O sonho de Daniel continuava tão vívido que cada toque, cada suspiro, parecia real.Eveline, deitada sob ele, acariciava suas costas com as unhas curtas e delicadas, guiando-o com ternura e desejo. Seus olhos, meio fechados de prazer, brilhavam à luz suave do sonho, refletindo a entrega total que ele tanto ansiava.Daniel deslizou as mãos pelo corpo dela, memorizando cada curva, cada suspiro que escapava de seus lábios entreabertos. Os seios dela, firmes e fartos, eram moldados pela gravidez e pela beleza natural que o deixava em estado de adoração. Ele beijava sua barriga com reverência, sentindo a vida que crescia dentro dela — uma vida que, no sonho, ele imaginava também ser sua.Eveline o puxou para cima, exigente e doce, beijando-o com uma sede que fazia Daniel perder o controle. Seus lábios macios exploravam cada parte do seu rosto, do pescoço, do peito. Era como se ela o marcasse, como se o quisesse gravado na pele, no corpo e na alma.Quando ele finalmente a penetrou, fê-lo co
O dia estava suave, banhado por uma luz dourada que fazia o jardim da mansão Avelar parecer ainda mais acolhedor. Eveline, sentindo-se leve e animada, decidiu dar uma volta pelos canteiros, sentindo o perfume das flores e a brisa fresca sobre a pele.Vestindo um vestido florido de algodão e sandálias baixas, ela acariciava a barriga com carinho enquanto caminhava. Lucas e Beatriz, correndo e brincando à sua volta, espalhavam risos pelo ar.— Tia Eveline, olha minha corrida! — gritou Lucas, disparando entre as árvores.— E eu sou uma borboleta! — disse Beatriz, rodopiando com os braços abertos.Eveline riu, sentindo-se completa, preenchida por aquele amor simples e verdadeiro. No entanto, ao dar mais alguns passos, uma dor aguda atravessou seu ventre, fazendo-a parar abruptamente. Suas mãos instintivamente abraçaram a barriga.Uma contração forte e inesperada.— Daniel! — ela gritou, tentando manter-se de pé.Lucas e Beatriz pararam imediatamente, seus rostos pequenos se contorcendo em
O dia amanheceu iluminado e alegre na mansão Avelar. As cortinas brancas do quarto de Eveline balançavam suavemente com a brisa fresca que entrava, carregando o aroma do jardim. Era um daqueles dias perfeitos para pequenas grandes mudanças.Enquanto Eveline terminava de organizar as roupinhas do bebê no armário, escutou passos apressados no corredor. Lucas e Beatriz, animados como sempre, surgiram na porta com os olhos brilhando de excitação.— Tia Eveline! Podemos ajudar? — perguntou Lucas, já invadindo o quarto com seu sorriso travesso.— Por favor! — acrescentou Beatriz, abraçando uma pequena pelúcia azul.Eveline sorriu, abrindo os braços para recebê-los.— Claro que podem! Serão meus ajudantes oficiais!As crianças vibraram e imediatamente se jogaram sobre a pilha de roupinhas que Eveline separava para dobrar. Daniel, que observava a cena encostado na porta, cruzou os braços e sorriu. O coração dele aquecia ao ver como Eveline se conectava naturalmente com Lucas e Beatriz.— Aqui
A manhã na mansão Avelar começava cedo. Como parte de suas tarefas diárias, Eveline caminhou silenciosamente pelo corredor do andar superior e entrou nos quartos de Lucas e Beatriz para acordá-los. Com delicadeza, chamou-os carinhosamente, ajudando-os a se arrumarem para a escola. Lucas vestia uma camisa azul clara e bermuda bege, enquanto Beatriz usava um vestido xadrez azul com laço no cabelo.Acompanhando-os até a cozinha, Eveline sorriu ao ver a mesa decorada com frutas frescas, pães quentinhos e leite com chocolate, cuidadosamente preparada por Marta, a governanta.— Podem comer sem pressa meus amores, temos tempo, eu acordei vocês um pouco mais cedo para não se atrasarem! Estão prontos para mais um dia de aventuras? — perguntou Eveline, ajeitando os cabelos de Beatriz com carinho.— Sim! Hoje é dia de aula de artes! — disse Beatriz, animada.— E eu vou jogar futebol! — completou Lucas, com o brilho travesso nos olhos.Depois do café, o motorista da família os levou para a escola
