(Ponto de Vista de Serena)O dia já estava quase no fim, e faltavam apenas algumas peças para vender. Logo, olhei para Colette.— Vou dar uma passada rápida no banheiro. Você se importa de segurar as pontas?— Claro. Vai lá. — Ela disse, acenando para me dispensar.Corri em direção ao banheiro mais próximo, mas a fila estava muito mais longa do que eu esperava. Bati os pés impacientemente, observando os minutos passarem. Odiava o fato de deixar Colette sozinha por muito tempo, especialmente quando estávamos tão perto de terminar o dia.E se algum cliente aparecesse? E se ela precisasse de ajuda com as vendas finais? O pensamento me deixou ansiosa, mas não havia nada que eu pudesse fazer a não ser esperar.Depois de o que parecia uma eternidade - quase 20 minutos - finalmente terminei e corri de volta para o estande. Quando me aproximei, meu coração deu um salto. O display estava vazio. Completamente vazio.— Colette! — Chamei, chegando ao estande. — O que aconteceu? Onde estão todas as
(Ponto de Vista de Bill)Fechei a porta do carro com força, com o motor ainda ligado, enquanto me sentava em frente à casa da minha mãe."De todas as pessoas, ela vendeu as ações para o Calvin?" Isso era tudo o que eu conseguia pensar enquanto forçava meu corpo a sair do carro.A porta se abriu antes que eu pudesse bater. Minha mãe estava ali, de braços cruzados, com a expressão afiada de sempre.Minha tia Claire estava sentada na sala de estar, nos observando como se esperasse uma tempestade se aproximando. Ela sempre foi a que defendia minha mãe, não importava o que acontecesse.— Por que você vendeu suas ações para o Calvin? — Perguntei, entrando.O rosto da minha mãe se fechou imediatamente. Não houve hesitação, nem calor, só raiva pura.— Por quê? — Ela retrucou. — É para isso que você está aqui? Para me questionar?Eu esperava resistência, mas isso... Isso era veneno puro.— Eu me sinto traído. — Admiti. — Por você, de todas as pessoas.Ela soltou uma risada amarga, que gelou min
(Ponto de Vista de Serena)O dia finalmente chegou, e Colette e eu mal conseguíamos conter nossa empolgação enquanto nos dirigíamos para o atelier de um dos melhores joalheiros de Paris.As ruas da cidade pareciam ainda mais vibrantes naquele dia. Havia algo neste momento que parecia surreal… Como se estivéssemos prestes a entrar em um mundo completamente novo.— Isso vai ser incrível. — Disse Colette, praticamente saltitando com cada passo. — Eu sempre sonhei em ver um atelier assim de perto. Quero saber que segredos eles vão nos deixar descobrir.— Eu só espero absorver o máximo possível. — Respondi. Nem tentei esconder a empolgação.Quando chegamos ao imponente edifício, trocamos um sorriso nervoso antes de entrar.Uma mulher com um sorriso amigável nos recebeu na entrada.— Bem-vindas! Vocês devem ser Serena e Colette. Estávamos esperando por vocês. Meu nome é Véronique, e eu vou guiá-las hoje.Nos apresentamos, e ela nos conduziu mais para dentro do estúdio. O espaço estava replet
(Ponto de Vista de Bill)A tensão no escritório de Frederick era palpável no momento em que entrei pela porta. Seu olhar afiado encontrou o meu, como se já soubesse que não se tratava de uma visita casual.— Bill. — Fred disse, apontando para a cadeira à sua frente. — O que te traz aqui hoje?Sem hesitar, me sentei.— Fred, precisamos discutir as mudanças recentes no conselho da RGE — Comecei, com minha voz firme. Após uma pausa breve, acrescentei: — E quero te agradecer por confiar em mim o suficiente para não vender suas ações para o Calvin.Fred levantou uma sobrancelha, claramente intrigado.— Então, você sabe quem vendeu as ações, é?Suspirei, me recostando na cadeira, sentindo o peso da traição.— Sim. — Murmurei. — Um deles foi o Truscott. A outra... — Fiz uma pausa, a voz apertada. — Foi minha mãe.Os olhos de Fred se estreitaram com uma mistura de surpresa e compreensão. Ele já devia ter visto muitas confusões no conselho, mas aquilo claramente soava diferente para ele.— Isso
