(Ponto de Vista de Serena)Madame Amélie estava de pé à frente da turma, com seu olhar varrendo a sala enquanto falava:— Chegamos à metade do nosso campo de treinamento, e agora é hora de colocar as suas habilidades à prova em um cenário real.Ela fez uma pausa, deixando o tempo para a sala se acalmar antes de continuar:— Vocês serão divididos em equipes para uma competição amigável. Vocês vão levar as joias nas quais têm trabalhado e vendê-las no Le Marché de l'Éclat, um festival com o qual fizemos parceria. É um evento grandioso para caridade, e toda a arrecadação será destinada a uma boa causa. Então, não só vocês terão a oportunidade de mostrar seu trabalho ao público, como também estarão fazendo algo significativo.O festival parecia ser um grande evento, até para alguém como eu, que já estava acostumada a vender joias na minha loja. Não se tratava apenas de fazer vendas - era sobre se expor de uma maneira completamente nova.E, sinceramente, isso trazia uma enorme pressão, mesm
(Ponto de Vista de Serena)À medida que o festival começava, as pessoas começavam a passar pelo nosso estande, algumas parando para olhar mais de perto, outras apenas dando uma olhada rápida.Eu já tinha feito isso o suficiente para saber que a paciência era a chave. Ainda assim, sempre havia aquela emoção quando alguém pegava uma peça e a examinava mais de perto.Cerca de uma hora depois, uma mulher parou diante de um dos meus designs mais ousados - um colar de ouro com um pingente de esmeralda profunda, encaixado em uma moldura geométrica única.— Isso é deslumbrante. — Ela disse, com os dedos acariciando a peça. — Como você pensou nisso?Sorri.— Queria algo ousado, mas ainda assim elegante. A esmeralda dá aquele toque clássico, e a forma faz com que se destaque como moderna e diferente.Ela assentiu, claramente impressionada.— Eu adorei. Vou levar.Enquanto eu finalizava a venda, Colette sorriu para mim.— Você faz parecer tão fácil.Eu sorri, balançando a cabeça.— No fim, é tudo
(Ponto de Vista de Serena)O dia já estava quase no fim, e faltavam apenas algumas peças para vender. Logo, olhei para Colette.— Vou dar uma passada rápida no banheiro. Você se importa de segurar as pontas?— Claro. Vai lá. — Ela disse, acenando para me dispensar.Corri em direção ao banheiro mais próximo, mas a fila estava muito mais longa do que eu esperava. Bati os pés impacientemente, observando os minutos passarem. Odiava o fato de deixar Colette sozinha por muito tempo, especialmente quando estávamos tão perto de terminar o dia.E se algum cliente aparecesse? E se ela precisasse de ajuda com as vendas finais? O pensamento me deixou ansiosa, mas não havia nada que eu pudesse fazer a não ser esperar.Depois de o que parecia uma eternidade - quase 20 minutos - finalmente terminei e corri de volta para o estande. Quando me aproximei, meu coração deu um salto. O display estava vazio. Completamente vazio.— Colette! — Chamei, chegando ao estande. — O que aconteceu? Onde estão todas as
(Ponto de Vista de Bill)Fechei a porta do carro com força, com o motor ainda ligado, enquanto me sentava em frente à casa da minha mãe."De todas as pessoas, ela vendeu as ações para o Calvin?" Isso era tudo o que eu conseguia pensar enquanto forçava meu corpo a sair do carro.A porta se abriu antes que eu pudesse bater. Minha mãe estava ali, de braços cruzados, com a expressão afiada de sempre.Minha tia Claire estava sentada na sala de estar, nos observando como se esperasse uma tempestade se aproximando. Ela sempre foi a que defendia minha mãe, não importava o que acontecesse.— Por que você vendeu suas ações para o Calvin? — Perguntei, entrando.O rosto da minha mãe se fechou imediatamente. Não houve hesitação, nem calor, só raiva pura.— Por quê? — Ela retrucou. — É para isso que você está aqui? Para me questionar?Eu esperava resistência, mas isso... Isso era veneno puro.— Eu me sinto traído. — Admiti. — Por você, de todas as pessoas.Ela soltou uma risada amarga, que gelou min
