Elisa ergueu a mão e deu um tapa estrondoso no rosto de Ana.Ana sentiu um lado do rosto formigar de dor e exclamou, furiosa:— Garota maluca, por que você me bateu do nada?Sem dizer uma palavra, Elisa deu outro tapa, ainda mais forte. Ana não teve tempo de reagir, e sua bochecha esquerda inchou instantaneamente, ficando vermelha e dolorida. Ela levou a mão ao rosto, contorcendo-se de dor.Enzo correu para frente e agarrou o braço de Elisa, gritando:— Elisa, você ficou louca?Elisa se desvencilhou com um puxão brusco. Foi então que ela avistou uma enfermeira passando com uma maca e, em um movimento rápido, avançou para pegar uma seringa da bandeja. Ela arrancou a capa protetora com os dentes e, sem hesitar, atacou Ana com a agulha.Ana tentou se esquivar, mas a ponta afiada ainda atingiu seu braço nu, deixando um corte longo que começou a sangrar imediatamente.— Ai, minha nossa! — Gritou Ana, sentindo lágrimas brotarem de seus olhos enquanto erguia o braço machucado para Enzo. — Olh
Todos finalmente perceberam que a funcionária da limpeza estava toda equipada: usava roupas de proteção, máscara e luvas de borracha. Toda aquela proteção deixou Ana ainda mais apavorada. Suas pernas começaram a tremer tanto que mal conseguiam sustentá-la. Ela balbuciou, com os lábios trêmulos, enquanto perguntava à funcionária:— É... é AIDS?A funcionária deu uma olhada enviesada para ela, abaixou-se para pegar a tampa do lixo, foi até a lixeira e espiou lá dentro:— O lixo do paciente com AIDS precisa ser todo selado em sacos especiais. Pelo que eu vi, o saco não está rompido. Mas você está ferida. O melhor é fazer um exame de sangue, só para ter certeza.Dito isso, a funcionária empurrou a lixeira e foi embora. Naquela área dos corredores cirúrgicos, não havia muitas pessoas. Os poucos curiosos que estavam por perto se dispersaram rapidamente assim que ouviram a palavra “AIDS”, como se o próprio ar pudesse estar contaminado.O corredor voltou a ficar silencioso. Ana lançou um olhar
Elisa estava com o pulso ensanguentado, o sangue escorrendo sem parar. Sendo a caçula da família, sempre fora mimada por todos. Cresceu cercada de mimos, nunca tinha passado por uma situação dessas. E se realmente tivesse contraído AIDS? Seria o fim dela. Nem namorado ela tinha tido ainda, morrer assim seria uma injustiça terrível.Elisa estava desolada, quase sem esperança. Tentando ignorar a dor, pediu:— Carlos, por favor, não conte nada disso para a Camila. Prometi a ela que não faria nenhuma loucura, e se ela souber, vai se culpar. Ela já está machucada, acabou de perder o bebê, não quero que ela se preocupe mais por minha causa.Carlos assentiu, sério:— Pode deixar, eu não vou contar.— E também não fale para o meu irmão, nem para a minha mãe. Nem para os meus avós. Eles não aguentariam um susto desses.— Fique tranquila, eu não vou falar. Mas seu pai estava lá na hora, pode ser que ele acabe contando.Elisa revirou os olhos:— Ele não tem coragem de abrir a boca. Se a minha avó
Camila levantou a mão e a colocou sobre a de Lucas. A mão dele estava fria como gelo. Camila apertou a mão dele por um momento, mas logo a retirou, temendo que, se continuasse a segurar, sua suavidade a fizesse fraquejar.Ouviu Lucas sussurrar:— A Chloe também sofreu um acidente. Está na sala de cirurgia, em coma. Já mandei investigarem o Nelson, estão reunindo provas. Logo, muito em breve, ele vai pagar pelo que fez.Camila soltou uma risada amarga:— Quando é que essa troca de vinganças vai acabar?Ela levantou a mão e tocou sua barriga gelada:— Não importa o quanto nos vingamos, meu filho não vai voltar.Raquel também não sobreviveria. Aquela união já estava além do ponto de retorno, e a cada dia, parecia que mais vidas se perderiam.Chloe havia sofrido um acidente, e Daulo não ficaria de braços cruzados. A vingança nunca tinha fim. Sempre alguém se machucava. Sempre havia uma morte.Lucas olhou para ela com os olhos profundos, fixos:— E você, seria capaz de me deixar?Camila des
