(Ponto de Vista de Serena)O dia no campo de treinamento foi intenso, e, ao final, minha mente estava girando de tanto trabalho minucioso que fizemos.A tarefa de hoje foi um verdadeiro desafio. Fomos convidados a desenhar um anel de noivado personalizado para um cliente com um conjunto único de requisitos. O anel precisava ser moderno, mas incorporar elementos vintage, usar uma mistura de metais e apresentar uma pedra preciosa que não fosse diamante. Ah, e o design tinha que ser original, algo que o mundo nunca tivesse visto antes. Sem pressão, certo?Quando finalmente terminamos, eu estava mentalmente exausta, mas havia uma sensação de realização que vinha com o fato de ter sobrevivido ao dia.Colette sugeriu que fôssemos tomar um café, e eu estava mais do que feliz em escapar do estúdio por um tempo.Acabamos indo para uma cafeteria charmosa, escondida em uma rua tranquila, o tipo de lugar que parecia ter saído de um filme antigo. Assim que entramos, o cheiro rico de café e de crois
(Ponto de Vista de Bill)Estacionei em frente ao escritório, e a tensão já pesava no meu peito. Bastou eu sair do carro para sentir que havia algo fora do lugar.Entrei, e logo percebi as conversas sussurradas enquanto passava pelos corredores. Não era o típico bate-papo de escritório. Havia um clima de desconforto no ar.À medida que andava pelos corredores, vi alguns funcionários com os olhos vermelhos, alguns até enxugando as lágrimas. Outros carregavam caixas, com suas coisas empilhadas dentro, olhando para o chão enquanto passavam por mim.Meu estômago embrulhou. Alguém estava mandando pessoas embora. E, com certeza, não fui eu quem havia dado a ordem.Quem diabos estava tomando essa decisão sem a minha aprovação?Fechei os punhos. O que quer que estivesse acontecendo, eu logo descobriria.Vi Sarah parada no corredor, com as sobrancelhas franzidas, claramente perdida em pensamentos. Algo estava errado. A tensão no ar era palpável enquanto as pessoas passavam apressadas, sussurrand
(Ponto de Vista de Bill)— Seu filho da. — Comecei a dizer, mas Calvin levantou a mão, me interrompendo.— Calma, Bill. — Ele disse, com um tom irônico e tranquilo. — Eu sei que isso é difícil de engolir. Mas agora sou eu o CEO da RGE. A empresa do seu pai.O sangue ferveu nas minhas veias, e tudo ao redor começou a desaparecer - só restava ele, aquele desgraçado, sentado como se mandasse em tudo.Dei mais um passo em sua direção, com os punhos cerrados ao lado do corpo, mas Calvin não se moveu. Ele estava adorando isso. Cada segundo.— Seu pai ficaria orgulhoso das mudanças que eu vou fazer. — Continuou Calvin, com um sorriso presunçoso. — A RGE precisava de uma nova perspectiva, de alguém com visão. E, francamente, você não estava dando conta.— Você não sabe porra nenhuma sobre o meu pai. — Retruquei, com a voz tremendo de raiva. — Acha que sentar nessa cadeira te faz ele? Te faz digno dessa empresa?Calvin levantou uma sobrancelha, completamente impassível.— Acho que sentar nesta
(Ponto de Vista de Serena)Madame Amélie estava de pé à frente da turma, com seu olhar varrendo a sala enquanto falava:— Chegamos à metade do nosso campo de treinamento, e agora é hora de colocar as suas habilidades à prova em um cenário real.Ela fez uma pausa, deixando o tempo para a sala se acalmar antes de continuar:— Vocês serão divididos em equipes para uma competição amigável. Vocês vão levar as joias nas quais têm trabalhado e vendê-las no Le Marché de l'Éclat, um festival com o qual fizemos parceria. É um evento grandioso para caridade, e toda a arrecadação será destinada a uma boa causa. Então, não só vocês terão a oportunidade de mostrar seu trabalho ao público, como também estarão fazendo algo significativo.O festival parecia ser um grande evento, até para alguém como eu, que já estava acostumada a vender joias na minha loja. Não se tratava apenas de fazer vendas - era sobre se expor de uma maneira completamente nova.E, sinceramente, isso trazia uma enorme pressão, mesm
