco. — Sua voz já está rouca e é o suficiente para me deixar toda molhada.Eu começo a espalhar beijos por seu abdômen, até alcançar o pescoço e tocar a sua pele com os meus lábios.— Porra! — ele pragueja, com a respiração pesada quando mordo a ponta da sua orelha.Sentir esse homem maravilhoso estremecer em minhas mãos não tem preço.Caio começa a tirar a minha roupa com urgência, e em questão de segundos já estamos nus na cama. Enquanto me beija, sua mão desce até o meio das minhas pernas e seus dedos ásperos deslizam pela minha entrada, me fazendo arfar.— Nunca vou me cansar de sentir você tão molhada assim pra mim. — Seu dedo massageia meu clitóris e um gemido escapa da minha boca. — Seu corpo é uma droga que já virei dependente, Manuela, e não quero me curar desse vício nunca.Caio beija o meu pescoço enquanto continua a me dar prazer.— Por favor, preciso de você dentro de mim. Não aguento esperar mais — digo, quase sem voz.Ele se encaixa em mim em um segundo e suas estocadas fortes me levam ao paraíso. O seu jeito de fazer sexo às vezes parece bruto, mas eu amo. Adoro quando ele me "paga de jeito", como ele mesmo diz. O barulho de nossos corpos colidindo um no outro misturado aos nossos gemidos me deixa ainda mais perto do limite.— Caio... — sussurro, arranhando as suas costas com minhas unhas.— Estou com você, meu amor. Não se segure — ele fala em meu ouvido.É o que falta para me desmanchar em prazer e ele me seguir. Com um suspiro, encosto a minha testa na sua e penso em como o tempo é relativo, porque parecia fazer anos que estávamos separados.— Você já almoçou? — Caio pergunta, com os dedos em meus cabelos. — Quando cheguei, você estava dormindo.Meu estômago ronca em resposta à sua pergunta, e ele se senta na cama, pega o celular e começa a digitar.— O que está fazendo? — questiono, me sentando ao seu lado.— Pedindo comida. Preciso alimentar os amores da minha vida — diz, com um sorrisinho de lado.Alguns Dias Depois ♥♥♥♥♥♥Acordo sentindo os meus olhos pesados. Não consegui dormir direito na noite passada, graças a ansiedade pela inauguração da minha loja, que já é hoje. Estou tão nervosa. Já fiz todas as entrevistas e contratei o pessoal; e deu tudo certo na reforma e decoração — mesmo com as ocasionais alfinetadas entre Caio e Alex. Hoje é o grande dia! Nem consigo acreditar. Tudo passou tão rápido.— Bom dia, minha princesa linda. — Escuto a voz de Caio em meu ouvido.— Bom dia — falo, puxando-o para os meus braços. — Estou com fome — digo, e Caio ri.— Eu imaginei. Ultimamente você está comendo muito bem. Pedi pra trazerem o café aqui no quarto. — Ele me dá um selinho e acaricia a min
Após fechar a loja, converso um pouco com os novos funcionários — principalmente com Luan, o gerente; peço que ele me mande uma mensagem ou me ligue caso algo aconteça, mesmo supondo que não haverá nenhum problema. Ele é um homem com uma vasta experiência em sua área, e logo de cara nos demos muito bem.Por fim, me despeço de Alex e agradeço por tudo o que fez por mim, e ele avisa que ficará mais alguns dias em São Paulo e que sentirá a minha falta, mas que logo retornará para Botucatu.Minha família e amigos pegam a estrada assim que fecho a confeitaria. E Caio vai comigo até o hotel para arrumarmos nossas coisas — ele faz questão de pagar a minha estadia. A volta para casa ocorre tranquilamente; eu no meu carro e Caio no dele, bem atrás de mim. Quando adentramos a cidade, vamos direto para o seu apartamento, e assim que e
Estamos parecendo duas crianças correndo pelo apartamento; risada ecoa por cada cômodo que passamos. Essa sensação é tão boa — uma sensação de liberdade, de saber que posso ser eu mesma e Caio ainda vai me amar do mesmo jeito.— Manuela, sua menina malvada. Vem aqui agora! — fala, em meio às risadas.Assim que consegue me pegar na cozinha, me joga em cima de seu ombro e dá um tapa em minha bunda.— Caio... — meu murmúrio é uma mistura de dor e excitação.— Agora você vai fazer sexo comigo até não aguentar mais. Essa vai ser a sua punição — diz, me levando para o quarto e me colocando com cuidado na cama.— Você sabe que não vai ser exatamente uma punição, não é? — Mordo meus lábios e Caio s
Eu nunca senti tanta raiva de uma pessoa como sinto de Dulce. Ela consegue despertar o pior em mim.— O que vocês querem? — Caio pergunta, firme, segurando a minha cintura.— Nós precisamos conversar com você — Miguel insiste. — Podemos entrar?— Entra. Eu quero ouvir o que vocês tem a dizer. — Abro mais a porta e Caio me olha confuso.— Que seja breve — diz, por fim.Sentamos nós quatro no sofá — nós a uma boa distância deles.— Então, Caio — Miguel começa, segurando a mão de Dulce. — Dulce me procurou porque já somos amigos há anos e ela confia muito em mim. — Ele sorri, como se quisesse encorajar a garota. — Ela me contou que vocês passaram a noite juntos e depois você a expulsou daqui como se ela fosse uma qualquer.
