Durante aquele baile, Lucian percebia o quão "popular" Magnus era. Muitos homens nobres cumprimentaram ele e falaram sobre trabalho e negócios dos quais o Grão-duque respondeu habilmente. Chegava a soar como um idioma estranho eles falarem de algo que Lucian não entendia muito bem, e ainda assim era bonito de se ver. A elegância de Magnus ao falar com tamanha propriedade sobre negócios era… estranhamente excitante apesar de ainda ser enfadonho.Claro que a parte de socializar era importante para eles, principalmente para ostentar a bela aliança de noivado que os dois rapazes compartilhavam. Para o prazer de Lucian, naquela festa ele não precisou pisar no centro do salão e rodopiar feito uma cotovia, já que Magnus não era alguém que se divertia dançando.No entanto, ainda era cansativo ver tantas pessoas conversando com eles e fazendo as mesmas perguntas.— Vossa Graça, como vocês acabaram juntos?— Estou ansiosa para a festa de noivado, quando será?— Teremos mais boas notícias em bre
Pela primeira vez desde que chegou àquele mundo, Lucian se via ocupado com algo. Até então, ele poderia desfrutar de uma xícara de chá e aproveitar o silêncio da sua biblioteca vazia, fazer alguns passeios no centro comercial ou até mesmo simplesmente pensar sobre a história original. Agora, por ele ter dito que tinha pressa em se casar com Magnus, tal calmaria lhe foi retirada.— As mesas chegaram, lembrem-se de colocá-las no centro do salão, precisamos deixar espaço para a mesa maior onde ficará o bolo.— As cortinas também chegaram!— Esperem! Precisamos limpar as janelas primeiro! Chamem a equipe de limpeza para deixarem os seus afazeres e focar nas janelas agora.Todo o palácio estava uma verdadeira bagunça, refletindo a emoção de um anúncio. A festa de noivado de Lucian e Magnus estava sendo preparada há semanas e a grande noite se aproximava. Apesar de se tratar apenas do noivado deles e não do seu casamento era um ponto a ganhar atenção, já que fazia as expectativas aumentarem
— Ham…O que deveria fazer?Retribuir o abraço?Tratar com frieza?O que raios estava acontecendo?O homem continuava a abraçá-lo apertado, não dando nenhum sinal de que o soltaria tão cedo. O desespero foi crescendo e Lucian só tentava se lembrar de alguma menção sobre aquele homem na história original. Aquela sensação era ainda pior do que encarar o Imperador com aquela intensidade e presença.Afastando-se de Lucian, o homem ainda o segurava pelos braços e seus olhos escuros avaliavam o semblante do oitavo príncipe com preocupação.— Me diga como está se sentindo. Por acaso se lembra de algo? Aconteceu algo?— Eu deveria estar sentindo algo… Vossa Majestade?Por um instante aquele homem ficou hesitante e calado, como se não esperasse aquelas palavras vindas de Lucian. Droga, teria ele dito algo errado? Por acaso Lucian tinha algum envolvimento com aquele senhor? Qual era?Ah, iria enlouquecer!— Não, claro que não. Me perdoe, acho que devo ter te assustado, não?— Um pouco, admito.
