05.

Vivi foi avisada que era para estar pronta às oito horas, mas não tinha idéia de onde seria a festa, de como chegaria até lá e nada. Não tinha informação nenhuma.

Saiu do banho, e se assustou. Viu em sua cama um vestido todo sofisticado, e um sapato mais ainda. Mackenzie estava em pé do lado da cama.

- O que está acontecendo aqui?

- Nada demais, Vivi, vim te ajudar a se vestir – Mackenzie disse sorrindo.

- É, realmente, para conseguir entrar nesse vestido, eu vou precisar de ajuda – zombou.

- Não comece, Vivi – a olhou furiosa.

Vivi riu.

- Você sabe que eu não sou disso, sofisticação, gosto de coisas simples e confortáveis, não de roupas que até para vestir são complexas.

- Vivi, vamos. – Mackenzie disse, segurando o vestido.

- 'Ta certo - resmungou.

- Agora você precisa se maquiar.

- Hã?

- É isso mesmo, Vivi, você não pode aparecer toda desleixada na sua festa de quinze anos – Mackenzie falou, pegando um batom.

- E você que vai fazer isso? – perguntou com medo e rindo.

- Aí seria melhor você ir sem maquiagem – riu, fazendo Vivi rir também.

Donna chegou para maquiar Vivi. Ela não estava acostumada a se maquiar, estava ansiosa para saber como estava ficando. Mackenzie e Donna riam da sua curiosidade.

- Pronto, terminei - Donna falou, acabando de passar o batom na garota. - Vivi, você é linda sem maquiagem, e com maquiagem você fica maravilhosa – Mackenzie disse surpresa.

Vivi ficou com vergonha. Foi se olhar no espelho, e realmente Donna tinha feito um excelente trabalho. Quando se virou, viu as duas saindo do quarto.

- Me esperem, vou com vocês – falou indo na direção delas.

- Não, não, Vivi – Donna disse olhando para ela.

- Por que não? – perguntou curiosa.

- Alguém virá te buscar – Mackenzie disse.

Saíram do quarto deixando Vivi curiosa, se perguntando quem iria buscá-la, pois não fazia idéia. Resolveu ficar na sala esperando a tal pessoa. Estava ficando agoniada, já eram oito e dez, e nada de alguém vir.

- Isso só pode ser pegadinha - falou para si quando ouviu alguém batendo na porta.

- Jensen?- perguntou assim que abriu.

- Eu mesmo – ele disse, arrumando a gravata.

- O que você está fazendo aqui?

- Vim te buscar.

- Como eu não suspeitei que fosse você? – perguntou rindo.

- A senhorita está muito bonita, poderia me acompanhar? – indagou esticando o braço para Vivi.

- É claro – respondeu enganchando seu braço no dele.

Jensen dirigiu até o local da festa, Vivi não conversou muito durante o percurso, ele achou estranho, isso não era normal dela.

- Tem alguma coisa errada? – perguntou enquanto estacionava o carro.

- Não, por quê?

- Nada, é que você está muito quieta.

- Essa é minha primeira festa de aniversário sem meu pai.

- Vivi, se eu puder fazer alguma coisa... – disse enquanto abria a porta do carro para ela sair.

- Você já está fazendo Jensen, e muito – falou sorrindo para ele.

Entraram no salão, que estava lotado. A decoração era perfeita, lilás com preto e branco, cores favoritas de Vivi. Tinham várias mesas e um espaço no meio para as pessoas dançarem, uma banda tocando ao vivo, tudo que Vivi adorava. Ficou encantada com tudo que fizeram para ela.

A banda parou de tocar assim que avisaram que a aniversariante havia chegado.

Vivi ficou intrigada.

- Eu não acredito – falou quando percebeu que Jensen estava a levando para o meio da pista de dança.

- Vai ter valsa? – perguntou rindo.

- Sim.

Vivi estava impressionada, Jensen dançava muito bem.

- Você virou dançarino e eu não fiquei sabendo? – perguntou.

- Eu fiz umas aulinhas particulares – disse, segurando a mão dela e a girando.

Suspeitei disso.

Os dois riram. A música terminou e foram para a mesa onde estavam Mackenzie, Donna, Alan, Verônica, Joshua e sua namorada.

Vivi ficou imensamente feliz ao ver sua mãe, que parecia estar alegre pela filha.

- Estou com fome – Jensen resmungou assim que puxou a cadeira para Vivi sentar.

- Estava demorando – Mackenzie zombou do irmão.

Todos na mesa riram.

- Eu preciso dizer uma coisa – Verônica falou alto e todos olharam para ela.

- Quero agradecer a vocês por tudo que fizeram por mim e pela Vivi após a morte do Ricardo, não sei o que faríamos se não fosse por vocês. Muito obrigada mesmo – disse emocionada.

- Verônica, eu e minha família gostamos muito de vocês, vamos fazer o que for preciso para ajudar, não precisa agradecer, pode contar conosco sempre – Alan falou olhando para ela e Vivi.

A comida finalmente chegou, para alívio de Jensen que estava faminto. A noite estava perfeita para Vivi, todas as pessoas que ela adorava, estavam ali, comemorando com ela.

Na hora de cortar o bolo, Vivi dedicou o primeiro pedaço à mãe, que ficou emocionada com o gesto da filha. Verônica sabia que não estava sendo uma mãe muito presente, mas pôde perceber que Vivi estava entendo o porquê disso. O segundo pedaço ela dedicou a si mesma fazendo todos rirem, o terceiro ela deu para Mackenzie e Jensen dividirem, e riu quando viu que Jensen praticamente comeu tudo antes de dar para a irmã.

