— O que disse? — Questionou Lucian ao olhar sobre o ombro.— Perguntei se você está no seu cio.Magnus estava praticamente colado em suas costas, o encarando tão friamente que aumentava os arrepios que Lucian sentia. A última vez que ficou tão próximo dele foi naquela festa dos Baragnon, e ainda estava tomado pela droga ao ponto de não poder apreciar corretamente a beleza do seu personagem preferido.Só que agora ele podia.Podia notar a pele dele, os cílios longos e escuros, os traços finos de sua boca, e o quão brilhantes eram os seus olhos carmesins.— Por que você acha isso?— Como assim "por que"? Você está liberando feromônios feito um selvagem. — Reclamou Magnus cruzando os braços novamente.O príncipe arregalou os olhos de surpresa. Ele estava liberando os seus feromônios? Mas como? Ele nem percebeu!Lucian farejou o ar e até olhou em volta tentando enxergar alguma partícula diferente, como se isso fosse possível. Mas ele simplesmente não sentia o próprio cheiro.— Tem certeza
Talvez Lucian não fizesse a menor ideia do efeito que ele tinha sobre Magnus, ou então ele sabia e o usava sabiamente. Fato era que Magnus simplesmente foi em sua direção.Ele tinha feito aquela pergunta apenas para provocá-lo, arrancar uma resposta com aquele sorriso besta dele como sempre fazia. Afinal, Lucian sempre tinha uma resposta para as suas provocações, tornando as suas conversas em uma briga sobre quem deixa o outro sem palavras primeiro.No entanto, Magnus se deparou com algo novo naquele dia.A fragilidade do oitavo príncipe.Depois de ter ouvido aquela pergunta, Magnus apenas arregalou os olhos levemente ao perceber que o oitavo príncipe era… algo. Ele estava todo vermelho e ofegante por causa do efeito dos seus feromônios, os cabelos compridos esparramados pela cama e o encarando com descrença sem nem mesmo piscar.Era como se Lucian não acreditasse no que ouviu.A incredulidade expressa em sua face foi tão inédita, que Magnus realmente acreditou que Lucian choraria a q
O gemido rouco de prazer soou naquele quarto quando os dedos de Magnus enroscaram nos longos cabelos de Lucian, e também porque os seus dedos tocavam o seu corpo nu enviando arrepios pela sua espinha. Lucian aprofundou o beijo ao puxar a carne de Magnus com um forte aperto.O seu gosto e o seu cheiro o deixava maluco, fazendo a sua cabeça rodar de tanta luxúria e desejo.Lucian queria mais. Ele precisava de mais.As palavras simplesmente escaparam dos seus lábios, tão descontrolado quanto qualquer movimento seu durante todo aquele momento íntimo.— Ômega, você está me enlouquecendo. Eu te quero. Quero te possuir e te tornar meu de todas as maneiras possíveis. Eu te clamarei como meu.Não havia espaço para racionalidade. Lucian não tinha controle algum sobre o seu corpo, desde o momento em que sentiu o cheiro de vinho serpenteando o seu corpo tão diligentemente. Era aquela sensação estranha de novo, onde Lucian seria um mero espectador de um corpo que se move no piloto automático.Apes
O assombro tomou conta do seu corpo quando Lucian encarou as próprias mãos manchadas de sangue. O tremor que seus músculos sentiam fizeram suas pernas falharem em sustentar o seu peso, o obrigando a cair no chão agonizando a dor que sentia. Baixando a cabeça, ele tentava assimilar a ponta da lâmina que atravessou o seu peito com o "como" aquilo havia ocorrido.O seu peito subia e descia desesperadamente tentando se manter vivo. Como se estivesse enferrujado, o seu pescoço demorou para virar e fazer Lucian encarar o seu assassino. O sorriso malicioso era nítido enquanto aquela pessoa acenava para si, como se despedisse de alguém que foi embora de uma mera festa do chá.Por quê?Por que aquela pessoa fez aquilo consigo?O seu pulmão ardia e sua boca tossia o sangue coagulado enquanto o seu corpo caía no chão. O tremor e o frio que o abraçava junto com o pavor de estar enfrentando a própria morte não eram nada saborosos.Em um rompante Lucian se sentou na cama ofegando. O suor escorria d
O salão do Palácio do Sol era enorme e estava ricamente decorado. Os convidados que chegavam para a festa ficavam surpresos com a grandeza do evento. A surpresa aumentava quando eles lembravam que o motivo de tamanha ostentação se dava ao noivado do Grão-duque Grimwood com o oitavo príncipe imperial.O oitavo príncipe.Aquele que jamais era visto em eventos sociais.Aquele cuja existência dificilmente era lembrada.Aquele que mal lembravam o nome dele.— Anuncio a entrada do Grão-duque Grimwood e do Oitavo Príncipe Imperial.Os olhares recaíram sobre o casal que entrava pelas imensas portas e recebiam toda a atenção. Era esperado que o Grão-duque fosse bonito o suficiente para roubar suspiro dos solteiros, apesar de agora haver um leve pesar e incredulidade com o fato dele estar se comprometendo repentinamente.Mas não Lucian.Os convidados ficaram surpresos e murmuravam ao ver Lucian pela primeira vez em um evento social daquela escala. Claro, quem viu ele participando das outras fes
O discurso do Imperador pegou Lucian desprevenido. De certa forma eram palavras genéricas que todo governante usava, só que ele dizia aquilo olhando diretamente para ele e Magnus. Talvez nas entrelinhas tivesse uma espada apontada em seus pescoços, como uma ameaça por serem descuidados a chegarem ao ponto da desonra acontecer.De toda forma, a pressão de ter aqueles olhos claros e expressão rígida sobre si permanecia. Lucian cerrou os punhos que tremiam levemente por causa daquela pressão.Por que o oitavo príncipe sempre reagia daquela forma quando estava na frente do Imperador? A sua covardia realmente era um incômodo.— Você está bem?A voz sussurrada do ômega chegou ao ouvido de Lucian, que vestiu a sua costumeira máscara e concordou com a cabeça. Agora que o discurso chegou ao fim e os convidados voltaram a aproveitar a festa, Lucian podia se ver livre daquela tensão.— Perfeitamente bem.O braço de Magnus foi para a cintura de Lucian, o puxando levemente enquanto ele o olhava se
Lucian foi avisado que os seus irmãos participariam da festa, óbvio. E por isso ele sorriu e acenou quando eles se aproximaram. Raven e Dáhlia já eram rostos conhecidos, no entanto, o rapaz alfa junto delas fazia cara de poucos amigos. Só pela sua expressão familiar, era nítido que se tratava de Elyon, o irmão gêmeo de Dáhlia.Aqueles três juntos e mais algumas outras pessoas ao longe os observando era uma visão deveras suspeita…— Olá.— Parabéns pelo noivado, irmãozinho. Ah, e para a Sua Graça também.Magnus se remeteu a um acenar de cabeça, apesar dele tomar a frente de Lucian.— Obrigado — Lucian disse — Fico feliz que tenham vindo.— Claro, como perderia o noivado do nosso irmão, não é mesmo? É um evento familiar que devemos aproveitar.Raven virou-se para os gêmeos, que não pareciam nem um pouco contentes de estarem ali. Elyon ainda ergueu a cabeça para o alto das escadas onde via o Imperador e o Consorte sentados no trono encarando friamente para aquela interação.— De fato, um
No Império Roveaven, os ômegas eram os líderes, e o Imperador era o ômega mais forte e mais respeitado daquele território. Naturalmente, os tradicionalistas apoiavam Raven, a primeira princesa ômega, como futura imperatriz. Contudo, havia alguém que batia de frente com tal partido.O primeiro filho do Imperador Rehael, um alfa bonito e charmoso que sempre foi descrito como um homem sério e frio. Cadec era um príncipe perfeito, e justamente por isso ele era uma ameaça a quem quisesse o trono, pois mesmo sendo um alfa ele tinha um grande poder político obtido através de suas grandes conquistas.A sua esgrima era impecável, um ótimo líder que detém o respeito dos seus subordinados como comandante da segunda cavalaria. Quando havia algum problema com mercenários, Cadec era o primeiro a averiguar a situação e a brandir a sua espada para lutar bravamente. Claro que ele tinha a frieza de cortar o seu inimigo, contudo há rumores de que ele reza pela alma dos mortos após uma batalha.Além diss