— Está bem, eu prometo a você. — Respondeu Lucas e seus olhos profundos de Lucas fixaram-se em Camila com uma calma intensa.Com firmeza e um toque de ternura, Lucas disse:— Seja forte, você precisa aguentar.Camila segurou firme na lateral da mesa de exames, mordendo o lábio enquanto assentia levemente. Sua fragilidade contrastava com a coragem que tentava demonstrar, deixando Lucas ainda mais comovido. Ele a encarou por um longo instante, como se depositasse todas as esperanças nela. Logo depois, respirou fundo e saiu, receoso de que, se ficasse mais um minuto ali, não teria coragem de deixá-la.Do lado de fora, após remover a vestimenta de isolamento, Lucas ligou para o assistente:— A polícia já tem previsão de quando terá resultados?O assistente olhou o relógio, depois lançou um olhar rápido aos policiais trabalhando no local:— Ainda precisamos que os funcionários da loja compareçam para verificar as impressões digitais e as pegadas. Além disso, o copo usado pela senhora precis
A monitoria estava destruída. O lixo, despejado. Aqueles restos de chá de frutas eram a única pista importante para resolver o caso.Edgar colocou uma máscara e luvas e começou a vasculhar o lixo. Os outros, segurando o fedor do lixo, procuravam apressadamente. Por fim, antes de o caminhão de lixo passar, encontraram o saco com os restos de chá.Para sorte deles, havia poucas coisas dentro. Além de papéis velhos, só uma pilha de resíduos vermelhos e roxos do chá.Edgar separou o papel e entregou o chá ao colega:— Leve para o laboratório e garanta que o resultado esteja pronto antes do meio-dia.— Certo. — Respondeu o colega.No caminho de volta à loja, Afonso contou todos os detalhes sobre o chá de frutas, sem omitir nada. Edgar anotou tudo e esperaria os resultados dos exames para organizar os próximos passos da investigação. Como a situação era grave, o Pavilhão Antiga ficaria interditado por alguns dias, até que o caso fosse esclarecido, para só então reabrir normalmente.Depois qu
No hospital, com o amanhecer, Camila já havia saído do perigo. Estava deitada no quarto, recebendo medicamentos para segurar a gravidez por via intravenosa.Devido ao efeito da medicação, seu coração batia acelerado, e a respiração estava mais rápida, quase lhe faltando o ar. Para não preocupar Lucas, ela se esforçava para manter-se calma, deitada em silêncio.Precisaria permanecer no hospital, recebendo o medicamento até que os exames mostrassem resultados favoráveis e pudesse ter alta. Mas, pelo menos, o maior perigo já tinha passado. Ambos soltaram um suspiro de alívio, especialmente Lucas. O bebê estava salvo. E sua Camila também.Sentindo fome, Camila pediu canja. Lucas logo enviou alguém para buscar. Quando a canja chegou, ele provou primeiro, certificando-se de que não havia veneno, antes de pegar a colher e alimentá-la.— Eu mesma posso. — Disse Camila, tentando se erguer e pegar a tigela.Ela nunca foi do tipo que esperava ser servida. Desde pequena, estava acostumada a enfren
Camila estava profundamente adormecida, obviamente incapaz de ouvir qualquer coisa ao seu redor. Lucas levantou-se e saiu do quarto com passos decididos, fechando a porta atrás de si. Ele deu ordens aos dois seguranças do lado de fora:— Cuidem bem da Camila. Se ela perder um único fio de cabelo, vão se acabar.Desde o incidente no Bairro Alto, os seguranças nunca mais ousaram relaxar. Responderam em uníssono, com firmeza:— Pode deixar, Sr. Lucas. Não se preocupe.Lucas deixou o hospital e seguiu com seu assistente em direção à mansão da família Rodrigues. No caminho, ele discutiu a estratégia com Edgar. Quando passaram pelo Grupo Miranda, Lucas ligou para Chloe, que, embora relutante e consciente da gravidade da situação, sabia que não tinha outra escolha a não ser cooperar.Com um grupo robusto, a policial chegou à mansão da família Rodrigues. Assim que entraram pelos portões, encontraram Kira ajoelhada no chão, agarrada à perna de Afonso e chorando desesperadamente. Entre lágrimas
