Era impressionante aquele rapaz conseguir segurar uma caixa tão pesada com uma única mão e ainda impedir que Lucian caísse. A força humana era realmente algo incrível dentro de uma história fictícia.— Você está bem? Espero que a caixa não esteja pesada demais para você.Lucian piscou algumas vezes e então olhou para a caixa, concordando com a cabeça.— Está um pouco pesadinha…O rapaz deu uma risada leve e soltou a cintura de Lucian para erguer a caixa e deixá-la no chão. Lucian suspirou de alívio por estar livre, e ao olhar para o lado ele encontrou um par de olhos carmesins o encarando friamente. Um arrepio subiu pela sua espinha como se tivesse sido pego fazendo algo muito errado.— Magnus, a carruagem já está pronta?— Sim.A resposta curta e grossa fez Lucian engolir em seco sem saber ao certo como reagir. Ora, ele não fez nada de errado, mas por que se sentia culpado?— Oh… o Grão-duque aqui no templo? — O rapaz perguntava depois de empilhar as caixas no chão — Você está o acom
O mercenário puxou o tornozelo de Lucian, o arrastando pela carruagem até que pudesse agarrá-lo. Lucian tentou se segurar nos assentos da carruagem, só que a força em seus braços era miserável se comparada com o aperto que praticamente o jogou para fora da carruagem.— Argh! Me solte! — Rosnava Lucian, se debatendo.O mercenário envolveu o braço no pescoço do príncipe, apertando causando um grande sufoco. No ouvido de Lucian, o mercenário deu uma risada que só aumentava o seu desespero em fugir.— Calminha, calminha. Se comporte, principezinho.Olhando sobre o ombro, o mercenário verificou se os seus companheiros estariam dando conta do Grão-duque. Magnus estava enfurecido tentando alcançar Lucian e sem conseguir por conta dos outros cinco ladrões que continuavam a cercá-lo e golpeá-lo. Mesmo que ele conseguisse usar a espada para bloquear os ataques e empurrá-los para longe, não havia uma brecha para Magnus tentar ir ao resgate do seu noivo.— Lucian!O príncipe puxava o braço do mer
Todo nobre de Roveaven sabia que ter um título nobre também significava ter um alvo em suas costas, que atraía qualquer tipo de trambiqueiro. Sem falar nas pessoas que facilmente guardavam rancores e planejavam vingança para destruir tudo o que o nobre tem em posse, ou roubá-lo para si.Por esse motivo os nobres tinham uma guarda pessoal para garantir a segurança. Era comum ocorrer assaltos em carruagens, onde os ladrões roubavam as jóias ou faziam os nobres os seus reféns para conseguirem recompensas mais gordas. Somente um nobre que não sai do seu território se veria livre de tal ocorrência, apesar de ser algo temporário.Claro, Magnus havia passado por algumas emboscadas desde que herdou o título de Grão-duque. E por ter treinado esgrima desde criança, ele sempre soube se defender e garantir a segurança dos seus irmãos.Agora, Magnus precisava garantir a segurança do oitavo príncipe que ainda estava inconsciente.Don, o cocheiro, demorou um bom tempo para alugar uma carruagem comum
— Parece que eles falharam em trazer o oitavo príncipe, milorde.A voz fria soou como um sussurro espinhoso aos ouvidos do alfa, que cerrava os punhos em frustração pela falha em seu plano. Cerrando os dentes, ele continha o rosnado e a fúria que desejava enfiar a sua espada no peito daquele sujeito tão vigarista.— Dei instruções claras e você me garantiu que não falharia. Como se atreve a me dizer que não conseguiu?— Milorde, eu deixei claro que meus homens eram fortes o suficiente para sequestrar o oitavo príncipe, mas que não poderia criar grandes expectativas tendo o Grimwood o acompanhando.— Que bando de inúteis! — Gritava o alfa, dando um soco na mesa — Foi justamente por isso que mandei que só os melhores fossem para esta missão? Como a sua incompetência permitiu que escolhesse somente esses fracotes?O homem nada disse, apesar de seus olhos deixarem claro o desgosto por aquelas palavras. O alfa, por outro lado, não pareceu se importar com a fúria e ameaça que aquele sujeito
