A antecipação sempre causa um frio na barriga, gera uma ansiedade que pode ser boa e/ou ruim. As cócegas que Lucian sentia na barriga aumentaram quando viu Magnus ir até a sacada e fechar a porta dupla. A sua figura de ombros largos e expressão calma de certa forma alimenta a antecipação que Lucian sentia.O quarto ficou levemente escurecido. O cheiro adocicado de vinho começou a surgir lentamente, e Lucian respirou fundo para sentir aquele aroma mexer consigo. O seu instinto gostava daquele cheiro, apesar dele precisar ignorar fortemente o cheiro do outro alfa. O seu instinto aprovava a reconciliação com o ômega, preferindo estar perto dele do que afastados e brigados.A passos surdos, Magnus caminhou até a cama onde Lucian estava sentado. Inclinou-se levemente e estendeu a mão tocando nos longos cabelos dourados do alfa, deslizando os dedos entre as madeixas que pareciam fios de seda. Com uma certa frequência ele tocava os cabelos do príncipe, era notável o quanto gostava deles.Ao
Fora da capital do Império Roveaven existia uma academia renomada, onde vários jovens da alta nobreza dedicaram os seus dias para adquirir conhecimento e trilhar o caminho para um futuro bem sucedido no cenário político. Muitos nobres enviavam seus filhos para esta academia justamente esperando a glória e bons frutos. Inclusive, os príncipes e princesas do Império estudaram lá, marcando na história da academia suas contribuições e conquistas que obtiveram em sua passagem.Claramente os jovens que carregam sobrenomes de peso são os mais populares, já que muitos jovens procuram criar seus laços políticos a mando de suas famílias. E daquela geração, havia uma única pessoa que carregava o sobrenome do único Grão-duque do Império.Eugene Grimwood.Todos conheciam o rapaz de dezessete anos que foi eleito o presidente do grêmio estudantil e que tinha uma reputação de ser muito benevolente e adorável. A responsabilidade que Eugene demonstrava era impressionante e esperada de um Grimwood, cont
A viagem já estava chegando ao seu fim.Assim que levantassem daquela macia e confortável cama, Lucian e Magnus teriam que tomar café da manhã e se preparar para três dias de viagem numa carruagem até voltarem para a capital do Império. Talvez por justamente lamentar as finitas horas dentro daquela carruagem, judiando do seu traseiro, Lucian postergou o seu máximo o seu destino pesaroso.Ele continuou deitado na cama, aprisionando Magnus em seu corpo. O príncipe nem se atreveu a abrir os olhos, mesmo quando a sua consciência já voltava do seu profundo descanso. Estava ciente de como o corpo nu de Magnus estava imóvel abaixo do seu, podendo ouvir a sua respiração e sentir o seu calor.A curiosidade venceu o seu conforto.Abrindo os olhos lentamente, o rapaz percebeu seu braço direito esticado no travesseiro e sendo usado por Magnus. O seu braço esquerdo não abandonou a cintura nua do ômega. Basicamente estava de conchinha, mas Lucian era possessivo demais para não usar o peso rídiculo
Já caía a noite quando eles pararam em uma hospedaria. Magnus afrouxou a gravata e andou a passos largos até a cama, onde se sentou e suspirou. Lucian observou os cavaleiros de Grimwood carregarem apenas alguns pertences para dentro do quarto e um outro fazer algum relatório para o Grão-duque.Foi uma viagem longa. Provavelmente eles chegariam na capital na noite seguinte, isso se partissem após o café da manhã. E para aumentar o cansaço, Magnus estava reunindo informações a respeito do nobre que estava perseguindo e cortejando Eugene. A impaciência do ômega ficava cada vez mais nítida no seu silêncio. Ali ele notou que Magnus estava de fato se preparando para perseguir aquele homem.Depois que os cavaleiros deixaram eles a sós, ponderou entre questioná-lo ou deixá-lo em paz. Só que a sua maldita curiosidade sempre vencia.— Muito bem, o que você descobriu?Os olhos carmesins se ergueram para Lucian. Sentando-se na cama, Lucian cruzou a perna e retribuiu o olhar com certa insistência