(Ponto de Vista de Serena)À medida que o festival começava, as pessoas começavam a passar pelo nosso estande, algumas parando para olhar mais de perto, outras apenas dando uma olhada rápida.Eu já tinha feito isso o suficiente para saber que a paciência era a chave. Ainda assim, sempre havia aquela emoção quando alguém pegava uma peça e a examinava mais de perto.Cerca de uma hora depois, uma mulher parou diante de um dos meus designs mais ousados - um colar de ouro com um pingente de esmeralda profunda, encaixado em uma moldura geométrica única.— Isso é deslumbrante. — Ela disse, com os dedos acariciando a peça. — Como você pensou nisso?Sorri.— Queria algo ousado, mas ainda assim elegante. A esmeralda dá aquele toque clássico, e a forma faz com que se destaque como moderna e diferente.Ela assentiu, claramente impressionada.— Eu adorei. Vou levar.Enquanto eu finalizava a venda, Colette sorriu para mim.— Você faz parecer tão fácil.Eu sorri, balançando a cabeça.— No fim, é tudo
(Ponto de Vista de Serena)O dia já estava quase no fim, e faltavam apenas algumas peças para vender. Logo, olhei para Colette.— Vou dar uma passada rápida no banheiro. Você se importa de segurar as pontas?— Claro. Vai lá. — Ela disse, acenando para me dispensar.Corri em direção ao banheiro mais próximo, mas a fila estava muito mais longa do que eu esperava. Bati os pés impacientemente, observando os minutos passarem. Odiava o fato de deixar Colette sozinha por muito tempo, especialmente quando estávamos tão perto de terminar o dia.E se algum cliente aparecesse? E se ela precisasse de ajuda com as vendas finais? O pensamento me deixou ansiosa, mas não havia nada que eu pudesse fazer a não ser esperar.Depois de o que parecia uma eternidade - quase 20 minutos - finalmente terminei e corri de volta para o estande. Quando me aproximei, meu coração deu um salto. O display estava vazio. Completamente vazio.— Colette! — Chamei, chegando ao estande. — O que aconteceu? Onde estão todas as
(Ponto de Vista de Bill)Fechei a porta do carro com força, com o motor ainda ligado, enquanto me sentava em frente à casa da minha mãe."De todas as pessoas, ela vendeu as ações para o Calvin?" Isso era tudo o que eu conseguia pensar enquanto forçava meu corpo a sair do carro.A porta se abriu antes que eu pudesse bater. Minha mãe estava ali, de braços cruzados, com a expressão afiada de sempre.Minha tia Claire estava sentada na sala de estar, nos observando como se esperasse uma tempestade se aproximando. Ela sempre foi a que defendia minha mãe, não importava o que acontecesse.— Por que você vendeu suas ações para o Calvin? — Perguntei, entrando.O rosto da minha mãe se fechou imediatamente. Não houve hesitação, nem calor, só raiva pura.— Por quê? — Ela retrucou. — É para isso que você está aqui? Para me questionar?Eu esperava resistência, mas isso... Isso era veneno puro.— Eu me sinto traído. — Admiti. — Por você, de todas as pessoas.Ela soltou uma risada amarga, que gelou min
(Ponto de Vista de Serena)O dia finalmente chegou, e Colette e eu mal conseguíamos conter nossa empolgação enquanto nos dirigíamos para o atelier de um dos melhores joalheiros de Paris.As ruas da cidade pareciam ainda mais vibrantes naquele dia. Havia algo neste momento que parecia surreal… Como se estivéssemos prestes a entrar em um mundo completamente novo.— Isso vai ser incrível. — Disse Colette, praticamente saltitando com cada passo. — Eu sempre sonhei em ver um atelier assim de perto. Quero saber que segredos eles vão nos deixar descobrir.— Eu só espero absorver o máximo possível. — Respondi. Nem tentei esconder a empolgação.Quando chegamos ao imponente edifício, trocamos um sorriso nervoso antes de entrar.Uma mulher com um sorriso amigável nos recebeu na entrada.— Bem-vindas! Vocês devem ser Serena e Colette. Estávamos esperando por vocês. Meu nome é Véronique, e eu vou guiá-las hoje.Nos apresentamos, e ela nos conduziu mais para dentro do estúdio. O espaço estava replet