༺ Zara Stevens ༻— Márcia, por favor acorda, não faça isso comigo! Sua filha precisa de você...Eu não queria acreditar que minha prima havia morrido, e eu tentava trazê-la de volta a todo custo. A bebê em minhas mãos chorava desesperadamente, provavelmente estava com fome. Ao perceber que eu não tinha qualquer tipo de reação, meu pai pegou a criança e, em seguida, Rodrigo me levantou de perto do corpo de Márcia e disse:— Chega, Zara... por favor, não adianta mais você tentar fazer nada! Ela simplesmente faleceu. Acabou. Aceite de uma vez, não há mais nada a se fazer por ela.— Rodrigo tem razão, filha! Acredito que essa garota ainda foi forte em ter essa criaturinha aqui, mas você sabe que Márcia procurou por isso. Esse é o resultado de suas maldades, filha. — mesmo com toda a maldade que ela havia praticado comigo, me sentia tão triste, principalmente por essa bebê que agora cresceria sem a mãe e o pai.— Eu sei, mas não consigo me sentir feliz com isso, pai! Por que é difícil para
༺ Zara Stevens ༻Após terminar meus exames e a ultrassom, sou levada a uma sala para descansar. Assim que entro no quarto, me deparo com minha mãe nos aguardando. Rodrigo me disse que ela havia ido ajudar no meu resgate, porém, teve que ajudar Raulyan, que levou um tiro para defendê-lo da bala. Ela se aproxima preocupada, verificando meu estado, mas não consigo ter a mesma reação e apenas a encaro de maneira séria.— Filha, vim saber como você está, meu amor? Eu estava desesperada mesmo estando no outro hospital. Graças a Deus, tudo acabou bem.— Posso saber o que você está fazendo aqui? Não me lembro de ter convidado você para entrar no meu quarto. — quando falo dessa maneira, ela se sente magoada. Posso perceber isso em seu olhar e Rodrigo me repreende.— Zara, o que é isso? Sei que você tem um desentendimento com sua mãe, mas isso não é hora, amor. Ela está preocupada com você, dá para perceber no seu olhar.— Mas ela não deveria se preocupar. Eu já disse que não quero a presença d
༺ Rodrigo Garcez ༻Toda aquela teimosia da Zara me estressa. Decidi deixá-la fazer sua refeição em paz enquanto atendia uma ligação que parecia ser do Barão pelo número. Não tenho ideia do que esse indivíduo quer, mas só quero um pouco de tranquilidade dele e, principalmente, dessa organização terrível!Eles até podem ser competentes em outras coisas, mas quando se trata de proteger, especialmente no caso do sequestro da Zara, foram terríveis. Respirei fundo e decidi atendê-lo de uma vez, embora admita que não estava interessado em trocar uma palavra sequer com ele.— Alô, Barão? O que houve?— Oi, Rodrigo. Desculpe incomodar! Só liguei para te informar que entrei em contato com a mãe do Ulisses, avó da criança, e ela me disse que vai ficar com a bebê. Ela está viajando neste momento para cá e vai entrar com um pedido de guarda. — como eu suspeitava, a avó quer ficar com a neta, já que é a única lembrança que possui de seu filho.Não sei como a Zara vai reagir, mas ela terá que entreg
༺ Rodrigo Garcez ༻Seu Aaron se aproxima de mim e comenta em voz baixa.— Nossa, finalmente esse sufoco acabou! Você recebeu uma ligação do barão, né? Ele já te atualizou sobre tudo.— Sim, ele já me atualizou sobre tudo, seu Aaron. Mas antes que o senhor comece com isso, eu não quero saber de nada relacionado a essa pessoa! Agora preciso ir até o outro hospital ver meu irmão. Vocês não se importam de ficar com a Zara um pouco, né? — Ele sonda minha expressão seriamente para ver se vou ter alguma reação em relação à Azumi, mas se recompõe ao notar que não expresso nenhum sentimento.— Pode ir tranquilo, eu fico com minha filha. Você também precisa ver seu irmão, entendo perfeitamente!— Ótimo! Então vou aproveitar e ir logo, pela manhã estarei de volta! — me aproximo de Zara, afirmo que irei ver meu irmão e me despeço dela com um beijo, enquanto seu Aaron ainda me olha de forma suspeita.Era só o que me faltava. Agora ele pensa que eu estava me sentindo mal pela Azumi. Jamais perdoar
༺ Azumi Quaresma ༻Estava terminando de lavar minhas mãos no lavabo antigo quando presenciei uma movimentação estranha ao entrar na casa. Márcia estava organizando tudo, mas eu não entendia o motivo. No entanto, a atmosfera parecia grave.Os homens estavam reforçando suas armas, e um arrepio percorreu meu corpo. A situação era realmente séria. Assim que Márcia me viu, ela carregou sua pistola e comentou:— É melhor você se armar e sair daqui. Jefferson acabou de me mandar uma mensagem avisando que vários carros estão vindo nesta direção. Provavelmente aquela estúpida conseguiu pedir ajuda, já que esses dois idiotas não conseguiram encontrá-la na mata.— Mas isso significa que podemos morrer? Eu não esperava que isso acontecesse. Não posso acreditar que aquela maldita da Pietra tenha conseguido pedir ajuda tão rápido... — eu a observei seriamente, e ela respondeu com um sorriso zombeteiro, como se eu estivesse brincando.— Você acha que tenho uma bola de cristal para adivinhar o que a
༺ Azumi Quaresma ༻— Não, por favor! Não tire minha vida. Podemos negociar de outra maneira, só não me mate. Eu não quero morrer... — ele então dá uma gargalhada enquanto tira uma maçã do bolso, em seguida um canivete, cortando a maçã em vários pedaços, e responde enquanto morde um pedaço dela.— É sempre assim, vocês me desafiam e depois não aguentam as consequências, não é? Para brincar com a minha cara, você não estava pedindo por misericórdia.— Eu sei que não deveria ter desafiado você nem debochado. Já me arrependi. Ainda sou muito jovem. Não quero morrer, tenho muita coisa para aproveitar na vida! — ele me observa e dá uma risada maléfica, enquanto vejo um homem se aproximar com um carrinho contendo duas bandejas tampadas.— O problema é que já decidimos que você vai morrer, pois é um empecilho para a família Garcez! Antes disso acontecer, não se preocupe, sua refeição não está envenenada. Essa morte será realizada de outra maneira e será transmitida ao vivo.— Não, por favor!
༺ Ducan Quaresma ༻Ontem, quando acordei depois daqueles filhos da puta terem me dado uma coronhada, percebi que estava sozinho em casa. Ainda procurei por Azumi pelas ruas da cidade, mas não a encontrei. Voltei para casa e fiz um curativo na esperança de que minha filha conseguisse negociar com esse tal de Barão, para que ele esquecesse tudo o que aconteceu e a libertasse. Eu até pedi para ela deixar essa vingança de lado, mas ela continuou provocando a fúria desse homem.As horas se passaram e não recebi nenhuma notícia. Comecei a temer pelo pior e liguei para a mãe dela. Ela afirmou imediatamente estar vindo para Manhattan. Não acho que Olívia consiga resolver alguma coisa. Parece que não há mais solução. A verdade é que talvez, neste exato momento, nossa filha já esteja morta.Coloquei a chaleira no fogão para fazer um chá que me deixasse calmo. Estou evitando a bebida porque estou com um sério problema de saúde, mas essa aflição, esse desespero não me deixam em paz. São exatamen
༺ Ducan Quaresma ༻A morte é algo difícil de se aceitar, principalmente quando se trata da pessoa que mais amamos. Se minha filha tivesse me escutado, não estaria passando por essa dor e ela não estaria morta. Me arrependo amargamente de ter ligado do exterior para trazê-la aos braços da morte.Respiro fundo e decido me levantar de uma vez, pois tenho muitas coisas para resolver. A primeira delas é tomar um bom banho e me arrumar para poder velar o corpo dela. Agora, a única situação que posso aceitar é essa em que Azumi, infelizmente, partiu de uma maneira cruel.Depois de algumas horas, a funerária traz o corpo de Azumi e ficamos ali chorando a nossa dor. Alguns conhecidos se aproximam e nos dão os pêsames, exceto a família Garcez. Parece que eles querem evitar qualquer tipo de contato. Eu acho ótimo, porque não quero suas desculpas, nem de Rodrigo, e muito menos daquele pai dele falso. A vontade que tenho é de me vingar, mas deixarei para o destino conduzir isso, pois vingança só