A vida é igual é uma roda gigante, sempre dando várias voltas.
Suyane Dias
{...}
Aos poucos vejo minha vista ficar um pouco turva e acabo adormecendo no percurso que ele me guiava.
Sinto uma claridade chegar aos meus olhos e abro lentamente.
Ao abri-los sinto uma dor forte por todo meu rosto.
Olho em volta e não reconheço o lugar que estou.
Desesperada levanto o lençol e vou conferir minhas roupas.
Vejo que estou vestida com uma camisa masculina larga.
Levanto desesperada e tento abri a porta mas ela está trancada, começo a me desesperar e bater na porta freneticamente.
Depois de um tempo não obtenho resposta e começo a explorar o lugar que estou, chegando perto de um espelho enorme, vejo que meu rosto ainda está inchado e com os olhos roxo.
Fico espantada com a situação em que me encontro. Estava quase irreconhecível.
Analisando a situação, penso em como explicaria isso para minha mãe, a única pessoa, em que ainda me preocupo em dar satisfações.
Saio dos meus desvaneios, quando ouço a maçaneta da porta sendo girada.
Me viro imediatamente para ver quem viria. Ao a porta ser aberta, o homem da noite passada aparece novamente.
- Você está bem? - Ele pergunta assim que me ver em pé.
- Por que você me deixou trancada? - Pergunto.
- Tranquei a porta para que você descansasse, sem que ninguém viesse incomodá-la. De nada moça! - Ele solta um sorriso ao falar e pisca para mim.
- Onde estou? Quem foi que trocou minhas roupas? - Pergunto temendo ouvir sua resposta.
- Essa vou deixar você advinha... Aliás, você esconde um belo corpo em baixo das roupas. - Ele fala com um meio sorriso.
- Qual o seu problema? - Pergunto.
- Desde ontem a noite tem se resumido a você. - Ele fala e para pra olhar o celular.
O observo, enquanto ele está concentrado em seu celular, suas expressões estava mudando depois que ele deve ter lido algo.
Agora olhando de perto, ele é um homem muito bonito.
- Gosta do que ver? - Ainda sem tirar os olhos do celular, ele me pergunta.
Me sinto envergonhada e abaixo minha cabeça imediatamente.
Como ele pode ser tão perspicaz?!
- Você deve está com fome, lá na cozinha já prepararam algo para você.
- Eu quero ir embora! - Falo.
- Você poderá fazer isso logo a pós. - Ele fala voltando seu olhar a mim.
- Tem mais alguém aqui? Olha como eu estou. - Falo.
- Não se preocupe, estamos a sós. - Ele responde com um sorriso, que sinceramente eu não sei se me tranquilizava ou me dava ainda mais medo.
Decido segui-lo em silêncio.
Saímos do quarto e passamos por um enorme corredor, descemos um escada que levava a uma sala enorme.
Esse cara morava numa mansão.
Continuo o seguindo, admirando a cada beleza da casa.
- Uau, sua casa é um palácio. - Falo ainda admirada .
Ele não responde nada e dá mais alguns passos que nos leva até a cozinha. Ele gesticula com a mão para que eu me sente, e assim faço.
Na mesa havia algumas comidas diferentes, mas acabo pegando uma poção de sopa ja depositada em um prato.
Assim que puxo o prato meu estômago faz um barulhinho que lhe arranca um sorriso e me deixa envergonhada.
Mas tendo não dar atenção e continuo comendo.
- Quem vestiu suas roupas foi a empregada. Nunca tocaria em você sem sua permissão. - Ele fala e levanto meus olhos para vê-lo.
- Obrigada por tudo! - O agradeço.
- Por nada, Jade! - Ele fala e me espanto por ele saber meu nome.
- Vi em seu documento que estava na bolsa. - Ele fala antes que eu lhe pergunte.
- E você, como se chama? - Pergunto.
- Você pode me chamar do que quiser, se preferir pode me chamar de seu herói. - Ele fala sorrindo e se levantando da mesa.
- Onde vai? - Pergunto.
- Irei deixar você em casa pois tenho uma viagem daqui há algumas horas. - Ele fala.
- Não se preocupe, já estou bem e posso ir sozinha. Tome cuidado! - Falo.
- Por que eu deveria ter cuidado? - Ele pergunta sério.
- Você está brincando comigo? você não se lembra? você matou uma pessoa ontem a noite. - Falo.
- senhorita, esse nem foi o primeiro e nem será o último, e quanto a lei, não se preocupe pois também sou um advogado. - Ele fala e acabo ficando sem argumentos.
- Certo, de qualquer forma só tenho a te agradecer por tudo. Nunca esquecerei o que fez por mim, também precisarei levar sua camisa emprestada. - Falo.
- Você não me verá novamente, senhorita, mas foi um prazer te conhecer. Se cuide! - Ele fala e caminha em minha direção, até que para, e me dar um beijo na testa.
Passo um tempo sem reação, mas logo o puxo e encosto nossos lábios em um selinho. Depois que me afasto ele me olha sério.
- Eu também sei surpreender, senhor! - Falo e ele me solta um sorriso.
Depois de tudo isso ele me acompanha, me levando a um enorme jardim onde vejo meu carro estacionado.
Me despeço novamente dele e entro no carro enquanto ele ainda me observa.
Ligo o carro e vou dirigindo até os grandes portões se abrirem. Passo e dirijo por um tempo, mas o lugar era repleto de árvores.
Não tinha casas ao redor.
Ele se esconde ou algo assim?
Como vou sair desse lugar?
Meu meu celular que tinha ficado no outro banco do carro e coloco uma rota que me leve até em casa.
O lugar era bastante distante de onde morava.
Aproximadamente, umas duas horas depois chego em frente a minha casa.
Crio coragem para descer do carro e lidar com o meu pai.
Passo um tempo alí, até que tomo coragem e desço do carro.
Ao abrir a porta vejo que todos estão no sofá e começa a me olharem.
- Minha filha, o que aconteceu com você ? - Minha mãe pergunta e corre para me abraça.
- Nossa preocupação foi atoa, eu te falei Marta, que essa garota é uma causa sem solução.
- Irmã, você por acaso andou saindo com homens casados? - Ela pergunta em um tom de deboche.
- Mãe, eu já estou bem.
Causa sem solução pai? O que seria a solução para você? Usar minha carteira para me tornar uma advogada e distorcer a justiça em troca de dinheiro como você e a Júlia fazem? Engraçado, sendo assim, eu prefiro ser uma causa sem solução mesmo.
E você Júlia, você não está falando com um espelho que te reflete. Eu não preciso deitar com homens por interesse em dinheiro como você faz. Me responda, todos esses que você saí são solteiros? Acho que não né? Então cala sua boca!
Falo e vou em direção ao meu quarto.
Eu estava de cabeça cheia. Meu pai e a Júlia são farinha do mesmo saco.
No fundo me sinto aliviada, mesmo que isso me traga consequências, eu tirei um peso das costas ao lhe falar tudo Isso.
Passo um tempo no meu quarto e só ouço os gritos do meu pai, pedindo para minha mãe me mandar embora.De qualquer forma não é a primeira vez que ele faz isso.Sou obrigada a continuar ouvindo os gritos dele, até que ele menciona algo que desperta minha atenção.— Marta, ela não é minha filha para eu ter que aturar a falta de respeito dessa garota. - Ele fala um pouco mais baixo.— Cala sua maldita boca, Henrique! - Minha mãe fala nervosa.Imediatamente saio para fora e os dois me olham assustados.— eu não sou filha de vocês? - Pergunto seria.— Não foi isso que seu pai, quis dizer meu amor. - Minha fala tentando contornar a situação.— Claro que ela é sua mãe, só não sei se eu sou mesmo seu pai. - Ele fala e vira as costas indo embora.__ O que ele quis dizer com isso mãe? - Pergunto um pouco nervosa.— Ele diz que não tem como vo
Alguns dias havia se passado, e já estava começando a aceitar tudo que me aconteceu.São coisas que não posso voltar atrás.Desde a minha última mensagem para o Matteo, eu comecei a perceber que não poderia ficar presa em um quarto chorando por ele. Eu o amava e todos esses dias tenho sentido sua falta, mas não posso passar por cima de tudo que ele me fez.E muito difícil ver-lo no trabalho e fingir que não o conheço, ele até tentou se aproximar algumas vezes, mas o ignorei. Enfim, acho que aos poucos estou conseguindo conciliar meus sentimentos pelo Matteo.Aqui em casa, desde a última vez, as coisas andam um pouco mais calma, o que chega a ser assustador.Hoje mesmo está uma correria por aqui, assim que cheguei do trabalho vi minha mãe montando a mesa e preparando um jantar bem elaborado.A Júlia e o papai estavam aprienssivos com esse tal convidado que viria jantar aqui hoje a noite.— Jade, pelo menos uma vez nessa
Assim que chegamos na sala a Júlia nos olha nos observando.— Vocês demoraram. - A Júlia fala.— O Matteo que tocou a campainha, o rapaz acabou de chegar. - Falo sem muita paciência para os joguinhos da Júlia.O senhor logo se põem de pé para apresentar seu filho.— Esse é o meu filho, Filippo Vincenzo. - O senhor o apresenta e ele acena para os demais.Depois que o seu pai se senta novamente, ele caminha na minha direção e senta ao meu lado.A Júlia não perde tempo e começa a lhe fazer algumas perguntas durante o jantar. Meu pai e minha mãe conversam com os senhores sobre trabalho enquanto janto em silêncio.— O que você faz Filippo? - Júlia pergunta.— Sou advogado. - Ele responde.Começo a pensar em tudo que aconteceu e acabo soltando um sorriso que atrai alguns olhares para mim.— Desculpe-me, é que acabei lembrando de alg