(Ponto de Vista de Serena)O dia finalmente chegou, e Colette e eu mal conseguíamos conter nossa empolgação enquanto nos dirigíamos para o atelier de um dos melhores joalheiros de Paris.As ruas da cidade pareciam ainda mais vibrantes naquele dia. Havia algo neste momento que parecia surreal… Como se estivéssemos prestes a entrar em um mundo completamente novo.— Isso vai ser incrível. — Disse Colette, praticamente saltitando com cada passo. — Eu sempre sonhei em ver um atelier assim de perto. Quero saber que segredos eles vão nos deixar descobrir.— Eu só espero absorver o máximo possível. — Respondi. Nem tentei esconder a empolgação.Quando chegamos ao imponente edifício, trocamos um sorriso nervoso antes de entrar.Uma mulher com um sorriso amigável nos recebeu na entrada.— Bem-vindas! Vocês devem ser Serena e Colette. Estávamos esperando por vocês. Meu nome é Véronique, e eu vou guiá-las hoje.Nos apresentamos, e ela nos conduziu mais para dentro do estúdio. O espaço estava replet
(Ponto de Vista de Bill)A tensão no escritório de Frederick era palpável no momento em que entrei pela porta. Seu olhar afiado encontrou o meu, como se já soubesse que não se tratava de uma visita casual.— Bill. — Fred disse, apontando para a cadeira à sua frente. — O que te traz aqui hoje?Sem hesitar, me sentei.— Fred, precisamos discutir as mudanças recentes no conselho da RGE — Comecei, com minha voz firme. Após uma pausa breve, acrescentei: — E quero te agradecer por confiar em mim o suficiente para não vender suas ações para o Calvin.Fred levantou uma sobrancelha, claramente intrigado.— Então, você sabe quem vendeu as ações, é?Suspirei, me recostando na cadeira, sentindo o peso da traição.— Sim. — Murmurei. — Um deles foi o Truscott. A outra... — Fiz uma pausa, a voz apertada. — Foi minha mãe.Os olhos de Fred se estreitaram com uma mistura de surpresa e compreensão. Ele já devia ter visto muitas confusões no conselho, mas aquilo claramente soava diferente para ele.— Isso
(Ponto de Vista de Bill)A tensão no escritório de Frederick era palpável no momento em que entrei pela porta. Seu olhar afiado encontrou o meu, como se já soubesse que não se tratava de uma visita casual.— Bill. — Fred disse, apontando para a cadeira à sua frente. — O que te traz aqui hoje?Sem hesitar, me sentei.— Fred, precisamos discutir as mudanças recentes no conselho da RGE — Comecei, com minha voz firme. Após uma pausa breve, acrescentei: — E quero te agradecer por confiar em mim o suficiente para não vender suas ações para o Calvin.Fred levantou uma sobrancelha, claramente intrigado.— Então, você sabe quem vendeu as ações, é?Suspirei, me recostando na cadeira, sentindo o peso da traição.— Sim. — Murmurei. — Um deles foi o Truscott. A outra... — Fiz uma pausa, a voz apertada. — Foi minha mãe.Os olhos de Fred se estreitaram com uma mistura de surpresa e compreensão. Ele já devia ter visto muitas confusões no conselho, mas aquilo claramente soava diferente para ele.— Isso
(Ponto de Vista de Serena)O último dia do campo de treinamento parecia o fim de algo muito maior do que apenas um programa de treinamento. O ar estava carregado de uma sensação de encerramento, mas havia também um leve burburinho de empolgação no ambiente.Entrei na oficina e, por um momento, apenas fiquei ali, absorvendo tudo ao meu redor. O cheiro familiar do metal, o suave tilintar das ferramentas, o murmúrio das conversas - era como se eu estivesse gravando cada detalhe, sabendo que seria a última vez que viveria tudo aquilo.Caminhei até minha bancada de trabalho, passando os dedos pelas ferramentas. Eu me apaixonei por aquele espaço, pela sensação do metal frio sob meus dedos, pela energia criativa que preenchia o ambiente. Logo, olhei para Colette, que já estava concentrada polindo uma de suas últimas peças. Ela levantou o olhar e me pegou de vista, me oferecendo um sorriso tímido.— Você consegue acreditar que é o último dia? — Perguntei, sentando ao seu lado.Ela suspirou, co