Lucas disse com frieza:— Vamos fazer do jeito que combinamos antes.— Certo, Lucas. — Respondeu Chloe.Chloe acelerou os passos e alcançou Kira. De repente, levantou a mão e desferiu um tapa em seu rosto. Kira ficou atônita com o golpe, sentindo a pele arder.— Chloe, por que você está me batendo? — Perguntou Kira, incrédula, segurando o rosto.Chloe, com os olhos cheios de lágrimas, respondeu:— Desculpa, vovó. Lucas disse que, se eu fizesse isso, eles não vão te processar. Se eles não te processarem, você não vai para a prisão. Estou fazendo isso por você.Kira mal teve tempo de reagir, pois Chloe desferiu outro tapa com força, lembrando-se do aviso de Lucas no caminho: “Bate forte, ou não vai valer”.Lucas estava ali, observando tudo de perto, e ela sabia que não podia fingir.Com o rosto já inchado, Kira sentiu uma dor aguda que quase lhe fez chorar. Ela tentou escapar, mas foi imediatamente bloqueada pelos seguranças de Lucas.— Vovó, colabora comigo, por favor. — Implorou Chloe,
Edgar se aproximou de Kira, que estava completamente desnorteada, e disse:— Sra. Kira, por favor, venha connosco.Kira balançou a cabeça, recusando:— Não fui eu! Vocês não podem me prender!Quase todos os detidos sempre tinham a mesma reação. Edgar já estava acostumado com isso. Com uma voz firme e segura, explicou:— Seu motorista procurou a faxineira do Pavilhão Antiga para pedir que ela fizesse um serviço. Ela ficou com medo de se meter em confusão e, enquanto vocês conversavam, gravou tudo pelo celular. A gravação mostra seu motorista explicando como sabotar o monitoramento do estabelecimento. Já o detivemos, e ele confessou tudo. Temos provas e testemunhas. Em consideração ao Sr. Afonso, estamos lhe dando a chance de sair sem algemas. Assim que entrar no carro, as colocaremos.Ao ouvir que seu motorista também fora preso, o rosto de Kira, coberto de marcas de arranhões e sangue, se transformou em uma expressão de desespero. Silenciosa, ela seguiu Edgar para fora da casa da famíl
Camila tentou se levantar, mas Afonso a segurou. Ela realmente não tinha forças e acabou ficando deitada.Afonso, com os olhos avermelhados, murmurou:— A culpa é minha, fui enganado pela Kira. Quarenta anos de casamento... Nunca imaginei que ela fosse capaz de algo assim.Lucas, que estava ali ao lado, também parecia refletir sobre a situação. Após mais de vinte anos conhecendo Chloe, ele jamais teria pensado que ela fosse aquele tipo de pessoa. Talvez algumas pessoas sejam assim por natureza: uma máscara para o mundo e outra completamente diferente por trás das cortinas.Afonso olhou para Camila, hesitante, mas finalmente se pronunciou:— Já dei o que ela merecia, a expulsei de casa... Chega.Camila entendeu o que ele queria dizer. Ele estava ali para pedir que ela reconsiderasse o caso de Kira, mas a culpa o impedia de ser direto.Sem saber ao certo como reagir, Camila olhou para Lucas, esperando que ele a ajudasse. Lucas então falou com frieza:— Mestre Afonso, o senhor viveu basta
A porta foi aberta. Ana e Enzo entraram, conversando e rindo, mas logo ficaram em choque com a cena diante deles.Chloe estava coberta de tinta preta da cabeça aos pés. Seu cabelo, rosto, a roupa de paciente e até o lençol da cama estavam encharcados de tinta. Ela se atrapalhava tentando limpar o rosto com uma toalha.— Chloe, quem fez isso com você? — Perguntou Ana e correu até a cama, querendo ajudar, mas sem saber por onde começar.O cheiro forte da tinta a fez ter náuseas. Chloe olhou para Elisa, mas permaneceu em silêncio.Elisa ergueu o queixo, admitindo sem rodeios:— Fui eu.A expressão de Enzo escureceu, e ele levantou a mão para bater em Elisa:— Sua menina malcriada, por que jogou tinta na Chloe?Carlos se aproximou rápido, puxando Elisa para trás dele, protegendo-a:— Sr. Enzo, acalme-se. Vamos conversar. Não é necessário recorrer à violência.Chloe, cheia de mágoa, olhou para Enzo:— Sr. Enzo, não brigue com Elisa. Ela é jovem e não entende as coisas.Enzo franziu a testa: