Sustento meu sorriso apenas até que ele entre na sala e feche a porta força demais para qualquer um que estivesse vendo e sou capaz de respirar livremente quando ele está fora da minha vista. Me escoro na mesa e me abano um pouco em busca de ar.
– Meu Deus, achei que ia morrer. Estou no trabalho ou numa competição? Por que diabos me olhava com tanto ódio? Como um homem tao bonito pode ser tao sério e ranzinza? Que horror. Cazzo, assim não vai dar certo. – Murmuro para mim mesma tentando me recompor e imediatamente me lembro das suas palavras. “Esteja na minha sala daqui a cinco minutos.” e começo a trabalhar imediatamente. Coloco minha bolsa na mesa, pego a agenda em branco disponível na gaveta, respiro fundo umas trinta vezes e estou pronta para encarar a fera que é o meu chefe.
Com passos decididos, ando até a sua porta e dou leves batidas pedindo permissão para entrar.
– Entre, senhorita Gabrielli. – Ouço a sua voz abafada pela porta e eu entro e fecho a porta.
– Estou aqui para discutir sua agenda, Senhor. Quando quiser… – Digo com a minha melhor expressão, e temo que não esteja tao boa como eu gostaria.
– Bem, essa é a minha agenda. Memorize. – Diz me entregando uma lista extensa. – Certifique-se de me notificar de todos os meus compromissos todos os dias, sempre pela manha quando eu chegar já quero que esteja aqui. Você também será responsável pelo meu café, preto e sem açúcar a não ser que queira ser despedida. Revise estes papéis e me devolva até o fim do dia, quero ver do que você é capaz. Por enquanto é só isso, pode sair. – Pego a pilha enorme de papéis que ele me entrega e espero que a minha cara não esteja entregando toda a minha insatisfação, pois é muita e eu nunca fui muito boa em esconder as emoçoes.
– Claro, senhor. Vou me retirar agora. – Digo dando o meu melhor sorrisinho e me viro para sair.
– Ah, senhorita Gabrielli, mais uma coisa. – Ele diz me chamando.
– Sim? – Digo voltando a me virar e escondendo minha cara azeda.
– Você só pode almoçar quando eu sair para almoçar, essa é a regra. Depois que eu sair, você pode sair também e quando eu voltar você já deve estar no seu lugar. Isso é tudo, traga o meu café e não demore. – Fala e eu resisto ao meu impulso de retrucar, apenas assinto e me retiro.
Coloco a pilha de documentos na minha mesa e ponho as mãos na cintura.
– O que ele acha que sou? Um robô, por acaso? – Digo olhando para a pilha enorme de papéis. – Isso vai demorar horrores para ser concluído. Melhor eu começar logo. – Digo observando-os e puxo a cadeira para me sentar, mas ai me lembro do seu café e torno a empurrar a cadeira. – Minha memória ainda vai me colocar numa enrascada qualquer dia.
Resmungando a má sorte de um chefe ruim, eu ando em busca do seu café esperando que meu dia não seja tao caótico como a minha manha.
Caminho o mais rápido que posso para fora da empresa e olho para os dois lados procurando a cafeteria mais próxima que, felizmente, é a esquerda da empresa a uns dois minutos de distancia. Caminho até lá e vou direto para o caixa a fim de voltar o mais rápido possível para iniciar o meu trabalho árduo, só de lembrar o tanto de trabalho que me espera sinto um pequeno desanimo sobre esse trabalho.– Bom dia. O que gostaria de pedir? – Uma atendente muito simpática fala assim que chego ao balcão.– Um café preto e sem açúcar, por favor. – Digo a atendente.– Um minuto, por favor. – Espero com paciência enquanto ela faz o meu pedido e logo estou com ele em mãos. Agradeço a agilidade, pago e volto pelo mesmo caminho que fiz anteriormente o mais rápido que os meus saltos permitem.Em menos de dez minuto
Entro na sala com a cabeça fervendo de raiva e faço o meu melhor para controla-la. Como é possível que ela tenha terminado todo aquele trabalho que eu dei a ela em tão pouco tempo? Não creio. Ou ela sabe o que está fazendo ou fez um serviço bem mal feito. — Eu te pago para conversar com a minha secretária agora? – Pergunto me sentando a minha mesa e puxando para mim a pilha enorme de papéis que eu tinha entregado a Desirré para revisar. Está tudo organizado por ordem alfabética e eu confesso que isso facilita demais a minha vida. Leio os seus apontamentos e todos parecem coerentes. — Nao é como se eu estivesse vadiando, Sebastian. Eu estava te esperando e você demorou, então acabei conhecendo-a. &ndash
