Algo acordou Lucian.Ele sentiu um enorme espaço ao lado de sua cama, e mesmo tateando o espaço ao seu lado, os seus dedos não encontraram nenhum corpo generosamente forte irradiando um calor e um perfume de vinho. Os olhos de diamante se abriram imediatamente, percebendo o vazio ao seu lado.Lucian sentou-se na cama e olhou em volta encontrando Magnus tomando café na mesa. Sereno e estonteante, com aqueles olhos carmesins lendo alguma notícia no jornal e os cabelos pretos como carvão bagunçados como acabado de sair do banho.— E eu pensando que você me faria companhia na cama.A voz rouca de Lucian chamou a atenção do ômega, que apenas bebeu um gole de café antes de respondê-lo.— Não me culpe pelo seu sono pesado. Venha tomar café.Lucian soltou um riso baixo e se levantou da cama. Esticando o braço, o príncipe pegou o robe grosso do cabideiro e o vestiu para cobrir a sua nudez, e atravessou o enorme quarto para chegar até o marido. O sol brilhava belamente pela janela, o céu sem ne
O orgulho é algo que pode nos levar a grandes alturas quando bajulado, mas também pode ser uma imensa muralha quando ferido. Ele é capaz de te impedir de ir para um mundo de possibilidades quando prende os seus pés no lugar.Lucian sabia que Magnus não havia feito aquilo por maldade, que era algo relacionado ao seu trabalho e se tratava de um assunto de suma importância. Era compreensível, de fato, porém ele tinha o direito de ficar irritado. Afinal, tratava-se da sua lua de mel.Uma coisa era eles viajarem até a mina e resolverem um problema, já que era perto e gastaria apenas um dia daquela viagem. Lucian poderia muito bem aproveitar os demais dias junto do seu esposo, e tudo estaria bem.Agora, dedicar toda a viagem para trabalhar…Lucian não gostou nem um pouco daquilo.Por isso o seu orgulho o prendeu atrás de sua muralha e passou a ignorar Magnus e Cadec, que conversavam perto da lareira. Lucian apenas pegou um livro qualquer e sentou na cadeira na sacada e ficou lendo sem realm
Um espelho refletia um pequeno oitavo príncipe com um sorriso contagiante no rosto, brincando no chão junto de mais duas crianças. Uma delas era mais alta e tinha cabelos escuros e olhos claros, enquanto a outra parecia ainda menor que o Oitavo Príncipe e com feições bastante inocentes. Os três brincavam juntos no chão, com brinquedos de madeira e pelúcias espalhados por todo o tapete.A sensação de diversão enquanto brincavam trazia uma nostalgia um tanto quanto intensa. Como se realmente sentisse falta de tamanha alegria e inocência daquele mundo infantil.Junto com tal lembrança, veio a dor e o desconforto. Lembrar de algo parecia puxar um órgão do seu corpo à força.Ainda assim, Lucian se conteve. Respirando fundo ele apenas apertou o próprio braço discretamente e mordeu a própria bochecha para controlar qualquer ruído que escapasse da sua boca.— Lucian, há algo errado?— Não — Ele respondeu depois de alguns segundos. Respirando fundo, o rapaz desviou o olhar e encarou o próprio
A antecipação sempre causa um frio na barriga, gera uma ansiedade que pode ser boa e/ou ruim. As cócegas que Lucian sentia na barriga aumentaram quando viu Magnus ir até a sacada e fechar a porta dupla. A sua figura de ombros largos e expressão calma de certa forma alimenta a antecipação que Lucian sentia.O quarto ficou levemente escurecido. O cheiro adocicado de vinho começou a surgir lentamente, e Lucian respirou fundo para sentir aquele aroma mexer consigo. O seu instinto gostava daquele cheiro, apesar dele precisar ignorar fortemente o cheiro do outro alfa. O seu instinto aprovava a reconciliação com o ômega, preferindo estar perto dele do que afastados e brigados.A passos surdos, Magnus caminhou até a cama onde Lucian estava sentado. Inclinou-se levemente e estendeu a mão tocando nos longos cabelos dourados do alfa, deslizando os dedos entre as madeixas que pareciam fios de seda. Com uma certa frequência ele tocava os cabelos do príncipe, era notável o quanto gostava deles.Ao
