Oito anos atrás...
Acabei de colocar a última peça de roupa na minha mala, com um grande pesar no meu coração. Eu não queria deixar o Heitor. Em tão pouco tempo, ele se tornou tudo para mim. Mas infelizmente, não posso tê-lo comigo, ele sofreria demais com a arrogância e desprezo dos meus pais. Longe de mim, ele poderia ter uma vida feliz. Sei que Carla vai fazê-lo feliz como eu jamais conseguiria fazer, mas um dia voltarei e o deixarei saber quem eu sou de verdade. Só espero que quando esse dia acontecer, não seja tarde demais.
— Tem certeza que é isso que você quer, Alexia? — perguntou Marcos mais uma vez.
— Tenho sim, eu sou apenas uma adolescente que brincou de casinha e agora, preciso crescer de verdade.
— E o Heitor?
— Ele vai ficar melhor sem mim, diz pra ele que eu o amo, que vou voltar, e um dia, vamos ficar juntos para sempre. Se ele ainda me quiser em sua vida.
— Ele vai querer.
Peguei minha corrente que estava em cima do criado mudo, com pingente de mini porta retrato e que contém nossa foto. Coloquei minha corrente no pescoço, abrindo o pingente e admirando nossa imagem. Uma lágrima caiu do meu olho esquerdo, fiquei com vontade de voltar atrás e enfrentar o mundo para que nós pudéssemos ficar juntos. Mas não posso! Não posso ser egoísta a esse ponto. Com ele em minha vida, nesse momento, ele sofreria muito, não posso permitir isso. Dei uma última olhada em Heitor, que dormia tranquilamente na cama de casal, que foi nossa cama no último mês. Fiz carinho na sua cabeça e beijei sua testa, ele respirou fundo, mas continuou dormindo.
— Prometo que um dia voltarei, e ficaremos juntos e ninguém mais, vai no separar. Isso é uma promessa, vou atrás da minha independência, quando eu consegui, eu volto.
Deixei o quarto com dificuldades, não querendo ir embora. Marcos pegou minha bagagem, colocou no carro e dei o último olhar de adeus para a casa, que foi o meu lar nos últimos seis meses. Entrei no carro, com lágrimas escorrendo pelos meus olhos. No caminho, eu fiquei o tempo todo em silêncio, relembrando meus momentos com Heitor e já estava morrendo se saudades. Marcos me deixou algumas quadras da minha casa, me despedi dele e andei em direção a mansão, para viver uma realidade que não era mais a minha.
O dia hoje foi bom demais da conta, o rebanho estava menos agitado como de costume, a colheita de grãos e de frutas foram fartas. Só as verduras e legumes que
Já era finalzinho da tarde quando deixei Patrícia, minha meia irmã e melhor amiga, na mansão em que ela morava com Alessandra, sua mãe. Passamos o dia inteiro no shopping hoje, houve um novo lançamento de sapatos de grife, nós não podíamos perder isso. Mais um sapato para a minha coleção, pena que as bolsas que eu tanto queria estavam esgotadas. Um dia inteiro no shopping, tirou o estresse do dia-a-dia, só com boas compras e uma noite na balada me acalmam. Além de sapatos, comprei alguns vestidos de noite para festas e para as baladas, roupas para o cotidiano para usar no dia-a-dia e roupas para o trabalho.Por mais que meu pai se negue de me colocar para trabalhar com ele, achando que eu não sei fazer nada na vida, quero most
O galo cantou mais cedo hoje, o sol ainda nem tinha nascido. O vento frio da manhã arrepiou os pelos dos meus braços, assim que abri a janela do meu quarto na esperança de ver o sol raiar. Hoje, não é um dia comum. As nuvens cobriam todo o céu, alguns raios de sol passavam por entre as nuvens, querendo iluminar o dia, mas parecia que hoje não seria um dia muito alegre.Fui para o banheiro, descarreguei a minha bexiga, lavei minhas mãos e escovei os dentes. Passei água na cara para acordar e desci para o café da manhã. Marta já pôs a mesa, os peões já estavam tomando seu café, Cidinha ajudava a Marta colocando as frutas a disposição do pessoal, porém, mamãe e papai ainda não descerem. Sentei com todos à mesa, cumprimentei todo