Depois de voltar da cozinha e me sentar junto dos meus pais na sala, vejo o Filippo distraído no seu celular.Seja lá o que ele estiver fazendo, estava bem melhor do que aturar nossos pais falando sobre trabalho.E para terminar de complementar a Júlia volta da cozinha e se senta bem próxima ao Filippo, ele acaba perdendo sua concentração do celular e olha para Júlia, que começa a usar sua mão boba para cima dele, ele logo a interrompe e tira sua mão de cima da sua perna. Mas sabemos que a Júlia não desisti fácil, e pelo que vejo essa familia tem dinheiro e beleza, duas coisas que a Júlia não resisti.Quando levanto meu olhar vejo o Filippo piscar para mim.— Qual o seu problema? - Falo em. Sussurro e ele sorrir.Tento não prestar mais atenção neles e fico mexendo em algumas coisas aleatórias do meu celular.{...}Algum tempo se passou e os senhores acompanhado do Filippo se levantam para ir
Saio do escritório e pego meu carro e saio sem nem mesmo saber para onde estava indo.Continuo dirigindo por alguns cantos da cidade, até que estaciono o carro e vou para uma praça onde havias apenas algumas pessoas.Me sento em um banco e fico ali observando as pessoas que estavam lá.Algumas mães brincavam com seus filhos e como se fosse uma cena de filme, acabo paralisada ali os olhando.Fica ali os olhando, de certa forma me causava uma nostalgia.Sinto saudades de quando eu e a Júlia brincava sem rivalidades, de quando eu não precisava me preocupar com nada, mas agora são só boas lembranças.Mas conforme a gente cresce, algumas coisas vão mudando.Hoje já não sou mas uma garota ingênua, consigo avaliar a maldade das pessoas. Já não vivo em uma bolha como na infância.Sentada alí, sinto alguém por as mãos sobre meus ombros e me viro para ver quem era.- O que faz aqui? - Anne me pergunta.<
Passo um tempo pensativa no meu quarto sobre o que faria daqui pra frente.Não iria poder continuar ficando aqui, pelo menos não mas.Pego uma mala e coloco algumas roupas minha, decido que vou ficar uns dias na casa da Anne.Depois de ter jogado algumas coisas minha dentro da mala, fecho e desço para a entrada da casa.— Filha, onde você vai? - Minha mãe me pergunta, enquanto o Henrique me olha.— Vou para casa da Anne, acredito que será o melhor para se fazer por agora, mas não se preocupe. Qualquer coisa me liga que venho correndo. - Falo e ele solta um sorriso de lado enquanto minha mãe me abraça.— Vai com Deus! - Henrique fala, mas resolvo não responder sua provocação.Dou um beijo na minha mãe e saio da casa.Ao chegar próximo ao carro, abro a porta do passageiro e jogo a mala lá dentro. Me surpreendo quando uma claridade enorme se aproxima.Um carro para bem próximo a mim.
O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.Friedrich Nietzsche{...}Narrado por FilippoAo chegar na casa do Henrique, não esperava encontrar a Jade saindo aquela hora.Quando ele ligou me chamando, eu havia hesitado em ir, mas resolvi vim e acabou sendo uma boa escolha.Pois não sei ao certo o que teria acontecido se a Jade estivesse sozinha.Não deixei que ela soubesse, mas aqueles caras vieram a mando do seu pai, e de certa forma ele descumpriu as regras da máfia.Mesmo sendo pai dela, ele não tinha o direito de mandar outros caras vim assusta-la e por esse mesmo motivo ele irá ter um susto também.— No que você está pensando? - Jade me pergunta me tirando dos meus desvaneios.— Na quantidade de perigo na qual você se coloca. - Respondo sério.— Nem sei de onde surgiu esses caras. Infelizmente, o perigo que me cerca. -
É sempre divertidoFazer o impossível.{...}Passo algumas horas naquele quarto, mas nada do sono chegar.Nem sei ao certo onde estou me metendo, nesse momento gostaria de achar algumas provas que ligasse meu pai a máfia, mas parece uma tarefa impossível de se fazer aqui.Enquanto me perdia em meus pensamentos sinto minha barriga roncar e assim percebo que estou faminta.Reúno toda minha coragem para sair desse quarto e ir em busca de comida na cozinha.Saio na ponta dos pés, tentando fazer o mínimo de barulho possível, não sei se o Filippo já tinha voltado e estava dormindo e por isso tentei manter a cautela.Desço a escada e vou em busca da cozinha, agora reparando, essa casa é mesmo enorme.A parte de baixo da casa estava com pouquíssima claridade o que demorou um pouco para que eu pudesse encontrar a cozinha.Me sinto um pouco mau educada, mas mesmo assim abro a geladeira e tento encontr