Caio saiu para trabalhar há alguns minutos e ainda estou na cama, pensando no que aconteceu. Ainda não caiu a ficha que Dulce está grávida. E se estiver sendo sincera, meu filho terá um irmão ou uma irmã... Estava tudo bom demais para ser verdade. Eu sabia que ela não iria desistir dele assim tão fácil. Mas não vou abrir mão do nosso relacionamento de novo. Caio é a minha alma gêmea e não consigo ficar sem ele. E meu filho também merece tê-lo ao seu lado.Decido tomar coragem e me levantar. Tenho muito o que fazer hoje. Separo uma roupa, deixo em cima da cama e vou para o banheiro. Tomo um bom banho, lavo meus cabelos, faço minha higiene pessoal, e quando estou saindo do banheiro, escuto o meu celular tocar. Olho na tela e vejo que é Vivi.— Bom dia, minha grávida favorita! — ela me saúda, animada.
Acordo e vejo que estou no quarto de um hospital. Há um homem de capuz preto próximo a porta, mas a luz está apagada e não consigo ver o seu rosto. Um bebê está em seus braços. Meu bebê. Ele está enrolado em uma mantinha azul.— Para onde você vai levá-lo? — pergunto, aflita.Meu coração acelera porque sei que não há boas intenções em seus atos.— Vou arrumar uma nova família pra ele — responde o homem.Eu me esforço, mas não consigo reconhecer a sua voz.— Mas ele já tem uma família. Ele tem a mim e ao pai dele. Me devolve o meu filho! — Me sento já aos prantos com os braços estendidos em sua direção.—Não, você nunca
Nem acredito que enfim o grande dia chegou. Durante a última semana, Caio saía de casa todas as noites no mesmo horário e passava uma hora fora, o que achei bem estranho, mas quando questionei, ele disse apenas que estava tentando perder uns quilos até o casamento. Não sei onde ele vê gordura, com o corpo que tem. A hipótese mais provável é a de que está aprontando alguma coisa e usando o seu peso como desculpa. Mas não importa. Eu confio nele.Sinto como se tivesse cem borboletas no meu estômago. Estou tão ansiosa e ao mesmo tempo com medo de algo dar errado. Esse é um dos dias mais importantes de nossas vidas. Mal posso esperar a hora de ver como Caio vai estar naquele altar me esperando. Me olho no espelho e me surpreendo com o que vejo. Será que ele vai gostar ou achar exagerado? Se bem que gastamos muito nesse casamento — ele me fez comprar tudo do bom e do
Assim que adentramos o salão, fico encantada. Está tão lindo quanto o local da cerimônia. Olho para Caio, que está com um sorriso de orelha a orelha.— Está tudo do jeito que você sonhou, meu amor? — pergunta, fazendo carinho em meu rosto.— Está além — respondo, toda empolgada.Os convidados começam a se acomodar, e quando todos já estão presentes, vamos para o centro da pista de dança.— Esposa, espero não pisar no seu pé nessa valsa. — Caio fala, sem jeito.— Se pisar a gente disfarça. — Dou uma piscada.Mas ele me enganou. Caio dança perfeitamente bem. Fico surpresa. Certeza que ele estava tendo aulas particulares.— Você me enganou direitinho — falo próximo ao seu ouvido.— Nã