༺ Zara Stevens ༻Terminava de ordenar uma lista de documentos quando avistei minha amiga Pietra, furiosa, passando pela porta. Acho que talvez tenha cruzado com Patrick no elevador? Deve ser isso! Rodrigo tentou uni-los, mas eles se odiaram desde o início.Ela respira fundo tentando se acalmar, sempre usou esse método para não utilizar o dedo do meio e mandar a pessoa ir se fuder. Conhecia perfeitamente a amiga que tenho. Ela me observou por um momento e disse revirando os olhos:—Ah! Você nem vai acreditar em quem encontrei naquele elevador? Só pode ser carma.—Bem, não deve ser difícil adivinhar! Realmente, você e Patrick se odeiam completamente. Posso constatar o ódio na sua cara. — Pietra me deu um sorriso sarcástico e respondeu enquanto se sentava na cadeira de frente para mim.—Ele é um babaca e tanto! Você acredita que ele disse que todo esse meu mau-humor é falta de sexo? Esse cara pensa que somos como eles que vivem para isso e quando não estão em dia com uma transa, ficamos
༺ Aaron Stevens ༻No caminho para o restaurante, Zara permanece calada, sem dizer uma só palavra ou puxa qualquer assunto. Jamais imaginei que minha convivência com ela novamente seria tão ruim. Recuperar o carinho da minha filha não estava sendo simples. Será que ela estava me castigando pelos anos de abandono e, sobretudo, por tê-la deixado tão sozinha? Errei, mas preciso me reconciliar com ela e mostrar que quero ser um bom pai.Assim que chegamos ao estacionamento do restaurante e entramos no lugar, ela observa todo o ambiente ao seu redor, mas continua calada. Procuro uma mesa para sentarmos. Zara parece que está tentando reconhecer o lugar que estamos e dou um sorriso e digo.— Está reconhecendo esse lugar? Pois, parece curiosa olhando tudo!— Sim, talvez seja familiar! Como se eu já estivesse vindo aqui, me traz algumas lembranças. — lhe lancei um sorriso e respondi, pois sabia perfeitamente que ela reconheceria o ambiente.— Filha, esse lugar era a onde vínhamos uma vez na sem
༺ Madalene Muchin ༻— Como ele não aceitou a minha proposta? Mas entreguei tudo e pensei que talvez ele considerasse isso.— Desculpe, Madalene! Fiz o meu melhor. No entanto, seu ex-companheiro levou a queixa até o fim. Disse que deve ser punida pelo crime que cometeu. — não podia acreditar que, ao devolver as joias que eu havia pego, Aaron estava me prejudicando ainda mais.— Foi uma péssima ideia seguir esses seus conselhos, Ulisses! Eu sabia que Aaron iria me ferrar se confessasse que roubei aquelas joias. Porém consigo ser mais pilantra ainda, porque falsifiquei tudo. Se ele não retirar a queixa, também não terá as joias de volta.— Madalene, se ele mandar verificar essas joias para ter certeza que são as autênticas, você entrará em apuros! Deveria ter devolvido as verdadeiras, porque você pode apelar para o júri, mas se continuar com essas joias, só vai se prejudicar. Talvez ele estivesse certo em suas palavras.Contudo não vou arriscar ficar sem nada e ainda por cima ser conden
༺ Rodrigo Garcez ༻Fui procurar Zara para que pudéssemos almoçar juntos, mas quando cheguei à sua sala percebi que estava deserta. Uma das funcionárias me disse que ela tinha ido embora acompanhada por um homem mais velho. Até me perguntei por alguns instantes quem seria? Mas provavelmente era o seu pai que havia vindo pegá-la para o almoço.Sendo assim, decidi convidar Patrick para almoçar comigo. Quando entrei na sala dele, reparei que ficou surpreso e, naturalmente, bastante curioso com minha visita inesperada, além do mais, na hora do almoço.— O que aconteceu? Ou é uma reunião de urgência?— Não aconteceu nada e não é sobre a empresa! Vim te chamar para almoçar comigo. — ele me observa seriamente e, sobretudo, surpreso com o meu convite e responde.— Você bebeu alguma coisa? Ou, talvez, esteja precisando de óculos. Será que está me confundindo com a Zara?—Pare de ser estúpido, Patrick! Só vim convidá-lo para almoçarmos juntos, porque não quero comer sozinho. A Zara saiu para al