(Ponto de Vista de Bill)A tensão no escritório de Frederick era palpável no momento em que entrei pela porta. Seu olhar afiado encontrou o meu, como se já soubesse que não se tratava de uma visita casual.— Bill. — Fred disse, apontando para a cadeira à sua frente. — O que te traz aqui hoje?Sem hesitar, me sentei.— Fred, precisamos discutir as mudanças recentes no conselho da RGE — Comecei, com minha voz firme. Após uma pausa breve, acrescentei: — E quero te agradecer por confiar em mim o suficiente para não vender suas ações para o Calvin.Fred levantou uma sobrancelha, claramente intrigado.— Então, você sabe quem vendeu as ações, é?Suspirei, me recostando na cadeira, sentindo o peso da traição.— Sim. — Murmurei. — Um deles foi o Truscott. A outra... — Fiz uma pausa, a voz apertada. — Foi minha mãe.Os olhos de Fred se estreitaram com uma mistura de surpresa e compreensão. Ele já devia ter visto muitas confusões no conselho, mas aquilo claramente soava diferente para ele.— Isso
(Ponto de Vista de Serena)O último dia do campo de treinamento parecia o fim de algo muito maior do que apenas um programa de treinamento. O ar estava carregado de uma sensação de encerramento, mas havia também um leve burburinho de empolgação no ambiente.Entrei na oficina e, por um momento, apenas fiquei ali, absorvendo tudo ao meu redor. O cheiro familiar do metal, o suave tilintar das ferramentas, o murmúrio das conversas - era como se eu estivesse gravando cada detalhe, sabendo que seria a última vez que viveria tudo aquilo.Caminhei até minha bancada de trabalho, passando os dedos pelas ferramentas. Eu me apaixonei por aquele espaço, pela sensação do metal frio sob meus dedos, pela energia criativa que preenchia o ambiente. Logo, olhei para Colette, que já estava concentrada polindo uma de suas últimas peças. Ela levantou o olhar e me pegou de vista, me oferecendo um sorriso tímido.— Você consegue acreditar que é o último dia? — Perguntei, sentando ao seu lado.Ela suspirou, co
(Ponto de Vista de Serena)— Achei que precisava te surpreender, já que é o último dia do campo de treinamento. — Disse Taylor, lançando um de seus sorrisos característicos.Não consegui evitar o sorriso que surgiu no meu rosto enquanto nos aproximávamos para a saudação parisiense - bochecha com bochecha. Foi um gesto acolhedor, que naquele momento parecia natural entre nós.— Você sempre soube como fazer uma entrada. — Comentei, rindo suavemente.Colette, por outro lado, ainda estava paralisada ao meu lado, completamente deslumbrada. Ela não disse uma palavra desde que Taylor apareceu. Olhei para ela e a cutuquei levemente.— Colette, essa é a Taylor.Colette piscou, finalmente conseguindo balbuciar, ainda em choque:— Ai meu Deus, é uma honra te conhecer. Eu li tanto sobre você... Quero dizer, você é incrível.Taylor soltou uma risada suave, com sua voz confiante, mas gentil.— Obrigada, Colette. É um prazer te conhecer também.O rosto de Colette estava corado de excitação e, antes q
(Ponto de Vista de Serena)— O Bill tem perguntado onde você está. — Comentou Taylor, observando-me de perto, à espera da minha reação.Senti meu corpo se tencionar e meu coração disparar.— Você... Contou a ele? — Minha voz saiu mais baixa do que eu esperava, com o nervosismo me corroendo. A última coisa que eu precisava era que o Bill soubesse onde eu estava me escondendo.Taylor balançou a cabeça.— Não, eu não disse. Apenas falei que você estava bem.— Bem? — Repeti, elevando a minha voz. — É, isso é tudo o que ele merece saber.Taylor não respondeu imediatamente. Ela se encostou na parede, com os braços cruzados, e seus olhos fixos nos meus.— Eu imaginei que você preferisse que eu não dissesse nada, mas achei que você precisava saber: ele está te procurando.Minhas mãos se fecharam em punhos ao lado do corpo.— Ele não tem o direito de me procurar. Ele teve a chance dele e a estragou. O Bill só se importa quando é conveniente para ele, e eu cansei de jogar esse jogo.Taylor levan