capítulo 3 ( David)

🪴Algumas horas antes da viagem🪴

— Filha, você já acordou? — A olho já indo me abaixar para poder falar com minha filha.

— Papai não vai… — Ela me lança um olhar de tristeza. 

Fiquei logo arrependido de ter comprado essa passagem por existência de minha mãe, e suspirando disse:

— Vai ser uma viagem rápida, tá certo filha? — Ela me olha e balança a cabeça em concordância.

— Assim que eu voltar vamos naquele parque novo da cidade?

— Vamos papai! — Ela grita e pula em meus braços me dando um abraço bem forte agarrada no meu pescoço, eu abraço e fico com o coração apertado por deixar minha filha por um fim de semana inteiro.

— Agora papai vai enviar uns documentos para o seu tio Richard. — A deixo na sala assistindo desenho, e vou para o escritório mandar uns acordos de negociações para o meu irmão, sendo o meu braço direito na empresa e é o único que confio desde sempre. Depois de enviar tudo, vou para meu quarto e arrumo minha mala, organizo tudo e desço já indo em direção à sala.

— Já vai filho? — Minha mãe saiu do sofá onde estava com a minha filha que estava naquele momento tirando um cochilo no sofá, agradeço mentalmente por ela estar dormindo, se não seria um choro sem hora de parar.

— Sim, mãe, meu voo está marcado para as duas da tarde. — Aproveito e caminho de maneira bem silenciosa, dando um beijo na testa da minha filha. 

Após isso, dou um abraço em minha mãe e saio de lá. Pego um táxi assim que saio, já que viajarei prefiro deixar meu carro em casa. Indo para o aeroporto, vejo a cidade de Nova York, cheio de telões nas ruas de Marratham, pessoas passando o tempo todo em direções diferentes. Olho para o meu celular e vejo uma mensagem da Duda:

« Oi querido você saiu cedo, já estou com saudades de você😍.»

Ela manda uma foto para mim dela só de sutiã com um sorriso sedutor nos lábios, sinceramente não sei para quê a Duda fica nessa insistência, ela é uma mulher bonita e interessante de trinta anos, poderia muito bem já ter se casado.

Soube por minha mãe que o Richard era apaixonado por ela, e pelo que entendi ele até pediu a mão dela em casamento, mas ela não aceitou. Mas desde o começo deixei claro que eu não quero nada com ela, nós conhecemos desde quando ela era adolescente, o pai dela era sócio e amigo do meu pai.

 Lembro-me que ela frequentava sempre a casa dos meus pais, uma vez ela me mandou uma cartinha de amor, dizendo estava apaixonada, mas eu nunca criei interesse por ela de verdade. Quando eu estava na faculdade conheci a minha esposa Renata, me apaixonei por ela logo de cara, nós dois tínhamos tudo em comum, no último semestre eu a pedi em casamento e ela aceitou. Enquanto isso, a Duda ficava de espreita até ela ter ido embora por um tempo, até minha esposa morrer e ela voltar começar a investir, já que ela havia ido morar longe no tempo em que eu havia recém-casado.

 Pelo que ela havia me contado, o motivo de sua viagem foi que ela foi fazer testes para ser modelo na Alemanha, e ela conseguiu até para a Victoria 's Secrets. Quando ela voltou de viagem estava muito bonita, loira, colocou silicone nos seios e voltou madura, uma mulher de trinta anos. E agora depois de cinco anos de viúvo, ela ainda insiste em querer ser algo a mais na minha vida, mesmo eu não querendo nada disso. Olho pela janela e percebo que já estou no aeroporto, desço e pago o táxi deixando a Duda sem respostas, afinal não alimentarei ainda mais a ilusão dela por mim:

— Oi, bom dia, passagens para Grécia.

— Bom dia, senhor, aqui está.

— Obrigado.

Saio de lá em direção ao avião. Há tantos anos que eu não sei o que é viajar, por fim embarco nessa viagem com dois pensamentos: primeiro quero apenas respirar um ar puro, e segundo quero só tentar deixar de ser o homem controlador e amargurado. Apesar que sei que isso nunca passará, porque a mulher que deveria estar aqui do meu lado, não está.

Lembro de todos os momentos felizes que tive com a minha única amada, o seu sorriso quando ficava envergonhada, seus olhos brilhavam quando ela comia alguns croissants. Após um tempo vejo a aeromoça que carregava alguns lanches para os passageiros se aproximar de minha pessoa, ela tinha um sorriso gentil e disse:

— Boa tarde, deseja comprar algo? 

— Apenas um café, sem açúcar

Diante disso observei a moça me dar um copo de café amargo da Starbucks, eu pego o copo e em seguida, apenas   retiro  a carteira de meu bolso direito e  a pago. Consecutivamente ao realizar o pagamento, vejo a mesma ir embora e  fico sozinho.

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