༺ Marcia Muchin ༻Não gostei nem um pouco da maneira que Rodrigo se dirigiu a mim. Ele era mais educado, mas, desde que começou a namorar Zara, ficou amargo e grosseiro. Ameaçar Zara daquela maneira foi errado, contudo ela mereceu, pois, o seu pai me deixou com raiva. Eu queria descontar na própria, porém, tudo foi por água abaixo. Ao notar que permaneço na sua mesa, ele repetiu:— Patrick, por favor, peça para o garçom nos trazer a conta? Não me sinto confortável no mesmo espaço em que essa mulher está. Se ela não sai, eu faço questão de ir embora.— Você era mais educado, Rodrigo! Tem se portado de forma deplorável com seus colegas e amigos, para um grande CEO. — ele me analisou de cima a baixo e respondeu com sarcasmo, não escondendo sua repulsa por mim.— E desde quando eu preciso ouvir conselhos de um ser desprezível como você? Depois de tudo o que fez se tivesse vergonha nessa sua cara nem me dirigia a palavra. Mas fique ciente que meus advogados estão trabalhando para te coloc
༺ Zara Stevens ༻Após almoçar com meu pai, retornei para a empresa, pois ainda havia muita coisa para colocar em ordem. Nossa conversa foi intensa, pensei que tornaríamos a brigar devido algumas situações do passado, porém, mais uma vez ele procurava me ouvir e entender pelo que passei, assim como revelou seus motivos que o levaram a isso.Ao entrar no prédio seguir até o elevador, assim que as portas se fecham sinto as mãos de alguém na minha cintura puxando-me e quando me virei na pretensão de acertá-lo na cara. Constato que se trata de Rodrigo que levanta as duas mãos em redenção se afastando e disse rindo.— Calma! Não me bate amor, sou eu… Acabei vendo você vindo na direção do elevador e decidi te pegar de surpresa, no entanto, não quero apanhar.— Você foi rápido em se afastar, senão teria levado um tapa. Já disse que não gosto de ser tocada dessa maneira. — Rodrigo me observa constrangido coçando a cabeça e vejo que também está presente, Patrick que ri da situação toda nos obs
༺ Aaron Stevens ༻Eu havia ido até à sepultura de Yoko para deixar flores como fazia todos os anos, porém acabei encontrando com Zara. Era praticamente certo que ela compareceria, afinal nunca deixava de comparecer no aniversário de morte da sua mãe. Quando a vi chorando e conversando com a sepultura da mãe, fiquei triste e isso abalava-me muito.As lembranças de como tratei Zara ao longo dos anos voltam à minha mente, culpando-a pela morte de Yoko, sem imaginar que ela sofria tanto quanto eu pelo falecimento da mãe. Fui sempre egoísta, só pensando no meu sofrimento, ao ouvi-la falar sobre os 14 anos e a falta que Yoko fazia. Zara mostrou-se surpresa ao me ver e diz limpando suas lágrimas:— Pai, você foi a última pessoa que imaginei encontrar aqui! Mas percebo que você continua fiel ao ritual de visitar o túmulo da mãe todos os anos.— Julgo que nunca deu certo de nós se encontrarmos no aniversário de morte dela! Todo ano trago flores para sua mãe. Já disse que nunca a esquecerei. Y
༺ Madalene Muchin ༻Novamente, tanto Aaron quanto Zara estavam ali, humilhando-me e simplesmente me proibindo de chegar perto do túmulo da minha irmã. Eu sei que acabei cometendo a maldade de cessar com a vida de Yoko, e essa será uma culpa que eu vou carregar para o resto da minha existência, pois fui eu que tirei sua vida. Por isso, todos os anos, tentava me redimir levando flores ao seu túmulo. No entanto, percebo que hoje não será possível fazer isso, pois Zara não está disposta a facilitar e me deixar passar para conversar um pouco com minha irmã.Não nego que Yoko me ajudou na pior fase da minha vida, mas ela também acabou me atrapalhando. Se não tivesse se envolvido com Aaron, tenho certeza de que ele me olharia com outros olhos e até poderia me amar. Por culpa dela, acabei sem o amor da minha vida e simplesmente a odiava por isso. Ela tirou a vida que eu poderia ter ao seu lado.Observo que Aaron está ainda mais bonito. Agora parece que o tempo não passa para esse homem. Não