Lucas, como qualquer homem em pleno vigor, estava sofrendo com a falta de intimidade desde que Camila engravidou. E agora, com ela provocando-o daquele jeito, era difícil se controlar. Ele rapidamente a virou, deitando-a com cuidado sob seu corpo, evitando tocar sua barriga. Com um sorriso malicioso, sussurrou:— Sua danadinha, quer brincar com fogo, é?Camila sabia que ele não ousaria fazer nada, então, com uma ousadia divertida, começou a esfregar o pé na perna dele.— E se eu quiser?— Você vai ter que me ajudar. — Respondeu Lucas, com a respiração quente, fazendo suas orelhas formigarem.O coração de Camila disparou diante da provocação. Virou o rosto, fingindo uma pose orgulhosa.— Homens é que devem tomar a iniciativa. — Disse Camila, desafiando-o.Lucas, completamente entregue ao desejo, apertou suavemente a cintura fina dela. Ele queria muito estar com ela, mas sabia que não podia. A gravidez tornava tudo mais delicado. Respirou fundo, tentando se controlar, e finalmente se afa
Descendo as escadas, Lucas segurava Camila com todo o cuidado, atento a cada passo dela, como se temesse que ela pudesse tropeçar a qualquer momento. Camila achava aquilo um exagero, mas deixou que ele continuasse. Afinal, era a primeira vez que ele seria pai, e essa novidade sempre traz um certo entusiasmo. Sabia que em poucos dias essa empolgação diminuiria.Chegaram ao restaurante no térreo. Renata já tinha preparado uma mesa farta, repleta de delícias: leite, tiramisù, sanduíches, ervilhas, ovos, salmão defumado, mix de castanhas e até pitaias cortadas em pedaços. Ela limpou as mãos no avental rapidamente e veio recebê-los com um sorriso aberto, organizando os talheres com cuidado.— Sra. Camila, preparei tudo conforme a receita que o Sr. Lucas me deu. Se quiser algo diferente, pode me passar uma lista que eu dou um jeito. — Disse Renata.Camila observou a variedade de opções na mesa e sorriu suavemente:— Está ótimo, Renata, é tudo do que eu gosto.Renata ficou radiante com o elog
Camila ficou ligeiramente surpresa:— O que foi?Afonso apertou a ponta da camisa com os dedos, visivelmente perturbado:— No dia do meu aniversário, a Chloe, num daqueles seus ataques de birra, te empurrou na água. Naquela época, você já devia estar grávida. Graças a Deus que o Pedro e o Lucas chegaram a tempo. Se não fossem eles... Nem quero imaginar o que poderia ter acontecido.Afonso soltou um suspiro pesado, o medo visível em seu rosto.As palavras de Afonso fizeram Lucas começar a se sentir culpado também. Ele se lembrou do dia em que insistiu para que ela fosse com ele ao hotel aprender a nadar, achando que era apenas um susto passageiro.Camila, que deveria ser a frágil futura mãe, acabou tendo que consolar aqueles dois homens, um velho e um jovem, para tranquilizá-los. Levou algum tempo, mas ela conseguiu.Lucas saiu para o trabalho.Afonso se virou para Camila e disse:— Já que você está grávida, é melhor evitar mexer com cerâmicas antigas. Deixe isso pra lá e pegue algum tr
Uma semana depois, na casa da família Rodrigues.O sol dourado da manhã entrava pela janela.Afonso estava sentado na espaçosa e elegante sala de jantar, tomando café da manhã com Kira. Seu gosto para o café era, digamos, peculiar. Ele adorava um bom cuscuz nordestino, cheio de manteiga, queijo e linguiça. Comia com tanto prazer que o aroma enchia o ambiente.Afonso já tinha devorado dois cuscuz nordestinos, mas, de repente, o sabor parecia mais gorduroso do que de costume. Ele resmungou, irritado:— O café da manhã ainda é daquela padaria? Parece com um gosto estranho hoje.— Sim, da mesma. — Respondeu Kira, empurrando uma xícara de chá avermelhado na direção dele. — Já te falei quantas vezes? Você já passou da idade pra tanta gordura. Aqui, toma um chá de frutas pra tirar esse gosto.Afonso pegou a xícara e deu um gole. Era um sabor azedinho e doce, com um aroma delicioso, e ele até gostou.— Que chá é esse? Muito gostoso! — Perguntou Afonso curioso.Kira sorriu e, bebendo seu própri
Uma dor aguda se espalhava das costas até a cintura. Camila se esforçou para ignorar o desconforto, levantou-se e foi ao banheiro. Ao abaixar a calça, viu manchas vermelhas escuras, finas e dispersas como fios de cabelo. Sentiu o coração disparar e seu rosto empalideceu no mesmo instante. Aquilo era um sinal de aborto! Com o corpo trêmulo, ela puxou a calça de volta, saiu do banheiro e correu até a cama, onde sacudiu o braço de Lucas:— Acorda, Lucas, por favor, acorda!Sua voz tremia, refletindo o medo crescente que dominava sua mente. O pavor de perder seu bebê, como já havia perdido Pedro, seus avós... uma angústia profunda. Com dez anos, a morte de Pedro havia deixado uma marca irreparável em seu coração. Até hoje, as memórias dolorosas assombravam seus sonhos, incapazes de cicatrizar. A partida dos avós só agravou a ferida. Enfrentar mais uma perda era algo que ela não sabia se poderia suportar.— Lucas, eu estou sangrando! — Disse Camila, apertando o braço dele com força.Seus de
Lucas ligou no meio da noite. Afonso já estava em sono profundo. Kira, por outro lado, ainda não tinha conseguido dormir; virava de um lado para o outro, inquieta. Quando ouviu o zumbido do celular no silêncio, tomou um susto.O celular de Afonso estava carregando em cima do móvel da sala. Ela levantou-se rapidamente, vestiu um casaco e foi até o telefone. No visor, apareceu o nome: Lucas.Ao ver aquilo, foi como se tivesse tocado em ferro quente; deixou o celular cair no chão. O aparelho bateu no assoalho de madeira, sem danos, e continuou a tocar.Kira rapidamente o pegou do chão, indecisa se deveria desligar ou ignorar a chamada. Desligá-lo parecia atitude suspeita, e deixá-lo tocando, irresponsável. Após hesitar por alguns segundos, decidiu atender.A voz fria de Lucas atravessou o telefone:— Mestre Afonso, o que aconteceu com Camila hoje no Pavilhão Antiga?Kira fez uma pausa, organizando as palavras com cuidado. Respondeu suavemente:— Ah, Lucas! Afonso já está dormindo há horas
A coincidência era um pouco demais. Parecia cronometrado, como se alguém quisesse destruir provas.O assistente sentiu uma desconfiança crescer. Ele perguntou ao funcionário da loja:— Os monitores de vocês costumam quebrar?O rapaz balançou a cabeça:— Raramente. Teve um problema na primavera do ano retrasado, mas depois que consertaram, nunca mais deu defeito.O assistente ligou para Lucas e relatou o que estava acontecendo.Lucas soltou uma risada fria. A princípio, ele suspeitava que alguém estivesse tentando prejudicar Camila. Agora, essa certeza se consolidava: alguém queria fazer mal a ela. Quebrar os monitores provavelmente era para apagar as provas. Lucas disse com uma voz fria:— Chame a polícia agora mesmo. Exijo que tudo seja investigado a fundo e o mais rápido possível.— Certo, vou ligar já.Lucas murmurou uma resposta e desligou o telefone.O assistente olhou para Afonso e disse:— Mestre Afonso, o Sr. Lucas pediu para chamar a polícia. Tudo bem para o senhor?Afonso, v
— Está bem, eu prometo a você. — Respondeu Lucas e seus olhos profundos de Lucas fixaram-se em Camila com uma calma intensa.Com firmeza e um toque de ternura, Lucas disse:— Seja forte, você precisa aguentar.Camila segurou firme na lateral da mesa de exames, mordendo o lábio enquanto assentia levemente. Sua fragilidade contrastava com a coragem que tentava demonstrar, deixando Lucas ainda mais comovido. Ele a encarou por um longo instante, como se depositasse todas as esperanças nela. Logo depois, respirou fundo e saiu, receoso de que, se ficasse mais um minuto ali, não teria coragem de deixá-la.Do lado de fora, após remover a vestimenta de isolamento, Lucas ligou para o assistente:— A polícia já tem previsão de quando terá resultados?O assistente olhou o relógio, depois lançou um olhar rápido aos policiais trabalhando no local:— Ainda precisamos que os funcionários da loja compareçam para verificar as impressões digitais e as pegadas. Além disso, o copo usado pela senhora precis