Cecília estava um pouco atordoada. Ela não entendia o motivo de Primo se mostrar tão interessado nela de repente. Ele sempre pareceu a odiar.E no fundo, Cecília sabia que ele não era uma pessoa confiável.Primo sempre se rebelou contra Hugo, o dando motivos mortais para ser decapitado.E dessa vez, ele estava tocando o rosto dela, deixando- a confusa. Isso seria mais do que um simples motivo para uma guerra entre família.— Por favor, não toque em mim! – Pediu Cecília, tirando a mão de Primo de seu rosto. Ela respirou fundo e desviou o olhar, evitando contatá-lo diretamente e em seguida, continuou a falar.— Eu não quero ser mais um motivo de confusão e tenho certeza de que, se Hugo aparecesse, não gostaria de nos ver tão próximos— Mas ele tem motivos o suficiente para me odiar. Mesmo que eu esteja te ajudando, ele ainda virá atrás de mim. – Disse Primo, com um sorriso zombeteiro.Quando Primo disse aquilo, Cecília o olhou com espanto.— Do que está falando? – Cecília perguntou, mos
Haviam se passado alguns dias.Hugo e Cecília estavam caminhando pelas ruas de Ve3nezza, enquanto apreciavam o lindo fim de tarde na cidade mais romântica de toda Itália.Ele havia dito a Cecília que queria a proporcionar bons momentos, já que ela não teve a chance de conhecer o país, mas na verdade a intenção de Hugo era outra.Enquanto ele proporcionava alguns momentos felizes a ela e seus bebês ainda no ventre, ele havia ordenado uma caça em toda Palermo e Sicília, atrás de sua ex.Hugo decidiu que, não ia dar uma segunda chance para Fiorella escapar.— Noss
Cecília abriu os olhos e notou estar em um lugar diferente. O corpo dela se arrepiou ao notar o quão frio e úmido era aquele local. Ela olhou para os lados e viu que só havia ela dentro do lugar e então, se levantou, ocorrendo até a porta para uma tentativa de fugir. — Onde eu estou? Se perguntou Cecília, puxando aquela maçaneta envelhecida. Alguns passos soaram atrás da porta, parecendo estarem se aproximando e então, Cecília correu de volta para cama e se cobriu, escutando a porta ser aberta em seguida. — Aqui está ela, senhora! – Disse uma voz arrastada e estranha. Cecília tentou conter a respiração e fingir que estava dormindo para não ser percebida. Qual seria o plano deles? Naquele momento, ela sentiu o gosto de fel passar por sua garganta; ela havia se arrependido amargamente por ter feito o que fez. Talvez se tivesse se contido e acompanhado os planos de Hugo, eles estariam em segurança. Hugo; por falar nele, as memórias de Cecília estavam bem vívidas. Ele não parecia q
Cecília estava sonhando...Era lindo; um campo verde e cheio de margaridas, ela estava descaça, olhando para o cesto de palha em seu braço, cheio de guloseimas.Cecília forrou um lençol no chão e se sentou, sorrindo lindamente enquanto observava um homem, segurando as mãos de duas crianças ruivas.Era um casal.O homem estava de costas, vestido com uma linda camisa branca, que exibia um pouco dos traços da tatuagem na lateral do corpo, por ser de um tecido fino.Quem o julgaria? Era primavera e o tempo estava quente.As barras da calça dele estavam dobradas e ele parecia estar bem a vontade com aquelas crianças. Em seguida, os três se viraram e os dois pequenos começaram a acenar.— Mamãe! – Disseram em uníssono. E depois de reparar aqueles sorrisos felizes, Cecília encarou o semblante do homem que as seguravam.— Hugo! – Chamou ela, despertando em seguida.Quando Cecília abriu os olhos, não estava mais naquele quarto escuro e sim em um hotel e bem na mesa em frente, havia Fiorella e