Marcus encarava o próprio reflexo no espelho da academia privativa da mansão Castelão. O suor escorria pela testa, misturando-se à expressão determinada — e melancólica. Estava ali todos os dias, religiosamente, desde que assinara os papéis de divórcio. Precisava fazer algo com a dor que consumia seu peito, e transformar seu corpo parecia, ao menos, uma pequena vitória sobre o caos interior.Reeducou também sua alimentação. Nada de uísque à noite, nada de comida processada. Tudo natural, balanceado. Helena, sua mãe, cuidava para que as refeições fossem pensadas não apenas para o corpo, mas também para a alma do filho destruído.Além disso, Marcus seguia firme nas consultas semanais com o psicólogo. Ali, pela primeira vez, aprendia a lidar com sentimentos que sempre abafara com arrogância, trabalho e controle. Enfrentar sua vulnerabilidade era mais difícil que qualquer reunião de negócios.Nas reuniões da empresa Castelão, Marcus mantinha a postura impecável. Terno sob medida, voz firm
Após despertar confuso e enojado na casa da festa, Marcus não perdeu tempo. Saiu discretamente, evitando qualquer contato com Sabrina ou qualquer outra pessoa.Chegou em casa ainda com a cabeça latejando, o cheiro de álcool impregnado na pele. Foi direto para o chuveiro, onde permaneceu por longos minutos sob a água gelada, tentando lavar a culpa, a vergonha e o vazio que o consumiam.Vestiu uma roupa sóbria e seguiu para a empresa Castelão, tentando ocupar a mente com trabalho.O dia passou em meio a reuniões exaustivas e decisões impessoais. No fim da tarde, Marcus retornou para casa apenas desejando se refugiar no silêncio.Ao entrar na mansão, encontrou sua mãe, Helena, na sala, servindo café para uma visita inesperada.Era Sabrina.Helena manteve a educação, mas o desconforto era visível.— Marcus, sua prima Sabrina veio falar com você. Pedi para que ela aguardasse no escritório — disse Helena, com um sorriso polido e olhar duro.— Veio falar comigo? — Marcus murmurou, trincando
Marcus ainda se recuperava da visita devastadora de Sabrina.Assim que ela saiu do escritório, com os saltos ecoando pelo corredor, Helena, aflita, surgiu à porta.Seus olhos ansiosos e a expressão fechada denunciavam o turbilhão de pensamentos que lhe corria pela cabeça.— Marcus — ela entrou, fechando a porta atrás de si —, pelo amor de Deus, o que aconteceu? O que aquela víbora veio fazer aqui? — perguntou, baixando a voz, mas carregada de indignação. — Você costumava dispensá-la em dois minutos! Agora recebe ela assim, dentro da nossa casa?Marcus soltou um suspiro cansado, passando a mão pela nuca como se buscasse forças para falar.Sentou-se na poltrona diante da lareira apagada e encarou a mãe com olhos opacos.— Ela veio... — começou, a voz rouca. — Ela veio dizer que talvez esteja grávida.Helena arregalou os olhos, levando as duas mãos à boca, em choque.— Pelo amor de Deus, Marcus! — exclamou, abafando o grito. — Como você pôde deixar isso acontecer?Marcus fechou os olhos,
A caneta escorregava entre os dedos finos de Eveline Rocha. O papel à sua frente tremia como se denunciasse o que ela não podia dizer em voz alta. Aquela não era uma assinatura de amor. Era um contrato de resgate. Resgate financeiro — não emocional.Sentada à mesa da sala de jantar, Eveline parecia pequena demais para a gravidade daquela decisão. A jovem de pele alva e cabelos negros como a noite encarava o documento com os olhos cor de mel marejados. Seu coração batia tão alto que podia jurar que os outros escutavam.Mas ninguém escutava nada naquela casa.Seu pai, Júlio Rocha, estava de pé ao lado da lareira, com os braços cruzados e a expressão fria como mármore. Desde que a fábrica da família — uma tradicional tecelagem herdada do avô de Eveline — começara a falir, ele já não a olhava como filha. Era uma moeda de troca, e nada mais.— Assine de uma vez, Eveline. Não temos o dia todo — disse ele com voz áspera, sem tirar os olhos do relógio de bolso que herdara como um troféu de te