Alguns dias depois da tentativa de assalto, Lucian já estava se sentindo melhor ao ponto de andar e conversar. No entanto, a presença constante de um certo alfa o impedia de realmente voltar a ativa e fazer as suas pesquisas.Cada espaço livre de sua ocupada agenda, Cassander passava ao lado de Lucian garantindo que ele estivesse sendo bem tratado e tomando o remédio corretamente. No primeiro dia o príncipe não se importou muito, já que passou o seu tempo dormindo graças ao efeito dos remédios. Depois, ele não teve escolha a não ser se acostumar com a sua presença e a felicidade de Cassander estampada em seu sorriso inocente.Até mesmo quando tinha visitas, Lucian se forçou a "fingir" não estar incomodado.— Isso é perigoso, não imaginava que haveria ladrões próximo do templo — Raven arregalava os olhos, virando-se para o Consorte — Ou estou enganada?— De maneira alguma, querida. O templo dispõe da sua própria guarda, os cavaleiros sagrados, que mantêm a segurança da matriz.— Mas os
Depois que Cassander foi embora para cumprir com a sua agenda de tarefas, Lucian permaneceu sentado na mesa de café da manhã com o olhar perdido. Uma memória do oitavo príncipe foi revelada, e parecia tão nítida como se tivesse acontecido apenas alguns minutos atrás. Só que a sensação era que o oitavo príncipe era apenas uma criança.Aquilo confundiu ainda mais Lucian, pois ele se sentiu ainda mais culpado por ter sido tão distante de Cassander. Se eles eram realmente muito próximos antes, então deve ter acontecido algo que obrigou Cassander a não procurar mais pelo filho e deixá-lo em seu castelo abandonado. Ou talvez tenha sido decisão do próprio príncipe.— Ah, que confusão! — Reclamava o rapaz, bagunçando os próprios cabelos.— Algum problema, Vossa Alteza?— Não — Lucian respondeu automaticamente, ao erguer a cabeça percebeu que o seu criado pessoal carregava alguns livros — Oh… vejo que encontrou bastante coisa.Argus se aproximou de uma bancada e deixou a pilha de livros ali. Em
— O que disse? — Questionou Lucian ao olhar sobre o ombro.— Perguntei se você está no seu cio.Magnus estava praticamente colado em suas costas, o encarando tão friamente que aumentava os arrepios que Lucian sentia. A última vez que ficou tão próximo dele foi naquela festa dos Baragnon, e ainda estava tomado pela droga ao ponto de não poder apreciar corretamente a beleza do seu personagem preferido.Só que agora ele podia.Podia notar a pele dele, os cílios longos e escuros, os traços finos de sua boca, e o quão brilhantes eram os seus olhos carmesins.— Por que você acha isso?— Como assim "por que"? Você está liberando feromônios feito um selvagem. — Reclamou Magnus cruzando os braços novamente.O príncipe arregalou os olhos de surpresa. Ele estava liberando os seus feromônios? Mas como? Ele nem percebeu!Lucian farejou o ar e até olhou em volta tentando enxergar alguma partícula diferente, como se isso fosse possível. Mas ele simplesmente não sentia o próprio cheiro.— Tem certeza
Talvez Lucian não fizesse a menor ideia do efeito que ele tinha sobre Magnus, ou então ele sabia e o usava sabiamente. Fato era que Magnus simplesmente foi em sua direção.Ele tinha feito aquela pergunta apenas para provocá-lo, arrancar uma resposta com aquele sorriso besta dele como sempre fazia. Afinal, Lucian sempre tinha uma resposta para as suas provocações, tornando as suas conversas em uma briga sobre quem deixa o outro sem palavras primeiro.No entanto, Magnus se deparou com algo novo naquele dia.A fragilidade do oitavo príncipe.Depois de ter ouvido aquela pergunta, Magnus apenas arregalou os olhos levemente ao perceber que o oitavo príncipe era… algo. Ele estava todo vermelho e ofegante por causa do efeito dos seus feromônios, os cabelos compridos esparramados pela cama e o encarando com descrença sem nem mesmo piscar.Era como se Lucian não acreditasse no que ouviu.A incredulidade expressa em sua face foi tão inédita, que Magnus realmente acreditou que Lucian choraria a q