— Alguma coisa? — Perguntou Camila.Enzo lançou um olhar frio para Camila e respondeu:— Sim.Enzo abriu a pasta que trazia consigo e tirou um talão de cheques. Com um ar de superioridade, pegou a caneta, assinou rapidamente uma folha e jogou o cheque sobre a colcha de Camila:— Aqui estão cinquenta milhões. Pegue e vá embora de uma vez por todas, deixe o Lucas em paz. Somando com o que ele já te deu, isso passa de duzentos milhões. Muita gente não ganha isso nem em dez vidas. Espero que você seja esperta e saiba aceitar a realidade. Pare de ser teimosa.Camila abaixou os olhos e olhou para o cheque, soltando uma risada amarga. Se não fosse ele manipulando as coisas e dando falsas esperanças para a Chloe, elas jamais teriam chegado a esse ponto, até ao extremo de tentar tirar sua vida. Camila passou a mão sobre o ventre que ainda latejava de dor. Enzo era o responsável indireto pela morte de seu filho e pela morte de Raquel. E agora, ele tinha a audácia de tentar comprá-la com dinhei
Depois de uma intensa noite de amor, Camila Santos estava suando muito. Ao contrário de antes, Lucas Costa não foi tomar banho. Ele a abraçou por trás, apertando-a com força, como se quisesse fundi-la ao seu corpo.Camila quase se derreteu em seus braços. Sentia-se surpresa, nervosa, excitada e um pouco triste.Três anos de casamento, e essa foi a primeira vez que ele a abraçou assim. Ela teve a sensação de estar sendo profundamente amada.Seu coração batia forte. Lentamente, ela se virou e o abraçou com força, um sorriso doce e radiante no rosto, como se estivesse abraçando o mundo inteiro.Eles ficaram assim por muito tempo.Lucas a soltou e sentou-se. Tirou um cigarro, acendeu e deu uma longa tragada.A fumaça envolveu seu rosto lindo, obscurecendo suas expressões e pensamentos. Ele estava tão absorto que não percebeu quando o cigarro quase queimou seus dedos.Camila tossiu suavemente:— Você não tinha parado de fumar?Lucas apagou o cigarro, seus olhos profundos fixos nos dela. Apó
Camila estava com sentimentos misturados, sem saber como responder.Ela virou lentamente e olhou para Lucas.Ele não sorria com frequência, mas quando o fazia, era encantador. Seus olhos escuros brilhavam como o brilho das estrelas no mar.Eles estavam prestes a ficar juntos, ele devia estar muito feliz.Camila também sorriu, mas era um sorriso de coração partido.— Te desejo toda a felicidade. — Ela disse, virando-se para entrar no carro.Assim que a porta se fechou, lágrimas rolaram. A dor antiga se misturou à recente, fazendo-a se encolher de dor.O motorista colocou a mala no carro e se preparou para partir.Vendo o carro se afastar rapidamente, o sorriso de Lucas ficou imóvel, a luz em seus olhos se apagando lentamente.De volta à casa de Santos,Camila puxou a mala para dentro.Ao ver os olhos inchados de Camila e a mala em suas mãos, Maria Santos ficou chocada.— Filha, o que aconteceu?Camila abaixou a cabeça para trocar de sapatos, tentando manter a calma.— Mãe, estou voltand
Camila saiu e entrou no carro.Em poucos dias, Lucas parecia mais magro, suas feições profundas estavam ainda mais marcadas, seu olhar era tão atraente que Camila não conseguia desviar os olhos.Ela percebeu que ainda o amava e não conseguia esquecê-lo.— Este é um presente, parabéns pelo novo emprego. — Lucas lhe entregou uma caixa de veludo azul.Camila abriu a caixa e viu um pingente de ametista. A luz suave e roxa emanava da pedra, iluminando delicadamente seu rosto. Este pingente de ametista simbolizou paz e saúde desde a antiguidade. A ametista tinha uma textura suave e elegante, era translúcida e brilhante, um verdadeiro tesouro entre os cristais.Com um sorriso, Camila perguntou:— Por que me deu algo tão valioso?Lucas respondeu, olhando-a nos olhos:— Você trabalha restaurando pinturas antigas e pode entrar em contato com objetos de tumbas antigas. Este pingente pode proteger você. Deixe-me colocar para você.Ele colocou o pingente no pescoço dela, seus dedos roçando levement