Caminho o mais rápido que posso para fora da empresa e olho para os dois lados procurando a cafeteria mais próxima que, felizmente, é a esquerda da empresa a uns dois minutos de distancia. Caminho até lá e vou direto para o caixa a fim de voltar o mais rápido possível para iniciar o meu trabalho árduo, só de lembrar o tanto de trabalho que me espera sinto um pequeno desanimo sobre esse trabalho.
– Bom dia. O que gostaria de pedir? – Uma atendente muito simpática fala assim que chego ao balcão.
– Um café preto e sem açúcar, por favor. – Digo a atendente.
– Um minuto, por favor. – Espero com paciência enquanto ela faz o meu pedido e logo estou com ele em mãos. Agradeço a agilidade, pago e volto pelo mesmo caminho que fiz anteriormente o mais rápido que os meus saltos permitem.
Em menos de dez minutos estou de volta ao escritório, respiro fundo a porta da sala do CEO e bato de leve na porta.
– Entre. – Assim que recebo a permissão, entro e o encontro rodeado de papéis e Sebastian mal mente olha para cima.
– O seu café. Precisa de mais alguma coisa? – Digo colocando em cima da mesa e ele finalmente desvia sua atenção para mim. Olha para mim antes de pegar o café e toma um gole com os olhos colados em mim. Mesmo sabendo que fiz o pedido de acordo com o que ele pediu, ainda assim tenho uma tremedeira com medo de ter leite nesse café, ou pior, açúcar.
– Não está ruim. Pode sair, se eu precisar de você eu te chamo. – Diz tomando mais um gole do café e eu fico feliz em me despedir e sair da sala como se houvesse fogo em minhas pernas. Suspiro longamente e me jogo na cadeira a minha frente dramaticamente.
– P**a merda, achei que não ia sobreviver lá dentro. Oque ele quer dizer com “não está ruim”? Deve estar bom, tenho certeza. – Resmungo baixinho para mim mesma enquanto ligo o computador. – Hora de colocar os conhecimentos a prova e estalo os dedos antes de começar.
Começo organizando todos os compromissos dele na agenda e colocando lembretes para que eu não me esqueça e desande todo o trabalho. Passo a próxima hora fazendo a organização dos compromissos do mês inteiro e só depois começo a organização e reviso os papéis que ele me deu. São papéis simples, mas há algumas coisas faltando aqui, pequenos detalhes que esqueceram de colocar mas que são importantes. Faço algumas anotações extras e adiciono nos lugares que há necessidade e fico satisfeita com o meu trabalho.
O horário do almoço chegou e eu apenas vejo Sebastian saindo em silêncio para almoçar e suspiro. Não posso parar o que estou fazendo agora, portanto, não tenho tempo para almoçar, mas, ainda assim, preciso de uma intervenção a fome. Minha barriga está gritando por comida desde cedo, eu fiz o meu melhor para ignorá-la mas acho que não está mais funcionando. Assim, deixo os papéis organizados e dou um pulo na cafeteria ao lado e volto minutos depois com um delicioso chocolate quente com canela. Fecho os olhos e dou um gemidinho baixo assim que provo a bebida quente que abraça a minha garganta de um modo acolhedor e me sinto pronta para voltar a trabalhar com muito mais disposição do que antes.
Assim que termino o último documento, eu levanto os braços e a fim de esticar os ossos e descansar a postura. Organizados e corrigidos, coloco-os numa pilha arrumada em cima da mesa de Sebastian e ando em busca do banheiro mais próximo a fim de olhar se a minha imagem ainda está alinhada. Felizmente, minha maquiagem ainda está boa e o meu cabelo não saiu um fio do lugar e devo agradecer a Kim por isso, ela sempre sabe o que fazer quando o assunto é moda.
Na volta, acabo encontrando um homem sentado a minha mesa muito confortavelmente. Ele está vestido formalmente assim como todos os homens da empresa, tem cabelos lisos e pretos penteados para trás e com apenas um olhar para a sua face consigo ver que ele tem descendência coreana.
Sem saber o que dizer, me aproximo audivelmente e dou uma pequena tossida para chamar a sua atenção.
– Oh, você veio ver Sebastian? Temo decepcioná-la, ele não está. – Ele diz assim que me observa de cima abaixo e eu abro a minha boca para explicar, mas não tenho a chance. – Se me permite dar um conselho, vá embora antes que ele volte. Ele não gosta quando os seus casos de uma noite o procuram aqui, vai arrumar problemas se encontrar com ele. – Diz levantando-se e eu posso ver que ele é maior do que pensei. O desconhecido põe as mãos no bolso ao se levantar e eu processo as suas palavras.
– O que disse? Acha que sou uma mulher que está atrás do Sr. Demprey? – Pergunto arqueando a sobrancelha. As palavras soam estranhas na minha voz.
– O que mais seria? – Diz olhando.
– Sinto decepcioná-lo, sou apenas a secretária. – Digo puxando o meu crachá de identificação de dentro da blusa e mostrando a ele, que tem a decência de ficar vermelho de vergonha.
– Mil perdoes pelo mal entendido, Senhorita…
– Desirré Gabrielli. – Me apresento.
– Senhorita Gabrielli, me desculpe pelo meu julgamento errôneo. Foi muito precipitado de minha parte, mas julguei pela sua aparência que…
– Que eu estava aqui por causa do CEO rico e bonito? – Digo interrompendo seu pensamento enquanto me sento a minha mesa e ele se aproxima.
– Bom, foi exatamente o que pensei. Eu estava errado, então desculpe. A propósito, sou Murilo Ahn e sou o Presidente do Departamento de Relações Internacionais, é ótimo que Sebastian tenha uma secretária agora já que ele estava enlouquecendo a todos com o trabalho a mais. – Diz esticando a mão e eu a aperto suavemente.
– É um prazer conhecê-lo, senhor. Como diriam na Coreia, por favor, cuide de mim a partir de hoje. – Digo e logo solto a sua mão.
– Uau, eu não esperava por essa. Você fala coreano? – Pergunta com olhos astutos.
– É uma das potências mundiais, é quase a minha obrigação falar um pouco de coreano. – Digo organizando a agenda do CEO do próximo mês. Melhor adiantar todo o trabalho que eu puder até pegar o ritmo.
– Pelo visto Sebastian escolheu bem a secretária dessa vez. O que mais você faz? – Ele pergunta interessado e antes que eu possa responder, a resposta vem da porta.
– Tudo que eu m****r e mais um pouco. Posso saber por que está rondando a minha secretária como um abutre? – Sebastian pergunta se aproximando e a sua cara não parece nada boa.
– Estava te esperando para discutirmos algo e acabei conhecendo ela e a acho muito competente. – O Sr. Ahn diz e eu quero agradecê-lo imensamente. Pelo menos alguém aqui acredita no meu potencial além de mim.
– Isso é o que vou descobrir ainda essa semana, você não tem como saber. Vamos para a minha sala conversar e você… – Diz apontando para mim, que nada disse. – Mais trabalho, menos conversa. Espero que saiba que se não terminar todo o trabalho que eu te dei hoje, não precisa vir amanha. – Diz e nem espera a minha resposta, andando até a porta do seu escritório.
– Na verdade senhor, eu já terminei. Está tudo em cima da sua mesa disposto em ordem alfabética, alguns papéis estavam com carência de informações e eu adicionei algumas notas, por favor, consulte-as. A sua agenda do mês também está pronta e eu já estou organizando a agenda do próximo mês, então… – Digo tudo da forma mais calma que consigo e ele fica em silêncio, parado na porta e logo depois entra sem dizer nada, seguido pelo Sr. Ahn.
Esse maldito ainda vai me enlouquecer.
Entro na sala com a cabeça fervendo de raiva e faço o meu melhor para controla-la. Como é possível que ela tenha terminado todo aquele trabalho que eu dei a ela em tão pouco tempo? Não creio. Ou ela sabe o que está fazendo ou fez um serviço bem mal feito. — Eu te pago para conversar com a minha secretária agora? – Pergunto me sentando a minha mesa e puxando para mim a pilha enorme de papéis que eu tinha entregado a Desirré para revisar. Está tudo organizado por ordem alfabética e eu confesso que isso facilita demais a minha vida. Leio os seus apontamentos e todos parecem coerentes. — Nao é como se eu estivesse vadiando, Sebastian. Eu estava te esperando e você demorou, então acabei conhecendo-a. &ndash
Não consigo explicar a satisfação que senti ao deixar o meu chefe sem fala depois de tanta prepotência para o meu lado. Estou com medo de ficar sem emprego e ir morar embaixo da ponte? Estou com medo. Mas eu simplesmente não consegui parar a minha boca a tempo e agora devo lidar com isso.– O que posso fazer? Agora já foi, não dá pra retirar as palavras que já foram ditas. – Digo suspirando e tentando manter a calma, mas falho e passo as mãos no rosto. – Droga, a minha boca está sempre me deixando em apuros.Organizo a minha mesa enquanto penso numa forma de pedir desculpas pelo modo que falei sem parecer uma coitada, mas nada me vem a mente. Melhor esperar que ele me atole de trabalho na esperança de provar que eu sei o que estou falando e dessa ve
Abro a porta na força do ódio e me jogo no sofá assim que estou dentro do meu ambiente preferido no mundo inteiro, a minha casa. Suspiro no escuro e logo vejo Kim saindo do quarto toda sorridente e vindo pelo corredor em minha direção.– E ai, como foi? Me conta tudo! Como o seu chefe é? Ele e do tipo CEO sexy ou do tipo CEO coroa casado? – Kim é minha amiga desde a faculdade e sabe de todos os perrengues que eu já passei na vida, em todos os momentos bons e ruins ela estava lá para mim e me acolheu quando eu terminei a faculdade, não consegui um emprego e não tinha dinheiro suficiente para alugar um lugar para mim. Jamais esquecerei de um gesto tao grandioso, a mão que se estendeu para mim quando eu não tinha mais ninguém.Dramaticamente,
Continuo a olhar as fotos do indivíduo de nome Abel de forma desconfortável. Há apenas pedaços de seu corpo, de seu rosto, de seus olhos. Olhando assim, tudo que consigo dizer é que ele é um homem com academia em dia e de olhos muito sérios, além de um cabelo que parece sedoso e é só isso. – Achei que a gente tinha que curtir uma pessoa para poder haver uma conexão. – Digo em voz alta tentando desvendar o olhar desse homem. Lembro de Kim falando sobre curtir os caras e esperar que eles curtam de volta para criar uma conexão.– E tem. – Kim responde e eu faço cara de paisagem.– Então?– Eu curti ele por você, achei que era o seu tipo. Não precisa me agradecer. – Diz mexendo n
A primeira coisa que eu faço quando entro na minha cobertura é servir uma dose de whisky para mim. Meu dia não poderia ter sido mais frustrante do que foi e só o whisky para dissipar esse sentimento péssimo que está pesando no meu estômago.– Maldita secretária. – Digo para mim mesmo olhando a Quinta Avenida e balançando o whisky que resta no copo. No fim das contas, ela fez um bom trabalho e eu estava errado sobre algumas coisas sobre ela, mas, ainda assim, há algo sobre ela que me incomoda e eu ainda não sei o que é mas pretendo descobrir. Para um primeiro dia, ela foi muito bem.Depois de ter errado sobre o seu currículo, tudo que eu podia fazer era encerrar o dia mais cedo para não olhar na sua cara de tanta vergonha que eu e
– Daisy, a comida chegou. Você… – Kim abre a porta do quarto e me encontra com a maior cara de cachorro que caiu da mudança e imediatamente percebe que há algo errado. – O que há? Você está com aquela cara.– Kim… será que tem como você jogar longe o meu celular? Só dessa vez? – Pergunto esticando o meu celular em sua direção como se fosse uma bomba relógio prestes a explodir no meu rosto.– E porque eu faria isso? – Ela pergunta colocando as duas mãos na cintura dramaticamente.– Kim… eu fiz algo estúpido. Sem querer, acabei mandando uma mensagem para o cara do aplicativo, aquele que você curtiu. – Digo escondendo o meu rosto no travesseiro e dou um pequeno
Acordo com um sorriso no rosto por ter tido uma das noites de sono mais tranquilas de todos os tempos e tudo isso se deve a conversa incrível que tive com Daisy ontem a noite. Nós conversamos por tanto tempo que a água da banheira ficou fria e foi assim que eu percebi que já havia se passado quase uma hora. Conversamos sobre nossos gostos, jeito de ser e aqui e ali havia uma pequena piada e isso melhorou minha noite em 200% e me fez esquecer do trabalho e dores de cabeça que enfrento no dia a dia.Quando adentrei a empresa, eu estava assoviando de tanta paz no meu coração, mas isso acabou quando eu vi a minha dor de cabeça maior me esperando de pé com um sorriso de comedor de merda ao lado da sua mesa. Desirré Gabrielli está se mostrando a frustração d
– Desculpe, mas o que exatamente você quer dizer com “vamos fazer compras”? Por que preciso fazer compras? Aquilo na sala agora a pouco foi mais que estranho e sinto que vou enlouquecer se você não me disser logo o que está acontecendo aqui. – Digo assim que saímos do elevador. A todo momento Murilo olha o relógio e me puxa pela mão com pressa. Ainda bem que as longas noites trabalhando como bartender em boates me acostumaram a usar saltos, do contrário, eu estaria muito ferrada nesse momento. – Quem vai acompanhar quem? – Pergunto puxando meu braço e parando, o que o força a parar também.– Vou te contar enquanto caminhamos. Por favor, é urgente. – Sendo assim, me deixo ser levada por ele.– Comece, so