Não consigo explicar a satisfação que senti ao deixar o meu chefe sem fala depois de tanta prepotência para o meu lado. Estou com medo de ficar sem emprego e ir morar embaixo da ponte? Estou com medo. Mas eu simplesmente não consegui parar a minha boca a tempo e agora devo lidar com isso.– O que posso fazer? Agora já foi, não dá pra retirar as palavras que já foram ditas. – Digo suspirando e tentando manter a calma, mas falho e passo as mãos no rosto. – Droga, a minha boca está sempre me deixando em apuros.Organizo a minha mesa enquanto penso numa forma de pedir desculpas pelo modo que falei sem parecer uma coitada, mas nada me vem a mente. Melhor esperar que ele me atole de trabalho na esperança de provar que eu sei o que estou falando e dessa ve
Abro a porta na força do ódio e me jogo no sofá assim que estou dentro do meu ambiente preferido no mundo inteiro, a minha casa. Suspiro no escuro e logo vejo Kim saindo do quarto toda sorridente e vindo pelo corredor em minha direção.– E ai, como foi? Me conta tudo! Como o seu chefe é? Ele e do tipo CEO sexy ou do tipo CEO coroa casado? – Kim é minha amiga desde a faculdade e sabe de todos os perrengues que eu já passei na vida, em todos os momentos bons e ruins ela estava lá para mim e me acolheu quando eu terminei a faculdade, não consegui um emprego e não tinha dinheiro suficiente para alugar um lugar para mim. Jamais esquecerei de um gesto tao grandioso, a mão que se estendeu para mim quando eu não tinha mais ninguém.Dramaticamente,
Continuo a olhar as fotos do indivíduo de nome Abel de forma desconfortável. Há apenas pedaços de seu corpo, de seu rosto, de seus olhos. Olhando assim, tudo que consigo dizer é que ele é um homem com academia em dia e de olhos muito sérios, além de um cabelo que parece sedoso e é só isso. – Achei que a gente tinha que curtir uma pessoa para poder haver uma conexão. – Digo em voz alta tentando desvendar o olhar desse homem. Lembro de Kim falando sobre curtir os caras e esperar que eles curtam de volta para criar uma conexão.– E tem. – Kim responde e eu faço cara de paisagem.– Então?– Eu curti ele por você, achei que era o seu tipo. Não precisa me agradecer. – Diz mexendo n
A primeira coisa que eu faço quando entro na minha cobertura é servir uma dose de whisky para mim. Meu dia não poderia ter sido mais frustrante do que foi e só o whisky para dissipar esse sentimento péssimo que está pesando no meu estômago.– Maldita secretária. – Digo para mim mesmo olhando a Quinta Avenida e balançando o whisky que resta no copo. No fim das contas, ela fez um bom trabalho e eu estava errado sobre algumas coisas sobre ela, mas, ainda assim, há algo sobre ela que me incomoda e eu ainda não sei o que é mas pretendo descobrir. Para um primeiro dia, ela foi muito bem.Depois de ter errado sobre o seu currículo, tudo que eu podia fazer era encerrar o dia mais cedo para não olhar na sua cara de tanta vergonha que eu e
– Daisy, a comida chegou. Você… – Kim abre a porta do quarto e me encontra com a maior cara de cachorro que caiu da mudança e imediatamente percebe que há algo errado. – O que há? Você está com aquela cara.– Kim… será que tem como você jogar longe o meu celular? Só dessa vez? – Pergunto esticando o meu celular em sua direção como se fosse uma bomba relógio prestes a explodir no meu rosto.– E porque eu faria isso? – Ela pergunta colocando as duas mãos na cintura dramaticamente.– Kim… eu fiz algo estúpido. Sem querer, acabei mandando uma mensagem para o cara do aplicativo, aquele que você curtiu. – Digo escondendo o meu rosto no travesseiro e dou um pequeno
Acordo com um sorriso no rosto por ter tido uma das noites de sono mais tranquilas de todos os tempos e tudo isso se deve a conversa incrível que tive com Daisy ontem a noite. Nós conversamos por tanto tempo que a água da banheira ficou fria e foi assim que eu percebi que já havia se passado quase uma hora. Conversamos sobre nossos gostos, jeito de ser e aqui e ali havia uma pequena piada e isso melhorou minha noite em 200% e me fez esquecer do trabalho e dores de cabeça que enfrento no dia a dia.Quando adentrei a empresa, eu estava assoviando de tanta paz no meu coração, mas isso acabou quando eu vi a minha dor de cabeça maior me esperando de pé com um sorriso de comedor de merda ao lado da sua mesa. Desirré Gabrielli está se mostrando a frustração d