Acordei cedo, o que não era o meu costume, mas se eu for assumir a empresa, terei que me acostumar em fazer isso. Abri a janela e vi que hoje o dia está nublado. Que droga! Parece que vai chover, odeio dias chuvosos. Fui para o banheiro, tomei banho e fiz minhas higienes pessoais. Arrumei o meu cabelo, prendendo em um coque. Fiz uma maquiagem leve, algo não muito chamativo, vesti uma roupa social e sapatos que combine com a roupa. Coloquei algumas joias, mas principalmente, o meu pingente porta retrato, da qual nunca tiro, a não ser, para tomar banho. Fui para a sala de jantar, vi a Sara e meu pai tomando café.— Bom dia! — falei estranhando a Sara logo cedo em nossa casa. — Caiu da cama, Sara? Chegou cedo. — Eu me sentei à me
Passei o dia inteiro mostrando para o Jorge como funcionava a fazenda. Ele é um cara esperto e inteligente, aprendeu tudo direitinho. No final da tarde voltamos para casa, ele esperava muito ver a Cidinha, ele é apaixonado por ela desde quando ela tinha quinze anos, mas nessa idade ela ainda brincava de boneca.O tempo foi passando, ela se transformou em uma mulher linda e mamãe insistiu para que nós namorássemos. Namoramos quando ela tinha dezoito anos, mas o namoro durou menos um ano, porque ela mudou desde que começou a estudar na cidade. O dia passou voando e eu nem percebi. Resolvi bastante coisas pendentes que meu pai tinha deixado para quando voltasse de viagem. Agora ele não vai precisar se preocupar tanto quando chegar, só vai precisar se preocupar com a parte financeira da empresa. Não entendo muita coisa sobre finanças, mas pelo o que eu pude perceber, tem um pequeno desfalque no departamento de produção. Parece que tem notas superfaturadas, tem gente ganhando em cima da compra de matéria prima. Bom, isso podemos resolver quando ele voltar, só espero que ele deixe-me trabalhar ao seu lado.Na hora do café, eu fui para o refeitório dos diretores, percebi que passou o dia inteiro, o Antony e o6. Alexia
Acordei antes do galo cantar, ninguém tinha levantado ainda. Fui até o estábulo, peguei o Ferrari e cavalguei até o moinho de vento, que ficava em uma montanha um pouco distante da fazenda. Precisava ficar sozinho com os meus botões e admirar a paisagem. O pôr do sol daqui de cima era espetacular! Gostava de vir aqui para pensar, ou tomar alguma decisão. Essa história de ser herdeiro de sei lá o quê, me fez ficar acordado a noite inteira. Nem conversei com a mamãe sobre isso, ela nunca me falou desse cara, talvez ela tenha seus motivos e eu não queria pressioná-la para me dizer.O sol começou a aparecer no azul do céu, nem parecia que chovia ontem à noite. Se não fosse pela terra que ainda estava molhada, isso passaria desperc
O enterro foi rápido, impressionante como depois que uma pessoa morre, ela sempre vira boazinha. Não ouve nenhuma reclamação de nenhum diretor presente, o caixão estava lacrado, já que o carro pegou fogo, quando caiu na serra, pelo menos, meu pai teve o seu desejo realizado de ser cremado, pena que foi em vida. Que pensamento infame! As pessoas vinham até mim, dizendo como meu pai era um excelente chefe. Eu tenho minhas dúvidas, quando assumi a empresa, devido a sua viagem, que resultou nessa tragédia. Eu pude ver como são incompetentes aqueles diretores que o cercava. Ou meu pai era bonzinho mesmo, ou era cego.O enterro do tio da Patrícia, foi ao mesmo tempo que a do nosso pai, porém, as únicas presenças eram da minha irmã e