Contei para Amanda tudo o que tinha acontecido até então. Contei como conheci Susi e Lila, como ficamos assustados com as pegadas da onça gigante, contei sobre a passagem para o outro lado da ilha, o sumiço de Lila, o rio vermelho, Savite e os Karvals, a invasão dos Rambeks, a volta para o nosso lado da ilha, sobre a caverna misteriosa, a casa em chamas, a nova passagem, o caminho, os dois estranhos na estrada e o momento em que eu e Susi seguimos por caminhos diferentes. Amanda ficou me olhando sem esboçar reação alguma.
– Você sabe que absolutamente tudo isso que você está me contando é bastante absurdo, não sabe? – ela quebrou o silêncio.
– Mas é a mais pura verdade. – respondi na esperança de que ela não estivesse compl
– A Bela Adormecida já acordou? – Amanda estava usando aquele tom sarcástico que só ela sabia fazer – Não quer dormir mais outras dez horas?Olhei ao meu redor e vi o relógio marcando 10h04. Eu estava deitado em uma cama extremamente confortável, com lençóis brancos e travesseiro de plumas. Meu celular tocou avisando que tinha chegado uma mensagem. Acendi o abajur, mas Amanda abriu a cortina do quarto. Eu estava de volta ao meu apartamento.– Hoje a Cida não vai poder vir. – Amanda começou a falar – Ela teve que acompanhar o marido em uma cirurgia. Acho que ela vai adiantar as férias dela. Fui obrigada a fazer o café da manhã. No seu caso já é quase o almoço, não é? Eu não estava conseguindo me lembrar direito das coisas. Eu estava com uma sensação de que algo muito sério tinha acontecido comigo, mas não me lembrava exatamente o que. Tentei refazer os meus passos mentalmente e a última coisa que me lembrava era de ter encontrado a Amanda na ilha. Mas era só uma sensação estranha. Minha cabeça estava doendo muito. E a sensação de já ter vivido exatamente a mesma coisa estava invadindo o meu peito. Dejá vù que eles chamam, não é? Eu não estava entendendo absolutamente nada. Mas resolvi seguir para perto de Amanda.– Amanda, Amanda! – gritei antes de me aproximar.Antes que pudesse dar mais um passo, uma lança veio em minha direção. Saltei instintivamente para tráCapítulo 15: Intervalo?
Seguimos novamente em direção ao local onde o portal para o outro lado da ilha estava. Precisávamos chegar o quanto antes até Susi e Lila. Se a minha teoria estivesse certa, neste momento não teríamos ninguém nos vigiando, então cada segundo era precioso. Nós precisávamos chegar ao outro lado sem sermos percebidos. Mas eu estava esquecendo de um pequeno detalhe.– Tem certeza que é aqui mesmo? – Amanda perguntou.– Está fechada! – toquei na grande rocha como se isso fosse abri-la – Não acredito que ela está fechada de novo.– E agora? – Amanda fez o mesmo, mas parecia mais interessada em achar algum tipo de fechadura ou algo do gênero. Eu ainda estava tendo um pouco de dificuldade em entender o que estava acontecendo. Como Susi tinha engravidado e, principalmente, quanto tempo já tinha se passado? Porque era simplesmente impossível a Susi já estar com uma barriga tão grande. Pelo tamanho esse bebê já estava quase nascendo. Como isso era possível?– Pelo visto a sua amiga não está correndo todo esse perigo que você achava que ela estava, não é? – Amanda parecia tentar não dizer isso de forma debochada.– Isso não faz sentido algum. – falei comigo mesmo – Não pode ser verdade.– Richard, você perdeu a garota. – Amanda continuava em um tom que flertava com o de empatia e sadismo – Você diziCapítulo 17: Sequestrados
Evitei fazer qualquer movimento – pelo menos enquanto eu estivesse com uma espada encostada no meu peito. Aparentemente todos nós estávamos do mesmo lado. Pelo menos no que dizia respeito a acabar com o líder dos Rambeks. Mas já estava claro que eu precisaria usar muito bem as palavras para que nada saísse do controle.– Meu nome é Richard e o dela é Amanda. – falei ainda com as mãos para cima – Nós estamos aqui em paz. Não temos nada contra nenhum de vocês.– Sem conversa fiada, Richard. – Day falou meu nome com um certo desprezo – Não foi isso que eu perguntei.– Está certo! – respirei fundo – Nós estávamos invadindo a tribo dos Rambeks. Não faze
– O que exatamente está acontecendo? – perguntei segurando a espada.– Uma invasão! – Day falou rapidamente enquanto tirava a sua espada da bainha.– Invasão? – me assustei.– Está surdo agora? – Day vigiava a entrada da cabana – Parece que os Rambeks nos seguiram. Ou alguém contou a nossa localização para eles. – Day olhou friamente para mim.– Você está achando que eu tenho alguma coisa com isso? – quase gritei.– Se eu estivesse achando realmente não teria te dado uma espada. – Day voltou a vigiar a entrada da cabana – Mas é sempre bom lembrar que estamos de o
Ouvi o som de portas se abrindo. Eram as portas do elevador. Eu ainda estava paralizado, mas consegui perceber uma movimentação ao nosso redor.– O que aconteceu aqui? – uma voz masculina falou – Por que ele falou da Susi? Achei que já tinham consertado esse bug.– Eu não sei dizer o que aconteceu. – outra voz masculina – Eu tinha certeza que tinha apagado todas as memórias dessa campanha.– Mas parece que ainda ficaram registros salvos neste aqui. – senti a pessoa se aproximando de mim – Quem ficou de monitorar o andamento dessa nova versão?– Vou chamá-la imediatamente. – senti a outra voz se afastando.–
Eu já estava o observando fazia alguns minutos. Em total silêncio. Tentava a todo custo ignorar qualquer outra coisa que não fosse ele. Eu precisava ser certeira. Mesmo já tendo feito isso vezes o suficiente para me considerar uma especialista, ainda assim sempre é um grande desafio fazer esse tipo de coisa. Sempre! Ainda mais com um daquele tamanho. Seria um desafio e tanto, mas eu estava pronta para ele. E o momento não poderia ser mais perfeito. Ele parecia estar dormindo, bem tranquilo, debaixo da sombra de uma árvore. Nem sequer sonhava com o que estava prestes a acontecer. Provavelmente ele iria lutar muito quando eu pulasse em cima dele. Eu teria que ser forte para não ser derrubada logo de cara. Mas uma vez que eu estivesse lá, seria questão de tempo para que eu conseguisse dominá-lo por completo. Eu só precisava esperar a hora exata. O sol não estava tão forte, mas não soprava vento algum. Qualqu