Alguns dias haviam se assado, desde o reencontro de Fiorella com Hugo.Ela achava que, havia conseguido tudo o que queria, já que teve a sua vida, família e marido de volta. E como Fiorella já havia se acostumado a ter o lado "negro" de Hugo para ela, a garota nem se quer notava as mudanças.Hugo entrou no quarto, enquanto Fiorella estava nua, prestes a se vestir.Ele parou na porta e a olhou de baixo a cima, travando o maxilar.Ele não sentia desejo e sim repulsa por ela; Hugo era muito além do que todos esperavam, mas ele tinha que manter um personagem e então, respirou fundo e foi até ela.Ele passou a mão pelas laterais do corpo de Fiorella a alisando e mantendo a cabeça erguida para o lado. — Por que não diz nada? – Perguntou Fiorella, se virando para ele e o abraçando.Fiorella sabia como ser uma mulher provocante; em seu timbre de voz havia a sensualidade, em seu corpo emanava o desejo e ela sabia bem como usar todo aquele poder.A questão era que, Hugo não era mais o homem qu
Cecília encarou a mulher, com desespero no olhar.Para ela, não importava de quem Hugo fosse filho, ela o queria ao seu lado e contava os minutos para o reencontrar.O problema era que, ela temia pela vida de seu amado. Hugo passou e pelo visto, ainda passaria por muita coisa, ainda mais depois de saber daquilo.Ela então, segurou o braço de Roseta e a olhou, com tristeza.— Por que o torturam tanto? Deixem-no em paz! – Pediu Cecília, a fazendo rir.— Você deveria implorar pela sua vida e não pela dele. Eu me vingarei de toda família Scopelli primeiro, mas o seu marido está na lista, porque me lembro nitidamente do rosto do verdadeiro pai dele na noite do abuso.— O quê? – Perguntou Cecília, completamente assustada. Ela não conseguia digerir aquelas informações. — Não era Hugo, por que o está envolvendo?E então, Roseta se levantou, afastando-se dela e voltando a encara-la com desprezo.— Por mim, nenhum porco naquela Itália sobreviveria. As gerações deles e as gerações das gerações d
Confessionário igreja de Gesu, Palermo... O barulho da sola de sapato soando alto pelo piso da capela, era assustador. O homem passava entre os fiéis, com um charuto entre os dedos e uma áurea escura o acompanhando; naquele instante, todos se assustaram e temeram estar vivendo o próprio apocalipse. "É ele"! – Resmungaram alguns, com a voz amedrontada, a final, Hugo nunca foi do tipo que se exibia publicamente, com a sua melhor arma do acervo em mãos. Também, quem não o olharia com pavor? O homem de quase um metro e noventa, corpo forte e trabalhado, usando um terno slim de lã batida na cor grafite e óculos escuros em plena noite, lembrava o próprio Blade. A fumaça do charuto o acompanhava, fazendo com que todos se assustassem, pois, o acaram desrespeitoso. Quando nem ao menos sabiam o porquê de o homem estar lá, com sangue nos olhos. Hugo entrou até o confessionário e se ajoelhou na almofada, encarando ao arcebispo atrás das grades madeiradas. — Faz tanto tempo que não o vejo,
Lux Gold Hotel, Richmond, Virginia.O hotel em que Hugo estava hospedado, era confortável e luxuoso. O lugar era cercado por móveis de madeira escura e tapeçarias ricasAlguém havia conseguido o quarto para ele, imaginando que estaria completamente exausto depois de tantas horas de voo. A ansiedade o dominava enquanto ele esperava a pessoa que poderia ajudá-lo a encontrar Cecília.A tensão era visível através das mandíbulas dele; Hugo apertava forte o encosto da cadeira, enquanto sentia alguém sair do banheiro, o encontrando de costas.— Como foi a viagem, meu bem? – Aquela voz era de Katherine, que fazia um tempo que não o via e estava disposto a ajuda-lo, como prova de seu amor.— Onde ele está? – Perguntou Hugo com aspereza na voz, se virando para olha-la.Katherine respirou fundo e se sentou na cama, levando os olhos até os do homem a sua frente. Ela o achava ainda mais atraente do que antes; talvez fosse pelo tempo em que não estavam juntos.— Ele foi atrás dela! – Dito isso, Hug