Camila respirou fundo e disse:— Somos todos adultos aqui, Lucas. Vamos terminar isso de uma vez, sem dramas. Prolongar essa história não faz o seu estilo.Lucas manteve o rosto impassível:— Eu não estou te pressionando, só quero te compensar da melhor forma possível.Para Camila, porém, isso só trazia um peso enorme. Quando Enzo lhe entregou dez bilhões, o olhar dele já transparecia ameaças veladas. Se ela aceitasse as propriedades, contas bancárias e ações que Lucas estava oferecendo, tudo isso só atrairia mais perigo. Teria dinheiro, mas perderia a paz — e talvez a própria vida.Camila estendeu a mão e, com um gesto suave, acariciou o queixo bem definido dele:— Ouça, meu querido, não faça isso. Eu não vou aceitar seu patrimônio. Um bilhão que seu pai me deu já são mais que suficientes.Lucas segurou a mão dela, levou-a até os lábios e beijou-a, não apenas uma, mas duas vezes, como se quisesse prolongar aquele momento.Naquela noite, Lucas não foi embora. Ficou ao lado de Camila en
Lucas empurrava a cadeira de rodas até o carro. Ao chegar, ele se abaixou para pegá-la no colo, mas Camila simplesmente se levantou da cadeira, deu um passo à frente e entrou sozinha no veículo. Tirou o chapéu e o cachecol. Estava calor demais, a ponto de suar.Quando Lucas entrou e se acomodou ao lado dela, Camila disse sem rodeios:— Vamos direto para o cartório, assim não precisamos agendar outro dia. Evita complicações.— Você acabou de sair do hospital, melhor esperar um pouco. — Respondeu Lucas, com um tom de voz evasivo.Camila insistiu, encarando a situação com firmeza:— Separar hoje ou amanhã, dá no mesmo. Quanto mais cedo, melhor.— Se nos divorciarmos, vovô e vovó vão ficar muito tristes.Ela manteve a serenidade:— Eles já viveram quase setenta anos, enfrentaram tempestades bem piores que essa. Vão entender.Lucas hesitou por um momento:— Minha mãe e a Elisa também ficarão magoadas.— Sua mãe também está pensando em se divorciar, ela vai me entender. E, quanto à Elisa, co
Camila deu um leve empurrão no braço dele:— Fala alguma coisa.Lucas soltou um "hum" quase inaudível, com uma clara falta de interesse. Camila pegou o acordo de divórcio, que estava em três vias. Sem hesitar, ela tomou a caneta e assinou rapidamente nos espaços indicados. No final da página, havia uma linha onde precisava copiar uma frase padrão: [Eu, de livre e espontânea vontade, aceito o divórcio.]Camila escreveu a frase com a mesma rapidez. Quando terminou, notou que Lucas ainda estava parado, como se estivesse congelado. Com um tom suave, estendeu a caneta para ele:— Assina logo.Lucas olhou para a caneta, mas não a pegou. A facilidade com que ela assinara o documento o incomodou.— Vou fazer uma ligação. — Disse Lucas, desviando o olhar.Pegou o celular e caminhou até a janela, discando um número. Dois minutos depois, ele desligou. Em seguida, procurou por uma notícia no celular e mostrou para Camila:— O Nelson acabou de ser preso por corrupção.Camila deu uma olhada rápida
— Fica com a Mansão Floresta. Pode se mudar para lá com sua mãe quando quiser. — Disse Lucas, num tom que tentava soar despreocupado.Camila balançou a cabeça:— Não, obrigada. Quero cortar todos os laços com o passado e começar do zero.Os dedos de Lucas se apertaram em torno da xícara:— Esse passado inclui a mim também?Camila assentiu:— Inclui.Lucas sentiu como se o ar lhe faltasse. Uma sensação de sufocamento tomou conta dele. Inspirou fundo antes de falar:— Lembra-se de quando nos conhecemos aqui, há três anos?Camila fez que sim com a cabeça:— Lembro, sim.Lucas fixou o olhar nas mãos pálidas dela:— Naquele dia estava um frio de rachar. Você veio me ver e suas mãos estavam tão geladas que ficaram vermelhas. Fiquei com o coração apertado de te ver assim.Camila abaixou os cílios, escondendo os pensamentos que dançavam em sua mente: “Naquela época, você estava numa cadeira de rodas. Tão bonito, mas com um olhar tão triste... Meu coração também doeu por você.” Mas ela não diss
Até o carro de Camila desaparecer por completo no horizonte, Lucas finalmente se virou e entrou no próprio veículo. O motorista deu partida e perguntou: — Sr. Lucas, para onde o senhor deseja ir? Lucas segurava o certificado de divórcio nas mãos, os olhos fixos nas palavras impressas em letras grandes, um olhar sombrio e distante. — Para a Mansão Floresta. — Respondeu Lucas, distraído.O motorista fez a volta e seguiu o caminho. No meio do trajeto, o celular de Lucas tocou. Ele olhou de relance para a tela e viu que era Enzo. — Fiquei sabendo que vocês assinaram os papéis do divórcio? — Perguntou Enzo, direto ao ponto.Lucas confirmou com um murmúrio sem emoção. Enzo suspirou aliviado do outro lado da linha:— Já que está resolvido, volte para a empresa. Há muitas pendências esperando por você. Entre você e seu irmão, sempre acreditei mais em você. Você tem talento, é astuto nos negócios, e fui eu que te ensinei tudo. Seu irmão, criado pela família Alves, sempre teve uma certa dis
Depois de uma intensa noite de amor, Camila Santos estava suando muito. Ao contrário de antes, Lucas Costa não foi tomar banho. Ele a abraçou por trás, apertando-a com força, como se quisesse fundi-la ao seu corpo.Camila quase se derreteu em seus braços. Sentia-se surpresa, nervosa, excitada e um pouco triste.Três anos de casamento, e essa foi a primeira vez que ele a abraçou assim. Ela teve a sensação de estar sendo profundamente amada.Seu coração batia forte. Lentamente, ela se virou e o abraçou com força, um sorriso doce e radiante no rosto, como se estivesse abraçando o mundo inteiro.Eles ficaram assim por muito tempo.Lucas a soltou e sentou-se. Tirou um cigarro, acendeu e deu uma longa tragada.A fumaça envolveu seu rosto lindo, obscurecendo suas expressões e pensamentos. Ele estava tão absorto que não percebeu quando o cigarro quase queimou seus dedos.Camila tossiu suavemente:— Você não tinha parado de fumar?Lucas apagou o cigarro, seus olhos profundos fixos nos dela. Apó
Camila estava com sentimentos misturados, sem saber como responder.Ela virou lentamente e olhou para Lucas.Ele não sorria com frequência, mas quando o fazia, era encantador. Seus olhos escuros brilhavam como o brilho das estrelas no mar.Eles estavam prestes a ficar juntos, ele devia estar muito feliz.Camila também sorriu, mas era um sorriso de coração partido.— Te desejo toda a felicidade. — Ela disse, virando-se para entrar no carro.Assim que a porta se fechou, lágrimas rolaram. A dor antiga se misturou à recente, fazendo-a se encolher de dor.O motorista colocou a mala no carro e se preparou para partir.Vendo o carro se afastar rapidamente, o sorriso de Lucas ficou imóvel, a luz em seus olhos se apagando lentamente.De volta à casa de Santos,Camila puxou a mala para dentro.Ao ver os olhos inchados de Camila e a mala em suas mãos, Maria Santos ficou chocada.— Filha, o que aconteceu?Camila abaixou a cabeça para trocar de sapatos, tentando manter a calma.— Mãe, estou voltand
Camila saiu e entrou no carro.Em poucos dias, Lucas parecia mais magro, suas feições profundas estavam ainda mais marcadas, seu olhar era tão atraente que Camila não conseguia desviar os olhos.Ela percebeu que ainda o amava e não conseguia esquecê-lo.— Este é um presente, parabéns pelo novo emprego. — Lucas lhe entregou uma caixa de veludo azul.Camila abriu a caixa e viu um pingente de ametista. A luz suave e roxa emanava da pedra, iluminando delicadamente seu rosto. Este pingente de ametista simbolizou paz e saúde desde a antiguidade. A ametista tinha uma textura suave e elegante, era translúcida e brilhante, um verdadeiro tesouro entre os cristais.Com um sorriso, Camila perguntou:— Por que me deu algo tão valioso?Lucas respondeu, olhando-a nos olhos:— Você trabalha restaurando pinturas antigas e pode entrar em contato com objetos de tumbas antigas. Este pingente pode proteger você. Deixe-me colocar para você.Ele colocou o pingente no pescoço dela, seus dedos roçando levement