Depois de tomarem chá juntos, o consorte convidou Lucian para uma breve caminhada pelo Palácio do Sol. Foi interessante ver todos os criados do palácio se curvarem respeitosamente e se manterem curvados até o consorte não ser mais visto. Muito diferente de quando cumprimentaram Lucian mais cedo, onde apenas curvaram suas cabeças e continuaram andando.— Faz tanto tempo que não vejo este lugar tão animado — Comentava o alfa.— Pensei que aqui fosse bem movimentado por causa dos nobres que buscam uma audiência com o Imperador.— Isso porque eles não são permitidos nesta região do Palácio do Sol. Claro que os príncipes e as princesas podem, que fique bem claro.Lucian apenas sorriu levemente. Por acaso estava recebendo permissão para perambular o palácio onde o Imperador e o seu consorte vivem? Era uma permissão desnecessária, considerando que Lucian queria sair dali o quanto antes.— Oh, Vossa Majestade!A voz feminina soou pelos corredores interrompendo a caminhada dos dois. Ambos vira
Já era noite quando o Imperador entrou no quarto e encontrou o seu esposo sentado na penteadeira. Como era de se esperar, o seu semblante parecia preocupado enquanto encarava o nada, coisa que ele fazia quase todas as noites desde que eles "retornaram". A sua mente poderia estar divagando nas margens dos lugares mais longínquos carregando um barco de preocupações que pesariam em seus ombros, deixando transparecer em cada traço de seu rosto.Silenciosamente, o Imperador aproximou por trás e acariciou os ombros largos do esposo, que acordou do devaneio e virou-se para trás e abriu um sorriso.— Oh, vejo que já voltou.— No que estava pensando? Fiquei sabendo que passou a tarde com Lucian, pensei que estaria mais contente.— Sim…O consorte desviou o olhar e soltou um suspiro cansado.— O que foi, Cass? Aconteceu algo?— Eu não sei dizer ao certo. Receio que Lucian tenha profundas mágoas, principalmente a meu respeito.— Por quê?Cassander ergueu os olhos escuros para o esposo e então se
Dentro da carruagem pairava o desconforto por três pessoas compartilharem o espaço sem dizer uma única palavra. Rehael erguia os olhos claros para Lucian, que por sua vez encarava o lado de fora sem parecer interessado em conversar.Desde que Cassander lhe contou sobre o desabafo enfurecedor do oitavo príncipe, Rehal se sentia incomodado. Era justificável a sua vontade de sair do palácio e mantê-lo longe da batalha pelo trono, só que feria o seu orgulho saber que o seu esposo se tornou alvo das palavras de Lucian. O Imperador queria questioná-lo ao mesmo tempo que se mantinha de boca fechada por já imaginar qual a resposta receberia. Ainda assim, ele tentaria.— Lucian, você sabe onde estamos indo? — Questionou o Imperador.O rapaz olhou em sua direção, inexpressivo e com um tom calmo, ele respondeu como se deixasse claro a distância entre eles.— Ao Templo das Almas para conseguir a permissão para o meu noivado.— Isso mesmo. Como deve saber, o templo é um grande aliado nosso, pois n
Ele jamais imaginou que ouviria aquelas palavras serem ditas da boca do Imperador.Claro que Lucian se sentia desconfortável desde o dia em que tomou chá com o consorte, afinal ele praticamente deixou a sua verdadeira personalidade sair através daquelas duras palavras. Era natural tomar o lado do oitavo príncipe, cujo corpo ele possuiu, mas não esperava que fosse tomar as suas dores também.Agora ele acaba de descobrir que Cassander é o pai biológico de Lucian.Ah, como a sua cabeça latejava.— Parece que cheguei em um momento inadequado.— Não… — Respondia Lucian, massageando a própria têmpora e então virando-se para Magnus — Era apenas… uma conversa normal.— Ha, baseado na cara que está fazendo agora, isso soa como uma terrível piada.— Poderia me dizer que cara estou fazendo?— A de que ouviu algo que não gostou — Magnus cruzou os braços — Que seja, por que ainda estamos aqui fora?— Parece que o Sumo Sacerdote está ocupado no momento.— Ha… essas pombas realmente gostam de nos fa
Quando os dois rapazes se reencontraram com o Imperador e o Consorte, eles notaram uma grande mudança em suas expressões.— Sacerdote, poderia me ajudar aqui rapidinho?— Com licença.Assim que o sacerdote se afastou para ajudar um estudante alguns metros à frente, Cassander abriu um sutil sorriso ao comentar em um sussurro.— Ora ora, parece que vocês tiveram um bom tempo juntos.Lucian corou intensamente. Como ele sabia?! O cabelo de nenhum deles estava desarrumado, nem suas roupas amassadas. Dando uma espiada em seu noivo, o príncipe se surpreendia com a falta de discrição naquela arrogância.— Eu apenas consolei um pouco a Sua Alteza, já que ele parecia incomodado com algo.— Já pedi que fossem discretos — Murmurava o Imperador, não parecendo gostar muito das palavras do Grão-duque.O sacerdote logo voltou, continuando a guiar os quatro pelo templo e subirem uma longa escadaria.No caminho, Lucian aproveitou a distância de todos e inclinou-se para Magnus.— Como eles sabem?— Hump