Fora da capital do Império Roveaven existia uma academia renomada, onde vários jovens da alta nobreza dedicaram os seus dias para adquirir conhecimento e trilhar o caminho para um futuro bem sucedido no cenário político. Muitos nobres enviavam seus filhos para esta academia justamente esperando a glória e bons frutos. Inclusive, os príncipes e princesas do Império estudaram lá, marcando na história da academia suas contribuições e conquistas que obtiveram em sua passagem.Claramente os jovens que carregam sobrenomes de peso são os mais populares, já que muitos jovens procuram criar seus laços políticos a mando de suas famílias. E daquela geração, havia uma única pessoa que carregava o sobrenome do único Grão-duque do Império.Eugene Grimwood.Todos conheciam o rapaz de dezessete anos que foi eleito o presidente do grêmio estudantil e que tinha uma reputação de ser muito benevolente e adorável. A responsabilidade que Eugene demonstrava era impressionante e esperada de um Grimwood, cont
A viagem já estava chegando ao seu fim.Assim que levantassem daquela macia e confortável cama, Lucian e Magnus teriam que tomar café da manhã e se preparar para três dias de viagem numa carruagem até voltarem para a capital do Império. Talvez por justamente lamentar as finitas horas dentro daquela carruagem, judiando do seu traseiro, Lucian postergou o seu máximo o seu destino pesaroso.Ele continuou deitado na cama, aprisionando Magnus em seu corpo. O príncipe nem se atreveu a abrir os olhos, mesmo quando a sua consciência já voltava do seu profundo descanso. Estava ciente de como o corpo nu de Magnus estava imóvel abaixo do seu, podendo ouvir a sua respiração e sentir o seu calor.A curiosidade venceu o seu conforto.Abrindo os olhos lentamente, o rapaz percebeu seu braço direito esticado no travesseiro e sendo usado por Magnus. O seu braço esquerdo não abandonou a cintura nua do ômega. Basicamente estava de conchinha, mas Lucian era possessivo demais para não usar o peso rídiculo
Já caía a noite quando eles pararam em uma hospedaria. Magnus afrouxou a gravata e andou a passos largos até a cama, onde se sentou e suspirou. Lucian observou os cavaleiros de Grimwood carregarem apenas alguns pertences para dentro do quarto e um outro fazer algum relatório para o Grão-duque.Foi uma viagem longa. Provavelmente eles chegariam na capital na noite seguinte, isso se partissem após o café da manhã. E para aumentar o cansaço, Magnus estava reunindo informações a respeito do nobre que estava perseguindo e cortejando Eugene. A impaciência do ômega ficava cada vez mais nítida no seu silêncio. Ali ele notou que Magnus estava de fato se preparando para perseguir aquele homem.Depois que os cavaleiros deixaram eles a sós, ponderou entre questioná-lo ou deixá-lo em paz. Só que a sua maldita curiosidade sempre vencia.— Muito bem, o que você descobriu?Os olhos carmesins se ergueram para Lucian. Sentando-se na cama, Lucian cruzou a perna e retribuiu o olhar com certa insistência
— Então, como foi a lua de mel dos pombinhos?Argus serviu chá para Skyler e Lucian, que conversavam na sala de visitas. Apesar do mordomo ter estranhado a vinda repentina do sacerdote, ele o tratou com a devida cortesia já que Lucian aceitou a sua visita. Principalmente por fazer apenas poucas horas desde que os seus senhores chegaram da lua de mel.Por acaso aquele sacerdote estava vigiando a entrada só esperando o momento mais adequado para entrar?Lucian pegou a xícara de chá e sentiu o aroma quente e adocicado antes de beber um gole. Ele se mantinha calmo e elegante como sempre, apesar de estar surpreso com Skyler o encarando tão despreocupadamente. Quer dizer… lá estava um sacerdote candidato para a mais alta posição dentro do templo, agindo mais como um amigo de longa data.Não que o príncipe fosse reclamar.— Foi relaxante para ambos. Mas posso saber o motivo de sua visita repentina?— O Sumo Sacerdote me mandou aqui para conversarmos sobre o seu novo papel — Ele disse sem rod