— Então, como foi a lua de mel dos pombinhos?Argus serviu chá para Skyler e Lucian, que conversavam na sala de visitas. Apesar do mordomo ter estranhado a vinda repentina do sacerdote, ele o tratou com a devida cortesia já que Lucian aceitou a sua visita. Principalmente por fazer apenas poucas horas desde que os seus senhores chegaram da lua de mel.Por acaso aquele sacerdote estava vigiando a entrada só esperando o momento mais adequado para entrar?Lucian pegou a xícara de chá e sentiu o aroma quente e adocicado antes de beber um gole. Ele se mantinha calmo e elegante como sempre, apesar de estar surpreso com Skyler o encarando tão despreocupadamente. Quer dizer… lá estava um sacerdote candidato para a mais alta posição dentro do templo, agindo mais como um amigo de longa data.Não que o príncipe fosse reclamar.— Foi relaxante para ambos. Mas posso saber o motivo de sua visita repentina?— O Sumo Sacerdote me mandou aqui para conversarmos sobre o seu novo papel — Ele disse sem rod
O apoio que um príncipe ou princesa recebe de um nobre vai além de meras palavras. Na teoria, um nobre escolhe apoiar o herdeiro que considera mais adequado para se tornar o futuro governante. O seu apoio envolve ajudá-lo no seu trabalho nos deveres reais e orientá-lo quando necessário. É um acordo mútuo onde o nobre jura cumprir com suas funções dentro do cenário político para auxiliar o seu futuro governante a administrar todo o Império. Como os marqueses que são responsáveis por vigiar as fronteiras, por exemplo.O Marquês Kahar auxilia o Sétimo Príncipe, Elyon, com as fronteiras da região de Baydenn. Certamente ele presta serviço ao Imperador Rehael, porém a sua lealdade pode ser estendida a Elyon caso este se torne o Imperador. Assim, ele se comprometeria a proteger as fronteiras dos inimigos de Geledel.É como um papel de padrinho e madrinha, que guiará o futuro governante na ausência do seu antecessor.Havia muitos nobres que cumpriam com tal dever com cada um dos herdeiros. É
— Vossa Graça, como pode entrar no cassino quebrando a porta e se portar desse jeito? Não é um comportamento muito elegante, se deseja saber minha humilde opinião.Os olhos carmesins se ergueram lentamente para o sujeito, o fazendo hesitar e estremecer com a frieza. A figura sentada em sua cadeira com os pés sobre a sua mesa não estava de bom humor. Até mesmo as sombras da noite pareciam camuflar as suas verdadeiras intenções. Ainda assim, a arrogância do nobre homem e o seu orgulho não lhe permitiram se acovardar.O Conde entrou no próprio quarto como se não se sentisse intimidado pela presença tempestuosa de Magnus. Na verdade, ele caminhou até a estante de livros e encarou o rapaz com um certo… desprezo. Como um adulto recriminando a conduta de uma criança mal comportada. Ora essa, foi o Grão-duque quem errou ao tirá-lo do seu pequeno paraíso.— Uma coisa que deixo muito clara, Conde Moutuni, é que as minhas regras devem ser obedecidas não apenas pelos meus irmãos, como também pela
Em sua outra vida, Luciano era acostumado a mexer com planilhas complicadas, fazer orçamentos para impedir gastos desnecessários e o aguardar o momento certo de investir o dinheiro. Ele não era o melhor da sua empresa, contudo era o suficientemente bom para se manter estável por alguns anos e ganhar experiência.Agora, ele precisava aplicar tudo o que aprendeu para administrar a Mansão Grimwood.Assim que Carsen lhe apresentou os relatórios financeiros do casarão, Lucian percebeu o quão impecável Magnus era ao cuidar disso sozinho. Ainda que Carsen o ajudasse tirando dúvidas ao longo da semana para se acostumar ao trabalho de anfitrião, Lucian duvidou de si mesmo, acreditando não ser capaz de manter o mesmo ritmo que o seu esposo.— Considerando o início do inverno, seria bom confeccionar novos uniformes para os criados, para que se mantenham aquecidos — Lucian murmurou ao ler um documento — Parece que também iremos aumentar o trabalho na cozinha… haa… Quero voltar para a cama.— Esto