A festa acabou no outro dia de manhãzinha. Sem dúvidas, essa foi a melhor festa de aniversário que Vivi poderia ter tido. Ela estava radiante de felicidade e não escondia isso. Todos ficaram satisfeitos por conseguirem fazer que ela e sua mãe se divertissem tanto. As duas não cansavam de agradecer por tudo que eles estavam fazendo por elas. Nunca iriam esquecer tudo aquilo.

- Eu me sinto tão velho – Jensen disse pensativo.

- Velho? – perguntou, não entendendo o porquê dele falar aquilo.

- É, Vivi.

- Você está bem, Jensen? – riu.

- Quando eu te conheci você tinha dez anos, agora tem dezenove, e eu vinte cinco.

- Isso quer dizer que eu também estou velha? – o questionou irônica.

- Talvez – zombou dela.

- Seu besta – jogou uma almofada nele.

- As crianças poderiam se comportar, por favor? – Mackenzie ordenou brava.

- É impossível conseguir assistir ao filme quando esses dois estão juntos - Joshua comentou.

- Isso é um complô? – Jensen riu.

- Acho que sim – Vivi gargalhou.

Os dois foram praticamente expulsos da sala, não conseguiam ficar quietos e ficavam se provocando o tempo todo.

- Jensen, você é terrível – riu.

- E você não está longe disso – disse, abrindo a porta.

- Como está frio hoje – Vivi comentou, esfregando uma mão na outra.

- Dezembro é sempre assim, esse frio congelante.

- Não dá para ficar muito tempo aqui fora.

- Não mesmo, vamos sair? – perguntou empolgado.

- E aonde iríamos? – estava curiosa. -

Descobriremos no caminho.

Ficaram rodando com o carro por uns trinta minutos até se decidirem aonde ir, e acabaram indo para uma lanchonete.

Ambos pediram hambúrguer com fritas e refrigerante.

- Você não tem nada para me contar? – a questionou enquanto pegava o refrigerante.

- Tenho? – realmente não sabia do que ele estava falando.

- Mackenzie me contou que você está namorando.

- Hã? Jensen, eu não estou namorando.

- Tem certeza? – arqueou as sobrancelhas.

- Não posso dizer que é namoro, estamos juntos tem um mês, é cedo para definir como relacionamento.

- Vivi, você não pode ficar com uma pessoa que nem sabe definir o que vocês são.

- Jensen, o Mark é uma boa pessoa.

- Não foi isso que a Zie me contou.

- O que ela te disse? – não acreditava que Mackenzie tinha contado para ele.

- Que ele é um cafajeste, que enganou várias garotas – falou com firmeza.

- Mas isso tem muito tempo, ele mudou. E está provando isso – afirmou.

- Vivi, eu só estou preocupado com você, não quero que você sofra.

- Eu sei disso Jensen, mas fica tranquilo, eu não vou sofrer – disse sorrindo, admirada com a preocupação e cuidado que ele tinha por ela.

- Você promete me contar se ele fizer qualquer coisa errada com você? – pediu.

- É claro, Jensen.

- E quando vou poder conhecê-lo? – estava doido para conhecer o cara que estava saindo com sua garotinha.

- Ah, no sábado nós vamos sair, domingo ele vai almoçar lá em casa, se você quiser, pode ficar com a gente.

- Está combinado, vamos ver se eu o aprovo – brincou.

- Jensen, quem ter que aprovar alguma coisa sou eu - riu.

- O ideal seria eu conhecer seus namorados antes mesmo de você.

- Jensen, ele não é meu namorado – caiu na gargalhada.

Vivi se arrumava para sair com Mark. Ela não era mais aquela garota de quinze anos desajeitada, que vestia a primeira roupa que encontrava no guarda-roupa. Tinha ficado mais feminina, se cuidava mais, dava mais atenção ao que vestia, mas continuava simples, sem muita sofisticação. Como era dezembro, ela se empacotou de roupa para não passar frio.

Esperava por Mark na varanda. Notou que Jensen estava espiando da varanda da casa dele, e riu da situação, mas não falou nada, porque viu que ele não percebeu que ela tinha o visto.

Estava dançando animadamente com Mark, ele era um bom dançarino e todos notavam isso.

Vivi gostava de sua companhia, ele era gentil e respeitoso com ela. Até aquela noite.

- Vamos embora? – Vivi perguntou enquanto se encaminhavam até o bar.

- Vamos, só vou pegar mais uma bebida.

- Você não deveria beber Mark, está dirigindo – falou preocupada.

- Não tenho problemas com isso, Vivi – disse terminando de beber e indo em direção à saída.

Era por volta de meia noite, a estrada estava escura, Vivi ficava observando por onde eles passavam, e viu que de repente Mark encostou o carro em um lugar deserto, em baixo de uma árvore.

- Por que você parou? - perguntou olhando para ele.

- Vivi – tirou o cinto e foi se aproximando dela.

- O que você está fazendo? – colocou a mão sobre o peito dele, interrompendo o que ele iria fazer.

- Eu te desejo, Vivi. Quero que você seja minha – disse, tirando a mão dela e forçando um beijo. Ela o empurrou bruscamente.

- Você ficou louco? – gritou.

- Não se faça de santinha, Vivi. Eu sei que você também me quer.

- Cara, como você é nojento – tirou o seu cinto.

- Vem, Vivi – a puxou pelo braço.

- Me solta – puxou o braço de volta para si, só que Mark era mais forte que ela.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo