— A senhorita sabe que eu trabalho com ramos diversos de negócios, porém, moda não é um deles — Damian começou a falar e recostou-se na cadeira, como se fosse um Rei em seu trono. — Quando soube mais sobre a senhorita, tive uma ideia e creio que possamos trabalhar com isso. — Prossiga. — A senhorita tem um ateliê, onde já atende seus clientes. No entanto, não tem uma “galeria”, digamos assim, mais aberta às pessoas. Além disso, precisa de marketing, de propagandas que engrandeçam ainda mais o seu nome. Assim, pessoas que não são do meio passarão a conhecer o nome René Laurent. — É uma ideia boa. Eu já tenho a minha equipe de marketing, senhor Lancaster. — Mas não tem as suas próprias modelos, por exemplo. E, desculpe perguntar, mas a senhorita estiliza roupas apenas para o público feminino? Na verdade, Lauren também gostava de desenhar ternos, porém, a competição era grande, porque os homens não eram como as mulheres, que adoravam o glamour ou coisas do momento. Eles prezavam por
A expressão de Damian fechou-se imediatamente. Tudo estava indo razoavelmente bem até ele ouvir o nome de Marissa. Lauren, no entanto, leu como se Damian não tivesse gostado que ela tocasse no nome da mulher. No passado, Damian fazia Lauren passar por intrigueira e por alguém que não podia perder a chance de ser encrenqueira, principalmente quando se tratava de Marissa. O que Lauren não sabia era que Damian não estava realmente do lado de Marissa. Todas as vezes, ele simplesmente não queria dar o braço a torcer na frente da esposa, afinal, ele tinha o ressentimento de ter sido obrigado a casar. Mas, por trás, ele brigava com Marissa e, por isso, a mulher nutria ainda mais raiva de Lauren. — Algum problema, senhor Lancaster? Falei demais? — Não — ele disse e se endireitou na cadeira. — E sim, eu gostaria que ela fosse, pelo menos por um tempo. Lauren remexeu a boca como se mastigasse algo desagradável. — E ela é uma boa modelo? Ele inspirou fundo e inclinou-se para a frente, poré
Dentro do carro, Lauren informou o endereço dela — não o dela, mas o de Emma. Ela não seria louca de dar a Damian aquela brecha para que ele a encontrasse facilmente. A ela e a Oliver. O carro se colocou em movimento e Lauren sentiu o ar opressor dentro do veículo. Damian parecia capaz de devorá-la, mas que, quando ela se virou para ele, a expressão no rosto dele fosse leve. Damian queria dizer que ele e Marissa não tinham nada um com o outro. Normalmente, ele não se explicava para as pessoas. Não tinha motivos para tanto, muito menos quanto à vida pessoal dele. Aquilo era um erro que ele não percebia, já que era por isso que Marissa fingia ser namorada dele. Mas com René, ele queria que ela soubesse a verdade. Talvez fosse porque a mulher era muito parecida — e ele ainda não tinha descartado a possibilidade de ela ser Lauren — com a mulher que perseguia os sonhos dele, mesmo anos depois de ter sumido. Damian não queria que nenhum mal-entendido se pusesse sobre eles, porque se ela
O rosto dela não estava tão visível, porque as fotos foram tiradas claramente de fora do restaurante e em todas, Lauren estava se movendo ou virada. Isso antes de eles chegarem à saleta. Depois, na saída, no entanto, ainda que de uma certa distância, quem a conhecia sabia que era ela. “BILIONÁRIO DAMIAN LANCASTER VISTO COM UM NOVO AMOR? QUEM É A BELA MULHER?”Lauren sentiu o mundo girando e foi na sessão de comentários. Então, lá estava, alguém dizendo que parecia com a estilista René Laurent, que foi vista por muitos no desfile do sábado anterior. — Merda, merda! — Lauren xingou baixo e sentiu Oliver se movendo. Ela abaixou o celular e viu o garotinho sorrindo para ela, ainda com os olhos meio fechados. “Ele é igual ao Damian…, ela não conseguia não pensar nisso todas as vezes que via o menino. Era como se ela tivesse feito um mini clone do homem! — Mamãe, bom dia! — o garotinho esticou os braços e Lauren sorriu, pegando-o no colo e acariciando-lhe os cabelos escuros. — Você volt
Lauren levantou os olhos e viu o senhor Lagarde. Ela puxou Oliver para mais perto dela. — Quem é essa criança adorável? — Meu filho — Lauren respondeu, mantendo o semblante sério, mas não hostil. — Oh, eu não sabia que a senhora era casada! — ele ficou sorridente, mas Oliver franziu a testa. — A mamãe não é casada — ele disse e o mais velho levantou as sobrancelhas, antes de limpar a garganta, sem graça. — Perdão, senhorita Laurent. Não quis ser indelicado. — Não há problema — ela falou e engoliu em seco. — Com licença, senhor Lagarde. Ele apenas fez uma reverência, ficando parado, enquanto Lauren tirava Oliver dali. Assim que voltaram para a papelaria, ela se abaixou e ficou de frente para a criança. — Por que saiu da loja? — ela perguntou e Oliver olhou para baixo. — Oliver, responda! — É que… eu vi aquele senhor. — Que senhor? — Aquele do aeroporto — Oliver disse e o sangue nas veias de Lauren esfriou na mesma hora. Ela sentiu a garganta seca, mas tentou sorrir e disfarç
— Em outro momento, senhor Lancaster — ela falou e Damian olhou para a criança. Ele se inclinou para o menino. — Qual o seu nome, rapaz? Oliver arregalou os olhos e virou a cabeça para cima, para a mãe. Ela deu um breve aceno. Lauren estava apavorada. — Oliver Laurent — ele falou e Lauren sorriu internamente. Ela era grata por Oliver ser um menino esperto. — Oliver… Quantos anos você tem, Oliver? — o menino levantou os dedinhos. — Três?— E meio! — ele falou, nervoso. Lauren tinha dito a ele para, caso algum estranho perguntasse, ele dissesse que tinha três anos e meio, alguns meses a menos do que realmente tinha. Damian franziu a testa, decepcionado, mas sorriu em seguida e se endireitou. — Jantar, hoje. — Não — Lauren rebateu. — Como o senhor pode ver, eu não tenho todo esse tempo livre, senhor Lancaster. Agora, se nos der licença, preciso pagar a conta e ir embora.— A conta já está paga — ele disse como se não fosse nada e Lauren não gostou. — Passe a sua conta, por favor
— É que… eu estou na casa de uma amiga. Não estou em casa. — Onde é? — Senhor Lancaster! Não pode esperar até amanhã? Seria rude de minha parte sair assim! Oliver já está dormindo! — Basta descer. Vai ser rápido. “Esse homem…!”— Amanhã. — Almoço — Damian sorriu. — É sobre trabalho. Lauren apertou o aparelho. — Muito bem. Amanhã podemos almoçar no ateliê. Meio dia em ponto. — Estarei lá. Boa noite, senhorita Laurent. E ele desligou. Lauren soltou um suspiro. — Droga, Damian, você não pode me deixar em paz nem depois do divórcio?! Já passaram cinco anos! Até a vontade de tomar o chocolate quente tinha passado! No dia seguinte, Lauren estava com um humor não muito bom. Ela chegou ao ateliê e foi para o escritório. Oliver ficou com a babá, enquanto Emma já estava trabalhando. — Que bicho te mordeu? Isso foi pelo jantar de ontem? — Emma questionou, olhando por cima do computador. Lauren jogou a bolsa em cima do pequeno sofá e sentou-se na própria cadeira. — Ele quer almoçar
— Algum problema, senhor Lancaster? — Lauren perguntou, piscando os olhos inocentemente. Damian puxou a gravata, como se estivesse incomodado. — Não lhe agrada? Por dentro, Lauren estava achando graça. Damian odiava frutos do mar, como lula e polvo. E ela fez questão de pedir exatamente esse tipo de comida. Ela sabia que era rude, afinal, o homem podia ser alérgico, se ela não o conhecesse. Mas ela sabia que ele não era. Apenas sentia nojo. Camarões ele comia, assim como peixe, porém, aqueles dois itens na mesa. — Me falaram que esse restaurante é muito bom e esses pratos são as especialidades deles! — ela disse, alegremente. Damian estava sentindo-se sufocado. Ele não era do tipo de reclamar da comida, porém, ele tinha alguns limites e o que estava disposta na mesa era demais para ele. — Entendo — ele sorriu fracamente. Lauren saberia que ele não comia aquelas coisas! Ele lançou um olhar e podia jurar que tinha divertimento no olhar de René. — A senhorita quem escolheu? — Não. N